A necessária reprodução do esquecimento:
conversa com Everardo Norões
(Cristhiano Aguiar)
Uma das vozes de maior destaque na poesia brasileira contemporânea, o poeta cearense, radicado em Pernambuco, Everardo Norões, acaba de lançar um livro novo: Poeiras na réstia, publicado pela editora 7letras. Em conversa exclusiva para a Crispim, por e-mail, Everardo fala um pouco das relações entre poesia, política e contemporaneidade.
1) Everardo, algumas vezes conversamos sobre sua experiência como exilado político, durante a ditadura militar. Sem dar nomes, claro, como você via a atuação dos poetas, tanto em Pernambuco, quanto em outros estados, em relação ao regime?
O poeta deve enxergar o núcleo escuro do mundo, o lugar de onde vem a lava incandescente que nos queima e, contraditoriamente, nos alimenta. Outro dia, lendo um texto do filósofo italiano Giorgio Agamben, fui tocado pela maneira como ele observa o conceito de contemporaneidade. Ser contemporâneo, segundo ele, é aderir ao seu próprio tempo, enquanto, simultaneamente, nos distanciamos dele. É como se estivéssemos na claridade e olhássemos também o lado escuro das coisas. Como se tivéssemos sempre à mão um caco de vidro esfumaçado para observar o eclipse. A partir daí, é possível concluir que ser contemporâneo é diferente de ser ‘atual’. Ser atual remete a uma concepção linear do tempo. Mas nossa relação com o tempo é dialética: aderimos a ele; ao mesmo tempo dele fugimos, pois somente nessa fuga podemos senti-lo na sua plenitude.
Temos de ter uma noção dessa totalidade para não observarmos apenas um pedaço do caminho. É por isso que toda grande poesia é política, pois acaba por exprimir uma visão necessariamente crítica.
O exílio é uma espécie de troca de mundos. Você não precisa sair do Brasil para se sentir exilado. Quando você troca de mundo, você guarda um referencial que lhe permite fazer comparações, olhar com mais objetividade os retalhos de sua vida que ficaram para trás, comparar acontecimentos. Ou seja, você tem mais possibilidade de afiar sua visão crítica. Isso não significa, no entanto, que basta você ser exilado ou ter morado em outro lugar para adquirir essa percepção das coisas. Fábio Andrade escreveu uma matéria sobre meu penúltimo livro na qual faz uma observação interessante. Escreveu, salvo engano, que os caminhos da memória são reinventados continuamente, assim como a tradição também deve ser reinventada. No livro do escritor estadunidense Philip Roth (vamos adotar essa apelação, já que americanos somos todos nós...) ele entrevista outro escritor, que eu nunca li, chamado Aharon Appelfeld. E o entrevistado diz alguma coisa parecida: a memória é apenas um elemento menor no processo criativo, a criação é uma criatura independente. O exílio também pode ser social e talvez essa seja uma explicação pelo fato de Pernambuco ter tantos poetas...
Outra vantagem da circunstância de ser exilado é alcançar forças para colocar em questão os cânones ou para romper as peias da tradição. O último livro de Ronaldo Correia de Brito, Galiléia, a meu ver, deve ser lido sob esse prisma. O ‘sertão’ de Galiléia (coloco de propósito entre aspas) não é mais sertão. É como no Azulão, de Manuel Bandeira. Nosso sertão acabou. As relações mercantis (falo aqui das relações mercantis do capitalismo selvagem, não daquelas das gerações passadas) destruíram boa parte do que muita gente ainda continua a cultuar, como se a sociedade fosse imutável. Ora, a própria Igreja católica está em vias de desaparecimento, pelo menos naquela forma institucional em que a víamos, com padre, coroinha, sacristão...
