Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cor nas palavras.

No ocre que toma o verde da folha
O sal da lágrima que doura o grão de areia
O verde brilhante do beija-flor que a beija
Bem no cume do rosa,
Rota na cor de chumbo do asfalto
Que alto, outro chumbo do céu nublado
Me atira uma chuva torrencial
Fonte de prismas do tiro
Quase solar que vaza a gota d’água
Arco íris em pleno céu de março
Fuma o homem o maço do cigarro
Que negro deixa teu pulmão
Puro charme do trago do lábio carnudo
Da boca de batom carmim da moça
Que roçam em mim os olhos verdes claros
É claro que este olhar não é de festim.
Rubras minhas faces que da romã
Furtou a cor.

Imagem: Denise Cardoso

Receita de Tender com chutney de manga - compondo a sua ceia de Natal



Ingredientes

1 tender
4 batatas fatiadas tipo chips
Chutney

1 manga madura
1 cebola roxa
Cerca de 2 cm de gengibre laminado fininho
1/2 pimentão verde
1/2 pimentão vermelho
1 colher (sopa) de uvas passa
200g de açúcar mascavo
100 ml de vinagre de maça
Suco de 1/2 limão
1/2 pau de canela
Sal à gosto
Pimenta do reino preta em grãos


Modo de preparo

Faça o tender seguindo as instruções da embalagem, reserve.
Cozinhe a batata em água fervente até ficar no ponto, escorra e reserve também.


Chutney

Descasque a manga e corte a polpa em cubos miúdos.
Limpe e fatie fininho a cebola roxa.
Ponha ambos os ingredientes numa frigideira e acrescente as passas, o vinagre de maça e o açúcar mascavo.
Cozinhe no fogo baixo por 10 minutos.
Corte os pimentões em cubinhos, acrescente-os à frigideira com a manga.
Junte o suco coado do limão, a canela (quebrando com as mãos), o gengibre laminado, uma pitada de sal e uma generosa pitada de pimenta, moída na hora.
Misture todos os ingredientes com a colher de pau e cozinhe por 30 minutos, mexendo de vez em quando.
Deixe esfriar.
Fatie o tender, coloque-o sobre as batatas fatiadas e coloque o chutney sobre o tender.

receita de Lívia Amaral

Espelho Nativo



Estréia
Espelho Nativo

A comunidade indígena dos Tremembé é protagonista nesse documentário que busca, por meio das relações dos índios com a sociedade “branca”, e da interação dos indígenas com o fazer do documentário, aproximar-se das questões prementes que envolvem o tema indígena no estado do Ceará.

Ficha Técnica
Duração: 52 minutos
Autor e Diretor: Philipi Bandeira
Co-produção: Philipi Emanuel Lustosa Bandeira Trio Filmes Fundação de Teleducação do Ceará – FUNTELC ABEPEC - Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais

doctv.cultura.gov.br

Comprimido - Domingos Barroso

No fim do combate

entre o corpo
e o que dele se imita

resta a tosse

após a tosse
a saliva desce

grandiosa
alheia ao monstro
do esôfago.

Penso na minha alma
ultrajada pela existência

da gosma

do catarro

da gripe.

Não consigo parar de tossir

de tirar os óculos

de esfregar os olhos

de limpar o tapete.

O meu filho também tosse.

Mas ainda não entende
da batalha entre os deuses:
corpo, febre, alma, mente.

domingos barroso

Magia - Por : Rosa Guerrera




Há uma magia diferente
nesse amor que vem de você ...

Você consegue beijar o meu sorriso,
colocar estrelas no céu da minha minha boca,
raios de luar no brilho dos meus olhos,
tempestade nas minhas emoções,
imobilidade nos meus gestos,
silencio na minha voz
e calmaria na minha paixão.

Você é como aquele mágico misterioso
que sem auditórios nem cenários
estrapola os limites da minha feminilidade
mirabolando cenas jamais descritas...

E no palco vazio do nosso quarto
iluminado apenas por um tênue abajour
essa magia me aparece em forma de homem,
escultor e artista ...

Único pintor capaz de transformar
em realidade esse sonho louco
retratado numa tela- lençol que deixa nas marcas do suor
apenas o contorno dos nossos corpos ....

