Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 30 de maio de 2010

Mário Lago - por Norma Hauer

SERÁ ?
Ele partiu no dia 30 de maio de 2002.
Há 8 anos !"SERÁ" esquecido? Quem é ele ?

Será que amor é isto ?
Será que amar é assim.
Será que amor vive disto?
Será que amar é ruim?

Quem compôs essa estrofe com tantas perguntas?
Ele : MÁRIO LAGO !!!

A primeira gravação dessa valsa começa exatamente com essa estrofe. Posteriormente, foi modificada, com mais perguntas e menos lógica. Ambas gravações são de Carlos Galhardo, que lançou essa valsa na Rádio Record de São Paulo, em uma de suas excursões àquela cidade.

MÁRIO LAGO, em matéria de arte, só não foi pintor. Começou escrevendo peças para teatro, passou a compositor, escreveu para rádio-teatro, escreveu diversos livros encenou como rádio-ator, cine-ator e, por último, tele-ator.

Pertenceu ao elenco das Rádios Mayrink Veiga e Nacional de onde foi demitido pelo golpe militar de 1964. Foi preso e escreveu um livro com o nome de "Primeiro de Abril", sobre sua prisão.
Esse livro narra , fazendo "gozação" de como se deu sua prisão e as "bobagens" ditas pela "otoridade" que foi prendê-lo, em sua residência.
"Sargentão" exagerado e "burro".

Seu livro na "Rolança do Tempo" é uma narrativa de como foi sua vida como radialista e compositor, cujo primeiro grande sucesso foi gravado por Orlando Silva :"Nada Além"e, na outra face do disco de 78 rotações, "Enquanto Houver Saudades", ambas em parceria com Custódio Mesquita.
Mas sua primeira gravação deu-se na voz de Mário Reis representando um "dedo duro": Menina, eu Sei de uma Coisa". Quando, em 1964, ele foi "dedurado" na Rádio Nacional, sentiu "na pele" o mal que um "dedo duro" pode fazer.

Como sucessos de Mário Lago, na qualidade de compositor, podemos citar "Devolve";"Não Quero Saber"; "Atire a Primeira Pedra";"Ai que Saudades da Amélia"; "Aurora"... alguns escritos sozinho outros com parceiros, como Ataulfo Alves.

MÁRIO LAGO completou 90 anos em 26 de novembro de 2001 e faleceu 6 meses depois, em 30 de maio de 20002.

Norma

por Norma Hauer


BARÍTONO SÍLVIO VIEIRA
Foi em São Paulo que ele nasceu em 28 de maio de 1899.
Apesar de ter sido um cantor mais ligado a óperas e operetas,por ser um barítono de voz ampla,também se apresentou como cantor popular. Seu nome SÍLVIO VIEIRA.
Começou a cantar na segunda metade dos anos 20 , quando gravou, em 1926, seu primeiro disco(ainda na era mecânica) a canção de Freire Júnior "Gostar de Alguém" e "A Casinha da Colina", de domínio público.
Em 1930 gravou de P.Coelho e M Siqueira,"A Vizinha da Água Furtada", que marcou sua carreira, sendo que ele a cantaria anos depois, no Programa Casé, na Rádio Mayrink Veiga.
Gravou a "Canção dos Aventureiros", da ópera "O Guarani",de Carlos Gomes, assim como a versão "Se Uma Boca eu Beijar", de Franz Lehar. Outra composição que marcou sua carreira foi "Frô do Ipê", de Bonfiglio de Oliveira.

O Sílvio Vieira de que me lembro era o das apresentações no "Teatro de Operetas", do Programa Casé, na Mayrink Veiga, ao lado de Cândido Botelho, Annita Spá e Stela Maris,futura esposa de Dorival Caymmi.
Nessa época,Sílvio Vieira cantava uma música de nome "Ave Maria" de Alfredo Albuquerque, que era a história de um casal e sua filha e que chegou a inspirar um drama, apresentado em forma de rádio-teatro, no próprio Programa Casé.
SÍLVIO VIEIRA faleceu em 7 de fevereiro de 1970, em São Paulo, aos 71 anos.
NORMA

Bolo de Santo Antonio



Ingredientes


• 250 g de farinha de trigo
• 8 ovos
• 100 g de castanha assada sem casca
• 250 g de açúcar
• 10 g de erva-doce
• 250 g de manteiga


Preparo da Receita


Misture o açúcar com a manteiga, até ficar bem ligado, junte a erva-doce e vá colocando as gemas, uma a uma mexendo sempre. Bata bastante e, por fim misture a farinha de trigo. Asse em forma redonda, untada e forrada com papel vegetal, também untado. Forno regular. Com as claras, faça uma massa de suspiro, cubra o bolo depois de assado e enfeite-o com castanhas. Volte ao forno para o suspiro dourar.

