Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 22 de agosto de 2009

Uma receita de bacalhau p/ o seu almoço de domingo - Socorro Moreira


Bacalhoada à moda portuguesa

Ingredientes

1,0 kg de bacalhau (dessalgado e em pedaços médios)

1 kg de batatas cortadas ao meio

4 cebolas médias cortadas ao meio

pimentão verde , amarelo e vermelho, cortados em tiras
5 tomates sem pele cortados ao meio
azeitonas pretas grandes

Cheiro verde picado a gosto

Azeite de oliva extra virgem (português) a gosto

Modo de Preparo :

Dessalgue o bacalhau, corte em pedaços médios e coloque para ferver em uma panela com água
Reserve a água .
Em uma panela de barro, ou outra de sua preferência, monte camadas, primeiro com as batatas, em seguida o bacalhau, os pimentões, tomates, cebolas e azeitonas
Por último, salpique o cheiro verde e regue com o azeite a vontade (cerca de 500 ml);
Coloque 2 xícaras (chá) da água que ferveu o bacalhau e leve ao fogo, cozinhando até que as batatas e as cebolas amoleçam.
Sirva com arroz branco.

Bacalhau caipira ( aprendi a fazer com a minha avó, minha mãe)

Ingredientes :

750 gramas de bacalhau dessalgado e desfiado
1 coco madurado ( ralado e espremido o leite )

2 tomates, 1 pimentão , 3 cebolas ,pimenta de cheiro ( picados)

Cheiro verde à gosto
Azeite de oliva

Umas colheradas de nata de leite

Método :
Refogar o bacalhau e ingredientes picados, no azeite. Deixar apurar.Acrescentar o leite de coco, a nata, e deixar ferver para absorver os temperos. Servir com arroz branco.

Passar dois meses sem repetir o cardápio, ou até sentir saudades. Bom apetite !


Gratidão por Joao Marni




De onde estou, em lugar privilegiado, iniciando esta crônica, tento compreender as desigualdades, observando os telhados distantes. Daqui vejo praticamente toda a cidade, com casas que dividem o mesmo espinhaço, contíguas que são. Aqui do alto, e à distância, não dá para que se escute o barulho próprio do movimento das conglomerações urbanas. Muito verde à minha volta e a rua onde moro é um silêncio só. Nosso jardim pertence aos pássaros.

Seria cômodo e egoísmo da minha parte, com essa brisa que me beija, ignorar como vivem as pessoas lá no burburinho, no fluxo do ir e vir. No entanto, numa lufada maior, como que num bofete, o vento adverte-me para que não as relegue e que as veja como possuidoras de todos os poderes que têm para arquitetar e concretizar suas vontades, seus sonhos.

Isso tudo faz-me lembrar Recife, num pequeno apartamento de só um quarto, cuja visão pelas duas únicas janelas logo esbarrava no paredão do viaduto da avenida João de Barros. O ruído era tão perturbador pelos veículos de pessoas apressadas, que havia necessidade de por algodão nos ouvidos, o que melhorava a concentração no ato de estudar. Por ironia, o nome do prédio era “Bela Vista”
Nada pode ser mais verdadeiro e de bem querença do que a orientação que os pais dão aos filhos para que estudem. E também não há nada mais gratificante do que colher os frutos desse apelo.
Fortunas existem por herança, loteria, por razões duvidosas ou tenebrosas... Mas aquela advinda da abnegação pode não ser tamanha, mas certamente tem a simpatia divina. É assim que entendemos uma bênção. Deus nos diz, “vai que te ajudo”.
Por generosidade Vossa, Senhor, nossa casa é hoje ampla, farta, acolhedora e panorâmica. Tendes dado saúde a seus moradores, vossos filhos, e olhos que sempre vos agradecem. Compreendemos também que a escolha deste nosso canto não foi por lei do acaso, mas um prêmio que serve de incentivo a todos os que escutam os conselhos dos pais. Somos capazes de vislumbrar a poeira do burrico a pelejar com a Família Sagrada por um lugarzinho onde ficar...
Por gratidão, meu Deus, esta casa é vossa. Disponha.

Química

Não entre no meu quarto.
Não suportará o enxofre.