ROS@

Verdade sobre os amigos ... - Colaboração de João Nicodemos

Um jovem recém casado estava bebericando chá gelado durante uma visita ao seu pai. Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades e as obrigações da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho.
- Nunca se esqueça de seus amigos, aconselhou! Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles, faça coisas por eles, telefone para eles...
Que estranho conselho! Pensou o jovem. Acabo de ingressar no mundo dos casados.. Sou adulto. Com certeza minha esposa e a família que iniciaremos serão tudo que necessito para dar sentido à minha vida!
Contudo, ele obedeceu ao pai. Manteve contato com seus amigos e anualmente aumentava o número de amigos. Na medida em que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. Na medida em que o tempo e a natureza realizam suas mudanças e mistérios sobre um homem, amigos são baluartes de sua vida. Passados mais de 50 anos, eis o que ele aprendeu:

O tempo passa.

A vida acontece.

A distância separa.

As crianças crescem.

Os empregos vão e vêem.

O amor fica mais frouxo.

As pessoas não fazem o que deveriam fazer.

O coração se rompe.

Os pais morrem.

Os colegas esquecem os favores.

As carreiras terminam.

MAS.... Os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estão entre vocês.
Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, abençoando sua vida!
Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante. Nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros .
Autor desconhecido

A poesia de João Nicodemos




desconheço
os figurinos
no armário

não sou
um

sou
vário...


O Livro do CARIRICATURAS - Edição e Lançamento



Caros amigos do Cariricaturas


O Cariricaturas precisa se eternizar, ser lembrado.

O lançamento em Julho (dia 23) de um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamond - altura : 12) - Temática livre.
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento pode ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
• Cada colaborador ganhará 20 livros.
• o dinheiro que sobrar ( se sobrar) será aplicado na festa de lançamento, que poderá ser realizada no Crato Tênis Clube.
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima e Ana Cecília)
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas 30 adesões:

01. Claude Bloc
02. Magali Figueirêdo
03. Carlos Esmeraldo
04. Maria Amélia de Castro
05. Ana Cecília Bastos
06. Assis Lima
07. Socorro Moreira
08. Stela Siebra de Brito
09. Wilton Dedê
10. João Marni
11. Rejane Gonçalves
12. Rosa Guerrera
13. Heladio Teles Duarte
14. Edilma Rocha
15. Emerson Monteiro
16. José Flávio Vieira
17. João Nicodemos
18. José do Vale Feitosa
19. Liduina Vilar
20. Elmano Rodrigues
21. Carlos Rafael
22. Armando Rafael
23. Bernardo Melgaço
24. Domingos Barroso
25. Roberto Jamacaru
26.Dimas de Castro
27.Joaquim Pinheiro
28.A. Morais
29.Ceci Monteiro
30.Edmar Lima Cordeiro

Lembrem-se:

O envio dos textos será até 21.01.2010.

Na sequência informaremos as condições de pagamento, e oportunamente faremos as prestações de conta.

Nota :

Zé Flávio já deu o ponta pé inicial, enviando de primeira mão release, fotografia e textos. Agora é a nossa vez.

Abraços,

Claude e Socorro

Cinco para as quatro - Marcos Leonel




Eis um rio desaguado
Que solidão insólita aquela
Sem dentição aparente

Na margem direita
A desolação do velho sofá
Sem reino e sem níqueis
Retidos em segredos

Na margem esquerda
A disjunção onírica
Das cápsulas deflagradas
Que não decifram o inimigo

Na margem incontida
O prazer inafiançável de
Se dependurar em grampos
Sob a pele em sala escura