Começou a festa de Barbalha !


Sou aversa aos aglomerados. Até hoje não tive coragem de encarar a festa do pau da bandeira de Sto Antonio. Lasquinha do pau, pra casar mais uma vez? Nem em sonhos !

Gaby, minha amiga italiana , acabou de interrogar-me , sobre o pau e o pão de Sto Antonio, qualificando a festa , no conteúdo pagão e religioso. Melhor é poder curtir a mítica e o Santo !

Pesquisei até uma receita do pão-de-santo antonio, e entrego a quem possa interessar.

Segundo Bernadete Cabral, com quem converso prazeirosamente sobre a vida dos santos da Igreja Católica , o lado romântico desse santinho é deveras interessante !

De família nobre e riquíssima, entregou sua fortuna aos pobres, inclusive às moças impedidas de casar por falta de um dote.
A partir de amanhã, e por treze noites seguidas , começa a festa de Barbalha. Momento de vivenciar as quermesses, e petiscar aquelas comidinhas típicas do Cariri. Sem dúvidas é a mais animada das festas profana /religiosa dos nossos arredores.
Até o dia 13 de Junho , vamos curti-la, cada um do jeito que gosta !
"A história do pão de Sto Antônio remonta a um fato curioso que é assim narrado: Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido "roubados". O frade padeiro foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar onde os tinha deixado. O Irmão padeiro voltou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento. O pãozinho de Santo Antônio é, por tradição, colocado pelos fiéis nos sacos de farinha, com a fé de que, assim, nunca lhes faltará o que comer. "

http://www.jangadabrasil.com.br/junho/al100600.htm


Ingredientes


2 copos e 1/2 de água morna

2 colheres de sopa de açúcar

1 colher de sal

1 ovo

1 copo de óleo

1 kg de farinha de trigo

50 g de fermento de padaria


Modo de Preparo


Misturar o fermento de padaria na água morna .Levar ao liquidificador: o açúcar, o óleo, o sal, o açúcar, o ovo e a água com o fermento .Bater por alguns minutos .Colocar em uma bacia grande esta mistura e acrescentar o trigo aos poucos, misturando com as mãos (a quantidade de trigo suficiente se dá quando a massa não grudar em suas mãos)
Deixar crescer por 1 hora
Dividir a massa em partes e enrolar os pães
Deixar crescer novamente por 40 minutos
Levar para assar por mais ou menos 30 minutos

Colaboração de Nívia Uchôa

CARTA A GILVAN LUIZ

Gilvan Luiz, ser humano,
Receba um abraço meu
Pois longe do Juazeiro
Soube do que lhe ocorreu
E fiquei indignada
Aflita e petrificada
Ante o que se sucedeu

Quando li na internet
Que você foi sequestrado
Numa atitude covarde
Sendo também torturado
Eu exclamei: Deus do Céu!
Ainda há coronel
No meu Cariri amado!

Vi seu rosto ensanguentado
E a cabeça golpeada
As chamadas e manchetes
Sendo muito comentadas
Meus colegas jornalistas
-dentre eles, dois petistas-
Falando em emboscada

Aí eu fiquei maluca
Querendo compreender
Já que estando em Juazeiro
Na rua encontrei você
Que já falava em ameaça
Ali pertinho da Praça
Quando eu brinquei a dizer:

“Gilvan, você merecia
Era ser vereador
Pois junto com Fábio Souza
Nos presta um grande favor
Fiscalizando o poder
Sem um tostão receber
Do bolso do eleitor”

E disse também, sorrindo:
“Você parece Santana
Que, quando vereador,
Fazia uma zuada insana
Cobrando da prefeitura
Transparência e lisura
Para gerir nossa grana”


Aí você retrucou
Dizendo: “tu tá por fora
Tu só vive viajando
Não sabe nada de agora
Por causa dum doutorado
Deixou teu torrão amado
Bateu asa e foi embora”

Então eu te cutuquei
Falando: já fiz demais
Tu é a bola da vez
Não vamos olhar pra trás
Se cuide e siga em frente
Nadamos contra a corrente
Assim a história se faz...

Depois deste breve papo
Você me deu um jornal
Que eu li atentamente
Como se fora um sinal
Do que estava por vir
Pois tu relatava ali
Bastante coisa ilegal

E quanto mais eu me lembro
Menos quero acreditar
Pois temos a mesma idade
E um jeito de falar
Do que nos parece errado
E damos nosso recado
Pra muito caro pagar

Você como jornalista
Na sua função real
E eu como cordelista
No campo ficcional
Ambos na mesma pisada
Sujeito a trapaceada
Do cânon oficial

Você no jornal Sem Nome
Eu no verso nominado
Se ficar o bicho come
Se correr é rastreado
Uma coisa é semelhante:
Ameaça a todo instante
No seu caso, consumado!