Motivo pelo qual
não existe inseto.

Não tem quem sobreviva
mesmo com máscara de gás

minha flatulência
em tempos de ressaca.

Elas fazem aniversário nesse domingo - 23 de Agosto- Por Socorro Moreira

Glória Pires

Filha da produtora e empresária Elza Pires e do ator Antônio Carlos Pires, tem uma irmã chamada Linda Pires. Na década de 1970, namorou o filho de Chico Anysio, Anizinho (Nizo Neto). Já foi casada com o ator e cantor Fábio Jr, pai de sua filha, Cléo Pires, que hoje também é atriz. Atualmente, é casada com o músico Orlando Morais, com quem tem três filhos, Antonia (1992), Ana (2000) e Bento (2004).

Estreou na televisão com apenas cinco anos de idade, em 1969, na telenovela A Pequena Órfã, da TV Excelsior. Depois, em 1972 trabalhou ao lado do pai e do humorista Chico Anysio em Chico City, ainda na época da TV em preto e branco.
Durante a década de 1970, participou de diversos programas da linha de shows da TV Globo, como Satiricom, Faça Humor, Não Faça Guerra e Chico em Quadrinhos. Participou ainda de mais duas novelas, ambas assinadas por Janete Clair, O Semideus (1973) e Duas Vidas (1976).
Considerada a "Dama das Novelas", fez o seu primeiro papel marcante na história das telenovelas em Dancin' Days (1978), de Gilberto Braga. Seu ótimo desempenho na trama, rendeu-lhe o papel de protagonista da novela Cabocla (1979), de Benedito Ruy Barbosa.
Na década de 1980, integrou o elenco de diversas produções, entre elas: Água Viva e Louco Amor, de Gilberto Braga, As Três Marias, de Wilson Rocha, Partido Alto, de Aguinaldo Silva e Glória Perez, Direito de Amar, de Walther Negrão, e da minissérie O Tempo e o Vento, de Doc Comparato, com a colaboração de Regina Braga. Importante ressaltar que, a atriz queria tanto interpretar a personagem Ana da Terra que pediu ao diretor Daniel Filho para desempenhar o papel.
Outra contribuição importante na TV foi em Vale Tudo, que é considerada por muitos como a melhor novela das 21h do país, por mostrar o Brasil de forma tão realista. Na trama, destacou-se como a terrível vilã Maria de Fátima e levou o título também da filha mais ingrata da televisão.
Na década de 1990, acumulou participações em: Mico Preto, de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclydes Marinho, O Dono do Mundo, de Gilberto Braga, O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, Anjo Mau, remake de Maria Adelaide Amaral, Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, e na minissérie Memorial de Maria Moura, de Jorge Furtado e Carlos Gerbase; durante as gravações da última a atriz chegou a fraturar o cóccix.
Memorável a atuação da atriz como às gêmeas Ruth e Raquel, de Mulheres de Areia (1993), que lhe rendeu o prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como melhor atriz do ano de 1993, além do Troféu Imprensa de Melhor Atriz de 1993.
Após três anos afastada das novelas, voltou à televisão em 2002, em Desejos de Mulher, de Euclydes Marinho, retomando parcerias antigas como a atriz Regina Duarte e o diretor Dênis Carvalho, com quem trabalhara em Vale Tudo.
Em 2005, protagonizou Belíssima, de Silvio de Abreu, e em 2007 esteve mais uma vez numa trama do autor Gilberto Braga, Paraíso Tropical. Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio Mário Lago, na homenagem dos Melhores do Ano, do programa Domingão do Faustão, da Rede Globo de Televisão.
Em toda sua carreira atuou somente em uma peça, no teatro, um espetáculo infantil. No cinema, estreou em 1981, no filme Índia, a Filha do Sol, de Fábio Barreto. Participou também de Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos, Besame Mucho (1987), de Francisco Ramalho, e Jorge, um Brasileiro (1988), de Paulo Thiago.
Em 1995, atuou em O Quatrilho, de Fábio Barreto. Por seu desempenho, recebeu três prêmios: dos Festivais de Havana e de Viña del Mar e da APCA. Em 1999, fez uma participação no filme Pequeno Dicionário Amoroso, de Sandra Werneck. Dois anos depois, integrou o elenco de A Partilha, de Daniel Filho, e em 2006, ao lado de Tony Ramos, e novamente dirigida por Daniel Filho, esteve na comédia romântica Se Eu Fosse Você, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro dos últimos anos.
A partir de 2008, decidiu dedicar-se ainda mais à família e junto com Antonia, Ana e Bento, além do marido, o músico Orlando Morais, foi morar em Paris. Também em 2008 filmou a continuação de Se Eu Fosse Você (Se Eu Fosse Você 2), e atuou no longa É Proibido Fumar, de Anna Muylaert. No inicio de 2009 atuou nas filmagens do longa metragem sobre a vida do presidente Luis Inacio Lula da Silva.
Foi artista na capa das seguintes trilhas sonoras de novelas: Direito de Amar (Nacional), O Dono do Mundo (Nacional), Mulheres de Areia (Nacional) e Belíssima (Nacional).
Gloria Pires tem lugar cativo e merecido no panteao das grandes atrizes brasileiras de todos os tempos, respeitada pela critica e profundamente amada pelo publico.
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Tônia Carrero

