A indústria fonográfica produz essencialmente para a cultura ocidental. Só marginalmente outras culturas clássicas ou antigas são objeto desta indústria. Isso se deve à centralidade do capitalismo mundial, baseado nas grandes potências, especialmente os EUA e a Europa.
A cultura musical popular do ocidente, por outro lado toma raízes das populações locais mas as coloca na grande matriz daquilo produzido nas potências econômicas referidas. Isso vem ocorrendo desde o século XVIII quando começa haver uma sociedade urbana nas Américas, África, Médio Oriente e Ásia.
Isso levava a um vai e vem entre os países periféricos e a matriz de modo a se influenciar reciprocamente, mas o valor modal era sempre ditado por quem controla os meios de divulgação. Estes meios anteriormente eram as partituras e depois a própria gravação do som ou da imagem.
O Jazz, por exemplo, já foi um ritmo de periferia, que recebeu a grande influência da música Européia, com seus arranjos e instrumentos. O mesmo aconteceu aqui com a modinha, o samba e assim por diante. Por isso na raiz da música popular divulgada pela grande indústria fonográfica sempre se encontra a chamada música clássica, a ópera e por último a opereta, que era um gosto mais popular da ópera.
Igualmente a música popular foi influenciada pelas peças musicais para o Balé e os ritmos popularizados por toda Europa como a Valsa, a Polca, a Mazurca e tantas outras. Uma das músicas mais belas é o “In Chambre Separee” da mais famosa opereta de Richard Heuberger: Der Opernball de 1898. Neste vídeo a ouvimos na belíssima voz de Elisabeth Schwarzkopf.
2 comentários:
Delirantemente emocionante a música e voz. Faz-nos dar um passo no passado das belas interpretações. Aquelas que embalavam nossa sensibilidade tão ainda sutil e casta.
Obrigada por esse momento de deleite.
Abraço,
Claude
Interessante, eu vi ontem mesmo na CNN um texto extremante parecido a este, que tratava da música árabe e o trabalho que o Quincy Jones está realizando lá no Marrocos pela solidariedade no mundo.
DM
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