Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"CONHECIMENTO DE CAUSA - Por Mundim do Vale"

Quando o assunto é sertão
Eu rimo e não tenho medo
Porque já furei o dedo
Em caraca de algodão.
Dancei forró de feição
Em latada no terreiro
E assisti violeiro
Se danando nos repentes,
Também escovei meus dentes
Com raspa de juazeiro.

O sertão é um lugar
Completo de inspiração
Em cada canto do chão
Tem um tema pra rimar.
Foi lá no grupo escolar
Que na minha vez primeira
Fiz versos de brincadeira
Para minha professora.
E a boa educadora
Era Maria Vieira.

Lá no sertão meu padrinho
Certa vez me abençoou
E no momento falou:
- Deus lhe dê um bom vizinho!
Eu recebi com carinho
E Deus também atendeu
Porque no caminho meu
Todo vizinho é amigo.
Assim eu trago comigo
A bênção que ele me deu.

Cheguei a participar
Das apanhas de arroz
Comendo baião de dois
E arroz doce no jantar.
Também cheguei a furtar
O santo de uma vizinha
Porque a chuva não vinha
Para o legume nascer.
Depois pegou a chover
E nem plantação eu tinha.

Quando foi pra caminhar
O freio foi minha testa
Mas eu fazia uma festa
Se saísse do lugar.
Para aprender a nadar
No Riacho do Feijão
Meu curso de natação
Foi tronco de bananeira.
Eu colocava em fileira
E amarrava com um cordão.

O Padim Ciço Romão
Não cheguei a conhecer
Mas nunca fui de perder
O começo da missão.
Eu via Frei Damião
Naquele seu caminhar
Andando bem devagar
Abençoando meu povo.
E eu de sapato novo
Querendo lhe acompanhar.

No sertão eu fiz gaiola
Com talo de macambira
Comi pirão de traíra
E ouvi som de viola.
Fiz alpercata de sola
Pra no domingo ir a feira
Descendo pela ribeira
Vendo o sol aparecer,
Brincando de se esconder
Nas folhas da aroeira.

Lá eu fiz cerca de vara
Tomei água de cabaça
Me intoxiquei com fumaça
Quando queimava coivara.
Nas noites de lua clara
Eu ficava na calçada
Prosando com a moçada
Atrás de arranjar xodó.
Mas sempre ficava só
E os outros com namorada.

Eu rimo uma rezadeira
Com o ramo bento na mão
E rimo a fé do cristão
Levando o pau da bandeira.
Rimo a cabocla faceira
Que passa no rebolado
Mas como tem namorado
Ninguém vai mexer com ela,
Pra não haver sentinela
Nem homem virar finado.

Meu transporte era jumento
O assento era cangalha
Meu chapéu era de palha
E a brisa só do vento.
Eu vivia cem por cento
Gostando do meu lugar,
Tinha açude pra nadar
Que era a minha vaidade.
Mas eu ia na cidade
Pra rezar missa e votar.

Foi meu pai lá no sertão
Que me ensinou a verdade
Da arte da humildade
E do valor do perdão.
Se não guardei a lição
É porque fui displicente
Mas é sempre o pai da gente
O primeiro educador.
E como bom professor
O meu pai foi paciente.

Eu só deixei o torrão
A procura do espaço
Mas hoje um verso que faço
Tem tudo com meu sertão.
Eu rimo a sombra do oitão,
A copa do cajueiro,
A chuva de fevereiro,
A alegria do gado
E o canto improvisado
De um aboio de vaqueiro.

Quando o dia amanhecia
Uma sabiá cantava
E mamãe se levantava
Me desejando bom dia.
No mesmo instante eu dizia:
- A bênção mamãe querida,
Já vai começar a lida?
E aquela santa pequena
Dizia com voz serena:
- Deus proteja a sua vida.

Se houver reencarnação
Como já ouvi falar,
Vou querer reencarnar
Nas quebradas do sertão.
Quero ver num barracão
Uma festa de reisado
Com o boi todo enfeitado
E a pinta botando um ovo.
Quero ver todo o meu povo
Pra me lembrar do passado.

Mundim do Vale

Pensamento para o Dia 26/02/2010



“Aqueles que lutam para defender a verdade são os verdadeiros devotos de Deus. A essência dos Vedas consiste em estabelecer essa verdade. A verdade é a base para todos os outros valores humanos, como amor, paz, retidão e não-violência. O amor não se origina de algum lugar acima. O amor emerge do coração das pessoas. Ele é também a propensão oculta em todos os seres humanos. O amor é, na verdade, a fonte de todas as virtudes e todas as virtudes fundem-se no amor. De fato, Deus permeia todos os seres na forma de amor. Viva uma vida repleta de amor.”
Sathya Sai Baba

Isaurinha Garcia - por Norma Hauer


No dia 26 de fevereiro de 1919, nasceu, no bairro do Brás, em São Paulo, Isaura Garcia, que ficou conhecida, artisticamente, como a cantora ISAURINHA GARCIA.

