Charge do jornal "O Povo" de hoje
Por
lei, hoje é feriado nacional. Comemora-se os 123 anos do golpe militar
que derrubou a Monarquia e instaurou o regime republicano. Alguém há de
perguntar: quais foram as conquistas da República? Vá lá: a atual
estabilidade política, que vem desde 1988 com a promulgação da sétima
Constituição republicana é, inegavelmente, uma conquista. Há 24 anos
(dentro dos 512 anos de existência do Brasil) estamos vivendo num Estado
de Direito...
Até
1988 a História registra que em 100 anos de república, tivemos 9
golpes de estado, 13 ordenamentos constitucionais, 7 Constituições, 4
assembleias constituintes e o Congresso Nacional – em nome da Liberdade
– foi fechado 6 vezes, inclusive pelo primeiro Presidente, Marechal
Deodoro da Fonseca. Tem mais: ocorreu – até 1988 – censuras nos meios de
comunicação inclusive com o fechamento de jornais e periódicos. Tivemos
ainda, naqueles 100 anos, 8 moedas e uma inflação que chegou a 64,9
quatrilhões %, a qual só foi estancada em 1994 (alguém ainda lembra de
FHC?) , com o advento do REAL. Parece que o nome deu sorte...
Alguém
há de perguntar: E como foi na Monarquia? No Brasil Império, o Rei era
o símbolo vivo da Nação. Não havia espaço para aventureiros, para
“mensalões”, para negociatas, corrupção, nepotismo e a ordem e o
respeito prevaleciam. O nosso Imperador D. Pedro II foi o árbitro em
questões da França, Alemanha e Itália e era segunda autoridade moral do
mundo depois do Papa.
Um
Rei é educado desde criança para reinar, e nunca somos pegos de
surpresas, por novos governantes despreparados. O Congresso Nacional do
Império ombreava com o da Inglaterra; a diplomacia brasileira era uma
das primeiras do mundo. O Brasil-Império teve os primeiros Correios e
Telégrafos da América, e o Brasil foi uma das primeiras Nações a
instalar linhas telefônicas e o segundo país do globo a ter selo postal.
A nossa marinha era a 2º do mundo e o Brasil era tido como um país de
1º mundo junto com a Inglaterra, Estados Unidos, França e Alemanha.
No
plebiscito de 1993, quando foi dado ao povo escolher para o Brasil
permanecer República ou retornar à Monarquia, e a Monarquia teve,
aproximadamente, sete milhões de votos (13% dos votos válidos) e,
naquela época, uma pesquisa do DataFolha mostrava que 21% da população
brasileira era monarquista ou simpatizante.
Por esses e vários motivos, há quem diga que – na prática – mudamos da Monarquia para a Anarquia.
Por: Armando Rafael
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