Eis uma inundação
De espermas nas pernas
Sem restrição aparente



Marcos Leonel

Meu poeta Araújo Jorge por Rosa Guerrera




Sempre fui apaixonada por poesias e lembro que muito cedo comecei a ler os poemas, e sonetos de J.G.de Araújo Jorge..Tamanha minha admiração pelo poeta que fiz questão de comprar todos os seus livros , inclusive o único romance ,( porque os demais são prosas , poemas e poesias) que tem por título :” Um besouro contra a vidraça”.Tudo escrito por ele , sua mensagem social e política , sua obra lírica ,impregnada de romantismo moderno me conduzia aos píncaros dos sonhos. Sabia de cor a sua biografia , que tinha nascido em 1914 num dia 20 de maio , numa Vila chamada Tarauacá , no estado do Acre, seus prêmios recebidos,seu ingresso na política,sabia também que em 1932, no Externato Colégio Pedro II, em memorável certame, foi escolhido o ” Príncipe dos Poetas”, sendo saudado na festa por Coelho Neto, enfim tudo que me caia as mãos sobre Araújo Jorge eu fazia questão de arquivar .A única coisa que eu jamais podia imaginar era um dia conhece-lo pessoalmente ( não como jornalista, entrevistadora, ou coisa que o valha ),mas como amigo de uma grande amiga que tenho no Rio de Janeiro, a compositora Thereza Tinoco. E isso aconteceu exatamente no ano de 1985. Era um dia de domingo , e eu tomei conhecimento através de Thereza que um amigo viria almoçar conosco, e sabendo ela o quanto eu admirava o Araújo Jorge , me preparou “aquela surpresa”.Lembro que fiquei sem palavras quando apertei a mão do poeta que eu tanto amava e admirava.De uma simpatia contagiante Araújo Jorge me deixou muito a vontade ...E conversamos muito naquele dia que para mim jamais será esquecido.Nunca mais tornei a vê-lo e soube que faleceu no dia 27 de janeiro de 1987. Uma coisa porém me marcou bastante naquele encontro .Foi quando ousei pedir a ele que declamasse para mim o soneto de sua autoria:OS VERSOS QUE TE DOU... soneto que eu não poderia jamais deixar de transcreve-lo aqui, porque além de me sensibilizar bastante , eu tive a alegria de escuta-lo ao vivo na voz do grande poeta.
“Ouve estes versos que te dou,/ eu os fiz hoje que sinto o coração contente/enquanto teu amor for meu somente,/eu farei versos...e serei feliz.../E hei de fazê-los pela vida afora,/versos de sonho e de amor, e hei depois relembrar o passado de nós dois../.esse passado que começa agora.../Estes versos repletos de ternura são versos meus, /mas que são teus, também.../Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém que possa perturbar nossa ventura.../Quando o tempo branquear os teus cabelos hás de um dia mais tarde, revivê-los /nas lembranças que a vida não desfez../.E ao lê-los...com saudade em tua dor...hás de rever, chorando, o nosso amor,/hás de lembrar, também, de quem os fez.../Se nesse tempo eu já tiver partido e outros versos quiseres, teu pedido deixa ao lado da cruz para onde eu vou.../Quando lá novamente, então tu fores,/pode colher do chão todas as flores, pois são os versos de amor que ainda te dou.” ( J.G.de Araújo Jorge)

por rosa guerrera

Tente Sempre - Rosa Guerrera


Você não conseguiu construir um edifício?


Tente fazer uma choupana.


Secou a fonte que possuía aquela água cristalina?


Tente cavar um poço!


Morreram as flores do seu jardim?


Tente novo canteiro com outras sementes!


A saudade está querendo lhe entediar?


Tente sorrir para as lembranças alegres!


Alguém que você ama lhe ignorou sem motivos?


Tente dar um sorriso para um desconhecido!


A angústia está querendo lhe fazer companhia?


Tente cantar aquela canção que você mais gosta!


O manto da solidão quer lhe envolver?


Tente romper essas grades e respirar novo ar lá fora ...


O importante é não desistir jamais !


Não estagnar o coração nem se acomodar


A monotonia de dias tristes ...


Tente sempre alguma coisa diferente !


Afinal, o s atalhos não aconteceram por acaso!


Eles existem também para serem percorridos !
rosa guerrera

Para todos do Cariricaturas

um Natal Feliz!

Para Camila, José Milton Arrais e Gláucia

Com os melhores votos de um Feliz Natal

Agradecendo pela presença (discreta) no Cariricaturas

Apareçam sempre.

Escrever versos sem usar a letra O

O Cariricaturas gosta de interação.
Observe : INTER-AÇÃO
(agir junto... em parceria com outras pessoas)

... ou seja, O Cariricaturas cria desafios e brincadeiras para "mexer" com os amigos colaboradoes de forma que eles se envolvam no clima e participem,
superando o"medo" de não acertar.

Não seja tímido/a...

Não diga que não é capaz...

Não diga que o período natatalino roubou o resto de suas energias...

Sua mente brilha, estamos vendo daqui.

Participe !

Leia as orientações postadas ontem (dia 08/12)
e as possibilidades já apresentadas.


E espalhe por aqui sua criatividade.


O Desafio é o seguinte : escrever versos sem usar a letra O !
.

