Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 7 de agosto de 2010

Dia do papai- por Norma Hauer


O "Dia das Mães" , criado ainda no primeiro governo de Getúlio Vargas, passou a ser comemorado com afinco, depois que o comércio o descobriu.
Antes, assim como o Natal e a Páscoa eram festas estritamente familiares.

Mas e o "Dia dos Pais" ? Aquela imagem de um pai amigo, atencioso...era algo difícil; Pai era o dono da casa e a ele tínha-se de obedecer.

Como o "Dia das Mães" estava sendo muito comemorado, o jornal "O Globo" achou que deveria haver também um dia especial "para o papai". Assim, no ano de 1953 considerou que o mês de agosto seria o ideal para se comemorar o "Dia do Papai" (assim mesmo, "papai" e não "pais". Isso porque "pais" são os dois, pai e mãe).

No mês de agosto nasceu São Joaquim, pai da Virgem Maria.
Como o dia de São Joaquim pode cair em qualquer dia da semana, ficou estipulado que, tal como o "das mães", seria no segundo domingo do mês. No caso o de agosto.

Em 1953 ninguém "deu bola" para isso, mas no ano seguinte (1954) além de "O Globo" retornar ao assunto, o comércio "descobriu" mais um "maná". Fez propaganda antecipada e o "Dia do Papai" "pegou".

Hoje, mais de 50 anos depois, pouca gente sabe disso e já dizem "Dia dos Pais" e não "do papai". Mas quem "voltar" a 1953 verá essa história naquele jornal.

Hoje, também, o pai já não é mais aquele "dono da casa", é um amigo.
Trata e é tratado por seus filhos como igual; não há mais aquela "distância" entre eles e assim, o "Dia do Papai", que se transformou em "Dia dos Pais" é uma festa do filho amigo para o pai também amigo.

Assim, parabéns a todos os "papais" desta comunidade.

Por Norma Hauer

MAIS UM ANO SEM ORLANDO SILVA
O dia era 7 de agosto, o ano:1978; nessa data faleceu um dos maiores fenômenos da música popular de nossa terra: ORLANDO SILVA.
Desde suas primeiras gravações já deixou sua marca. Estreou na extinta Rádio Cajuti, levado por Francisco Alves que, em 1934, tinha um programa na emissora. Chico Alves apoiou-o logo de saída para que ele "derrubasse" o prestígio de Silvio Caldas, por ter a voz semelhante à de Sílvio. Só que ele surpreeendeu: não só passou a ter mais prestígio que Sílvio, como até Chico Alves "balançou" com o fenômeno ORLANDO SILVA.

Suas primeiras gravações na RCA Victor foram duas composições de Cândido das Neves:"Lágrimas" e "Última Estrofe". Antes, gravara na Colúmbia um gingle para o lançamento do "Chope da Brahma", exatamente com esse título e da autoria de Ari Barroso. É... muito antes de Zeca Pagodinho, um cantor então iniciante fez apologia da Brahma .
Embora os tempos fossem outro s(não havia televisão) o lançamento foi
um sucesso. Estreando, em seguida, na Victor, Orlando gravou aquelas composições de Cândido das Neves e, em seguida, "No Quilômetro 2". A Victor, como se tratava de um cantor novo, fez mais fé neste samba, lançando-o primeiro no mercado discográfico.
Só que sua interpretação nas músicas de Cândido das Neves mostraram sua grande sensibilidade como cantor e apareceram mais do que "No Quilômetro 2".

Foi, porém, com "Lábios que Beijei", de J.Cascata e Leonel Azevedo" que ele ficou conhecido em todo o Brasil como "O Cantor das Multidões", cognome que lhe foi dado por Oduvaldo Cosi depois de uma apresentação sua no Largo da Concórdia, em São Paulo.
Quase tudo que Orlando Silva gravou foi sucesso, tanto no terreno romântico, como no carnaval.
Ele sempre contava, a respeito de "Carinhoso", uma história que não batia pela contada por Heloísa Helena, cantora e atriz de renome nos anos 40. Orlando, em mais de uma entrevista, disse que seu pai teria feito parte do conjunto "Oito Batutas", dirigido por Pixinguinha e que grande sucesso fizera na Europa.

