Essa casinha , parece que acabou de sair do cabelereiro. Foi pregada na terra sem quebrar a beleza do céu , nem a bizarrice da flora.
Ainda não sei se nasci pros lugares ermos ... Entre escadas e terreiros , o que mais declino são as possibilidades de descansar o corpo , pros pensamentos circundarem , em torno daquilo , que de belo existe !
Ando pensando no Eremita, no seu jeitão de ser conduzido por uma simples lanterna , ao longo do caminho.Como ele, estou acendendo e apagando meu fogo; varrendo as cinzas , e lavando o pano que enxugou suores e dores.
Ah , se o dia não mancasse
se o dia não tivesse esse aleijo no sonho ,
que cochicharam pra mim.
Ser eremita é dispensar de vez ,
os insetos que rodearam a nossa vida
Controlo a poeira do que sobra ...
nem velha , nem nobre!
Janelas abertas , e lanternas acesas
pra receber e ler , a poesia que chega !
.
Por Socorro Moreira
Foto de Lúcio G.Lôbo Jr.
3 comentários:
Prezada Socorro
Esta casinha, encravada no meio de nossas verdejantes matas, para mim diz tudo, ou seja aí mora a FELICIDADE.
Heladio
Se o dia não mancasse. Se não fosses eremita. Se insetos não rodeassem nossas vidas. Não. Não haveria a poesia. Como essa. Lindíssima. Que, por janelas abertas, nos chega...
A casinha de sapé é a expressão maior dos nossos rabiscos infantis.
Voltemos a ela. Voltemos a ser felizes !
Abraços, amigos !
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