Antes que diga
"ui, menino..."
terei mordido sua orelha
e lhe arrancado o brinco.
Antes que suspire
terei amaciado seus lábios
com minha saliva
entreaberta sua boca
ao seu coração lançado
minha alma.
Sem baque,
sem peso:
minha alma
é leve.
Será assim mesmo
simples sua morte:
atordoada,
contente.
E ao respirar de volta
(ocorrido o milagre)
tudo que dirá
"ui, menino..."
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