Hoje lembrei de Tim Lopes
De Chico Alves também
Depois Wladimir Herzog
E lá se vão mais de cem
Que em face da função
Sofreram perseguição
De gente dita do bem

Tentei saber mais notícia
Nos blogs da região
E para minha surpresa
Só no Miséria, então
Falam deste ato vil
Que a imprensa do Rio
Divulga até de montão

Por isso eu me pergunto
Cadê nossos jornalistas?
E outros profissionais?
Que vivem de dar notícia
Mas lembrei na mesma hora
Tem mídia que ignora
O que lhe salta à vista

Ademais também pensei
Nem todos são corajosos
Os jornais que tem um nome
Têm donos mui poderosos
Uns que estão no poder
Outro tão querendo ser
E assim vão... perigosos

Restamos nós, militantes
Dos tais direitos humanos
Ante um crime tão gritante
Praticado por insanos
Temos que repudiar
Discutir e divulgar
Por muitos e muitos anos

Não deixemos que este fato
Caia no esquecimento
Que seja feito um ato
Um grandioso evento
Como foi recentemente
Quando mataram um parente
De alguém que tem bom assento


Seja quem for implicado
Como mandante ou autor
Que venha a ser processado
E punido com rigor
Para que tenhamos paz
E não ocorra jamais
Algo de mesmo teor

Não estou assinalando
Quem fez isto com você
Até porque se soubesse
Não temeria dizer
Mas penso que já é hora
De dar um basta a história
De que só vence o poder

No caso que me ocorreu
Não pude acompanhar
Pois o doutorado meu
Não é feito pra constar
Me faltou ubiquidade
Para estar na faculdade
E um processo acompanhar

Além do mais 'meus amigos'
Não me foram solidários
Alguns são 'bons inimigos'
Pois vale mais seus salários
Mas eu creio, do meu jeito
Noutro tipo de Direito
Que nasce dos relicários

Aqui meus novos colegas
Não param de me indagar
Querem entender porquê
Alguem tentou lhe matar
Mas a sua explicação
- Apesar da emoção -
Deixa uma questão no ar:

Você entende que o fato
Tem a ver com seu jornal...
Os temas veiculados...
O poder municipal...
Se, de fato, for assim
(Pra você, como pra mim)
Já sabemos o final...

É como eu disse aos Chilangos
Sobre o Brasil refletindo:
A liberdade de imprensa
Se assemelha a um bingo
Para uns é proibida
Para outros consentida
Depende muito do ''limbo''

Diz a Constituição
Da qual sou pesquisadora
Que a manifestação
Do pensar é promissora
Mas liberdade de imprensa
Não passa de uma crença
Da qual sou devoradora

Nos porões da ditadura
Muitas vozes se calaram
Era tempo de censura
Contra os que discordaram
Lula disse para o mundo
- E eu não cri um segundo-
Que os anos ''duros'' passaram!

Mas como Voltaire dizia:
Eu posso não concordar
Com uma única palavra
Do que você quer falar
Mas luto até a morte
Se pouca for minha sorte
Pra ver você se expressar!

Salete Maria

Festa de Santo Antonio, padroeiro da cidade vizinha de Barbalha-Ce



Dizem que santo de casa não faz milagre, mas esse parece que consegue resolver algumas pendências ou mesmo um problemão, quando se está louca para arranjar marido.

Ao contrário do que muita gente imagina Santo Antônio não é italiano, mas sim português.


Conhecido pela sua alegria e fé, Antônio encantava a todos quando difundia o Evangelho pelo seu vasto conhecimento das escrituras.

Depois de percorrer vários castelos, campos e aldeias, ele passa os últimos dia da vida em Pádua e Arcella (Itália) e morre no dia 13 de junho de 1231, com 36 anos. Após doze meses já é canonizado pelo Papa Gregório IX.

No seu dia, ele não é apenas lembrado pelas famosas simpatias para arrumar casamento. Muitas paróquias também distribuem o seu famoso pãozinho, que são bentos pelos padres. Para ter abundância em comida, guarde o pãozinho dentro da lata de arroz o ano inteiro. E se você também quiser aproveitar para tentar ganhar um marido, basta apenas receber o pão de alguém da família ou de um amigo ou amiga amanhã.

Por Juliana Lopes

Cesta Básica da Cultura e do Conhecimento - Ensinamento Editora. por Elmano Rodrigues Pinheiro






A “cultura e o conhecimento” devem participar da cesta básica de alimentos do cidadão. A Cesta Básica da Cultura e do Conhecimento confere à cesta básica de alimentos o caráter abrangente da cidadania. Afinal, a melhoria de qualidade de vida do homem e a sua valorização exigem cultura e conhecimento. Estimulemos o hábito da leitura, que descortina os horizontes da pessoa. “Um País se faz com homens e livros” – nos orienta Monteiro Lobato.

