Deus, no delírio da carne eu cedi,
Cedi, pois o lábio rubro e trêmulo, infecto de pecado
É doce na boca de quem o beija.
Cedi aos olhos de uma medusa dos lábios em brasa,
Do passo leve como flocos de neve, de folhas
Que pairam caindo no chão.
Fraquejei ao tato-veludo, ao hálito de rosas,
Aos olhos-grilhões sobre meu ser que tão forte era
Forte até a hora de vê-la, fulgás em desejo,
Eterna em meu coração.
Cedi e minhas preces no meio do efêmero do gozo,
Da lascívia trêmula das carnes em delírio não me foram ouvidas.
Tentei, mas quanto mais tentava,
Mais o céu aparecia-me nas carnes, nos beijos, nos olhos...
Pois se o céu não for amor e não mais sei
O que poderia ser.
Foto: Carlos Hauck
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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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Um comentário:
Grande poeta !
Abraços .
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