Pernil de Natal



Ingredientes

.
4,5 kg de pernil
3 xícaras (chá) de vinho branco seco
1 xícara (chá) de suco de limão
5 dentes de alho
3 folhas de louro
1 pimenta dedo de moça
1 ramo de alecrim
3 colheres (sopa) de sal
noz-moscada a gosto

Preparo
Bata no liquidificador todos os temperos, exceto o alecrim, o louro e o sal que deverão ser acres-cidos ao tempero depois que este já estiver batido. Deixe o pernil mergulhado neste tempero por 12 horas na geladeira.
Cubra o pernil com papel alumínio e leve ao forno por 3 horas no fogo médio. Regue o pernil com o molho que se formou e deixe assando até que fique bem dourado.

Hoje, aniversário de Ângela Morais, notável artista plástica do nosso Cariri !

Processando luz !
(A arte de ângela Morais )




" ...Ela nasceu no Cariri, um óasis em meio a um sertão Nordestino, pobre e seco.Ela nos traz um banho de imagens oriunda de folhas recolhidas á rua:assas de insetos,flores do campo,num verdadeiro show rítmico de movimentos, um caleidoscópio da beleza ao mesmo tempo deformante e analítico de sua visualidade nua e plástica,decodificando o tema à luz de um sentimento fotográfico de um dinamismo inebriante.
Ela nunca foi tão simples, quanto depois de sua volta da Euroupa.Suas imagens não parecem de época, porque pertencem a qualquer idade.
Elas poderiam estar num museu debiologia ou como exemplo de uma arte,de alguma cultura pré-histórica emergente. Ela refaz então num modo muito singular a natureza fantástica, nos revelando um universo diferente, onde há uma magia lírica que aliada à tecnologia fotográfica, apenas para lhe acom panhar no processo de transformação constante por qual passa, a natureza, a vida, o ser humano, a criatividade no olhar ...

Fernando Vasques
Parabéns, grande artista !
Abraços do Cariricaturas.

"Cariricaturas" em Versos Sem a Letra "O" por Corujinha Baiana


Quem quiser buscar prazer
Nesse "lugar virtual"
Brincadeiras e cultura,
É difícil achar igual.
*
Stela, Edilma, Catarina,
Ismênia, Guerrera, Pachelly.
Ângela, Zélia, Liduína,
Amélia, Ana Cecília, Magali.
*
Chagas,Teixeira, Lupeu,
Starkey, César, Rafael.
Eurípedes, Jamacaru,
Mestre Zé, Vale, "Buñuel"
*
"Assinaturas" aqui "censuradas"
Me impediram de escrever.
Mas pra sempre hei de lembrar
Já que é difícil esquecer.
*
Claude, Sauska na frente
De tanta gente bacana...
"Cariricaturas" é a dica
Pra alegrar sua semana.
*
( Corujinha Baiana - 09/12/2009 )
Desafio - Versos sem a letra " O "

Almeida Garrett


Almeida Garrett (1799 - 1854)
O escritor e político João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett foi fortemente influenciado pelo escritor neoclássico Filinto Elísio. Em 1820 participou, como líder da classe estudantil, da Revolução Liberal.

Em 1821, após concluir o curso de Direito na Faculdade de Coimbra, publicou o poema "Retrato de Vênus" e depois foi processado por obscenidade. Após o golpe de 1822, no qual o liberalismo foi derrotado, Garret partiu para o exílio na Inglaterra, de onde regressou somente em 1826. Durante o exílio Garret, influenciado pelas obras de Walter Scott e Lord Byron, compôs os poemas "Camões" e "Dona Branca". Essas obras foram publicadas em 1824 e são consideradas o marco inicial do Romantismo em Portugal.
Garret voltou a Portugal em 1832 integrando o exército de D. Pedro no cerco à cidade do Porto. Entre 1833 e 1836, foi cônsul geral na Bélgica.

Após a Revolução de Setembro foi encarregado de organizar um plano de um teatro nacional, que veio a promover.