O pai de Orlando não acompanhou Pixinguinha nessa ocasião, por motivo de família e, alguns anos depois veio a falecer, mas antes apresentara o filho ao Mestre Pixinga.
O choro "Carinhoso" foi um dos que fizeram parte do repertório de "Os Oito Batutas", grupo somente musical; assim, as melodias por eles apresentadas não tinham letra.
E "Carinhoso" era uma delas, lançada em 1918.

Orlando em várias entrevistas, em rádio e já em televisão gostava de dizer que apreciava muito o chorinho e que gostaria de gravá-lo mas, para que isso acontecesse, Pixinguinha pediu a Braguinha (então mais conhecido como João de Barro) que fizesse uma letra para "Carinhoso", a fim de que Orlando o pudesse gravar, o que aconteceu para o carnaval de 1939. Até hoje, "Carinhoso" é um sucesso em todo canto do país.

Heloísa Helena contava uma história diferente: sempre dizia que ela, gostando da música, pedira a Pixinguinha que fizesse uma letra, para ela apresentar em um espetáculo que se realizaria no Theatro Municipal. Foi quando João de Barro fez a letra.
Já com "Rosa" aconteceu algo que só anos mais tarde chegou ao conhecimento do público. Essa também era uma música dos anos 20, que não tinha letra. Orlando, achando-a lindíssima, pediu a Pixinguinha para gravá-la. E o fez, aparecendo no disco somente o nome de Pixinguinha. Mas...aí surge Paulo Tapajós, um dos maiores pesquisadores de música popular que este país já teve.
Paulo, entrevistando Pixinguinha para um depoimento no Museu da Imagem e do Som, perguntou-lhe"Pixinga, você não é letrista, quem compôs a letra de "Rosa"? Pixinguinha confessou que foi um rapaz modesto (Octavio de Souza), que já falecera e que trabalhara nas oficinas da Central do Brasil, ali, onde hoje é o "Engenhão".
Só a partir daí ficou-se sabendo o nome do letrista de uma das mais bonitas letras
que fizeram parte de nossa música. E isso graças a Paulo Tapajós.
Não sei se esses casos constam de algum site sobre ORLANDO SILVA ou sobre Pixinguinha, mas o caso de "Rosa" ouvi-o do próprio Paulo Tapajós.
Ainda sobre a música "Rosa", gostaria de informar que essa era a que mais sua mãe gostava. Depois de seu falecimento, Orlando não podia cantar essa melodia sem chorar. Ele era muito sentimental e adorava sua mãe. Assim era difícil,para ele, cantar "Rosa".
Só para citar, algumas gravações de Orlando que marcaram muito sua carreira:"Nada Além" e "Enquanto Houver Saudades", ambas de Mário Lago e Custódio Mesquita (as primeiras da parceria);"Súplica"(aquela, cuja letra não tem rima);"Caprichos do Destino";"Por quanto Tempo ainda";"Dá-me tuas Mãos";"Por Ti"; "Uma Lágrima, uma Dor, uma Saudade":"Lágrimas de Rosa";"Página de Dor";"Apoteose do Amor"...."A Jardineira";"O Pranto Meu Ninguém Vê";"Cidade Brinquedo" e "Cidade Mulher"(ambas exaltando o Corcovado):"O Meu Pranto Ninguém Vê"... estas últimas para os carnavais nos quais ele era sempre o mais ouvido.
A data de seu falecimento (7 de agosto) foi seguida à do Papa Paulo VI (dia 6). Assim, a cidade amanheceu de luto, como é comum acontecer quando morre um chefe de estado. Que aconteceu?
O féretro de Orlando deixou a sede do Flamengo, no Morro da Viúva, onde foi velado, seguido de um séquito de fãs, admiradores e jornalistas, para o Cemitério de São João Batista. Do alto do Morro do Pasmado, a bandeira a tremular a meio pau, mais parecia uma homenagem a ORLANDO SILVA. Hoje seu corpo encontra-se no Cemitério de São Francisco Xavier, para onde foi trasladado por ordem de sua esposa Lourdes, que por sinal morreu pouco tempo depois.
Só para lembrar, a letra de

LÁBIOS QUE BEIJEI
Lábios que eu beijei,
Mãos que eu afaguei
Numa noite de luar assim.
O mar na solidão bramia
E o vento a solicitar pedia,
Que fosses sincera para mim.
Nada tu ouviste
E logo partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando,
Minha mágoa cantando
Com a estátua perenal da dor.