Walter Benjamin escreveu uma espécie de parábola, que consegue resumir tudo isso. Está incluída no texto sobre seu conceito de história. Fala do angelus novus, um anjo que ele observou num quadro de Paul Klee. O anjo olha fixamente alguma coisa que ficou para trás, para um passado. Enquanto acompanhamos os acontecimentos, o anjo vê apenas a catástrofe e, conforme escreve Benjamin, quer acordar os mortos, juntar os pedaços dos escombros. Ao mesmo tempo, uma tempestade sopra do paraíso, abre as asas dele com força e o lança em direção ao futuro, amontoando ruínas que atingem o céu. Essa tempestade, segundo Benjamin, chama-se progresso. Ora, quem venera a tradição, teme a tempestade. Ficará imobilizado, a contemplar as ruínas...
2) Me parece, inclusive, que uma parte da nossa arte e literatura atuais parece estar imobilizada nestas ruínas. Muitos poetas e artistas criam tentando resgatar uma função “salvadora”, “revolucionária”, da arte. Por outro lado, vejo também, principalmente na poesia brasileira hoje, um certo fetiche pelo vanguardismo! Há uma cobrança de experimentalismo, a ponto de poetas de forma mais “contida” serem chamados de “caretas”. É reacionário escrever um soneto? Você acha que os beletristas do século XXI são aqueles que não conseguem sair das ruínas das histórias das vanguardas?
Hoje há muitos poetas ‘sociais’, ‘engajados’. Na conhecida época de chumbo, poucos poetas se manifestaram de forma clara. Um deles foi Alberto Cunha Melo. Para mim, Noticiário foi seu livro de grande impacto. Logo que voltei da África, recebi um exemplar desse livro, um presente do poeta Orley Mesquita. Há algum tempo atrás, Alberto e eu nos encontramos na Biblioteca Pública e eu lhe disse de minha preferência por Noticiário. Ele concordou. Seu poema sobre a seção de obras raras estava na sala onde trabalhava naquela Biblioteca. Deveria ser distribuído e afixado em todas as salas de leitura. Mas Alberto é um poeta importante não apenas porque sua poesia teve força de denúncia, mas pela maneira original como essa denúncia é posta.
Não procuro fazer poemas ‘políticos’. Quando escrevo que as ruas com nomes de coisas são mais humanas, como o poema “Estátuas”, de meu penúltimo livro, Retábulo de Jerônimo Bosch, penso que há uma ‘leitura’ a ser feita em torno dos significados. Um poema pode ter uma conotação política mais forte sem adotar um discurso marcadamente contestatório. Hoje em dia a poesia deve denunciar de forma original a ‘racionalidade’ que transformou o ser humano em mero homo oeconomicus, uma ‘mutação antropológica considerável’, para usar a expressão de Cornelius Castoriadis. A crise que está sendo apregoada [a entrevista foi realizada em janeiro de 2009] - será que não vivemos constantemente em crise? - vai colocar novamente em questão certos paradigmas. Antes de qualquer coisa, deveríamos nos perguntar: isso também não ocorreu em 29? E por que depois houve uma Segunda Grande Guerra? E por que logo tudo foi de novo ‘esquecido’? É que a lógica da racionalidade capitalista tanto funcionou em Auschwitz como funciona em Israel; tanto funciona para o kit eletrônico previsto para ser consumido em determinado tempo - um computador, por exemplo - como para os armamentos sofisticados usados na Guerra do Iraque. O esquecimento, o esquecimento histórico, é uma necessidade para a reprodução desse paradigma. Para quem escreve ficção ou poesia, o que nos cabe é inventar formas que desmascarem essa ‘racionalidade’ e inscrevam o ser humano em outra dimensão, na qual o sensível de sua natureza essencialmente criadora possa se manifestar.
Observo que muitos escritores da nova geração têm uma atitude de respeito profundo para com a literatura. O que significa isso? Que não se contentam com o brilho da novidade e estudam atentamente as transformações do mundo das letras com a rapidez e a leveza que o novo século passou a exigir. Acho que ao fazer assim, permanecem atentos ao símbolo com o qual Italo Calvino saudou o novo milênio: “o salto ágil e imprevisto do poeta-filósofo que sobreleva o peso do mundo, demonstrando que sua gravidade detém o segredo da leveza, enquanto aquela que muitos julgam ser a vitalidade dos tempos, estrepitante e agressiva, espezinhadora e estrondosa, pertence ao reino da morte, como um cemitério de automóveis enferrujados”.
