Minha mãe costuma dizer que a "saudade é a presença do ausente". Francisco Correia Lima - o Correinha, é um amigo que vai estar sempre presente na minha vida. Sou eternamente grato a Abdoral Jamacaru: foi ele quem me apresentou Correinha pela primeira vez em 2004. Agora eu sei que Abdoral na sua larga vivência nesta cidade havia, naquele momento, me apresentado o coração do Crato! Quando Correinha partiu para a morada das estrelas, há dois anos atrás, escrevi em verso:
A poesia só nasce
No momento de nascer
Quero sair do enlace
Conjugando o verbo ser
Sendo amigo da amizade
E falar com propriedade
De um amigo pra valer
Este amigo é Correinha
Um filósofo poeta
Que fez das tripas a linha
Das cordas da lira reta
Nasceu em Farias Brito
No Crato deixou escrito
Seu objetivo e meta
O pife que ele tocava
Fez calar um passarinho
Que de longe observava
Cuidando bem do seu ninho
Quando o pife se calou
O passarinho cantou:
"Correinha é um canarinho!"
O que pouca gente sabe é que Correinha deixou uma semente: Eduardo, seu filho amado, que ele chamava carinhosamente de Gugu. Um dia Correinha partiu meu coração quando disse: "O que mais me entriste, Ulisses, é que eu não vou ver o meu filho crescer!" Correinha naquele momento talvez não soubesse com convicção e clareza que a vida é eterna: vida e morte fazem parte da mesma moeda! A gravação abaixo - do grupo que nós criamos chamado CRATETO - foi feita no Instituto Cultural do Crato . É a primeira formação do Grupo CRATETO: Correinha no no ganzá; Vinícius Pinho no pandeiro, Walesvik Pinho no triângulo e Eduardo - o Gugu, na zabumba confeccionada pelo meu pai cultural Mestre Aldenir; Ulisses na flauta transversal brincando de Jethro Tull. Observe a alegria da fisionomia de um pai vendo ofilho brilhando!
"Flautinha de pobre", era assim que Correinha chamava o pife, pífaro ou pífano, instumento que ele dominava com absoluta maestria e virtuosismo. Ele me ensinou a tocar no pífano a sua música Forró no Carriri que estará sempre presente no repertório do GRUPO CRATETO.
Corra, corra, Correinha
Dos que querem lhe esquecer
Você fez a sua parte
Os seus amigos vão ver
Teu viver foi flauteando
No pife folclorizando
A canção do amanhecer!
P.S. Quem ama não esquece, continua...
Ulisses Germano Leite Rolim
Um comentário:
Arrasou, meu caro Mano !
Pois não é que faltava você, no Cariricaturas?
Beijo.
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