Existem mortes que não se preparam. Existem mortes que são dissolvidas, bebidas , esperadas.Nos ultimatos , uma porção de recados , que nem sempre chegam ao seu destino.
Hoje nos despedimos. O perfume já estava fora do ar. Tinhas uma energia nova , que eu não captara... Perdi o fio da meada de um sentimento , que não criou limbo. Eu te vi longe de todos os meus contextos.Eu ti vi longe e fora de mim. Mas abri os meus braços, e nos acolhemos para um último abraço.
Teus cabelos saíram contigo, embranquecidos de lua, ensolarado de vida. Nos demos conta das árvores que foram cortadas , e do último pôr-do-sol que assistimos.
O dia a dia renova o céu ... Estamos renovados , nos becos com saídas. Eu continuo no mesmo lugar. Tu continuas partindo. Não nos prometemos madrugadas , nem sorrisos cruzados .
Estamos soltos no tempo... As cartas dizem , que nos esquecemos.
Um comentário:
Vejo o ciclo da vida
Se fechar...
Com sensação
De missão cumprida.
O semblante é de dor
O sorriso é sem vida,
Os olhos sem côr
Da vida sofrida.
Quando tudo cala
A morte chega devagar
Sem barulho
Sem vulto
Deita e fica
A espreitar...
Toma num momento
Os corpos adormecidos
E espera sem pressa
Suas vidas levar
Mas,
Despertam mais uma vez
E a morte foge depressa.
Arrastam seus corpos
Pelo caminho da sala,
Sem pressa de completar
O ciclo da vida.
E assim seguem sem fôrças
A espera de um amanhã
Que será curto ou longo,
No cochilar do divã.
Edilma
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