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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sady Cabral - por Norma Hauer

Ele nasceu no dia 10 de setembro de 1906, em Maceió, vindo, ainda criança, para o Rio de Janeiro, onde, em 1923 ingressou na Escola Dramática Musical, estudando teatro e música.
Como teatrólogo, iniciou sua carreira na Companhia Teatral de Lucília Perez, trabalhando também com Leopoldo Fróes, diretor de teatro famoso nos anos 20

No início dos 30, foi convidado por Ademar Casé para atuar em seu programa, na época levado ao ar pela Rádio Mayrink Veiga. Ali Sady trabalhou no Teatro SherlocK, no qual Alziro Zarur fazia o papel principal, continuando em "Defensoress da Lei", título que substituiu o Teatro Sherlock", quando Zarur passou para a Rádio Guanabara.

Nessa mesma época conheceu Custódio Mesquita e com ele escreveu uma opereta de nome "A Bandeirante". Foi então que compuseram "Velho Realejo","Mulher"e "O Pião" e deram para Sílvio Caldas gravá-las.
O sucesso foi imediato!

Em 1941, ainda com Custódio Mesquita, compôs a bonita valsa "Bonequinha". Quem a gravou? Carlos Galhardo.

Mais tarde, com Davi Rambey, escreveu os choros "Sapoti" e "Cachorro Vagabundo",. além do samba "Ciúme".

Não mais compôs, mas continuou sua vitoriosa carreira, personificando vários personagens na TV, sendo o mais marcante o de "Seu Pepê", em novela da Rede Globo.

Nos "anos de chumbo" teve uma desagradável experiência no Teatro Municipal de São Paulo: encenando a peça de Sheakespeare "Júlio César", produção de Ruth Escobar e direção de Antunes Filho.

Em certo momento houve um pequeno acidente e Sady caiu no palco; tentou agarrar-se a uma parte lateral da cortina, mas não se sustentou, despencando de grande altura. A platéia achou graça e os artistas, terminada a peça, não voltaram ao palco para os cumprimentos.

Também, foram apresentar uma peça traduzida por Carlos Lacerda!...

Esse é um pequeno episódio da vida do sempre aplaudido Sady Cabral.
Aos 80 anos, a 23 de novembro de 1986, ainda em São Paulo, Sady partiu para a viagem sem volta, deixando aqui seu grande talento. 
Norma

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