Meu Mestre
"Mestre, meu mestre!
Na angústia sensacionista de todos os dias sentidos,
Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser,
Eu, escravo de tudo como um pó de todos os ventos,
Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim!" (Fernando Pessoa)
É mesmo feliz o Homem Marçano?
Enxergar e ver são ações realizadas sem a intencionalidade de quem as pratica. Não exigem reflexão mental, nem análise do objeto. Por isso, nenhuma angústia traz ao Homem. Enquanto, olhar, perceber, conhecer, analisar, criticar, julgar e optar é ações que incitam a dúvida, gerando angústia na alma humana. Enquanto aquelas trazem à alma certeza mediata, estas promovem incertezas ante o desconhecido.
Qual a melhor forma de viver? E qual traz felicidade, livrando das "angústias sensacionistas de todos os dias"?
Não será melhor sofrer a "mágoa cotidiana" à qual o conhecer arremessa o homem, do quer ser um "escravo de tudo como um pó de todos os ventos", inconsciente, sem a percepção de que está indo na correnteza da vida, participando, sim, porém, moldado ao interesse alheio?
O incauto carrega um fardo. Todavia, desconhece sua própria capacidade de conduzi-lo. Ademais, não tem noção de seu volume e dimensões. Já o curioso, melhor dizendo, investigador da realidade em que está incluso, este sabe o que está conduzindo e é conhecedor do volume, tamanho e ainda questiona a sua origem e a utilidade no viver humano.
Na historicidade humana, quem não esperou acontecer, mas fez acontecer, este fez parte, faz parte e sempre fará parte de uma minoria sofredora.
É fascinante a angústia humana frente ao desconhecido.
Margareth Lima
Um comentário:
GRANDE TEXTO, LlIDU !
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