3) Como o poeta deve se posicionar em relação às pautas do seu tempo?
Há poetas entre nós que sempre se posicionaram em relação ao seu tempo, sem nunca descuidarem da forma, da síntese forma/conteúdo. João Cabral de Melo Neto, embora nem fosse militante político, foi o mais contemporâneo. Ele e Joaquim Cardozo foram, a meu ver, os dois grandes poetas brasileiros do século que passou. Um grande problema para os poetas de nossa geração foi tentar se desvencilhar das influências deles, sobretudo a de João Cabral - porque Joaquim Cardozo foi muito pouco divulgado. A grande poesia de João Cabral não é a que tem conotação mais abertamente política, como Morte e Vida Severina, mas os poemas sobre alguns toureiros, os da educação pela pedra, aqueles que rompem, de certa forma, com os cânones da poesia tradicional. Ele assume o lado ‘feio’ do poema, sem a chatice do violão de rua ou do poema sujo.
João Cabral e Joaquim Cardozo não são poetas ‘brasileiros’ ou ‘pernambucanos’. São poetas universais. Costumamos insistir na ‘pernambucanidade’ de João Cabral. Deveríamos, isto sim, dar como exemplo sua ‘universalidade’. Atribuir essa ‘pernambucanidade’ a um poeta como ele é apenas uma tentativa conservadora de recuperar e, ao mesmo tempo, amesquinhar, sua grandeza. Lembro que ele viveu muito tempo na Espanha, onde ainda hoje é reverenciado. Em plena ditadura franquista, sua casa em Barcelona foi uma espécie de guarida para intelectuais do porte de Joan Miró, Joan Brossa ou Angel Crespo.
(Cristhiano Aguiar)
http://www.revistacrispim.com.br/especiais/index.php?id_especial=11&id_texto=13
Uma das vozes de maior destaque na poesia brasileira contemporânea, o poeta cearense, radicado em Pernambuco, Everardo Norões, acaba de lançar um livro novo: Poeiras na réstia, publicado pela editora 7letras. Em conversa exclusiva para a Crispim, por e-mail, Everardo fala um pouco das relações entre poesia, política e contemporaneidade.
1) Everardo, algumas vezes conversamos sobre sua experiência como exilado político, durante a ditadura militar. Sem dar nomes, claro, como você via a atuação dos poetas, tanto em Pernambuco, quanto em outros estados, em relação ao regime?
O poeta deve enxergar o núcleo escuro do mundo, o lugar de onde vem a lava incandescente que nos queima e, contraditoriamente, nos alimenta. Outro dia, lendo um texto do filósofo italiano Giorgio Agamben, fui tocado pela maneira como ele observa o conceito de contemporaneidade. Ser contemporâneo, segundo ele, é aderir ao seu próprio tempo, enquanto, simultaneamente, nos distanciamos dele. É como se estivéssemos na claridade e olhássemos também o lado escuro das coisas. Como se tivéssemos sempre à mão um caco de vidro esfumaçado para observar o eclipse. A partir daí, é possível concluir que ser contemporâneo é diferente de ser ‘atual’. Ser atual remete a uma concepção linear do tempo. Mas nossa relação com o tempo é dialética: aderimos a ele; ao mesmo tempo dele fugimos, pois somente nessa fuga podemos senti-lo na sua plenitude.
Temos de ter uma noção dessa totalidade para não observarmos apenas um pedaço do caminho. É por isso que toda grande poesia é política, pois acaba por exprimir uma visão necessariamente crítica.
