o poeta se despede
pede visto
no passaporte outorgado
por deus
madrugada soa fera
e arde sem pudor
máquinas aceleram verbos constelados
tudo desperta no tardio
da página em branco
abre-se em lírio
vazio a repetir silêncios
soa cinzenta a hora do café
não sabe com que camisa
combinará esperas
e apenas este longe
muito longe
Por Everardo Norões
Foto de Sérgio Guerra
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