Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sobre o livro de todos nós - por José Flávio Vieira

“Parece que tudo passa para que recomece
Desde o princípio, como se fosse novo, ou se observe
sem levar em conta algo ao espírito que já existiu
e tampouco aquilo que virá , infindável.”
....................................................................
“Seremos capazes de devolver ao espírito cada centelha,
Se agora testemunharmos que tudo vive:
o passado dentro do futuro, a sabedoria na loucura,
o conhecimento nas trevas,
e tudo aquilo que na vida é rubro, vermelho-escuro,
branco raiado de paixão, jamais se acinzente”
Miodrag Pávlovitch ( “Tudo Vive”)


À Guisa de Caricatura

Este livro é o diário de bordo de muitas viagens. Reunem-se nele os espólios de guerra de vários sobreviventes. Vencedores /vencidos da peste negra do tempo, do aríete dos anos, do curare paralisante do cotidiano. Como o poeta já nos havia alertado: “Tudo que respira / conspira”. Partimos lépidos, sem sequer perceber que a vida, como a terra, é esférica. Caminhos díspares, eis que nos encontramos todos, algo fatigados, na mesma encruzilhada. Vimo-nos Sífisos, fitando-nos surpresos, na certeza que tudo passou exatamente para que tudo recomeçasse. Como se todos fôssemos palavras de uma mesma oração, peças de um mesmo tabuleiro, planetas aparentemente dispersos no éter, mas presos, ainda que imperceptivelmente, por uma mesma força gravitacional misteriosa. Assim, como contas de um mesmo colar, estes contos/crônicas/poemas/ensaios têm um fino fio que os une. No fundo são capítulos de uma mesma história. Como Scheherazade, pomo-nos a narrar nossas “1001 Noites”, na inglória tentativa de aplacarmos a tara do Grão-Vizir do tempo. O leitor desavisado ao mergulhar nestas páginas não sairá incólume. Instigado pela tênue centelha, quem sabe descobrirá que o futuro gesta no ventre do passado e que a sabedoria é apenas a loucura que tirou férias? Esta é nossa tentativa em levar o rubro da paixão à aquarela da vida. Ela que teima em esmaecer frente aos raios do sol que, se ironicamente de um lado lhe dão brilho incandescente, do outro lhe sugam as cores e matizes.
J. Flávio Vieira
Crato, 21/05/10




Nenhum comentário: