O milagre acontece:
o meu coração quieto
inexplicavelmente quieto.
E assim a cada lúcido olhar vejo um raio alaranjado
mudando de forma na parede (chaminés, passarinhos,
fios de alta tensão) .
Não morrerás tão cedo, meu velho.
Diz pras tuas botas que logo as calçadas de volta.
O dia que amanhece é o primeiro dia da tua vida
e assim (a cada dia atento) eis a eternidade te dando sopa.
Bebe tudo,
tudo.
Lembra-te do mingau das borboletas
naquele tempo de inocência e espanto.
A eternidade tem este gosto:
mingau das asas da borboleta.
2 comentários:
Benvinda, presença poética e amiga !
Domingos,
Adoro suas poesias...
Mas esta que você fala que a "eternidade tem este gosto: mingau de asas da borboleta"Arrasou!
Parabéns e um abraço: Liduina.
Postar um comentário