Ela foi uma das poucas artistas que, em sua época, fizeram sucesso em todo o Brasil, sem nunca deixar sua cidade natal. Naquele tempo, artistas vinham morar no Rio de Janeiro, então Capital da República, para se tornarem conhecidos em todo o país. Isaurinha Garcia jamais residiu fora de São Paulo.

Isaurinha começou sua carreira na Rádio Record em 1941. Tornou-se conhecida através do rádio e, já no mesmo ano gravou, na Colúmbia: Chega de Tanto Amor" (Mário Lago), "Pode Ser (Ataúlfo Alves) e "Eu Não Sou Pano de Prato", de Roberto Martins e Mário Lago, música esta que lhe "abriu as portas" para o sucesso e a tornou canhecida aqui no Rio de Janeiro.

Em 1941 lançou "Teleco Teco", ainda na Colúmbia.

No ano seguinte passou à gravadora RCA Victor, quando firmou seu nome gravando "Quem Paga o Pato Sou Eu";"Duas Mulheres e um Homem"(esta foi uma resposta aos sambas "Amigo Leal" e "Amigo Infiel", gravados por Orlando Silva).
Regravou, de Noel Rosa, "Último Desejo" e "Século do Progresso" (1946).

Neste mesmo ano, lançou seu maior sucesso a música de Aldo Cabral e Cícero Nunes: "Mensagem". Esta composição recebeu inúmeras regravações, mas foi Isaurinha Garcia a primeira a espalhá-la por todo o Brasil, assim:
"Quando o carteiro chegou,
E meu nome chamou,
Com uma carta na mão...
Ante franqueza tão rude,
Não sei como pude
Chegar ao portão..."

Marcou, ainda depois dois outros grandes sucessos:"De Conversa em Conversa" e "O Sorriso do Paulinho".

Quando vinha ao Rio apresentava-se no então famoso programa César de Alencar, que "abriu as portas" para muitos cantores que se tornaram famosos.

Foi eleita a primeira "Rainha do Rádio Paulista", sem ninguém para sucedê-la.

Faleceu em 30 de julho de 1993.

10 anos depois, em 2003, foi homenageada com um espetáculo de nome "Isaurinha-a Personalíssima", estrelado por Rosa Maria MurtInho.
Norma Hauer

Cândido Botelho- por Norma Hauer



Foi no dia 24 de fevereiro de 1907 que nasceu, em São Paulo, o cantor Cândido Botelho.
Para quem não sabe, foi ele que lançou, em primeira mão, no espetáculo "Joujoux e Balangandans", a famosa "Aquarela do Brasil", posteriormente gravada por Francisco Alves. Sua estréia foi naquele espetáculo, realizado no Teatro Municipal, no qual também tomou parte a atriz Heloísa Helena.

Heloisa Helena sempre afirmava que foi nesse mesmo espetáculo que o choro "Carinhoso" (de 1918) recebeu letra (de Braguinha) e foi ali cantado pela primeira vez.

Bem, mas vamos a Cândido Botelho.

Também foi Cândido Botelho que lançou a "Aquarela" na NBC, de New York, para a qual foi contratado depois de se apresentar na Feira Mundial daquela cidade, em 1940.

Cândido Botelho, estudou canto lírico, cantava trechos de óperas e operetas, mas acabou dedicando-se ao canto popular. Seu primeiro espetáculo deu-se no Salão Germânia, em São Paulo, interpretando operetas. Mas sua primeira gravação(em 1929) foi de duas modinhas.

Gravando, em 1929, as modinhas "Canção da Felicidade" e "Canção do Violeiro passou a ser o cantor preferido de Villa Lobos.

Foi convidado para participar da inauguração da Rádio Nacional, em 1936, mas somente no ano seguinte veio de mudança para o Rio de Janeiro, passando a atuar naquela emissora.

Em 1938 transferiu-se para a Rádio Mayrink Veiga, onde César Ladeira o denominou "A Voz Apaixonada do Brasil". Ali fez parte do "Teatro de Operetas", cantando ao lado de Marcel Klass e Stela Maris; esta abandonou o canto ao casar-se com Dorival Caymmi.