Literatura de cordel
A literatura de cordel entrou na cena cultural do país para não mais sair, Sertaneja e imediatista, vinda do além-mar aportou também na intelectualidade, e nela fez escola. Se antes era somente o jeito que os poetas tinham para cantar a beleza de uma “Donzela Teodora”, de um “Pavão Mysteriozo”...mesclando realidade e ficção, também registra fatos históricos e políticos,de interesse comum. De modo lúdico vestiu-se de cores e hoje se alia à fantasia da literatura infanto-juvenil.
Cordel não é somente a crônica ou o registro de uma época; é também a fonte onde muitos poetas embriagam-se de poesia. Apesar do requinte editorial de diversos folhetos, ainda há muitos que trabalham com a xilogravura em pequenas tipografias de fundo de quintal...

“Uma boa idéia para que a nossa Secretaria de Cultura do Crato, aproveitando os bons nomes da nossa Academia dos Cordelistas do Crato, promova a inclusão de alguns títulos nessa coleção, que até o final de junho já ultrapassa os trinta volumes, e promete ser um marco na história da literatura de cordel”.

email para contato: ensinamento@ensinamentoeditora.com.br

SAÚDE MENTAL – por Martha Medeiros


IMAGEM RECEBIDA PELA INTERNET

(Texto retirado da Revista O Globo – 30 de maio de 2010)

“Acabo de saber da existência de um filósofo grego chamado Alcméon, que viveu no século VI a.C., e que, certa vez, disse que saúde é o equilíbrio de forças contraditórias.

O psicanalista Paulo Sergio Guedes, nosso contemporâneo, reforça a mesma teoria em seu novo livro (“A Paixão, Caminhos & Descaminhos”, em que ele discute os fundamentos da psicanálise). “A saúde constitui sempre um estado de equilíbrio instável de forças, enquanto a doença traz em si a ilusória sensação de estabilidade e permanência”.

Não sei se entendi direito, mas me pareceu coerente. O sujeito de boa cuca não é aquele que pensa de forma militarizada. Não é o que nunca se contradiz. Não é o que nunca se contradiz. Não é o cara regido apenas pela lógica e que se agarra firmemente em suas verdades imutáveis. Esse, claro é o doente.

Do nascimento à morte, há uma longa estrada a ser percorrida. Para atravessá-la, recebemos uma certa munição no reduto familiar, mas nem sempre é a munição que precisávamos: em vez nos darem conhecimento, nos deram regras rígidas. Em vez de nos ofertarem arte, nos deram apenas futebol e novela. Em vez de nos estimularem a reverenciar a paixão e o encantamento, nos adestraram para ter medo. E lá vamos nós, vestidos com essa camisa de força emocional, encarar os dias em total estado de insegurança, desprotegidos para uma guerra que começa já dentro da própria cabeça.

Armados até os dentes contra qualquer instabilidade, como gozar a vida?

A paz que tanto procuramos não está na previsibilidade e na constância, e sim no reconhecimento de que ambas inexistem: nada é previsível nem constante. E isso enlouquece a maioria das pessoas. Quer dizer que não temos poder nenhum? Pois, é nenhum.

É um choque. Mas o segredo está em acostumar-se com a idéia. Só então é que se consegue relaxar e se divertir.

Ou seja, a pessoa de mente saudável é aquela que, sabedora da sua impotência contra as adversidades, não as camufla, e sim as enfrenta, assume a dor que sente, sofre e se reconstrói, e assim ganha experiência para novos embates, sentindo-se protegido apenas pela consciência que tem de si mesmo e do que a cerca – o universo todo, incerto e mágico.

Acho que é isso. Espero que seja isso, pois me parece perfeitamente curável, basta a coragem de se desarmar. O sujeito com a mente confusa é um cara assustado, que se algemou em suas próprias convicções e tenta, sem sucesso, se equilibrar em um pensamento único, sem se movimentar.

Já o sadio baila sobre o precipício.

E-mail: martha.medeiros@oglobo.com.br” (p.30)

Entrevista com Bruno Pedrosa - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Para quem bebe a vida em Paracuru, nasceu num sítio, na periferia da cidade de Crato, que cabe, inteirinha, sem sobras, no meu ser, entre os shoppings do Rio de Janeiro, prefere o “Downtown”, na Barra da Tijuca. Com suas ruas a céu aberto, bares e lojas. No centro existe um prédio enorme, acima do qual estão 13 cinemas – invólucros modernos do Moderno, Educadora e Radio Araripe. Neste mesmo prédio um Café Crato, é do Armazém, mas fiquemos com o primeiro nome. Tudo por quê?