O espaço não dá para a letra toda, mas fica aqui marcada a primeira estrofe de um dos primeiros sucessos de Orlando Silva, de uma dupla que o consagrou:J.Cascata e Leonel Azevado
Norma

Música do repertório do Pequeno Coral.

Boca de Forno
Luíz Gonzaga
Composição: (Tânia)

Boca de forno, forno
Tirando bolo, bolo
Jacarandá dá
Onde eu mandar, vou
E se não for?
E se não for? Apanha

Remão, remão
Quem me trouxer primeiro
A chinela de Rosinha
Remão, remão
Quem me trouxer primeiro
Um cordão e uma folhinha
Remão, remão
Quem me trouxer primeiro
Uma pedra bem branquinha

Boca de forno, forno
Tirando bolo, bolo
Jacarandá, dá
Onde eu mandar, vou
E se não for?
E se não for? Apanha

Remão, remão
Quem me trouxer primeiro
Alguma estrela do céu
Uma rosa bem vermelha
E um anel
Um cajá
Do tamanho de um melão
Um telefone
Que caiba em minha mão
Tamarindo
Doce como mel
Rapadura amarga
Como fel
Uma coruja
Que seja bem bonita
Um bastão de marmelo
E uma fita

Boca de forno, forno...

E a criançada sonhando
Vai o mundo avessando
Vai crescendo descobrindo
Vai perdendo um sonho lindo
Remão, remão
Quem me trouxer felicidade
Quem me trouxer alegria de verdade
E a gente não trás e fica na mão
Remão, remão
Vida tem manha
Quem não trouxer, apanha

Primeiro aninho de Emyle !

Um ano atrás, anunciei o nascimento de Emyle .Hoje, compareci  à  sua festa de primeiro aniversário.
Vera Batista ,uma avó coruja e feliz , em bons papos com a prima Mary.
O ponto alto da festa foi a apresentação do "Pequeno Coral" , atuante há 43 anos, sob a batuta de Divani Cabral .Nesta noite , mães , tias, primas e crianças  cantaram em uníssono !
Rosineide  fez as fotos , e curtiu  as netas dos outros, com o pensamento em Maria Alice.
Hora dos Parabéns. Pais de Emyle ao redor  do bolo, e o canto geral , celebrando a vida !

Meu Pai Era Assim por João Marni



MOVIDO PELA EMOÇÃO, ESCREVO!
MEU PAI ERA ASSIM...

Um sonhador, já vitorioso. Um simpaticíssimo rapaz que ao descer do trem vindo de Quixadá, no pós guerra, firmou seus pés neste chão um de cada vez, mas imagino-o moleque, com os dois pés e um coração!

Elevou então seus olhos azuis e ficou fascinado pelo Cristo Rei!

Um abençoado, conduzindo sempre seu enorme sorriso de pura irreverência. Caridoso, manso, de língua contida quando o assunto era o outro. Homem de bom gosto em tudo. A começar por minha mãe! Um fazedor de amizades. Por último, gravou na retina de cada um que o conheceu, a imagem do humilde, do louco pela vida, do apressado.

O homem só alcança seus objetivos se sonhar e trabalhar. O trabalho pode dignificá-lo e até revelar quem ele é. Coisas de passar os outros para trás não se perpetuam, pois resultam em frutos da esperteza, que podem até durar,

mas são meros acúmulos. Sem história.

Meu pai foi bom. Meu pai foi e é unanimidade. Onde chego. Aonde vou.

Parece até que não existimos, os filhos. Afinal somos sempre a referência dele: os filhos de Cândido!

Chego a imaginar também que ele teria conseguido erguer a lendária EXCALIBUR! Pelo menos lá em casa sim, foi sempre o nosso herói...

Voou tão alto o meu pai, tomou tamanho impulso por suas atitudes, que despertou mais ainda a atenção do Criador!