Em 1851 recebeu o título de Visconde de Almeida Garrett. Da sua vasta obra literária destacam-se a peça de teatro "Frei Luís de Sousa" (1844), o romance "Viagens da Minha Terra" (1846) e a coletânea de poemas líricos "Folhas Caídas" (1853).
wikipédia



Nâo te amo - poema de Almeida Garrett




Não te amo, quero-te: o amar vem d'alma.
E eu n'alma --- tenho a calma,
A calma --- do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida --- nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Aquecimento Global - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Só por hoje, viu Socorro e Claude. Não dava para deixar de postar mais esta. Prometo silêncio breve para não irritar os leitores do blog. Mas é que o cinismo permeia o corpo da terra e então me joguei no corpo das mulheres. Um aquecimento de esperança.


Os homens mudam o planeta,
as mulheres aquecimento global.

Diz o relatório é atividade humana,
guia de sobrevivência.

Assim que as chaminés de teus olhos,
liberaram no ar os ferormônios,
o gelo do ártico derreteu-se,
as zonas tropicais revolucionaram-se,

tantos furacões, centenas de tornados,
ciclones, tufões, vendavais, acnéfias,
haja dicionário para tanta meteorologia.

Mais mudanças climáticas houve,
quando expiraste todo aquele gás carbônico,
minha temperatura subiu entre 1,8 e 6,4 graus Celsius,
o nível dos meus mares elevou-se a 59 centímetros,

o Kilimanjaro no cume dissolveu toda a virginal neve,
o mais alto do meu mundo desejou que tu perdesses,
o branco que ocupava toda a cadeia do teu Himalaia.

E tu junto a mim,
deu-me noites quentes e menos dias frios,

ondas de calor cinturaram-me os desejos,
tempestades encharcaram os lagos penianos,

o mundo todo era de um cenário otimista,
o futuro há, tuas fornalhas aquecerão,
combustíveis fósseis, emissões de gases,
e nós em nosso estufim particular.

Mas os olhares moralistas acusarão,
os Estados Unidos dizem que poluem menos,

e nós, Unidos em nosso Estado febril,
também diremos: é um aquecimento global.

Kirk Douglas - aniversário de 93 anos



Kirk Douglas (Amsterdam, Nova Iorque, 9 de Dezembro de 1916) é um actor estadunidense. É pai do também ator Michael Douglas.

Nascido Issur Danielovitch Demsky, seus pais, Herschel Danielovitch e Bryna Sanglel, eram pobres bielorrussos judeus. Na St. Lawrance University, Douglas fez parte da liga de boxe. Para tentar conseguir uma bolsa de estudos, entrou para um grupo de atuação. Seus talentos o pegaram despercebido — recebeu a bolsa junto com uma atriz que viria a ser conhecida como Lauren Bacall. Serviu na Marinha Americana no início da Segunda Guerra Mundial em 1941 até seu fim, em 1945. Depois da guerra, voltou para Nova Iorque e começou a atuar no rádio e em comerciais de televisão, enquanto tentava entrar para a Broadway.

Douglas recebeu a ajuda da atriz Lauren Bacall ao obter seu primeiro papel no filme The Strange Love of Martha Ivers (1946), onde estrelava Barbara Stanwyck.

Kirk Douglas em The Big Trees (1952).Kirk Douglas recebeu três nomeações para o Oscar por seu trabalho em Champion (1949), The Bad and the Beautiful (1952 e Lust for Life (1956). Neste último interpretou o pintor Van Gogh. Douglas não ganhou nenhum, mas recebeu um Oscar especial em 1996 por "50 anos de modelo moral e criativo para a comunidade cinematográfica.". Nos anos 50 foi o protagonista de vários outros filmes clássicos, como Ulisses ou ainda a sua inesquecível interpretação do marinheiro Ned Land na produção dos Estúdios Disney "20.000 léguas submarinas".

Em 1960 estrelou o épico clássico Spartacus, no qual também foi o produtor. A direção ficou com Stanley Kubrick depois que Douglas demitiu o veterano Anthony Mann, que já havia realizado metade das filmagens.

Douglas comprou os direitos de "Um estranho no ninho" na década de 60, mas acabou repassando-os para seu filho Michael, que produziu o filme nos anos 70 com extremo sucesso.


Douglas foi casado duas vezes, primeiro com Diana Dill (em 2 de novembro de 1943, divorciados em 1951), com quem teve dois filhos, o ator Michael Douglas e o produtor Joel Douglas. Com sua segunda esposa, Anne Boydens (casaram-se em 29 de maio de 1954 até hoje) teve também dois filhos, o produtor Peter Vincent Douglas e o ator Eric Douglas. Eric morreu em 6 de julho de 2004 de uma overdose de drogas.