Nome artístico de Maria Antonieta Portocarrero Thedim (Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1922) é uma atriz brasileira.
Após longos anos de carreira, é considerada uma das mais consagradas atrizes do Brasil, com marcantes interpretações em cinema, teatro e televisão.
Apesar de graduada em educação física, a formação de Tônia como atriz foi obtida em cursos em Paris, quando já era casada com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, pai do ator e diretor Cecil Thiré. Ao voltar da França, protagonizou o filme Querida Suzana. Foi a estrela da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, tendo atuado em diversos filmes.
A estréia em teatro foi no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), com a peça Um Deus Dormiu Lá em Casa, onde teve como parceiro o ator Paulo Autran. Após a passagem pelo TBC formou, com seu marido na época, o italiano Adolfo Celi e com o amigo Paulo Autran, a Companhia Celi-Autran-Carrero que, nos anos 50 e 60 revolucionou a cena do teatro brasileiro ao constituir um repertório com peças de autores clássicos, como Shakespeare e Carlo Goldoni, e de vanguarda, como Sartre.
Na TV, um dos seus personagens mais marcantes foi a sofisticada e encantadora Stella Fraga Simpson em Água Viva (1980), de Gilberto Braga. Tônia viria a trabalhar novamente com o autor, em 1983, na novela Louco Amor, dessa vez interpretando a não menos charmosa e chique Mouriel. Tanto em Água Viva como em Louco Amor, Tônia perdeu o papel da vilã para Beatriz Segal e Tereza Rachel, respectivamente. Mesmo assim os dois personagens que interpretou foram um sucesso.
É avó dos atores Miguel Thiré, Luísa Thiré e Carlos Thiré, que é casado com a atriz Isabela Garcia.
Wikipédia
* E quem foi que disse que eu não gosto de novelas ?
E quem foi que disse que é pecado gostar ?
Às vezes passo anos sem acompanhar um só capítulo. Às vezes passo tempos não perdendo , nem a pau. Tudo é uma questão de tempo para o ócio e prmissiva alienação.
Agora estou acompanhando Caminho das Índias. Nos intervalos venho pra cá, vejo as novidades, disparo uma postagem, ouso um comentário.
Mas fico ligada na história, no drama dos protagonistas. Quase nada é surpresa, mas curto os figurinos, músicas, maquiagens, danças , e a beleza dos atores - suas interpretações.
Glória Pires é rememorada desde a seu primeiro trabalho, em Dancing days ( nos anos 70).
A Tônia , eu costumava vê-la no cinema, como em "Tico-tico No Fubá , que reproduziu a vida de Zequinha de Abreu.
Porisso deixo que elas aconteçam. Imagem e homenagem.
Novela na Televisão é um entretenimento comum à todas as classes sociais brasileiras. E o nível da dramaturgia no Brasil é muito bom !
Na realidade, eu assisto novela , desde os tempos do rádio , do "Direito de Nascer", quando "PomPom com Protex" e o creme dental Kolynos eram patrocinadores.
Eu troco a novela por uma estrela, quando a noite me chama, mas ela nos últimos tempos está silenciosa e serena.
Socorro Moreira

Nelson Rodrigues -Dramaturgo e escritor brasileiro

Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 — Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro.

