Aviso: qualquer semelhança com algum antropônimo do passado, presente ou futuro é mera coincidência. Estes fatos são uma ficção e nada tem a ver com a realidade, especialmente a brasileira.
Zuleica com roupas de jogging, serelepe para algumas voltas correndo no Parque de Exposições, em pleno das 4h30min dos galos cantantes. Passa na frente da casa de Antonio de Selma. Antonio, para surpresa geral, está com uma mangueira aguando suas plantas desidratadas. É costume esquecer, mas naquele dia, no calor dos eventos jornalísticos da noite passada, ele, o maior repórter do interior (não só do estado, é do Brasil, mas há quem diga que do mundo e eu concordo) não estica a soneca do amanhecer. Vai para suas roseiras com mangueira e tudo.
Zuleica pára e diz: vamos?
Ho..ho...ho... – é a resposta do nosso De Selma. Seu olhar de persiana arriada, como o de Luiz de Borba, é mais expressivo do que todas as reportagens que fez o ano todo.
Zuleica, continua: e a Erenice?
- É Guerra!
- ???? – isso estava estampado no rosto de Zuleica e De Selma continua:
- Tropa perdendo, no recuo é pior do que animal na armadilha, vale tudo: bala dundum, gás mostarda, o negócio é matar, esfolar, não deixar nem rastro.
- E o tribunal de Genebra? – Zuleica brinca.
- Já viu a Bósnia? Com sangue nos dentes só existe o instinto de matar. Depois vem o arrependimento quando o sangue jorrou para o lado deles. Aí vai dizer que só fez o que lhe mandaram. Foi a mídia que trouxe a munição. Foi o inimigo que lhe provocou o ódio irracional. Viu Hitler, suicidou-se para não assumir a história.
Zuleica com os olhos arregalados repete se ele não quer pôr um tênis e ir correr para espalhar o sangue.
- Vou não. Não. Não vou mesmo. Interrompe as negativas um pouco enquanto reflete algo e continua: Nem que o papa peça. Arrematou na língua do “P”.
Zuleica adora provocar De Selma para ouvir as tiradas deles e pergunta o porquê.
- Não vou porque disseram que fazer exercício rejuvenescia. Então fiz esteira com o Doutor, comprei tênis, meias apropriadas, até estes spray de tira chulé eu comprei. E sai com a esperança de que com uma semana, já tivesse rejuvenescido pelo menos um mês. Como são cinqüenta e duas por ano, num ano eu teria voltado no tempo quatro anos. Mas o quê? Qual o quê? Todo mundo era velho. Aquilo faz é envelhecer as pessoas. Não vou mais. Não me chame para corrida que eu deito.
Zuleica com roupas de jogging, serelepe para algumas voltas correndo no Parque de Exposições, em pleno das 4h30min dos galos cantantes. Passa na frente da casa de Antonio de Selma. Antonio, para surpresa geral, está com uma mangueira aguando suas plantas desidratadas. É costume esquecer, mas naquele dia, no calor dos eventos jornalísticos da noite passada, ele, o maior repórter do interior (não só do estado, é do Brasil, mas há quem diga que do mundo e eu concordo) não estica a soneca do amanhecer. Vai para suas roseiras com mangueira e tudo.
Zuleica pára e diz: vamos?
Ho..ho...ho... – é a resposta do nosso De Selma. Seu olhar de persiana arriada, como o de Luiz de Borba, é mais expressivo do que todas as reportagens que fez o ano todo.
Zuleica, continua: e a Erenice?
- É Guerra!
- ???? – isso estava estampado no rosto de Zuleica e De Selma continua:
- Tropa perdendo, no recuo é pior do que animal na armadilha, vale tudo: bala dundum, gás mostarda, o negócio é matar, esfolar, não deixar nem rastro.
- E o tribunal de Genebra? – Zuleica brinca.
- Já viu a Bósnia? Com sangue nos dentes só existe o instinto de matar. Depois vem o arrependimento quando o sangue jorrou para o lado deles. Aí vai dizer que só fez o que lhe mandaram. Foi a mídia que trouxe a munição. Foi o inimigo que lhe provocou o ódio irracional. Viu Hitler, suicidou-se para não assumir a história.
Zuleica com os olhos arregalados repete se ele não quer pôr um tênis e ir correr para espalhar o sangue.
- Vou não. Não. Não vou mesmo. Interrompe as negativas um pouco enquanto reflete algo e continua: Nem que o papa peça. Arrematou na língua do “P”.
Zuleica adora provocar De Selma para ouvir as tiradas deles e pergunta o porquê.
- Não vou porque disseram que fazer exercício rejuvenescia. Então fiz esteira com o Doutor, comprei tênis, meias apropriadas, até estes spray de tira chulé eu comprei. E sai com a esperança de que com uma semana, já tivesse rejuvenescido pelo menos um mês. Como são cinqüenta e duas por ano, num ano eu teria voltado no tempo quatro anos. Mas o quê? Qual o quê? Todo mundo era velho. Aquilo faz é envelhecer as pessoas. Não vou mais. Não me chame para corrida que eu deito.
Um comentário:
Ótimo texto !
Ficção com um pé plantado no presente, que já é passado.
Mudaremos o futuro , no entendimento ?
Uns dizem : Tomara !
Outros cantam :
"qual o quê
logo vou esquentar seu prato
dou um beijo em seu retrato
e abro os meus braços pra você"
Eu não escuto o que dizem
mas escuto o que quero
na boca de quem eu gosto !
Meu voto é seu ! (risos)
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