13 de junho de 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde, Fernando Antônio Nogueira Pessoa.
30 de novembro de 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.
Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
O esplendor do sentido nenhum da vida...
Toquem num arraial a marcha fúnebre minha!
Quero cessar sem conseqüências...
Quero ir para a morte como para uma festa ao crepúsculo.
Quer pouco, terás tudo.
Quer nada: serás livre.
O mesmo amor que tenham
Por nós, quer-nos, oprime-nos.
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
Fernando Pessoa
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