Ao contrário de Ícaro, em suas asas nossos corações!

FERNANDO GARCIA-VIDEO: INFORMA

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Polyana Esmeraldo - Nossa bailarina Fotos de Samuel !


Professora de artes, Polyana  tem a dança na alma ! Baila como as folhas de uma roseira , atiçadas pela brisa , e voa , como uma delas, quando o vento a  carrega, na direção do infinito.

Quando eu nasci, minha mãe não atentou para o meu pé de bailarina. Poderia ter dançado ... A dança é uma das artes que mais aprecio. Até  porque ela é casada com a música e parceira de todas as outras artes.
Mas  me compenso reconhecendo o talento das bailarinas !
O corpo , quando trabalhado , em função da expressão do belo, tem a leveza das garças , e a delicadeza  das rosas.
Parabéns, Poly, por esse porte de mulher que pisa leve, na ponta dos pés , e leva longe teu olhar de menina..
“Mulheres do Coco” será exibido neste sábado, na Batateira


Neste sábado, dia 07, a partir das 18h30, em frente a residência da Mestra Edite Dias, coordenadora do Coco da Batateira será exibido o primeiro documentário do Projeto “No Terreiro dos Brincantes”, desenvolvido pela Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX e Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC. O documentário narra a história em poucos minutos do grupo “A Gente do Coco”, nome do grupo de mulheres e homens que dançam, cantam e tocam coco no bairro Gisélia Pinheiro (Batateira) na cidade do Crato, Região Sul do Estado do Ceará. Conhecido popularmente como “Mulheres do Coco da Batateira” por ser constituído na sua maioria por mulheres desde a sua origem.


O grupo surgiu em 1979 por uma turma de sala do Mobral - Movimento Brasileiro de Alfabetização. O Mobral foi criado e mantido pelo Regime Militar tendo início em 1967 e que prosesegiu até o início da década de oitenta do século passado. O objetivo era propocionar alfabetização e letramento as pessoas acima da idade escolar convencional. Muitos aprendiam somente a escrever seu nome. O documentário narra à história das Mulheres do Coco da Batateira e contextualiza essa manifestação situada dentro da comunidade. Para a mestre Edite, é uma diversão poder apresentar o Coco para a comunidade e destaca que o sonho dela é construir um terreiro no fundo do quintal que possa funcionar como o local da brincadeira para a comunidade.


O professor Alexandre Lucas, coordenador do Projeto “No Terreiro dos Brincantes” explica que o documentário será disponibilizado na Internet para que as pessoas possam ter acesso de forma democrática. Lucas enfatiza que serão produzidos mais nove documentários e adianta que o próximo contará a história da Mestre Zulene Galdino numa mistura de sabedoria, esperteza e fantasia.

Colaboração de Stela Siebra. Achei nos bastidores !


"Epigrama nº 9

O vento voa
a noite toda se atordoa,
a folha cai.

Haverá mesmo algum pensamento
sobre essa noite? sobre esse vento?
sobre essa folha que se vai? 

Cecília Meireles

Impressões sobre o “CARIRICATURAS EM VERSO E PROSA” – por Eberth Ribeiro Duarte




Meus caros Carlos e Magali,
Acabei de receber em envelope, pelo correio, um pedaço muito importante, significativo e feliz da minha vida que a correria e responsabilidades presentes nos fazem olvidar, mas que ao ir direto às páginas 47 e percorrer a Dom Quintino no sentido da Coronel Antonio Luiz cheguei na minha casa, vizinha à do seu Zé Camilo e D. Eulina... E pouco abaixo da casa da minha querida professora D. Rosinha Esmeraldo. De passagem, respondi à chamada na minha escola, onde sou apresentado às primeiras letras e aos números da tabuada, cuja associação devo fazer de “carreirinha”, sob pena perder a hora do lanche com uma broa comprada na bodega do seu Pedro Coelho, pai das professoras Elizeth, Zilmar ou Maria Lima que, não tinham contemplação com os garotos que priorizavam o bosque (hoje Parque Municipal) a jogar bola e bila. Essas lembranças eclodem com uma tempestade de emoções à medida que você vai me re-apresentando àquelas personagens e, aos poucos vou me apercebendo que conheci todos esses lugares e pessoas e, assustado, me lembro que também percorri e vivi todos esses lugares e pessoas.

