Talvez a gengiva inflamada
por sobra de versos.
Haveria de ter escrito poemas
e não perdido os sentidos
depois do último trago
e da última baforada.
Recomeça o silêncio
dentro de uma mente
que é toda balbúrdia.
O coração é uma eterna delicadeza
de vasos dilatados (decerto todos
inflamados e tenros ao primeiro golpe
do bisturi ou da pena).
Alma, oh alma
não espremas tantas nuvens
não queimes tantos cílios:
basta de chuva
nos meus olhos.
Prefiro os sapinhos
da minha língua
a este dolorido vazio
de não morder nunca
braço de ninguém.
3 comentários:
Pequenos retalhos do nosso dia (re)compõem aos poucos cada pedacinho se nossos sonhos...
Mesmo quando o dia perece estancar, os respingos da tarde nos apascentam e aos poucos o vazio vai se preenchendo de alegria. A dor se dissipa, a nuvens se afastam e podemos trocar um bom dedo de prosa.
Abraço, poeta.
Claude
Poeta,
Guarde o coração
para mais tarde.
O silencio será quebrado
pelo riso em dose dupla
de regadoras de plantinhas
da janela
As águas serão das nuvens
e não molhadas pelos cílios
sofridos.
Deixe que os vasos se dilatem
na delicadeza do encontro
da conversa carinhosa.
Com certeza encontraremos
sapinhos escondidos
entre folhas
se protegendo das ariscas formigas
Espere por nós poeta
estamos chegando
Claude e Edilma
o meu coração vos espera.
Beijos carinhosos.
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