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino). "

— Nelson Rodrigues

Nascido na capital pernambucana e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida. Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.

Segundo o próprio Nelson em suas Memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na rua Alegre, 135 (atual rua Almirante João Cândido Brasil), no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.

Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.

Na década de 1920, Mário Rodrigues fundou o jornal A Manhã, após romper com Edmundo Bittencourt. Seria no jornal do pai que Nélson começaria sua carreira jornalística, na seção de polícia, com apenas treze anos de idade. Os relatos de crimes passionais e pactos de morte entre casais apaixonados incendiavam a imaginação do adolescente romântico, que utilizaria muitas das histórias reais que cobria em suas crônicas futuras. Neste período a família Rodrigues conseguiria atingir uma situação financeira confortável, mudando-se para o bairro de Copacabana, então um arrabalde luxuoso da orla carioca.

Apesar da bonança, Mário Rodrigues perderia o controle acionário de A Manhã para o sócio. Mas, em 1928, com o providencial auxílio financeiro do vice-presidente Fernando de Melo Viana, Mário fundou o diário Crítica.

Como cronista esportivo, Nelson escreveu textos antológicos sobre o Fluminense Football Club, clube para o qual torcia fervorosamente[2]. A maioria dos textos eram publicados no Jornal dos Sports. Junto com seu irmão, o jornalista Mário Filho, Nelson foi fundamental para que os Fla-Flu tivessem conquistado o prestígio que conquistaram e se tornassem grandes clássicos do futebol brasileiro. Nelson Rodrigues criou e evocava personagens fictícios como Gravatinha e Sobrenatural de Almeida para elaborar textos a respeito dos acontecimentos esportivos relacionados ao clube do coração.

Nelson seguiu os seus irmãos Mílton, Mário Filho e Roberto integrando a redação do novo jornal. Ali continuou a escrever na página de polícia, enquanto Mário Filho cuidava dos esportes e Roberto, um talentoso desenhista, fazia as ilustrações. Crítica era um sucesso de vendas, misturando uma cobertura política apaixonada com o relato sensacionalista de crimes. Mas o jornal existiria por pouco tempo. Em 26 de dezembro de 1929, a primeira página de Crítica trouxe o relato da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau, Jr. Ilustrada por Roberto e assinada pelo repórter Orestes Barbosa, a matéria provocou uma tragédia. Sylvia, a esposa que se desquitara do marido e cujo nome fora exposto na reportagem invadiu a redação de Crítica e atirou em Roberto com uma arma comprada naquele dia. Nelson testemunhou o crime e a agonia do irmão, que morreu dias depois.

Mário Rodrigues, deprimido com a perda do filho, faleceu poucos meses depois. Sylvia, apoiada pelas sufragistas e por boa parte da imprensa concorrente de Crítica, foi absolvida do crime. Finalmente, durante a Revolução de 30, a gráfica e a redação de Crítica são empastelados e o jornal deixa de existir. Sem seu chefe e sem fonte de sustento, a família Rodrigues mergulha em decadência financeira.

Foram anos de fome e dificuldades para todos. Pouco afinados com novo regime, os Rodrigues demorariam anos para se recuperarem dos prejuízos causados pela turba.

Ajudado por Mário Filho, amigo de Roberto Marinho, Nélson passa a trabalhar no jornal O Globo, sem salário. Apenas em 1932 é que Nélson seria efetivado como repórter no jornal. Pouco tempo depois, Nelson descobriu-se tuberculoso. Para tratar-se, retira-se do Rio de Janeiro e passa longas temporadas em um sanatório na cidade de Campos do Jordão. Seu tratamento é custeado por Marinho, que conquistou a gratidão de Nélson pelo resto de sua vida. Recuperado, Nelson volta ao Rio e assume a seção cultural de O Globo, fazendo a crítica de ópera. Em 1940 casou-se com Elza Bretanha, sua colega de redação.