Estou aqui numa mesa de varando do Café. À frente a figura profética de Bruno Pedrosa. Com sua voz mansa e o conteúdo telúrico. Severo, de olhares para os vendilhões do templo. A arte, especialmente as artes plásticas. Bruno tem o orgulho dos bem sucedidos cearenses na vida. Se a frase não se compuser da toponímia cearense, perde todo o sentido. O sucesso de cearense é aquele dos primeiros pingos de água quando a seca tudo devastara. Bruno Pedrosa faz seu caminho circular, como Abrahão, e foi “chamado” por Deus para imolar seu filho na demonstração extrema de amor ao pai ou de desrespeito aos seus ordenamentos.

Bruno Pedrosa não faz nem uma e nem outra coisa. Tanto se encontra nos Torrões como igual aos pés do monte Grappa. É a mais radical solução, fez aquilo que Abrahão passivamente esperou de Deus. Imolou o filho e não imolou. É algo que, radicalmente, se encontra no Riacho do Machado ou em qualquer vírgula de uma sentença escrita. Entre nós e os outros. Aliás, Bruno Pedrosa seria literalmente o que a escrita em castelhano tem para o significado nós, Bruno é um “nosotros”. Nós-outros.

Então, dois cearenses neste desterrado mundo, pleno de raízes e satisfações a tomar, começamos um jogo de perguntas e respostas as primeiras comigo e as segundas com ele.

Bruno, começando pelo começo. O quê é o Crato para você?

(Rindo e, por incrível que pareça, até rindo tem sotaque de cearense) Você me pergunta isso por começo com zelo de sua terra natal. Eu tenho um ponto exato, como o centro de uma circunferência que são as terras dos meus antepassados, num limiar entre Cedro e Lavras. Mas o Crato que é tanto para você é muito para mim. Foi a minha ruptura, do coletivo que era no Riacho do Machado. Lá conheci a vida urbana, os personagens instáveis desde mundo fluido. Estudei, noutra forma de aprendizado através do papel e do discurso formal. Muito diferente do ensino circunstancial do dia-a-dia com meus pais, avós, tios e moradores. Até mesmo daquele ensino estrutural das longas conversas no alpendre de casa.
O Crato tem um acervo de gente que está aqui em mim e que nunca se apartará. A Claude, Dominique, toda a história fantástica de seus pais, e irmãos. A Azeneth, filha de Luizinha e Derval Peixoto, Telma Saraiva e a querida Edilma família das imersões pictóricas, nos meus sonhos de artista. Lembro de tanta gente que não preciso dizer nesta conversa, que mesmo não citando como a faço a Ronaldo Brito, Zé Flávio e Socorro Moreira, são por demais minhas e jamais as esqueceria.

Bruno o que você diria da impossibilidade de um artista que ficou no interior e sem a visibilidade dos grandes centros, ricos que podem pagar a arte, vivem num isolamento transformado em frustração e perdas?

Bastaria apenas lembrar um único artista cearense que é universal e viveu a plenitude do que é arte tirando o sustento do solo deste chão. Que não explodiu em letreiros luminosos, não freqüentou a lista dos mais lidos dos jornais e revistas do Sul Maravilha. Que teve a sua primeira impressão em livro produzida ali mesmo, numa esquina do Crato. Que já tinha a idade do avô quando atravessa a classe média letrada e ilumina os salões literários. Eu falo de Patativa do Assaré, um artista completo, profundo e transformador.
Então o que explica na prática um grande artista?

Perseverança, dedicação, total e exclusiva a uma arte.

Mas o nosso Patativa nunca viveu da própria arte. Dependia da safra dos seus legumes, da cria dos seus animais para se vestir, beber e comer. A si e a sua família.
A poesia de Patativa só é grande porque brotada das intenções e dos frutos do mundo. Cada ciclo de fertilidade era uma esfera poética. Cada desastre social era uma trova sobre a perplexidade da humanidade. Cada maldade política era um amor pela vítima e feroz crítica ao agressor. Patativa misturava poesia com a limpa do mato, a colheita do feijão, o milho das galinhas.
Mas Bruno tudo pode ser apenas poesia nossa neste ambiente agradável se não considerar a questão da educação do artista. A formação para perfeito uso das técnicas de expressão de seu talento.
Nem sempre a técnica. Seguramente não é a trilha que me leva, mas os meus pés. A maior prática nas artes plásticas é a utilização lúdica dos materiais. Lúdica e criativa. Que, aliás, são inseparáveis: a ludicidade é a alegria de criar. Não é o jogo em si como sugere a palavra, mas o jogo no condicional: a alegria de jogá-lo. E por não ser apenas o jogo e suas regras, é a alegria despachada dos cânones que formam aqueles pilares inúteis.
Bruno as artes são tantas, tão vasto é o mundo dos materiais, tão variantes são as estéticas e as escolas, que é impossível ao comum das pessoas, fazer o que o artista faz: a ludicidade do contato com a obra exposta. Por isso é comum se dizer gostei e não gostei. Numa simplicidade que parece estimular a passagem rápida para outro objeto de arte. Uma fuga daquilo que não compreendo.