Uma tristeza e enorme sentimento de culpa por ter permitido que a vida se interpusesse entre mim e eles. Lembro-me de quando cliente de Dr. Aníbal, vizinho de frente da minha bisavó, na João Pessoa, procurava marcar minhas obturações no primeiro horário para fugir ao cansaço do competente profissional, que ao final do dia já pedalava a sua broca com menor velocidade e a dor era de lascar...

Lembro-me das tertúlias, sim. Do footing da Siqueira Campos, do Tênis Clube, da Exposição, das internas do Santa Teresa, inclusive de Tereza Neuma, interna por quem nutri forte paixão.

A Dom Quintino é sua, mas a Cel. Antonio Luiz, onde morei em duas casas é minha pelas mesmas razões que a Dom Quintino é sua...

Agradeço enormemente pela tristeza e saudade que sinto agora e nutro a esperança de um dia sentarmos no patamar da Sé para aprofundarmos esse sentimento.

Por aqui vou continuar meu passeio, minha saudade e lembranças com Armando Rafael, Emerson Monteiro, Zé do Vale, João Marni, Stela Siebra, Olival Honor e outros.

Magali, Vocês me evocaram tanta coisa boa. Lembrei-me do Louro, do Zé Ricardo, até do seu Zé Eurico. Dr. Aníbal e D. Eneida que sempre me trataram tão bem e de forma tão carinhosa que são inolvidáveis. Você tem razão, venere-os, pois eles se fizeram merecedores.

Meu caro amigo, esse livro me deu insônia, só conseguí dormir após as 2.00h, depois de vagar por todos os cantos e partilhar com todos os autores, a maioria conhecida, todas as emoções. Os escritos me evocaram muitas saudades e bateram o bolor das minhas lembranças juvenis. Foram gatilhos pra deflagrar outras que jaziam nas partes menos acessíveis do meu coração. Foi um citytour virtual, mas de colorido forte e nítido que não imaginava reproduzir.

É alentador saber que no nosso “Cratinho de açúcar” ainda se cultiva o gosto pela cultura e nisso e no humor rico e instantâneo percebo que continuamos sendo insuperáveis.

Quanto à publicação da minha mensagem, não sei se o escrito vale, mas se conseguiu transmitir o profundo sentimento que me invadiu, ela é sua, faça com ela o que achar conveniente.

Muito obrigado. Desejo a vocês e família um grande abraço e que nunca lhes falte as bênçãos divinas.

