quando chega a hora do poema
os ruídos das palavras: sinais
sons curvas deixas madrepérolas
filigranas que ninguém decifra
com olhos de águia na água fria
derramada sobre os pés
cansados de espinhos
não querer significado
mas palavras por onde se perde
o sentido do momento
e se banha com magia
números do calendário
tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac
e a hora não passa entre os dedos
os dentes não trituram
as vísceras do tempo
o tempo cheirando a jasmin
a melhor maneira de limpar-se
do poema
deixá-lo em paz
ainda que a paz não seja
2 comentários:
Beleza !
Indispensável, a poesia do Chagas .
Abraços, poeta !
Socorro, vou tomar a liberdade de uso sem permissão dos versos de Nicodemos, pois expressam o que eu gostaria de dizer nesse momento. Aliás, escrevi o poema depois de uma leitura dos poemas do blog dele, poemas de uma refinada poesia.
"o poeta olha o mundo
vê as pessoas
vê as coisas
não move um dedo
nem pisca um olho
mas
quem vê dentro
sabe..."
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