Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Clara Nunes - por Norma Hauer


Ela nasceu no dia 12 de agosto de 1942 em Caetanópolis- MG, recebendo o nome de Clara Francisca Gonçalves, mas ficou conhecida como CLARA NUNES.cantora e compositora
Era a caçula de uma família der sete filhos. Seu pai era conhecido como Mané Serrador, violeiro e participante das festas de Folia de Reis.
Em 1944, ficou órfã de pai e, pouco depois, de mãe, sendo criada por dois de seus irmãos.
Freqüentava aulas de catecismo e cantava “ladainhas” em latim no coro da igreja.
Aos 14 anos ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira. Dois anos depois, mudou-se para Belo Horizonte, indo morar com dois outros irmãos e nos finais de semana , participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava.

Cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, segundo as suas próprias palavras, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.
Em 1966, já residindo no Rio de Janeiro, participou do filme "Na onda do iê-iê-iê", com cantores da Jovem Guarda. No ano seguinte voltou às telas do cinema, interpretando a marcha "Carnaval na onda", de José Messias, no filme "Carnaval Barra Limpa", de J.B Tanko
. Nesse filme participaram João Roberto Kelly, Emilinha Borba, Ângela Maria, Altemar Dutra, Marlene e Dircinha Batista.

No ano de 1968 fez a sua última atuação em cinema, no filme "Jovens Pra Frente", de Alcino Diniz., ao lado de Oscarito.

Por influência de Ataulfo Alves e Adelzon Alves passou a dedicar-se ao samba .Pesquisou a música popular brasileira, seus ritmos e seu folclore. Viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, converteu-se ao candomblé..
Foi uma das cantoras que mais gravou os compositores da Portela, escola para a qual torcia.
Fundou com o marido, o poeta e letrista Paulo César Pinheiro, o Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro.

Gravou várias composições, alcançando sucessos com os LPs:
• Clara Nunes •
• Clara esperança •
• Guerreira •
• As forças da natureza
• Canto das três raças e muitos outros.

Faleceu vítima de complicações operatórias decorrentes de uma operação de varizes, no dia 2 de abril de 1983, sem completar 41 anos.

Norma

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