Um forte e fraternal abraço,

Eberth

Desafios - Colaboração de Caio Marcelo Bonates

Desafio é considerado como aquilo que é difícil, perigoso. Todos temos nossos desafios diários. Uns, maiores do que outros. E, na pauta das nossas realizações, cada qual encara o desafio de uma maneira diferente. Alguns o creditam à conta das dificuldades, estancam o passo e se dão por derrotados, sem combater. Outros tantos enfrentam os desafios e se tornam vencedores. Diz-se que o general Mac Arthur foi recusado na academia militar de West Point, não uma, mas duas vezes. Tentou uma terceira vez, foi aceito e graduou-se como primeiro aluno, no ano de 1903. Já na reserva, durante a segunda guerra mundial, foi chamado à ativa e marchou para os livros de história. Recebeu a capitulação japonesa em 1945 e comandou as tropas de ocupação até 1950. Nesse ano, foi convocado para chefiar as tropas, sob a bandeira da ONU, na Coréia. Albert Einstein foi qualificado por sua professora como "mentalmente lerdo, não sociável e sempre perdido em devaneios tolos". Ele não deu ouvidos às referências nem às dificuldades com aprendizagem nos primeiros anos escolares. Doutorou-se na Universidade de Zurique, ofereceu ao mundo a teoria da relatividade e foi prêmio Nobel de Física de 1921. Alexander Graham Bell, ao inventar o telefone, em 1876, não tocou o coração de financiadores com o aparelho. Houve quem comentasse: "é uma invenção extraordinária, mas quem vai querer usar isso?" No entanto, o telefone lhe valeria o prémio volta, do instituto francês. O dinheiro do prémio serviu-lhe para montar um laboratório em Washington, legando à humanidade entre outras tantas invenções, o ouvido artificial, capaz de registrar sons e o pulmão de aço para respiração artificial. Ludwig Van Beethoven teve uma vida marcada por amarguras, por causa da perda progressiva da audição, que teve início aos 31 anos. Aos 44 anos, ficou completamente surdo, o que não o impediu de continuar a compor sonatas para piano, variações sobre uma valsa de Diabelli, a nona sinfonia. Sua música, naquele período, se tornou abstrata, diferente. Winston Churchill foi um estudante medíocre. Seu pai o transferiu para um colégio militar e ele concluiu o curso com brilho. Perdeu a primeira eleição que disputou. Sua carreira política somente se iniciou depois de sua fuga de um campo de prisioneiros na África do Sul. Seria sucessivamente derrotado em três eleições, e sua maior contribuição ao mundo se daria quando já era cidadão idoso. Foi jornalista, escritor, pintor, orador e político, numa sucessão de perdas e recomeços, até alcançar o que o mundo considera sucesso, reconhecimento público. Informando-nos a respeito dos feitos e das lutas incessantes de homens como esses, com certeza nos perguntaremos: "qual a diferença entre eles e nós?" Por que eles conseguiram vencer?" E a resposta é que eles acreditaram em si mesmos. Não desistiram ante as derrotas ou insucessos, não deixaram de lutar contra o desânimo, o fracasso, nem se deixaram levar pelas observações apressadas de pessoas sem visão de futuro. Pense nisso Todos somos portadores de dificuldades. O grande desafio é vencê-las, quando e onde se apresentem. Para o cristão, o maior dos desafios será viver fielmente os princípios que esposa, num mundo onde quem mais tem, é melhor considerado. Contudo, têm por modelo o maior de todos os vencedores: Jesus. Ele venceu o desafio do abandono dos amigos, a solidão nas horas mais amargas e a morte vergonhosa que Lhe impuseram. Um dos Seus mais belos exemplos é o de que o homem tudo pode quando movido pela certeza das verdades que carrega.
Caioh Bonates

Recado de Márcia para Stela

Stela
Bom dia

Passaram-se os anos e você traz no coração a mesma simpatia e delicadeza de quando a conheci. Lembro nitidamente da Stela guerreira, companheira que nos envolvia com laços de ternura e sorrisos largos. Nas apresentações jogralescas exercia liderança unindo a arte e o aprendizado a grandes alegrias. Visualizo a sua imagem retratada na primeira identidade altiva, sorridente e cheia de garra. Hoje admiro uma nova mulher. Mulher Múltipla que aparece na identidade atual com alma de poeta e coração de estudante. Sua poesia me emocionou. Parabéns!
Agradeço suas palavras carinhosas. Não sei se daquela menina ainda tem um pouco!......
Fique com o meu afeto

Márcia Barreto Melo A.Sousa

O Tempo por João Marni

No engatinhar da raça humana, a noção de tempo limitava-se à observação do movimento das estrelas ou à intensidade do brilho solar. Passaram-se muitas luas e muitos sóis até que as civilizações aprendessem a identificar no tempo as estações do ano. Séculos se foram até a teoria da relatividade de Einstein e a precisão suíça dos relógios. Mas o que nos fascina mesmo e o que nos motivou a escrever essa crônica, é o tempo como lenitivo, intervalo do refluxo das marés, qual na canção COMO UMA ONDA, de Lulu Santos: - “... nada do que foi será igual ao que a gente viu há um segundo/ tudo muda o tempo todo no mundo”...
É esse tempo que age como bálsamo, alívio na grande dor da perda. Que enxuga nossas lágrimas e nos tira da desolação no amanhã. Traz de volta a cor rosada e o semblante alegre à mãe que chorou ontem, faz-nos esquecer um desafeto e tranqüiliza nossa alma após sepultarmos os entes queridos. Diminui nossas culpas, se as tivermos; pede carona ao passado e lá, amigo da memória, permite que abracemos nossos bons momentos e que reflitamos sobre nossas distorções da vida.

