Paracuru, 6 de agosto de 2010.
Vagaroso,
o tampão do dia escorregou,
atrás das montanhas azuis
da minha distância.
Quando me dei conta,
a luz do dia,
escoava inteira por ali,
no esgoto da existência.
Enquanto,
ouro de frontispício,
avermelhava-se o canto,
do escoado dia.
Secava,
toda a luz existente,
do recipiente do céu,
escuridez figurada.
E neste instante,
do fusco do perdido claro,
o céu era via láctea,
um novo luminar.
Sutil,
subentendida sabedoria,
silente verdade,
contemplativa nuance.
E o céu,
preenchido de vaga-lumes,
retirada de galáxias,
girou.
E no outro lado,
a monção de luzes,
vidente resplandeceu,
os poros da pele.
Não sempre,
alternada com a sutileza,
entre a paga da vida,
e a vida paga.
4 comentários:
Zé do Vale,
Sua ausência foi muito sentida aqui no Cariricaturas e também por entre as pessoas que lhe têm estima (como eu, Socorro, Edilma e todos os de quem você conquistou a amizade.
Ficamos felizes por "revê-lo" por aqui e sobretudo pelo poema que nos oferece, talvez o mais lindo que possa ter escrito.
Tocados/as por ele, lhe enviamos um abraço repleto de saudades.
Claude
Ei, José,
Sua inspiração chega bem aqui conosco.
Abraço.
Do Vale,
Alternando com sutileza
entre a paga da vida
e a vida paga.
Lindo!
Estamos sentindo a sua falta.
Abraço !
No curso do céu a poesia é matéria principal.
Zé é Vale doce , que enebria pensamentos, no curso do céu.
A paga da vida é pena leve, se for paga todo dia.
A vida paga as esperas.
Recebemos agora o presente poético de quem esperamos a presença, noite e dia !
Abraços
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