Nesta situação é melhor mesmo é fugir dos sentimentos classificatórios. Gostar e não gostar é mais da culinária, é do sabor, não cabe em outras artes, especialmente as plásticas. Aí o que mais aproximaria a pessoa da obra é se compreende ou não compreende a arte. Esta simples conclusão lhe abre a porta para coisas vulgares ou invulgares. Para a percepção entre a arte única e o produto em escala.

E os consumidores de arte? Especialmente aqueles que compram caro uma obra famosa?

Estamos falando aí de duas coisas que parecem juntas, mas não são: a formação do valor de uma obra de arte e a decisão de aplicar milhões na compra dela. A formação tem componentes históricos, políticos e econômicos. Já a decisão, em que pese ocorrer numa prática comercial, tem dois veios principais: aquele que decide apenas para ter status, alçar posições no alpinismo social e o que decide por afinidade com a obra, busca sua integração à própria materialidade do mundo que o cerca. Ambas, como espero ter deixado claro, pertence ao campo puro do materialismo.
Bruno quando dizemos artes plásticas, falamos de uma produção artística de expressão mundial, que tem conhecimentos específicos e dependem de aprendizado da população para compreendê-las melhor. Como você pensa isso?

Olhemos o Crato e Juazeiro. Começando pelo primeiro. Juazeiro é a confluência da cultura nordestina em suas diversas manifestações, a escola está na romaria, no mercado, na estátua, no artesanato, nos objetos que sobem e descem os ônibus e paus de arara. Já agora se volte para o Crato sem o Museu Vicente Leite. E mesmo para Juazeiro sem igual instituição. Então, as pessoas necessitam de educação artística nas escolas do ensino fundamental, precisam de acervos com os quais possam interagir, é preciso que se façam exposições, manifestações para que se forme um público compreensivo.

Bruno vou provocá-lo. Levá-lo a um constrangimento. O que você pensa de certas manifestações estéticas que visavam “escandalizar” a burguesia de salão e os preconceitos da pequena burguesia? Por exemplo, como você considera os desconfortos provocados por Marcel Duchamp?
O fio da navalha em que tais manifestações se encontram. Primeiro o fio que data as manifestações, após o qual já é uma arte datada, localizada num passado, sem força, apenas referência. O segundo fio é o do espaço da manifestação, não é aquele de pequenos grupos, dependem de grandes públicos como Bienais e animam o tédio destas programações que se repetem apenas para cumprir calendário. Talvez eu tenha problema de compreender esta arte de instalações. Quem sabe um dia compreenda e até possa me encontrar nela. Mas apenas um último pensamento: como é feito para aluir os valores arraigados de uma classe social, considere, inclusive a possibilidade de apenas ser um blefe.

Bruno e como você classificaria o artista de vanguarda e o de instalação?
O artista de instalações tem seu papel, pois se vive cada vez mais nos espaços urbanos e eles são vivos, mutantes, precisam expressar aquilo que cada geração, cada ciclo da história dizem. Já o artista de vanguarda é mais um fenômeno histórico, limitado pela história. Não existe sempre uma vanguarda revolucionária. Existem períodos mais estáveis no mundo em que a natureza da criação é mais longa, pois, é maior e mais vasta, aquela estética que representa tal período da história. Vanguarda é apenas tática de guerra.
E você? Como foi teu percurso de formação?

Sou um artista brasileiro, formado na realidade do país e em escola daqui. No começo tive que mergulhar na arte que vinha lá de trás até chegar na minha geração. Começamos pela arte acadêmica, dominando os conceitos e compreendendo tanto a estética como sua evolução histórica. A minha arte inicialmente era figurativa, depois evoluiu para a arte abstrata, um abstracionismo lírico, expressionista, que avança com o domínio dos cânones acadêmicos, até para negá-los.
Quando você diz que não compreende a arte de instalações, quer dizer que não a pratica por certo?
O meu trabalho não é no preenchimento do espaço aberto ou circunscrito. Eu crio no volume, transformo o volume, ele se expressa como a criação de sua transformação. Eu e muitos artistas, a maioria diria, mas não esqueça que a palavra mais arquetípica da minha vida é “Torrões” (a fazenda onde se criou). São estes os objetos oriundos de uma “construção” maior e anterior. Minha arte vai ao antes das coisas como se apresentam no mundo.
Bruno quais seus planos para os próximos anos?