O exílio é uma espécie de troca de mundos. Você não precisa sair do Brasil para se sentir exilado. Quando você troca de mundo, você guarda um referencial que lhe permite fazer comparações, olhar com mais objetividade os retalhos de sua vida que ficaram para trás, comparar acontecimentos. Ou seja, você tem mais possibilidade de afiar sua visão crítica. Isso não significa, no entanto, que basta você ser exilado ou ter morado em outro lugar para adquirir essa percepção das coisas. Fábio Andrade escreveu uma matéria sobre meu penúltimo livro na qual faz uma observação interessante. Escreveu, salvo engano, que os caminhos da memória são reinventados continuamente, assim como a tradição também deve ser reinventada. No livro do escritor estadunidense Philip Roth (vamos adotar essa apelação, já que americanos somos todos nós...) ele entrevista outro escritor, que eu nunca li, chamado Aharon Appelfeld. E o entrevistado diz alguma coisa parecida: a memória é apenas um elemento menor no processo criativo, a criação é uma criatura independente. O exílio também pode ser social e talvez essa seja uma explicação pelo fato de Pernambuco ter tantos poetas...
Outra vantagem da circunstância de ser exilado é alcançar forças para colocar em questão os cânones ou para romper as peias da tradição. O último livro de Ronaldo Correia de Brito, Galiléia, a meu ver, deve ser lido sob esse prisma. O ‘sertão’ de Galiléia (coloco de propósito entre aspas) não é mais sertão. É como no Azulão, de Manuel Bandeira. Nosso sertão acabou. As relações mercantis (falo aqui das relações mercantis do capitalismo selvagem, não daquelas das gerações passadas) destruíram boa parte do que muita gente ainda continua a cultuar, como se a sociedade fosse imutável. Ora, a própria Igreja católica está em vias de desaparecimento, pelo menos naquela forma institucional em que a víamos, com padre, coroinha, sacristão...
Walter Benjamin escreveu uma espécie de parábola, que consegue resumir tudo isso. Está incluída no texto sobre seu conceito de história. Fala do angelus novus, um anjo que ele observou num quadro de Paul Klee. O anjo olha fixamente alguma coisa que ficou para trás, para um passado. Enquanto acompanhamos os acontecimentos, o anjo vê apenas a catástrofe e, conforme escreve Benjamin, quer acordar os mortos, juntar os pedaços dos escombros. Ao mesmo tempo, uma tempestade sopra do paraíso, abre as asas dele com força e o lança em direção ao futuro, amontoando ruínas que atingem o céu. Essa tempestade, segundo Benjamin, chama-se progresso. Ora, quem venera a tradição, teme a tempestade. Ficará imobilizado, a contemplar as ruínas...
2) Me parece, inclusive, que uma parte da nossa arte e literatura atuais parece estar imobilizada nestas ruínas. Muitos poetas e artistas criam tentando resgatar uma função “salvadora”, “revolucionária”, da arte. Por outro lado, vejo também, principalmente na poesia brasileira hoje, um certo fetiche pelo vanguardismo! Há uma cobrança de experimentalismo, a ponto de poetas de forma mais “contida” serem chamados de “caretas”. É reacionário escrever um soneto? Você acha que os beletristas do século XXI são aqueles que não conseguem sair das ruínas das histórias das vanguardas?
Hoje há muitos poetas ‘sociais’, ‘engajados’. Na conhecida época de chumbo, poucos poetas se manifestaram de forma clara. Um deles foi Alberto Cunha Melo. Para mim, Noticiário foi seu livro de grande impacto. Logo que voltei da África, recebi um exemplar desse livro, um presente do poeta Orley Mesquita. Há algum tempo atrás, Alberto e eu nos encontramos na Biblioteca Pública e eu lhe disse de minha preferência por Noticiário. Ele concordou. Seu poema sobre a seção de obras raras estava na sala onde trabalhava naquela Biblioteca. Deveria ser distribuído e afixado em todas as salas de leitura. Mas Alberto é um poeta importante não apenas porque sua poesia teve força de denúncia, mas pela maneira original como essa denúncia é posta.