É o apagador do quadro negro das nossas dores. Somos o antes no agora. O passado a onda já lavou e levou. Hoje é o grande momento. Deus não retirou o sol, a lua nem as estrelas, quando perdeu, feito homem, seu astro maior. Não deixou na escuridão os outros filhos. Com o tempo perdoou-nos, sob uma condição: que ficássemos à deriva, tal barcos desmastreados, quanto ao terceiro estágio do tempo, que só a Ele pertence – o futuro, a outra ponta do elástico do Khronos. Daí a verdade na expressão popular, de que “o futuro a Deus pertence”.
É a casa onde mora a grande dúvida do homem. Pode ser o céu, pode ser o inferno. Somos meros arrogantes, infinitos apenas no nosso breve tempo!

Centenário de Adoniran Barbosa - por Norma Hauer

Ele nasceu no dia 6 de agosto de 1910 na cidade de Valinhos, no Estado de São Paulo, recebendo o nome de João Rubinato, ficando conhecido como o maior intérprete e autor do samba de São Paulo, com o nome de ADONIRAN BARBOSA.
Como todo menino de família pobre, começou a trabalhar muito cedo, exercendo várias profissões modestas, enquanto tentava ser cantor
participando de vários programas de calouros, principalmente na Rádio Cruzeiro do Sul de São Paulo.
Já havendo composto alguns sambas, foi em 1955 que seu nome apareceu quando os “Demônios da Garoa” (conjunto de São Paulo) gravaram o samba “Saudosa Maloca”. No mesmo ano, um samba característico daquele Estado, com o linguajar caipira e paulistano italianado: o “Samba do Arnesto”, retratou as camadas populares de São Paulo.
Depois desses dois sambas Adoniran ficou conhecido no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.
A ponto de participar das músicas relativas ao 4° Centenário da cidade do Rio de Janeiro, com o samba “Trem das Onze”, que se popularizou no concurso então realizado.
Parece mentira, um compositor de samba paulista foi o vencedor do concurso do 4° Centenário de nossa Cidade.
Sobre este samba, o compositor e radialista Luiz Vieira, costuma dizer que Adoniran inspirou-se em seu “Menino de Jassanã” para compor “Trem das Onze”.
Ele afirma que possui uma gravação de Adoniran confessando ter-se inspirado em sua composição
Apesar de ter minhas dúvidas, porque conheci primeiro “Trem das Onze” e só depois, “Menino de Jassanã”, quando ouvi este último pela primeira vez, percebi que havia algo em comum entre eles. Seja no nome do local, seja na presença da mãe esperando seu filho...enfim, há algo que liga uma a outra.
Adoniran não foi apenas compositor, ele também atuou em programas humorísticos, como “Papai Sabe Nada” e “Ceará contra 007”, além de participar da primeira versão da novela de Irani Ribeiro “Mulheres de Areia”, na TV Tupi.
Na 1ª Bienal do Samba apresentou o samba “Mulher, Patrão e Cachaça”.
Em 1974 lançou seu primeiro LP individual, registrando antigas e novas composições, como “As Mariposas”, “Iracema” (grande sucesso), Apaga o Fogo, Mané” e, como não poderia deixar de ser “Trem das Onze” e “Saudosa Maloca”.
No ano seguinte, novo LP com outros sambas, dentre eles “Samba do Arnesto” e “Triste Margarida” (Samba do Metrô).
Esse foi o estilo que tornou Adoniran Barbosa o compositor mais popular de São Paulo.

Adoniran Barbosa faleceu em São Paulo, em 23 de novembro de 1992, aos 82 anos
Este seria o ano de seu CENTENÁRIO. Estarão sendo realizadas homenagens em São Paulo?
Ele as merece em todo o Brasil.

Norma

José Telles - um poeta-médico


O dilema dos encontros

Um tempo
em síntese
encurta o meu silêncio
e adormece
as vivências que já tive

As horas
em desmaio
contraem os meus dias
querendo
ir embora a qualquer custo

Há uma
ventania do tempo
abraçando o meu silêncio
pelas costas
num espaço muito curto

Há um Eu
formatando cálculos
em círculos ou simulando
números em
minúsculas fórmulas de vida

Há um
começo e um fim
fundido em paralelas
na pressa dos meus
poemas ou no dilema dos encontros.

