Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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sábado, 28 de novembro de 2009

Manoel Antonio Almeida




Manuel Antônio de Almeida nasceu em 17 de novembro de 1831. Ainda estudava Medicina quando seu folhetim semanal “Memórias de um sargento de milícias” começou a fazer sucesso no suplemento “Pacotilha”, do jornal Correio Mercantil. As pessoas liam e gostavam, mas não sabiam quem era o autor de linguagem inovadora, diferente da tipologia romântica da época.

Formou-se em Medicina, mas nunca exerceu o cargo, pois já se engajava na área jornalística, na qual foi nomeado Diretor da Tipografia Nacional, em 1857. Durante o exercício desta função, Manuel Antônio impressionou ao dar emprego a um mestiço pobre chamado Machado de Assis.

Em 28 de novembro de 1861, o escritor morre no naufrágio do navio Hermes, pouco tempo depois de completar 30 anos.

O folhetim “Memórias de um sargento de milícias” virou livro e teve lugar de destaque na fase do Romantismo ainda vigente, pois era uma obra distante dos romances publicados, como A Moreninha, por exemplo. Longe dos salões da aristocracia, dos ambientes sofisticados e do falar difícil, Manuel Antônio retrata o povo em sua simplicidade, linguagem coloquial, festas populares e personagens com estereótipos próximos da realidade e nomes sugestivos. É por estes motivos que o romance é considerado de costumes, pois dita a vida que se passa nas ruas no “tempo do rei”.

Sua prosa simples e direta, com pitacos de humor e sátira, completa as características deste escritor romântico irreverente.

Obras: Romance: Memórias de um sargento de milícias (1854-55)
Drama lírico: Dois amores
Poesia: alguns poemas publicados em revistas e jornais.

Veja abaixo um trecho da obra Memórias de um sargento de milícias e confira a linguagem popular:

(...) “Foram ter com Maria-Regalada, que mesmo na véspera lhes tinha mandado dar parte que se mudara da Prainha e oferecia-lhes sua nova morada. A comadre, de tudo inteirada, fez parte da comissão. Quando entraram em casa de Maria-Regalada, a primeira pessoa que lhes apareceu foi o major Vidigal, e, o que é mais, o major Vidigal, em hábitos menores, de rodaque e tamancos.
– Ah! – disse a comadre em tom malicioso, apenas apareceu a Maria-Regalada – pelo que vejo isto por aqui vai bem...
– Não se lembra – respondeu Maria- Regalada – daquele segredo com que obtive o perdão do moço? Pois era isto!...” (...)

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

2 comentários:

Corujinha Baiana disse...

"Engano" e não "engan".

Corujinha Baiana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.