Não procuro fazer poemas ‘políticos’. Quando escrevo que as ruas com nomes de coisas são mais humanas, como o poema “Estátuas”, de meu penúltimo livro, Retábulo de Jerônimo Bosch, penso que há uma ‘leitura’ a ser feita em torno dos significados. Um poema pode ter uma conotação política mais forte sem adotar um discurso marcadamente contestatório. Hoje em dia a poesia deve denunciar de forma original a ‘racionalidade’ que transformou o ser humano em mero homo oeconomicus, uma ‘mutação antropológica considerável’, para usar a expressão de Cornelius Castoriadis. A crise que está sendo apregoada [a entrevista foi realizada em janeiro de 2009] - será que não vivemos constantemente em crise? - vai colocar novamente em questão certos paradigmas. Antes de qualquer coisa, deveríamos nos perguntar: isso também não ocorreu em 29? E por que depois houve uma Segunda Grande Guerra? E por que logo tudo foi de novo ‘esquecido’? É que a lógica da racionalidade capitalista tanto funcionou em Auschwitz como funciona em Israel; tanto funciona para o kit eletrônico previsto para ser consumido em determinado tempo - um computador, por exemplo - como para os armamentos sofisticados usados na Guerra do Iraque. O esquecimento, o esquecimento histórico, é uma necessidade para a reprodução desse paradigma. Para quem escreve ficção ou poesia, o que nos cabe é inventar formas que desmascarem essa ‘racionalidade’ e inscrevam o ser humano em outra dimensão, na qual o sensível de sua natureza essencialmente criadora possa se manifestar.
Observo que muitos escritores da nova geração têm uma atitude de respeito profundo para com a literatura. O que significa isso? Que não se contentam com o brilho da novidade e estudam atentamente as transformações do mundo das letras com a rapidez e a leveza que o novo século passou a exigir. Acho que ao fazer assim, permanecem atentos ao símbolo com o qual Italo Calvino saudou o novo milênio: “o salto ágil e imprevisto do poeta-filósofo que sobreleva o peso do mundo, demonstrando que sua gravidade detém o segredo da leveza, enquanto aquela que muitos julgam ser a vitalidade dos tempos, estrepitante e agressiva, espezinhadora e estrondosa, pertence ao reino da morte, como um cemitério de automóveis enferrujados”.
3) Como o poeta deve se posicionar em relação às pautas do seu tempo?
Há poetas entre nós que sempre se posicionaram em relação ao seu tempo, sem nunca descuidarem da forma, da síntese forma/conteúdo. João Cabral de Melo Neto, embora nem fosse militante político, foi o mais contemporâneo. Ele e Joaquim Cardozo foram, a meu ver, os dois grandes poetas brasileiros do século que passou. Um grande problema para os poetas de nossa geração foi tentar se desvencilhar das influências deles, sobretudo a de João Cabral - porque Joaquim Cardozo foi muito pouco divulgado. A grande poesia de João Cabral não é a que tem conotação mais abertamente política, como Morte e Vida Severina, mas os poemas sobre alguns toureiros, os da educação pela pedra, aqueles que rompem, de certa forma, com os cânones da poesia tradicional. Ele assume o lado ‘feio’ do poema, sem a chatice do violão de rua ou do poema sujo.
João Cabral e Joaquim Cardozo não são poetas ‘brasileiros’ ou ‘pernambucanos’. São poetas universais. Costumamos insistir na ‘pernambucanidade’ de João Cabral. Deveríamos, isto sim, dar como exemplo sua ‘universalidade’. Atribuir essa ‘pernambucanidade’ a um poeta como ele é apenas uma tentativa conservadora de recuperar e, ao mesmo tempo, amesquinhar, sua grandeza. Lembro que ele viveu muito tempo na Espanha, onde ainda hoje é reverenciado. Em plena ditadura franquista, sua casa em Barcelona foi uma espécie de guarida para intelectuais do porte de Joan Miró, Joan Brossa ou Angel Crespo.
(Cristhiano Aguiar)
http://www.revistacrispim.com.br/especiais/index.php?id_especial=11&id_texto=13
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