***

[...]Até pouco tempo, José Telles era conhecido apenas por poemas esparsos nos jornais e através das páginas da revista Literapia, que reúne intelectuais da Sobrames (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores), confraria literária a que pertence. A obra foi editada recentemente pelas Edições Sobrames, Fortaleza 2001.

O vigor de suas metáforas, por vezes audaciosas, oferecem ao leitor um mundo ainda virgem em sua visão premonitória.[...]

O sensualismo não está ausente da sua poesia - é integração e tema - vertente rica e constante que afasta dúvidas e lembranças da morte e se mistura ao misticismo: "Estes seios bastos / ora róseos, ora alabastos / esperam cautelosos,/ momentos suicidas". Ou ainda: "No teu corpo / sobrevôo entranhas / e crucifico nos teus braços / os meus pecados em cruz".

[...] Por vezes metafísico, entre objetos e lembranças, descreve a casa: "Na sala/ um relógio de algibeira/ esconde o tempo no bolso".

São muitos os arroubos líricos do poeta e suas confissões amorosas. José Telles nos oferece uma poesia de alto nível e traz uma carta de alforria no alforje que lhe assegura o êxito [...]

José Telles é uma revelação da poesia de nosso tempo. Antes de mais nada, seu compromisso é com o homem e seu destino. E aqui encontramos o poeta social, solidário na dor e no sofrimento humano.Poeta heróico, exaltado no idílio amoroso e em todos os segmentos da vida. A delicadeza de seu verso não consegue esconder a angústia existencial que o oprime. Na luz de seus poemas a beleza flore e aflora aos nossos sentimentos. É este um poeta acentuadamente cristão, isso se constata a começar pelo título da obra. A plasticidade de seu estro é um detalhe impressionante: som, luz, cor, harmonia e musicalidade parecem andar de mãos dadas.

Adaptação do texto de José Alcides Pinto

Ficcionista e crítico literário

http://www.revista.agulha.nom.br/jtelles.html#alcides

Um momento com Cecília Meireles...



Traze-me

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!


4º Motivo Da Rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Timidez

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
- mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...
- palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
- que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
e um dia me acabarei.


Stevie Wonder - For Once in my Life

For Once In My Life

Stevie Wonder
Composição: Ron Miller / Orlando Murden



For once in my life I have someone who needs me
Someone I've needed so long
For once, unafraid, I can go where life leads me
And somehow I know I'll be strong

For once I can touch what my heart used to dream of
Long before I knew
Someone warm like you
Would make my dreams come true

For once in my life I won't let sorrow hurt me
Not like it hurt me before
For one, I have something I know won't desert me
I'm not alone anymore

For once, I can say, this is mine, you can't take it
As long as I know I have love, I can make it
For once in my life, I have someone who needs me

Viva!

Viva a vida e a vaia e vaie a vida e a verve: a vivacidade da imaginação
Viva o verde e o rosa da Mangueira e da rosa, respectivamente
Viva a banda e Carmem Miranda, viva a diva e o monumento nacional
Viva Ayla Maria, Claude Bloc, Socorro Moreira, Geraldo Urano e Divani Cabral
Viva a bossa e morra a boça-lidade-teatral
O poeta desfolha a bandeira e vive num jardim tropical
Portanto, viva o poeta na bruta-lidade-jardim
E pra não perder a próxima rima, viva Manel D’Jardim
Viva Zapata e que viva México, e como cantou Chico Science, viva Zumbi
Viva Clélio Reis, andrajoso e livre. Viva todos os viventes
Desta cidade, desvairados ou lúcidos. Viva
Também o Crato e viva o Cariri. E pra terminar
Viva eu e viva tu; viva o rabo-de-tatu

A noite do meu bem - Dolores Duran

Esta música me faz lembrar Lindalva - mãe de Wilton Dedê... Ela a cantava no tempo em que eu morava na Rua Leandro Bezerra.


Ouçam e emocionem-se...