A virose dá o ar da sua graça:
arranhando-me a garganta
um giz de lousa.
O corpo esmorece:
bate catolé
na hora do beijo.
Tusso, tusso, tusso.
Nenhuma alma caridosa
oferece-me um chá.
Camomila com hortelã.
Limão com canela.
Dentro dos meus olhos
já mesa posta
com toalha de xadrez
de plástico.
Risque seus dedos nela.
Faça um desenho infantil.
Uma casa,
uma árvore.
Não se esqueça das portas abertas
nem os pequenos frutos suspensos.
Os dedos dos pés sobre as correias das sandálias
comovem-se com meu estado febril:
fazem figa, oram deus pai.
Domingos Barroso
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