Nos últimos anos, depois de escapar com o corpo todo queimado de um acidente de helicóptero no qual os dois outros tripulantes morreram, Kirk Douglas padeceria ainda de um derrame em 1996, que afetou parcialmente sua capacidade de falar[carece de fontes?]. Tratando-se com uma fonoaudióloga, ele ainda discursaria em agradecimento à premiação do Oscar, de onde recebeu das mãos de seus filhos uma estatueta em honra a sua obra cinematográfica.


Por suas contribuições para a indústria do cinema, Kirk Douglas tem uma estrela na Calçada da Fama no número 6263, Hollywood Blvd. Em 1984, seu nome foi colocado no Western Performers Hall of Fame no National Cowboy & Western Heritage Museum em Oklahoma City, Oklahoma.

Em Outubro de 2004, teve seu nome dado a uma avenida em Palm Springs, na Califórnia.



Wikipédia

O ESPECTRO DA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM COPENHAGUE – 2009

Ontem um texto do Jornal The Guardian eviscerou muito cedo o que mais se temia nesta Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague. Expôs a verdade dos Estados Nacionais neste debate que se entenda está no seguinte nível. O próprio título da Convenção já parte de uma convicção: existem Mudanças Climáticas. Então o debate se encontra exatamente em saber-se o verdadeiro papel da produção, distribuição e consumo no sistema capitalista que já é praticamente global. Em seguida é sair de uma sinuca de bico, jogado pelas nações mais ricas, do qual se diz: como criar uma regulação global sobre isso sem modificar o sistema capitalista?

Para eles existe uma única saída para a sinuca: os mais pobres podem poluir menos enquanto os mais ricos continuam mantendo os seus privilégios. A saída é que preserva o sistema capitalista. Que inegavelmente tem se caracterizado desde o século XIX como o sistema que cria privilegiados e tenta congelar esta divisão. Qual a questão básica?

Acontece que um sistema de privilegiados tem uma espécie de força gravitacional que puxa todos os corpos em sua direção. Tendo o privilégio por matriz é de se entender, por exemplo, que a resposta que se busca na Convenção de Copenhague já encontrava posta no mínimo com a crise do petróleo de 1973. Ali está o coração disso tudo: a civilização do petróleo, seu perfil de produção e consumo.

Quem não se lembra que naquela época os carrões americanos, consumidores de gasolina passaram por crítica severa. Quem não recorda os japoneses surgindo como aqueles que tinham uma proposta para o consumo reduzido. Qualquer um sabe do Brasil deixando de produzir carboidrato para as pessoas com finalidade de produzir álcool para a classe média andar nos produtos da indústria automobilística. Depois veio o papo que poluía menos, o álcool, pois não era o discurso do Proálcool o uso foi quem evidenciou.

Estamos em pleno verão dos “carrões”. Como dizem os cearenses das “bichonas”, que até foi mote de campanha nas eleições a governador. Depois da vitória toda a polícia voltada para os bairros privilegiados é motorizada com as “bichonas”. Consumidoras de combustíveis por quilômetros quadrados, agressoras do meio ambiente com suas práticas de Jim da Selva (ih! Isto é velho!), mas tem um nome contemporâneo e também é inglês: OF ROAD.

Aviso: não perdi o fio da meada. A Convenção do Clima na verdade é outro tema. É discutir como o sistema globalizado irá dividir o poder na produção e consumo mundial. Os pançudos do norte já disseram no The Guardian: seremos nós e os outros esperem 50 anos. Na verdade a história continuará indomada, pois não depende apenas da vontade do privilegiado em permanecer privilegiado. Por baixo dele uma calota inteira de gelo se derrete.

32 anos sem Clarice Lispector


Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. Sobre Clarice, escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".



A descoberta do mundo
Clarice Lispector
Crônicas 480 páginas
ISBN: 8532509517



A descoberta do mundo é o primeiro trabalho de crônicas de Clarice. Mais do que ousar em um novo estilo literário, até então incomum em sua obra, a escritora faz desta publicação um diário de bordo da sua vida: paixões, histórias, entrevistas, filmes, enfim, tudo o que participou de alguma forma de sua existência.

