Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A Festa de Olugbejé

Quem são estas figuras esquálidas , transpirando um consolado sofrimento, que se postam pacientemente sentados , em volta do Terreiro, como se esperando a aparição súbita da Virgem? Trazem consigo um ar cansado , como se houvessem sido arrancados, a contra vontade, de uma tela de Portinari. São faces apáticas , tintas de desencanto, onde no entanto, sublevam-se, misteriosamente, raros fios de esperança. À sua volta o Terreiro Axé Ilê Uilá, fazendo um brusco contraponto, explode de alegria. O calor de Agosto parece se amplificar nas cores branca, preta e marrom- rajado, em homenagem a Omulu. É a Festa de Olugbejé que reverencia o Orixá da Saúde e das Pestes. O Runtó , num canto, percutindo o atabaque, imprime um ar de estranho mistério no ambiente. A gugura é dada, fartamente, em oferenda ao Orixá. Quase que matematicamente os circunstantes saúdam Omulu:
---- Atótóo !!!!!
Em suas vestes sacerdotais, Pai Katolé, o Babalaoô do Axé Ilê Uilá, , ajudado pelo Pejigan , manipula calmamente o Rosário . Ao derredor seus filhos aguardam, ansiosos , abertura do Oráculo de Ifá.. Anualmente, já é uma tradição, no Olugbejé, Pai Katolé joga os búzios e ouvindo Orunmirá , faz as previsões para o ano vindouro.Fim de século, término de milênio, a solenidade religiosa tomava características bastante especiais. Esta é a razão maior para tamanha concentração naquela Segunda-Feira, no culto a Omulu.
---- Atótóo !!!!!
Em profundo êxtase, Pai Katolé toma da peneira com os 16 búzios sagrados- o Merindologún. A platéia, num misto de ansiedade e expectativa, aguarda as misteriosas palavras de Oludumaré , na certeza de que terá a antevisão do caos ou da bonança. Um agricultor do Barro Branco, face esculpida pelo barro e pelo Sol, adianta-se na primeira pergunta:
--- Teremos Inverno , nos próximos anos?
O Babalaoô arremesa os búzios sagrados e, enquanto os recolhe , meticulosamente, responde, com voz cavernosa:
--- Chuvas cairão, mais fortes em alguns locais e mais fracas em outros. Onde houver fartura Olurum mandará junto a alegria, onde houver seca dará força e resignação para vencer a sede e a fome.
---- Nosso povo será feliz no próximo milênio , Pai Katolé? Indaga uma mocinha , ainda não contaminada pelo amargor dos anos.
Búzios atirados, atenta leitura feita, o Sacerdote, pausadamente , retruca:
---- Impossível falar-se em felicidade por todo um milênio. A felicidade nutre-se na água da fugacidade. É volátil e transitória por própria essência. Fosse eterna, não teria qualquer significado, talvez se chamasse monotonia. Ela só existe com sua irmã xifópaga: a Tristeza. A felicidade, por outro lado, é um estado de espírito pessoal e intransferível, independe de tudo que está ao seu derredor. Não tem cabimento, pois, falar na felicidade de um povo ou de uma nação.
Os atabaques marcam ritmadamente as palavras do Pai de Santo.Sem piscar os olhos, a platéia bebe sôfrega os ensinamentos do Sacerdote de Ifá.
--- No próximo Século, Pai Katolé, os pobres terão direito ao Reino da Terra ou precisarão esperar pelas benesses do Reino de Olurum, após a morte?
Búzios abertos, búzios fechados... O êxtase... e a resposta:
---- A terra não foi criada para ser o paraíso de poucos, o purgatório de alguns e o inferno de muitos.Este estado de coisas foi criado pelo próprio Homem e pelas forças negativas espirituais.O Homem tornou-se a anti-matéria do próprio Homem.Só teremos dois caminhos a seguir: ou viveremos com alguma equidade social ou nos auto-extinguiremos como espécie, no planeta.
--- O que o futuro, enfim nos proporcionará? O que dizem os búzios?
Olhos fitos na peneira, Pai Katolé em transe, declara:
---- O futuro, amigos, não são as páginas subseqüentes de um livro, previamente escrito e editado. O futuro é uma página em branco e que cabe a nós rascunhá-la , com as multicoloridas tintas da aquarela, com o rubro da violência ou com o preto – e –branco da trivialidade. O futuro é, pois, inescrutável, pois ele existirá como mero reflexo do que formos projetando no presente. Esta pergunta não deve ser feita aos Orixás , mas a nós próprios.
Por fim , um velho de barbas brancas caídas ao peito, interroga:
---- Qual serão os acontecimentos mais importantes do próximo milênio?
Pai Katolé lança os búzios, num movimento nervoso. Os olhos brilhantes fitam-nos dispersos erroneamente na peneira. O Babalaoô, com voz doce, conclui:
---- Muitos acontecimentos pretensamente soberbos acontecerão nos próximos mil anos, mas os mais importantes continuarão sendo: a alternância do sol e da lua, a áurea e púrpura floração do Pau-d’arco nas encostas das serras e o voejar despretensioso das borboletas nos campos de girassóis...

