São coisas nossas encontrar pessoas, e dentre elas, amigos de velhos tempos.
Pois não é que outro dia, um sábado, agorinha, lá estava eu no bar do Fabiano, no Lameiro, em frente à Capela de S. José Operário, tomando uma cervejinha, quando, de repente, chegou Samuel Araripe. Meu amigo Samuel desde os tempos de menino, quando o avistava, nas cabeceiras do velho engenho do Lameiro, correndo pra cima e pra baixo, brincado por entre as vastas terras da família, no sopé da Chapada do Araripe.
O agora prefeito convidou-me a sentar-se em sua companhia. A princípio, achegaram-se, afora os que vinham com ele, os seus familiares, mas onde está a autoridade baixa sempre a entourage. E haja a chegar vereadores, secretários, candidatos a canditado, e entre eles alguns amigos antigos que fazia tempo não os encontrava: Raimundo Filho, Duda, Panca... e a mãe de Samuel a dona Maria do Céu, figura impoluta e acreditada entre todos os moradores do velho/novo Lameiro e adjacências.
Pois bem, volta e meia cometo gafes horrorosas, como esquecer nomes, origens e posições de pessoas e até sua pertença familiar. Foi o que ocorreu com a primeira-dama, Mônica Araripe. Conversa vai e conversa vem, na dialética de ouvi-la e ponderar sobre seus empreendimentos produtivos para o município, mas longe de sacar de onde a conhecia no todo, essa pessoa tão familiar e ao mesmo tempo tão estranha em minhas lembranças. Na primeira tentativa de “me livrar do mal” do esquecimento, fiz-lhe uma vaga pergunta sobre, e ela me disse, na lata:
- Fui sua aluna, professor!
Roguei-lhe mil perdões.
Avistei, de soslaio, o outrora poeta marginal, e hoje fotógrafo municipal, Wilson Bernardes. Ele, pelo que vi, não focou a sua câmara em direção à mesa do bar do Wilson, lugar de um gostoso ágape, mandado servir pelo nosso loquaz e eloqüente “tuxaua”.
Afora os outros adjetivos, o “tuxaua” parece não condizer bem com a figura e a situação atual do prefeito. Há um sentimento, difuso, de que a nossa urbe parece andar inflacionada de caciques e morubixabas mandando de dentro e de fora, principalmente de fora para dentro.
Mas uma coisa nisto tudo me chama a atenção. No passado, quase todos os prefeitos brigavam com os governadores incrustados lá em Fortaleza, e deles se distanciavam comprometendo o desenvolvimento do Crato. Já com o ex-camisa sete do futebol cratense, há algo de diferente. O homem não tem hostilizado nem enfrentado aquele que sai nas colunas sociais e na imprensa conveniente, com a máscara de “socialista”, o nosso governador das bandas do norte.
O prefeito tem se segurado decentemente, e suportado a nova onda da política cearense. Não sou do partido do prefeito, e nem de nenhum outro, mas dou valor quando uma pessoa se mantém fiel a seus princípios ideológicos, sejam de direita ou de esquerda, se é que isso existe na prática.
São coisas nossas essas estrovengas políticas quando ventos viram redemoinhos. Os que eram isto, hoje são aquilo. E eu nem imagino até onde vai a “teimosia” do velho coqueiro da casa do Lameiro da família Alencar. Tem mais de 50 metros, e continua lá, pendendo e resistindo às intempéries da natureza.
As intempéries políticas costumam ser mais terríveis..
.
Mas o Crato é maior do que pensam as vãs cabeças políticas, todas elas...
E como diria o velho comunista Cacá Araújo – Salve o Crato!
PS. O prefeito ainda não cumpriu com a promessa de instalação dos redutores de velocidade anunciada sob aplausos dos presentes, por ocasião do rega-bofe, para o trecho em frente à Capela de S. José Operário, no Lameiro. Mas, como um dia disse o Dihelson Mendoça, do staff de comunicação da prefeitura, “tudo é só uma questão de um simples telefonema”.
E eu vou telefonar, mas que isto não vire um pesadelo, tal qual aquele encontrado no filme “Uma Simples Formalidade" (Una Pura Formalità). 1994. Itália. Direção e Roteiro: Giuseppe Tornatore.
E para quem gosta, nesta quinta, no Compositores do Brasil , a partir das 14 horas, na Rádio Educadora,AM 1020, www.radioeducarora1020.com.br, o grande compositor Alcyr Pires Vermelho.
Um bom fim de semana para todos.
Pois não é que outro dia, um sábado, agorinha, lá estava eu no bar do Fabiano, no Lameiro, em frente à Capela de S. José Operário, tomando uma cervejinha, quando, de repente, chegou Samuel Araripe. Meu amigo Samuel desde os tempos de menino, quando o avistava, nas cabeceiras do velho engenho do Lameiro, correndo pra cima e pra baixo, brincado por entre as vastas terras da família, no sopé da Chapada do Araripe.
