Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 15 de agosto de 2010

Vida itinerante de uma bancária (X) - por Socorro Moreira


outubro de 1983
Depois de percorrer o sul de Minas , atravessei os limites do estado do Rio de Janeiro, e fui me aproximando de Macaé.
Estava deveras curiosa. O Rio era um Estado que me encantava.
Como seriam as cidades do interior,  praianas? Queria conhecer Rio das Ostras, Cabo Frio, Saquarema, Umuarama e Macaé !
Choquei-me com  a exploração petrolífera, que diziam ter mudado a personalidade física da cidade, além de um custo de vida,  altíssimo !
Optei em morar na pousada de um espanhol. Funcionários da Petrobrás, aviadores, também se hospedavam lá.
Senti falta  dos coqueiros do Nordeste. As águas eram frias , e os pinheiros me reportavam a um recanto do Paraná, como bem dizia a música de Djavan.
Foi a primeira Agência  que me deu uma oportunidade concreta ! O Gerente, mal cheguei  ,designou-me para fazer curso de caixa , no Rio de Janeiro. Passei no Itajubá, Cinelândia, 30 inesquecíveis dias. 
Com um intervalo , na casa da minha amiga Graça. E foi lá ,que aconteceu-me uma surpresa . Adivinhem quem veio para almoçar?
Salatiel e o seu violão ! 
Saíamos em grupo todos os dias depois do curso. Do Café Nice ao Maracanã.Voltei pronta para o atendimento ao público. Estava às voltas com  a autenticação de papeis de caixa, pagamentos  e recebimentos, e comecei a sofrer a tensão diária : será se o caixa  vai bater ? Morria de medo de encarar as diferenças. 
Fui lotada  num posto de serviço da Petrobrás. A clientela era toda de funcionários daquela empresa. Um público exigente, mas  interessante !
Na pousada jogava cartas com o pessoal, e , se ganhava uns trocados, perdia também apenas umas moedinhas. O apurado no jogo era gasto no supermercado. Com o produto das compras fazíamos um jantar coletivo. Era legal !
As meninas e meninos do Banco, jogavam voley de praia, e eu até arrisquei, mas decididamente não levava jeito.
Em contrapartida,  vivi  a experiência  noturna, de pesca de camarão, numa noite de lua cheia. Inesquecível !
Macáe tinha uns barzinhos , tipo PUBs, e um estilo de vida meio americanizado, com a presença das offshores, que serviam de apoio à Petrobrás. Não entrei na intimidade dos nativos. Cheguei e voltei estrangeira. Mas guardo uma lembrança carinhosa da turma do Banco : Lina, Sônia ...
Viajava bastante nos finais de semana . Ora  para ver um show no Rio, ora  para curtir cidades como  Friburgo, Teresópolis , Petrópolis, Búzios, e até Paraty e Angra.  
Mal me adaptara, fui nomeada supervisora de Mauriti, no Ceará.
As vantagens  somadas às economias ,  correspondiam a uma boa grana. Liguei pro meu pai, e questionei : compro um carro zero ou viajo por aí, até  a grana acabar? Ele riu e disse: faça o que for melhor pra você ! E assim decidi:  Pai, pegue um avião  e chegue . O senhor será meu companheiro de aventura . Ele não  pensou duas vezes. Chegou , e começamos a nossa excursão, que pretendo contar, no  próximo  capítulo ...!

3 comentários:

Anônimo disse...

Socorro, a cada capítulo já fico interessada no próximo. Parabéns!

Abraços.

Magali

Edilma disse...

Estou adorando todos os capitulos.
Depois de morar no Brasil inteiro o coração ficou sempre no Crato.
Autentica Cariri.

Beijo!

socorro moreira disse...

Magali,
Foi difícil viver desmanchando a minha casa, e mudando o destino dos meus filhos. Fui impelida por uma força maior. Não escolhi a vida cigana. Ela se impôs !
Mas, como nada acontece sem o consentimento de Deus, fui vivendo !
Abraços, querida !

Edilma,

Verdade ! O coração, embora tenha ficado aberto em todos os lugares, esteve centrado no Crato.

Grande abraço. Saudades !