Crato - Julho de 2009 - Por Stela Siebra de Brito
Das muitas vezes que voltei ao Crato desde que minha família mudou-se para Recife, em 1970, esta viagem agora em julho foi a mais preciosa, porque repleta de alegrias significantes. Havia um astral diferente, não só por causa da ExpoCrato, mas, sobretudo, porque dois eventos extras estavam para acontecer na cidade, trazendo de volta à terrinha pessoas que moram em outros estados. O primeiro era o lançamento de um livro com textos de várias mulheres cratenses, que relatavam suas memórias dos anos dourados e reminiscências da Praça Siqueira Campos. Quem viveu no Crato até os anos 70 sabe da importância da Praça Siqueira Campos para a juventude de então.
Na noite anterior ao lançamento do livro promoveram uma retreta na Praça e cantamos e dançamos músicas dos anos 60. Foi uma festa! O lançamento do livro no Crato Tênis Clube foi um re-encontro festivo e afetivo.
Na sexta feira, dia 18, aconteceu o reencontro dos componentes do Madrigal Intercolegial do Crato, que fizeram uma magnífica apresentação. Foi um belo momento com a música, com a arte, com a alegria estampada na cara das pessoas, com os afetos renovados, extravasando memórias de um tempo atrás, em que éramos muito jovens, sonhadores e descomprometidos, portadores de uma leveza e de uma beleza compatíveis com o tempo que vivíamos.
É bom relembrar aquela época, principalmente se atentarmos para o fato de que aquilo que foi significativo em nossas vidas foi preservado. Em se tratando de memória, fica o que foi significativo, o que sinaliza elementos de construção da nossa história, dos nossos afetos, das nossas realizações.
Como reflexão dessa alegria que vivi no Crato em Julho de 2009, registro o pensamento da filósofa Marilena Chauí: “Lembrar não é re-viver, mas re-fazer. É reflexão, compreensão do agora a partir do outrora; é sentimento, reaparição do feito e do ido, não sua mera repetição”.
Stela Siebra de Brito
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