No tempo de minha infância, observava com muita tensão o movimento circulante dos mascates na antiga estrada velha que liga Crato a Juazeiro para a movimentação da feira do Crato.
Era coordenada por uma legião enorme de romeiros que marchava em direção do Crato a fim de buscar seus bens necessários para sua subsistência.
A feira do Crato sempre foi considerada uma das maiores feiras do nordeste. Tinha toda espécie de bugiganga, como especiarias, cereais e também pequenos animais domésticos: aves canoras, suínos, ovinos e caprinos. Era longa e seu movimento assustador. Não havia outro igual.
O povo de Juazeiro, possuidor de grande vocação para as obras artesanais, fabricava seus utensílios durante a semana, após o movimento do seu trabalho árduo na agricultura; produzia durante a semana a sua cultura agrícola para depois vir movimentar seus negócios na feira do Crato.
Era uma comunidade pacífica e capacitada para pendores artesanais com grande movimentação de utensílios domésticos, o que aproveitava o seu labor com a venda nesta devida feira. Os mais pobres não tinham condições financeiras e carregavam na cabeça os seus produtos manufaturados, os mais bem aquinhoados utilizavam seu transporte utilitário que eram as carroças de tração animal, o que vinha ser mais atenuantes na sua tarefa, e os menos possuidores de recursos teriam de concordar com as sujeições dos fiscais da prefeituras.
Nessa época, quase não havia carro, já que as duas principais cidades do cariri eram incipientes no movimento progressista e não podiam movimentar, de maneira alguma, os seus serviços com mais eficiência em busca da civilização mais bem acentuada, além disso, arcavam com poucos recursos financeiros e ainda não possuíam métodos educativos evoluídos. Esses movimentos eram suavizados e controlados pelos poderosos coronéis do sertão. Por isso, os técnicos da produção agrícola traziam pouco poder aquisitivo ao sertanejo que era completamente rudimentar, pois eram dominados por uma classe ruborizada e grosseira de pseudo-protencionistas.
Nesse período, ou sejam entre as décadas de 40 e 50, observava-se um comportamento ruidoso, deixando todo o pessoal submisso, sem procurar meios favoráveis para melhorar sua vida económica. Esses movimentos eram controlados pelos poderosos coronéis, a fim de se locupletarem com as benesses dos trabalhos agrícolas e procuravam controlar a submissão que, há tanto, dilacerava os pobres, deixando-os conviver em absoluta pobreza.
Por sua vez, causava admiração em observar a coragem desse povo humilde conduzir as suas quinquilharias para movimentar a feira do Crato.
Convém notar que essa classe pobre durante dias e noites, tinha que se desloca das suas atividades agrícolas para administrar em casa a sua tarefa artesanal, fabricando rudimentarmente os seus utensílios para, juntamente com a mulher e filhos, complementar com produto agrícola a sua economia. Fabricava de tudo desde vassouras, bacias de flandres, foice, espingardas, garruchas etc.
Hoje, devido a modernidade, não temos mais esse movimento febril, já que as coisas mudaram tudo para melhor, pois vemos um trabalho mais sofisticado e com melhoria de produtividade e adequando ao tempo moderno. Esse tempo de miséria já passou. Graças a Deus.
Crato-CE, 29 de Julho de 2010
Era coordenada por uma legião enorme de romeiros que marchava em direção do Crato a fim de buscar seus bens necessários para sua subsistência.
A feira do Crato sempre foi considerada uma das maiores feiras do nordeste. Tinha toda espécie de bugiganga, como especiarias, cereais e também pequenos animais domésticos: aves canoras, suínos, ovinos e caprinos. Era longa e seu movimento assustador. Não havia outro igual.
O povo de Juazeiro, possuidor de grande vocação para as obras artesanais, fabricava seus utensílios durante a semana, após o movimento do seu trabalho árduo na agricultura; produzia durante a semana a sua cultura agrícola para depois vir movimentar seus negócios na feira do Crato.
Era uma comunidade pacífica e capacitada para pendores artesanais com grande movimentação de utensílios domésticos, o que aproveitava o seu labor com a venda nesta devida feira. Os mais pobres não tinham condições financeiras e carregavam na cabeça os seus produtos manufaturados, os mais bem aquinhoados utilizavam seu transporte utilitário que eram as carroças de tração animal, o que vinha ser mais atenuantes na sua tarefa, e os menos possuidores de recursos teriam de concordar com as sujeições dos fiscais da prefeituras.
Nessa época, quase não havia carro, já que as duas principais cidades do cariri eram incipientes no movimento progressista e não podiam movimentar, de maneira alguma, os seus serviços com mais eficiência em busca da civilização mais bem acentuada, além disso, arcavam com poucos recursos financeiros e ainda não possuíam métodos educativos evoluídos. Esses movimentos eram suavizados e controlados pelos poderosos coronéis do sertão. Por isso, os técnicos da produção agrícola traziam pouco poder aquisitivo ao sertanejo que era completamente rudimentar, pois eram dominados por uma classe ruborizada e grosseira de pseudo-protencionistas.
Nesse período, ou sejam entre as décadas de 40 e 50, observava-se um comportamento ruidoso, deixando todo o pessoal submisso, sem procurar meios favoráveis para melhorar sua vida económica. Esses movimentos eram controlados pelos poderosos coronéis, a fim de se locupletarem com as benesses dos trabalhos agrícolas e procuravam controlar a submissão que, há tanto, dilacerava os pobres, deixando-os conviver em absoluta pobreza.
Por sua vez, causava admiração em observar a coragem desse povo humilde conduzir as suas quinquilharias para movimentar a feira do Crato.
Convém notar que essa classe pobre durante dias e noites, tinha que se desloca das suas atividades agrícolas para administrar em casa a sua tarefa artesanal, fabricando rudimentarmente os seus utensílios para, juntamente com a mulher e filhos, complementar com produto agrícola a sua economia. Fabricava de tudo desde vassouras, bacias de flandres, foice, espingardas, garruchas etc.
Hoje, devido a modernidade, não temos mais esse movimento febril, já que as coisas mudaram tudo para melhor, pois vemos um trabalho mais sofisticado e com melhoria de produtividade e adequando ao tempo moderno. Esse tempo de miséria já passou. Graças a Deus.
Crato-CE, 29 de Julho de 2010
2 comentários:
Gostei Pedrinho, Parabéns! Muito boa a escolha do tema. Lendo seu texto parece até que estamos ouvindo o barulho da feira.
Abraços
Magali
Caro Pedro
Parabéns pela crônica. Pena que a feira do Crato não mais existe com toda aquela pujança de antes. Os Supermercados destruiram essa tradição nordestina.
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