O museu de Lucca vai comemorar sessenta anos como simbologia de idade, quarenta anos da primeira exposição fora do Brasil e 20 anos de residência na Itália com uma série de exposições em museus, com uma série de trabalho dos últimos dois anos. São 100 quadros a óleo de dimensões média e grandes, 25 esculturas e 25 desenhos a pastel seco.
Estas exposições começarão pelo Brasil no museu de arte do Paraná, Curitiba, em agosto de 2011. Depois no Rio de Janeiro entre o Museu Nacional de Belas Artes e o Museu de Arte Moderna de Niterói e seguida vai para o museu de Arte Moderna de São Paulo. Cada amostra terá no mínimo 40 dias e no máximo 60 dias. Saindo do Brasil vai para a Fundação Pablo Atchugarry em Montevideo, depois para a Fundação Borges em Buenos Aires. Depois retorna para a Europa, entrando pela Holanda em Haia, em seguida Bélgica, Paris, Lisboa e Lucca.
Acompanhando as mostras irá um livro dos quarenta anos do trabalho, em quatro línguas, distribuição na Europa e EUA, editado pela Editora Campanoto.


Bruno e quando o artística larga o cinzel e o pincel e pega novamente a vara de pescar no Riacho da Barra?


Nunca. A criação artística não é um trabalho, é uma necessidade espiritual. Como o espírito nunca morre, por sob o cinzel e o pincel, corre o Riacho da Barra.


Transferência - Por Liduina Vilar.

"...NA VERDADE, OS QUE SÃO CAPAZES DE AMAR PASSAM AVIDA NUM IMENSO LABIRINTO, EM QUE OS AMORES MAIORES E MENORES, PRESENTES OU PASSADOS,ATUAIS E POSSÍVEIS ( OU JUSTAMENTE IMPOSSÍVEIS ) SE DESDOBRAM INFINITAMENTE. ASSIM, NÃO RARO, MUITOS AMORES (OU ÓDIOS) SÃO DESLOCADOS PARA NOVAS PESSOAS, QUE PASSAM A SER VISTAS COMO PERSONAGENS DE HISTÓRIAS ANTERIORES" FREUD.Transferência é um fenômeno oriundo das relaçoes psicanalíticas ou psicoterapêuticas, onde se observa que o inconsciente do analisante projeta no psicanalista ou psicólogo seus pensamentos, sentimentos, fantasias, demandas de amor, e também conteúdos negativos de raiva e de ódio. A tranferência acontece principalmente porque uma pessoa, ao estar sofrendo e procura ajuda, supõe-se que a pessoa que a atende sabe tudo sobre seu sofrimento, sobre o que se passa na sua mente e até mesmo vai dar um conselho que porá fim à sua angústia. É como se a pessoa que está escutando tivesse o que falta a quem está sendo escutado (relação simbiótica). Então, para falarmos de transferência, teremos que falar do conceito de falta, esta falta estrutural a todo ser humano. Apesar de ser um fenômeno básico nas relações psicanalíticas ou psicoterapêuticas, estudos posteriores constataram que a transferência, todavia, não é um fenômeno observável apenas entre o paciente e o analista, mas também entre paciente e médico, aluno e professor, entre amigos, ou seja, em toda relação de ajuda.

A DOR MORAL DA CRUZ DE VERDADE - DIALOGANDO COM DEUS!



Um dia em meu quarto solitário e triste roguei ao Senhor Deus:

Ó Senhor sinto-me cansado de lutar contra minhas próprias criações! Dai-me senhor a clareza de Espírito para resolver todos os problemas que me afligem. A dor moral é imensa. As vezes tenho vontade de recuar. Em outras vezes sinto necessidade de ir até o final para que se cumpra a justiça. Senhor rogo a Ti para me dar forças e inspirações do caminho que devo seguir. Cansado eu estou, mas com Sua fé sinto-me novamente renovado e fortalecido. Senhor, guia-me para não errar no mundo das suas leis Divinas. Por favor, mostra-me a verdade. Por que Senhor, o mundo não quer deixar de acumular? Não quer dividir a terra. Não quer repartir o pão. E esconde a verdadeira e boa mão. Quando se doa é para depois cobrar o lucro contabilizado pela segunda imperfeita mão. Poucos conseguem dar de coração. A maioria prefere a lógica da "caridade" do lucro da razão. Senhor, guia-me para que eu não precise ficar doente pelo contato nessa relação. Senhor, livra-me da queda. Prefiro a perda de todos os bens materiais do que cair do lugar existencial de SUA consciência. Dai-me a SUA Paz na compreensão dos meus erros e dos meus acertos. Dai-me o equilíbrio no discernimento da SUA Ação em mim. Dai-me a luz da SUA sabedoria. Dai-me a verdade da SUA visão.