O agora prefeito convidou-me a sentar-se em sua companhia. A princípio, achegaram-se, afora os que vinham com ele, os seus familiares, mas onde está a autoridade baixa sempre a entourage. E haja a chegar vereadores, secretários, candidatos a canditado, e entre eles alguns amigos antigos que fazia tempo não os encontrava: Raimundo Filho, Duda, Panca... e a mãe de Samuel a dona Maria do Céu, figura impoluta e acreditada entre todos os moradores do velho/novo Lameiro e adjacências.
Pois bem, volta e meia cometo gafes horrorosas, como esquecer nomes, origens e posições de pessoas e até sua pertença familiar. Foi o que ocorreu com a primeira-dama, Mônica Araripe. Conversa vai e conversa vem, na dialética de ouvi-la e ponderar sobre seus empreendimentos produtivos para o município, mas longe de sacar de onde a conhecia no todo, essa pessoa tão familiar e ao mesmo tempo tão estranha em minhas lembranças. Na primeira tentativa de “me livrar do mal” do esquecimento, fiz-lhe uma vaga pergunta sobre, e ela me disse, na lata:
- Fui sua aluna, professor!
Roguei-lhe mil perdões.
Avistei, de soslaio, o outrora poeta marginal, e hoje fotógrafo municipal, Wilson Bernardes. Ele, pelo que vi, não focou a sua câmara em direção à mesa do bar do Wilson, lugar de um gostoso ágape, mandado servir pelo nosso loquaz e eloqüente “tuxaua”.
Afora os outros adjetivos, o “tuxaua” parece não condizer bem com a figura e a situação atual do prefeito. Há um sentimento, difuso, de que a nossa urbe parece andar inflacionada de caciques e morubixabas mandando de dentro e de fora, principalmente de fora para dentro.
Mas uma coisa nisto tudo me chama a atenção. No passado, quase todos os prefeitos brigavam com os governadores incrustados lá em Fortaleza, e deles se distanciavam comprometendo o desenvolvimento do Crato. Já com o ex-camisa sete do futebol cratense, há algo de diferente. O homem não tem hostilizado nem enfrentado aquele que sai nas colunas sociais e na imprensa conveniente, com a máscara de “socialista”, o nosso governador das bandas do norte.
O prefeito tem se segurado decentemente, e suportado a nova onda da política cearense. Não sou do partido do prefeito, e nem de nenhum outro, mas dou valor quando uma pessoa se mantém fiel a seus princípios ideológicos, sejam de direita ou de esquerda, se é que isso existe na prática.
São coisas nossas essas estrovengas políticas quando ventos viram redemoinhos. Os que eram isto, hoje são aquilo. E eu nem imagino até onde vai a “teimosia” do velho coqueiro da casa do Lameiro da família Alencar. Tem mais de 50 metros, e continua lá, pendendo e resistindo às intempéries da natureza.
As intempéries políticas costumam ser mais terríveis..
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Mas o Crato é maior do que pensam as vãs cabeças políticas, todas elas...
E como diria o velho comunista Cacá Araújo – Salve o Crato!
PS. O prefeito ainda não cumpriu com a promessa de instalação dos redutores de velocidade anunciada sob aplausos dos presentes, por ocasião do rega-bofe, para o trecho em frente à Capela de S. José Operário, no Lameiro. Mas, como um dia disse o Dihelson Mendoça, do staff de comunicação da prefeitura, “tudo é só uma questão de um simples telefonema”.
E eu vou telefonar, mas que isto não vire um pesadelo, tal qual aquele encontrado no filme “Uma Simples Formalidade" (Una Pura Formalità). 1994. Itália. Direção e Roteiro: Giuseppe Tornatore.
E para quem gosta, nesta quinta, no Compositores do Brasil , a partir das 14 horas, na Rádio Educadora,AM 1020, www.radioeducarora1020.com.br, o grande compositor Alcyr Pires Vermelho.
Um bom fim de semana para todos.
2 comentários:
Zé Nilton de Figueiredo não é só um bom mestre, bom músico, bom papo...
É também um excelente cronista e um homem culto.
Pena que seja egoísta e escreva tão pouco, privando-nos do deleite de ler -- mais vezes -- suas crônicas, leves, lógicas, e, o melhor, escritas sem qualquer “ranço”. Principalmente o ideológico.
Já se disse alhures que a marca mais distintiva de um homem culto é a possibilidade de aceitar um ponto de vista diferente do seu; pôr-se no lugar de outra pessoa e ver a vida e os seus problemas dessa perspectiva.
Dá pena ver tantas crônicas escritas sobre o Crato, escritas distante da realidade; eivadas de erros; inspiradas em preconceitos produzidos ao sabor das ideias fixas.
Diferente de uma crônica como esta de Zé Nilton de Figueiredo.
Como ele em escreveu: “O Crato é maior do que pensam as vãs cabeças”.
Ave, Zé Nilton do Lameiro!
Os deuses te saúdam!
Meu caro Armando.
Bom ler seus comentários, sempre respeitosos e sinceros.
Noel Rosa tem uma música chamada "filosofia", onde a letra diz:
"Mas, a filosofia, hoje me auxilia, a viver indiferente assim"...
Eu digo:
Mas, a Antropologia, hoje me auxilia a ver as coisas diferentes assim...
Um abração.
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