Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Silvino Neto - por Norma Hauer

SILVINO NETO
Foi em 21 de julho de 1913 que ele nasceu na cidade de São Paulo. Repetirei aqui o que sobre ele descrevi na data de seu falecimento (11 de junho). Colocando, porém a letra de outra de suas composições que marcaram nosso cancioneiro.

Ela era um gênio. Criou o que muitos hoje fazem mas não dizem a fonte. Aquilo que Chacrinha dizia:"nada se cria, tudo se copia", é uma verdade sempre.

SILVINO NETO imitava, em seus programas radiofônicos, figuras de nossa política, a tal ponto que ia sempre preso ao terminar seu programa, principalmente antes da Hora do Brasil quando, em plena era de Getúlio Vargas, dizia:"vem aí a hora do espeto". Apesar disso, Getúlio gostava das imitações e, muitas vezes, mandava prendê-lo para que ele o imitasse frente a frente.

Foi também um dos pioneiros a fazer vários personagens sozinho, como a Pimpinela, Seu Acácio e Anestésio. Era a "Pensão da Pimpinela", era "Pimpinela,Anestésio e o Telefone" e os muitos programas de imitações.

Marcou sua presença atuando no rádio,como humorista, mas também como compositor. Foi o primeiro a comemorar o dia dos namorados com a bonita "Valsa dos Namorados", gravada por Francisco Alves e, depois, por Carlos Galhardo.
De sua autoria, Orlando Silva gravou "Uma Saudade a Mais, Uma Esperança a Menos", como gravou:

CIDADE BRINQUEDO
Autor Silvino Neto
Gravado por Orlando Silva

O Cristo Redentor é uma medalha pequenina
No rosário imenso da colina.
Bonecas delicadas quase todas moreninhas
Adornam suas ruas qual um bando de andorinhas.

Rio és pequeno para os olhos meus,
Olhos, que veneram os encantos teus
Adoro o teu céu da cor do anil
És a cidade brinquedo
Do bazar do meu Brasil.

Silvino Neto escreveu umas bonitas "Cartas Coloridas", que falam de amor", criadas por Carlos Galhardo. Mas antes de tudo ele disse que o "Adeus, são cinco letras que choram".

CINCO LETRAS QUE CHORAM
Autor: Silvino Neto
Gravada por Francisco Alves

Adeus, adeus,adeus...
Cinco letras que choram
Num soluço de dor.
Adeus, adeus, adeus...
É como o fim de uma estrada,
Cortando a encruzilhada,
Sonho final de um romance de amor.

Quem parte tem os olhos rasos d’água,
Ao sentir a grande mágoa,
Por se despedir de alguém;
Quem fica, também fica chorando
Com o coração penando
Querendo partir também”

Quero destacar ainda que Silvino Neto é pai do ator Paulo Silvino e avô de mais dois atores: Flávio Silvino e João Paulo Silvino. É uma família de artistas, mas Silvério Silvino Neto era um ator completo, o que não acontece com seu filho e netos.

Silvino Neto faleceu em 12 de junho de 1991, sem completar 78 anos.

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