São 468 títulos de crônicas publicadas aos sábados no Jornal do Brasil — certos dias agrupam várias delas, pequenas — entre 1967 e 1973 e, curiosamente, muitas delas poderiam ser republicadas hoje sem que ninguém percebesse a passagem dos anos. Algumas reflexões são atuais e atemporais. Personagens e pessoas que passaram por sua história, como suas empregadas Aninha e Jandira, e uma jornalista, Cristina – ela não cita os sobrenomes –, são retratados em passagens da memória de Clarice. O livro é dividido em dias, como se fosse um diário, mas sempre entre realidade e ficção. Esta última, no entanto, revela com fidelidade as incertezas que cercavam sua enigmática personalidade.

A vida cotidiana e os acontecimentos no Brasil daquela época permeiam a narrativa. Em meio aos devaneios permanentes que foram marca pessoal da autora, surgem importantes nomes da cultura brasileira e latino-americana. Em uma das crônicas, por exemplo, a atriz Fernanda Montenegro é elogiada por seu desempenho na peça "A volta ao lar", de 1967. Em outra, a autora conta como conheceu Chico Buarque, sem esconder que esse foi um momento especial: "Quando meus filhos souberem que eu o vi vão me respeitar mais."

Há ainda uma entrevista com o educador Alceu Amoroso Lima e uma pequena conversa com o poeta chileno Pablo Neruda, quando este esteve no Brasil, em abril de 1969. Embora não seja romance, seu estilo habitual, este livro reflete da mesma maneira o pensamento irrequieto de Clarice Lispector. São pequenas confissões, cartas, histórias, "causos" da escritora que até hoje intriga profundamente os apaixonados por sua literatura, e até mesmo aqueles menos aficionados. Como poucos autores brasileiros – embora, no livro, ela se autodefina "um escritor, sem sexo ou com os dois, como outro em qualquer lugar do mundo", ela coloca em sua obra marcas extremamente pessoais, que no entanto se confundem com os questionamentos de qualquer ser pensante.

Sobre a autora

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 1920, na cidade de Tchetchelnik, vindo para o Brasil dois anos depois com os pais e mais duas irmãs. Primeiro fixaram residência em Maceió e depois em Recife, onde a escritora passou sua infância. Em 1930, Clarice perde a mãe e vem com o pai e as irmãs para o Rio de Janeiro, onde se forma em Direito e casa-se com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve Pedro e Paulo, seus filhos. Em 9 de dezembro de 1977 morre de câncer.

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- Lua - Poema-desafio sem a letra "o"
- por Claude Bloc -

Lua alta
Lua cheia
Lua que nasce faceira
Lua branca atrás da serra
Lua serena, trigueira

Lua clara que afaga
Minha vida, tua vida
Lua que na madrugada
Suspira desvanecida

Lua que silencia
Essa saudade primeira
Lua pungente, brilhante
Bela lua brasileira

Lua que cala e segreda
As mais sinceras verdades
Verdades que a lua canta
Pra embalar as saudades.

Texto para o desafio - Poema sem "o" - por Claude Bloc

Prêmio para médica caririense



A médica caririense, Clarice Maria Pinheiro Callou, conquistou o primeiro lugar no Congresso Brasileiro de Oftalmologia em Belo Horizonte e o seu trabalho, "Impacto do tratamento de tracoma em crianças e familiares nas escolas públicas de Barbalha-CE", selecionado para ser apresentado em Berlim, na Alemanha, em Congresso Mundial.
Clarice, é filha de Maria Benigna (Bida) e Zé Lívio Callou, neta de Dona Almina Arraes, e sobrinha dos nossos amigos : Joaquim Pinheiro e Maria Amélia Castro.
Parabéns , Dra Clarice !
O Cariri se orgulha do seu êxito , merecido esforço.
Abraços especiais do Cariricaturas !

Sensível - Domingos Barroso

A virose dá o ar da sua graça:
arranhando-me a garganta
um giz de lousa.

O corpo esmorece:
bate catolé
na hora do beijo.

Tusso, tusso, tusso.

Nenhuma alma caridosa
oferece-me um chá.

Camomila com hortelã.
Limão com canela.

Dentro dos meus olhos
já mesa posta

com toalha de xadrez
de plástico.

Risque seus dedos nela.
Faça um desenho infantil.

Uma casa,
uma árvore.

Não se esqueça das portas abertas
nem os pequenos frutos suspensos.

Os dedos dos pés sobre as correias das sandálias
comovem-se com meu estado febril:
fazem figa, oram deus pai.

Domingos Barroso