Não me canso
de entreter-me
com as formiguinhas
em zigue-zague
aos encontrões.
Por magia (a intuição das formigas
é pura e delicada magia)
desviam-se no momento
em que as antenas de algumas
haveriam de ferir os olhinhos
de outras.
Cada qual no dorso
leva uma partitura
da natureza: folha,
graveto, asa
de besouro.
Há aquelas mais caseiras
e preferem: farelos de pão
cuscuz e bolacha.
Seguem sempre em zigue-zague
aos encontrões sem nunca
se machucarem.
Confessam coisas inaudíveis
aos meus ouvidos e sobem
pelas paredes.
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