Manuel Antônio de Almeida nasceu em 17 de novembro de 1831. Ainda estudava Medicina quando seu folhetim semanal “Memórias de um sargento de milícias” começou a fazer sucesso no suplemento “Pacotilha”, do jornal Correio Mercantil. As pessoas liam e gostavam, mas não sabiam quem era o autor de linguagem inovadora, diferente da tipologia romântica da época.
Formou-se em Medicina, mas nunca exerceu o cargo, pois já se engajava na área jornalística, na qual foi nomeado Diretor da Tipografia Nacional, em 1857. Durante o exercício desta função, Manuel Antônio impressionou ao dar emprego a um mestiço pobre chamado Machado de Assis.
Em 28 de novembro de 1861, o escritor morre no naufrágio do navio Hermes, pouco tempo depois de completar 30 anos.
O folhetim “Memórias de um sargento de milícias” virou livro e teve lugar de destaque na fase do Romantismo ainda vigente, pois era uma obra distante dos romances publicados, como A Moreninha, por exemplo. Longe dos salões da aristocracia, dos ambientes sofisticados e do falar difícil, Manuel Antônio retrata o povo em sua simplicidade, linguagem coloquial, festas populares e personagens com estereótipos próximos da realidade e nomes sugestivos. É por estes motivos que o romance é considerado de costumes, pois dita a vida que se passa nas ruas no “tempo do rei”.
Sua prosa simples e direta, com pitacos de humor e sátira, completa as características deste escritor romântico irreverente.
Obras: Romance: Memórias de um sargento de milícias (1854-55)
Drama lírico: Dois amores
Poesia: alguns poemas publicados em revistas e jornais.
Veja abaixo um trecho da obra Memórias de um sargento de milícias e confira a linguagem popular:
(...) “Foram ter com Maria-Regalada, que mesmo na véspera lhes tinha mandado dar parte que se mudara da Prainha e oferecia-lhes sua nova morada. A comadre, de tudo inteirada, fez parte da comissão. Quando entraram em casa de Maria-Regalada, a primeira pessoa que lhes apareceu foi o major Vidigal, e, o que é mais, o major Vidigal, em hábitos menores, de rodaque e tamancos.
– Ah! – disse a comadre em tom malicioso, apenas apareceu a Maria-Regalada – pelo que vejo isto por aqui vai bem...
– Não se lembra – respondeu Maria- Regalada – daquele segredo com que obtive o perdão do moço? Pois era isto!...” (...)
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola
2 comentários:
"Engano" e não "engan".
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