Devemos a Cândido Botelho a gravação de "Quem Sabe"? , de Carlos Gomes,a partir da qual se tornou conhecida do "grande público", que não freqüentava teatros. 25 fev (1 dia atrás) Norma
CÂNDIDO BOTELHO -2-
Cândido Botelho teve seu apogeu entre os anos de 1939 e 1941. Foi quando gravou "Canta Maria", de Ari Barroso.

Em 1942, abandonou a carreira e foi viver em uma fazenda, mas ainda gravou dois LPs na Continental, em 51 e 52.

Afastado, definidamente, Cândido Botelho faleceu em 20 de abril de 1955.
Norma Hauer

Recital de João Nicodemos - Última Chamada !


Mensagm de Chico Xavier - Recebidas por e-mail









HUMOR - SECRETÁRIA ELETRÔNICA DOS AVÓS

"Bom dia! No momento não estamos em casa, mas, por favor, deixe-nos a sua mensagem depois de ouvir o sinal sonoro:

- Se é um dos nossos filhos, disque 1

- Se precisa que fiquemos com as crianças, disque 2

- Se quer que lhe emprestemos o carro, disque 3

- Se quer que lavemos a roupa e a passemos a ferro, disque 4

- Se quer que as crianças durmam aqui em casa, disque 5

- Se quer que vamos buscá-las à escola, disque 6

- Se quer que preparemos um lanche para domingo, disque 7

- Se querem vir comer aqui em casa, disque 8

- Se precisam de dinheiro, disque 9

- Se é um dos nossos amigos, "pode falar!"


Autor desconhecido

Djalma Santos


Dejalma dos Santos, mais conhecido como Djalma Santos, (São Paulo, 27 de fevereiro de 1929) é um ex-futebolista brasileiro.

Foi nomeado por Pelé um dos 125 maiores jogadores vivos de futebol em março de 2004. Foi um dos melhores laterais-direitos de toda história e disputou mais de cem partidas pela Seleção Brasileira de Futebol, incluídas as copas de 1954, 1958, 1962 e 1966.

Na final da Copa do Mundo de 1958 entrou no lugar do titular De Sordi, contundido e, em apenas noventa minutos, foi eleito o melhor jogador da posição no Mundial.

Djalma fez história nos três grandes clubes por onde passou, jogador exemplar, jamais foi expulso de campo. Na Portuguesa, fez parte de uma das melhores equipes do clube em todos os tempos - ao lado de jogadores como Pinga, Julinho Botelho e Brandãozinho, conquistou o Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955 e Fita Azul em 1951 e 1953. É também o segundo maior recordista de jogos disputados pelo clube, 434 no total, ficando atrás apenas de Capitão, com 496 partidas.

No Palmeiras, com 498 jogos, é o sétimo jogador que mais vestiu a camisa do palestra, conquistou o Campeonato Paulista em 1959, 1963 e 1966; a Taça Brasil em 1960 e 1967 e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1967, torneios que classificam para a Libertadores da América, e, além disso, venceu o Torneio Rio-São Paulo em 1965.

Em 1963, foi o único brasileiro a integrar a seleção da FIFA que enfrentou a Inglaterra em um amistoso no estádio de Wembley, na Inglaterra.

Pelo Atlético Paranaense, o lateral jogou até os 42 anos de idade, outro verdadeiro recorde para jogadores de futebol.

Uma jogada que sempre fazia era a forte cobrança do arremesso lateral, jogando a bola sempre dentro da área adversária. Segundo ele, tinha um problema na mão provocado por um acidente de trabalho,o que fazia com que jogasse a bola sempre para a frente.

Atualmente, Djalma Santos vive com sua esposa, Esmeralda Santos, na cidade de Uberaba, Minas Gerais.
wikipédia

São Germano





28/05 - Nasceu em Autun, Franca em 496, foi ordenado em 530 e 10 anos mais tarde foi eleito Abade do Monastério de São Sinfrônio. Em 556 ele foi para Paris e quando o bispado ficou vago ele foi nomeado Arcebispo de Paris pelo Rei Childebert I.

Em nenhum modo o seu oficio mudou a sua vida de santidade e bondade. Sempre austero, ele continuamente passeava junto dos pobres e nunca os afastava e por isso a história passou a chama-lo de “pai dos pobres”.

São Germano não tinha medo e certa vez acabou com uma revolta civil e mais de uma vez tentou acabar com os vícios do rei. Finalmente com a suas bênçãos e orações ele curou o Rei Childebert I de uma terrível doença e acabou convertendo-o para o cristianismo terminando assim com sua licenciosidade e sua injustiça para com os pobres.

