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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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domingo, 15 de agosto de 2010

Orestes Barbosa por Norma Hauer

CHÃO DE ESTRELAS
ORESTES BARBOSA

Era o dia de Nossa Sra.da Glória; nessa data (15 de agosto de 1966) chega ao fim a vida de um dos mais férteis letristas de nossa música popular : ORESTES BARBOSA.
Autor de versos maravilhosos, muitos musicados por Francisco Alves (14), outros por Sílvio Caldas (também 14) e inúmeros outros compositores.

ORESTES foi autodidata e muito cedo começou no jornalismo, sendo sempre um lutador pela democracia, a ponto de, em 1945, fundar um jornal exatamente com o nome de "Democracia", que não durou muito, mas foi combativo quando estávamos saindo da ditadura Vargas e enfrentaríamos as primeiras eleições livres.

A primeira gravação de uma composição sua foi "Flor do Asfalto", com J.Thomaz, gravada por Francisco Alves em 1928. Chico só passou a fazer parceria com Orestes em "Abelha da Ironia"(1932).
Seguiram “”A Mulher que Ficou na Taça; “Não Sei”; “Romance”;. “Dona da Minha Vontade”; “Por Teu Amor”...

A primeira parceria com Sílvio Caldas foi em 1934, com "Soluços", gravação de Floriano Belham, um cantor que não ficou muito conhecido, mas gravou alguns sucessos.

Somente em 1936, Sílvio começou a gravar Orestes Barbosa, com "Santa dos Meus Amores".
No ano seguinte gravou, pela primeira vez, o clássico "Chão de Estrelas", tendo na outra face do disco de 78 rotações outra valsa: “Arranha-Céu”!.
Seguiram várias outras tais como “O Nome dela eu Não Digo”;“Quase que eu Disse”; “Serenata”... e em 1938 “Suburbana”.
Nesse ano, tiveram uma desavença e a valsa "Vestido das Lágrimas" última parceria da dupla, foi gravada por Floriano Belhem, tendo na outra face a também valsa da dupla “Soluços”.

Somente em 1952 Sílvio gravou “Vestido das Lágrimas”, em seu primeiro LP.

Quando do centenário de nascimento de Orestes (7 de maio de 1994) a Caixa Econômica, pelo fato de ele ter uma composição com esse nome, fez uma homenagem especial a Orestes, em sua agência no Boulevard, na qual Sílvio Caldas, já com 86 anos, interpretou "Chão de Estrelas "(o óbvio) e "Serenata"(outra valsa da dupla Orestes e Silvio Caldas, de difícil interpretação).
Foi a última vez que vi Sílvio Caldas e penso que foi sua última apresentação em público.
Nessa mesma festa, Roberto Barbosa, neto de Orestes, lançou um livro sobre seu avô, com o nome de "Passeio Público", no qual se podem conhecer as várias etapas da vida de Orestes e a relação de todas suas composições.
Ali confirmamos que a primeira gravação de uma composição sua foi exatamente "Flor do Asfalto", com J.Thomaz, gravada por Francisco Alves .

Na capa do livro de Roberto Barbosa tem o manuscrito de "Chão de Estrelas", que desmente uma informação que Sílvio Caldas gostava de repetir dizendo que o nome "Chão de Estrelas" fora dado à composição por Guilherme de Almeida, porque a música chamar-se-ia "Sonoridade que Acabou".
Conversando a esse respeito com Roberto Barbosa, ele disse que Sílvio gostava de "inventar" histórias.

Ambos e mais Francisco Alves hoje se encontram “do outro lado da vida” , mas suas passagens por este mundo foram de grande riqueza para nossa música popular.

Norma

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