J. Flávio Vieira

Rita Lee Jones Carvalho


Rita Lee Jones Carvalho é uma cantora, compositora e instrumentista brasileira natural de São Paulo com carreira iniciada no grupo Os Mutantes no final dos anos 60. Seu estilo vai do rock and roll, passando pelo rockabilly e a música romântica. Em quase quarenta anos de carreira, já compôs inúmeros sucessos para si mesma e para artistas como João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Simone, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Marisa Monte, Marina Lima, Zélia Duncan (que atualmente a substitui no revival d’Os Mutantes, banda de Rita nos anos 60 e 70), Cássia Eller, Paula Toller, Paul Mauriat e Gloria Estefan.
Em quase 40 anos de carreira, Rita Lee imortalizou vários sucessos em sua voz, como Ovelha Negra, Lança Perfume, Mania de você, Pega Rapaz, Jardins da Babilônia, Flagra, Erva Venenosa, Saúde, Luz del Fuego, Esse tal de Rock Enrrow, Doce Vampiro além das mais recentes Amor e sexo e Tudo vira bosta.
A última apresentação de Rita com Os Mutantes aconteceu no VII FIC, em 1972 no Rio de Janeiro

wikipedia
www.ritalee.com.br

AMIGO(A) por Rosa Guerrera

Deixa que eu fique aqui
Sempre a teu lado
A escutar tua voz,
Ouvir sonhos partidos...
E na mudez aprender tua linguagem
E gargalhar ao som do teu sorriso.

Deixa que eu tire a dor
Que tens na alma,
E dê a tua angústia,a harmonia...
Que eu transforme em versos
Tuas dores
Cantando em compassos
De folia.

Deixa que hoje
Com a alma em festa
Eu agradeça aos céus a alegria,
De sermos tão amigos (as)
Companheiras(os)
Sempre na Fé , na dor, sem fantasias

E se amanhã a morte ou o acaso
Traçar em nossas vidas um “adeus”...
Na tua lembrança fique o meu abraço,
E que eu leve em meu peito o rosto teu!

Pra matar as saudades de Lupeu ...


Aí que quero um oriente. Aí que quero uma montanha com cheiro. Aí que quero um luar de outubro. E um mosquito pousa com delicadeza na página do livro de poesia que leio. Aí que quero um sim insistente. Aí que quero uma fotografia de um fusca em minha parede. Aí que quero uma mulher que caminhe descalça em câmera lenta. E uma vendedora de perfumes aperta com força a campainha da porta da casa que habita em mim. Aí que quero uma mão me acenando na rodoviária. Aí que quero um rio pequeno e limpo surgindo do nada, bem ali, na próxima curva. Aí que quero uma chuva rala, perto do meio dia. O telefone toca. Não vou atender.
.
Lupeu Lacerda
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Avalanche - por Ana Cecília S.Bastos


Penso, sinto que choro.
( Gostaria de poder escrever como quem enlouquece)
Pressinto novas formas quando já me imaginava extinta,
...........................................................repetitiva.
Vibro por inteiro, quase renasço.
Ah, se me fora dado o tempo !
Ah, o tempo.
Não este, roubado ao sono, tirano, que me perseguirá amanhã
por todo o dia. Mas o tempo,
penumbra,
lugar de silêncio,
paz.
.
Ana Cecília

Fragmento (II) - por Ana Cecília S.Bastos


Mas é mesmo a morte aquilo que os poetas verdadeiramente
amam.

Pensamento para o Dia 30/12/2009


“As atividades de serviço que empreendemos destinam-se a experimentar a unidade na sociedade. É um grande erro pensar que você está servindo aos outros. De fato, você não deveria considerar pessoa alguma como “o outro”, pois todos são as encarnações da Divindade. Mas o homem não se esforça para compreender essa verdade e, portanto, está sujeito a dificuldades. Quando o homem compreender que Deus é todo-penetrante, ele estará livre do sofrimento. Para se livrar do sofrimento, o homem precisa praticar o princípio da unidade na sociedade. Quando entender o princípio da unidade, o homem poderá alcançar o princípio Cósmico.”
Sathya Sai Baba

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“É um devoto verdadeiro aquele que considera a felicidade de Deus como a sua própria. Ele sempre aspira a dar felicidade ao Senhor e não quer causar qualquer inconveniência a Ele. Você nunca deveria causar inconveniência a Deus em nome da devoção. Considere que a felicidade de Deus é sua felicidade e que sua felicidade é a felicidade de Deus. Absorva este espírito de unidade. Atualmente, a maioria dos devotos é egoísta. Eles possuem somente devoção com interesses egoístas (Swartha Bhakti). Eles se preocupam com sua própria felicidade e não com a felicidade de Deus. Você deveria cuidar para que seu amor seja sempre puro. Deus é a encarnação do amor. Tal Amor Divino está presente em todos. Compartilhe seu amor com todos. Isso é o que Deus espera de você.”
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Sathya Sai Baba
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