Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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sábado, 11 de dezembro de 2010
Blaue Nacht Am Hafen - José do Vale Pinheiro Feitosa
Ligue o som e leia o texto
Ouviste Lale Andersen, já?
O "engel der soldaten" nas trincheiras?
A voz escorrendo lenta pela vila à beira Reno,
No vale do Ruhr ou nos vinhedos do Mosela,
Como andorinhas na agulha do campanário?
Macia feito a planície germânica,
Serpenteando amena qual o Elba ao Mar do Norte,
Wesser, Ems, drenando os montes da Turíngia,
E do maciço Renano, em ambas as vertentes,
Como Teutônica, entre o amor e a guerra.
A gaita e violinos no Romance Alemão,
Dos contos em plena Floresta Negra,
O casamento de Hilda, a canção dos nibelungos,
Em golfadas de sangue, Átila guerreiro, o Huno.
Lale Andersen, Tristão e Isolda por Wagner.
Uma estrebaria, a pocilga ou a vacaria leiteira,
A mulher de cabelos de ouro e seu avental,
A bicicleta nas vicinais margeadas de gerânios,
A encosta verde promete os picos dos Alpes,
O cisne escorre ameno como deslizasse o nada.
Azuis puros, suspeitos das revoluções de Niestzsche,
Senso de responsabilidade e apuro técnico,
Povo tão orgulhoso que beira a barbárie,
Entre a razão e Siegfried na caça ao Javali,
Vem Thôrr na roupa precisa do guerreiro.
Entre a guerra e o amor da raça,
Lale Andersen desce o Danúbio,
Na próxima curva, encontra-se Ossian,
A intolerância de um Punk Neonazista,
Mas sobretudo tua voz suave faz-me teu.
Amor e paixão fundem-se no relevo alemão,
Lale Andersen tão tênue que chego a ser dela,
Aprisiona-me na torre de um castelo de fadas,
De uma germânia que vem desde de Tácito,
Pelo versos que não traduzo, mas compreendo: Vielen Dank.
Auf Wiedersehen.
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Um comentário:
Sem paqlavras...Vou conquistá-las num profundo sono. Versos épicos me apaixonam !
Arrasou, poeta !
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