Quando ele faleceu o grande poeta Venatius Fiortunatus escreveu uma peça sobre sua vida e pelos seus inúmeros milagres, ele foi declarado um vigoroso santo e canonizado em 754 DC.


A Abadia de Saint Germain-des-Prés foi de fato fundada pelo santo com a ajuda o Rei Childebert em 553 DC. São Germano consagrou-a a São Vicente e a sagrada Cruz. Quando Germano morreu na idade de 80 anos ele foi enterrado na abadia em uma suntuosa tumba. Na revolução francesa, ela foi destruída. Mais tarde, ela foi reconstruída e a ela foi dado o seu nome e é destinada ao ensino religioso como São Germano queria a seu tempo. A Abadia de Saint Germain-des-Pré é um tributo a influência de São Germano na França.

Na arte litúrgica da Igreja, São Germano é mostrado deitado em uma cama extinguindo o fogo pelas suas preces. Ou é mostrado com uma corrente e com as chaves do reino ou com São Pedro ao seu lado, tambem com as chaves do reino. Ele é o padroeiro dos cantores de corais e é invocado contra o fogo.


Fonte: http://www.santosdaigrejacatolica.com/

Locadora (interior) - Por Emerson Monteiro

A poesia de Lupeu Lacerda



E nem vem dizer
Que o tempo é fechadura sem chave
Porque chove
E quando chove tudo fica triste, ou então
alegre.
E quando alegre, tudo o mais vira traste, porque chove, porque molha
E quando molha é sempre mais difícil
engolir
Um discurso fleuma, flácido, porque triste
E nem vem dizer
Que o imortal amor morre de parto
Porque parto
E quando parto, ou partem, fica tudo em pedacinhos
Como docinhos, azedinhos, porque amores, porque partidos
E quando partidos, tudo fica indivisível, porque chove
E a chave
Perdeu-se entre os trastes, das fechaduras tristes
Postado por lupeu lacerda às 9:23 PM 0 comentários
de vez em quando acerto numa foto
e fica umas paradas bacanas.
estando afim, dá uma olhada:

http://www.fotosdelupeu.blogspot.com/


O outro sou eu
Eu sou o outro
O outro é o outro
O outro é ela
O outro é dele
o outro é ele, dele
o outro sou ela
o outro é dela, ela
eu sou o outro, ela, eu
ela é outro, eu
o outro é ela
ela é eu
.


O barco é um rio feito
de madeira
De madeira também o homem que joga
a rede
Rede de água feita de nylon
É tudo água
O barco é uma ave pousada
numa arvore corrente
As correntes que prendem o
barqueiro a terra
São feitas de terra
É tudo terra

Entradas de março, suaves, distantes - por Ana Cecília S.Bastos



Definitivamente silêncio.
Uma virose. Um vazio.
Imagens que são apenas acalanto,
nuvens nebulosas onde me deito e repouso,
sem qualquer realidade.

A literatura que não é mais clandestina.
Amigos poetas on line, pura festa.

Atravessando tudo isso, pontilhão ilógico, estrutura às avessas,
essa tristeza.
Cor de chumbo, pesada
- ou etérea, como saber?

Irreal,
inexistente.

Estilhaços de algum meteorito sem destino ou razão.
Lançados do nada, ou do mais essencial.
Vida minha e de outros,
dores de outros e minhas.
E caem sobre mim,
e me estilhaçam,
e nada sou,
e desmorono,
deserta atrás de todos esses eus em que me expresso
e sou.

Luz. Foto de MVítor.

Recebi de Edmar Cordeiro

"É na natureza que se deve procurar a religião: não é nas hóstias místicas que anda o corpo de Jesus - é nas flores das laranjeiras."

Eça de Queirós

Onde fica isto?

???


Pérola dos bastidores - por Socorro Moreira


" esqueça o silêncio das plantinhas na varanda ..."
As minhas são conversadeiras,
espiadeiras
pegam carona no vento
pra falar o que não vejo,
e até explicar o que sinto
e nem percebo !
.
Socorro Moreira

Pérola dos bastidores - Tempo - Por Heladio


Tempo:

convenção terrestre de um movimento de translação

ao redor de uma estrelinha suburbana de nossa Via Láctea,

que por sinal vaga em uma velocidade fantástica,

sem rumo algum,

portanto uma vagabundinha de marca maior,

enquanto nosso relógio quântico desperta e dorme,

por entre o pó interestrelar.


Heladio

Onde é isto?

Socorro, Socorro... Onde é isto?