Então uma doce voz interior me disse com paciência:

_ Ó criatura vejo que sentes muita dor. Mas, também sei que tu tens que continuar a caminhar. A cruz está pesada. O sangue escorre pelos seus vários cantos do corpo. A dor moral é imensa. Ainda resta muito que caminhar. A estrada de sacrifícios é longa. Seus olhos estão banhados de suor da testa. Suas mãos estão banhadas de sangue das feridas existenciais. Estais cansado, mas nem por isso podes deixar de cumprir a Minha vontade. Os indivíduos inimigos te olham com um olhar de condenação. Aqueles que te traíram estão satisfeitos pelo dinheiro recebido e pela oferta aos cães humanos. Seus pés pisam descalços pedras duras pontiagudas. Ó criatura a sua dor não é assim tão maior que a Minha fé, por isso ainda não sucumbirá a tentação da queda, da queixa e da reclamação! Seus ombros sentem o peso insuportável dessa cruz de verdade. Seu coração reclama o sangue perdido na perfuração das lanças inimigas. Seus pulmões pedem o ar da sua pouca respiração. A cruz de verdade é pesada. Ela foi feita com madeira-de-verdade para que cada um carregue na estrada da vida de sacrifícios das inverdades desse mundo. Ninguém pode deixar de carregar a sua própria cruz de verdade. A coragem de caminhar tem que ser superior ao medo da morte e da incompreensão. A cruz não pode cair. E nem escorregar de suas mãos. E muito menos passada para o outro ao lado que sente compaixão. A cruz precisa ser conduzida com fé e muita devoção. Essa cruz de verdade é o lugar onde todos os pecados serão sacrificados e assim a humanidade será redimida de suas fraquezas. A humanidade das preocupações, das expectativas, das incertezas, das criações ilusórias, das fantasias imaginárias, das hipocrisias, das injustiças, etc. Ó criatura aceite esse desafio de viver e de morrer por uma verdade maior! No último dia-existencial preso a essa cruz verás a Minha glória. A dor se transformará em Bem-aventurança. O caminho deixará de se grudar aos seus pés. O peso da verdade deixará o seu ombro. E assim livre da cruz e do caminho da inverdade poderás dizer: eu sou a raiz, eu sou a árvore, eu sou a madeira, eu sou o sol, eu sou a cruz,
EU SOU LUZ, EU SOU EU, EU SOU FILHO DE DEUS!


Bernardo Melgaço da Silva
Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA

Pensamento para o Dia 30/05/2010


“As pessoas atualmente se tornaram mais violentas e cruéis que nunca. Elas utilizam a sua inteligência e habilidades para se entregarem à crueldade. As pessoas apreciam e deleitam-se em infligir dor aos outros de um modo tão amplo que a história revela que aproximadamente 15 mil guerras foram travadas nos últimos 5.500 anos. A guerra atômica iminente ameaça destruir toda a raça humana. Qual é exatamente a causa de toda essa ansiedade e medo? É claro que a fera no ser humano ainda é predominante e ainda não foi superada. Só quando isso for alcançado o nosso país pode alcançar a paz e contentamento.”
Sathya Sai Baba

A Oca e A revista virtual CaririCult, ,na CELEBRAÇÃO DO ENCANTAMENTO, CONCEDEM HONRA AO MÉRITO ARTÍSTICO E CULTURAL AO BLOGUE CARIRICATURAS !

Foi uma noite especial para todos : presentes e ausentes. Reencontrei o mesmo clima dos antigos salões de Outubro , tão festejados na década de 80. Maravilhosa a parceria OCA X CaririCult, representados pelas figuras sintonizadas com a nossa cultura de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael. Muitos foram os chamados- Todos os escolhidos !
Senti-me honrada com o reconhecimento do nosso Blogue, e repasso o mérito aos nossos colaboradores e leitores !
Representei os fundadores : Salatiel, Claude, Edilma, Carlos Rafael e José do Vale Feitosa , e guardei por todos, o Diploma , carinhosamente entregue, e encantadamente acolhido !
ESTÍMULO AO NOSSO INVESTIMENTO CULTURAL, PRA QUE A GENTE SE CONGREGUE E SE RENOVE,SEMPRE !
Estranho silêncio de agora
- Claude Bloc -






Amanhece ....
Sinto o cheiro da terra orvalhada
inundando-me
saboreando a manhã que chega.
Não sei se estou feliz ou triste
sei apenas
que sobrevivi...


Quando a noite chega
o sol desmaia
a luz desmaia
e já não sei mais o que ri em mim
ou o que chora,
na calada da noite
no último badalar do dia
no amargo (in)finito desta hora
no estranho silêncio de agora...

Claude Bloc

Noite de lua cheia - por Heládio Teles Duarte


Aproveitem a fonte inspiradora ... !