A partir da década de 1940, Nelson divide-se entre o emprego em O Globo e a elaboração de peças teatrais. Em 1941 escreve A mulher sem pecado, que estreou sem sucesso. Pouco tempo depois assina a revolucionária Vestido de noiva, peça dirigida por Zbigniew Ziembiński e que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com estrondoso sucesso.

O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Suas personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como "batata!" e "você é cacete, mesmo!". Vestido de noiva é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro.

Em 1945 abandona O Globo e passa a trabalhar nos Diários Associados. Em O Jornal, um dos veículos de propriedade de Assis Chateaubriand, começa a escrever seu primeiro folhetim, Meu destino é pecar, assinado pelo pseudônimo "Susana Flag". O sucesso do folhetim alavancou as vendas de O Jornal e estimulou Nelson a escrever sua terceira peça, Álbum de família.

Em fevereiro de 1946, o texto da peça foi submetido à Censura Federal e proibido. Álbum de família só seria liberada em 1965. Em abril de 1948 estreou Anjo negro, peça que possibilitou a Nelson adquirir uma casa no bairro do Andaraí e em 1949 Nelson lançou Dorotéia.

Em 1950 passa a trabalhar no jornal de Samuel Wainer, a Última Hora. No jornal, Nélson começa a escrever as crônicas de A vida como ela é, seu maior sucesso jornalístico. Na década seguinte, Nelson passa a trabalhar na recém-fundada TV Globo, participando da bancada da Grande Resenha Esportiva Facit, a primeira "mesa-redonda" sobre futebol da televisão brasileira e, em 1967, passa a publicar suas Memórias no mesmo jornal Correio da Manhã onde seu pai trabalhou cinqüenta anos antes.

Nos anos 70, consagrado como jornalista e teatrólogo, a saúde de Nélson começa a decair, por causa de problemas gastroenteorológicos e cardíacos de que era portador. O período coincide com os anos da ditadura militar, que Nelson sempre apoiou. Entretanto, seu filho Nelson Rodrigues Filho torna-se guerrilheiro e se passa para a clandestinidade. Neste período também aconteceu o fim de seu casamento com Elza e o início do relacionamento com Lúcia Cruz Lima, com quem teria uma filha, Daniela, nascida com problemas mentais. Depois do término do relacionamento com Lúcia, Nelson ainda manteria um rápido casamento com sua secretária Helena Maria, antes de reatar seu casamento com Elza.

Nelson faleceu numa manhã de domingo, em 1980, aos 68 anos de idade, de complicações cardíacas e respiratórias. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo. No fim da tarde daquele mesmo dia ele faria treze pontos na Loteria Esportiva, num "bolão" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo". Dois meses depois, Elza atendia ao pedido do marido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".

O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava. Assim, escreveu "Vestido de Noiva", sua primeira peça. Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário predileto, e suas peças seguiram essa predileção , pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral. Nelson é um originalíssimo realista. Não é à toa que foi considerado um novo Eça. De fato a prosa de Nelson era realista e, tal como os realistas do século XIX, criticou a sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento. Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal como fizeram os modernos. O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo. O erotismo está muito presente na obra de Nelson Rodrigues, o que lhe garante o título de realista. Nelson não hesitou em denunciar a sordidez da sociedade tal como o fez Eça de Queirós em suas obras. Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como "O Primo Basílio",e se desenvolveu grademente na obra do autor pernambucando. Em síntese, Nelson foi um grande escritor, dramaturgo e cronista, e está imortalizado na literatura brasileira.

Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. Assim, as peças seguem o plano de publicação:

Peças psicológicas
A mulher sem pecado
Vestido de noiva
Valsa nº 6
Viúva, porém honesta
Anti-Nélson Rodrigues
Peças míticas
Álbum de família
Anjo negro
Senhora dos Afogados
Dorotéia´
Tragédias Cariocas I
A falecida
Perdoa-me por me traíres
Os sete gatinhos
Boca de ouro
Tragédias Cariocas II
O beijo no asfalto
Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende
Toda Nudez Será Castigada
A serpente


Wikipédia

- O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: — o da imaturidade.

- Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhores que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.

- Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de "ilustre", de "insigne", de "formidável", qualquer borra-botas.

- A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.

- O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.

- Há na aeromoça a nostalgia de quem vai morrer cedo. Reparem como vê as coisas com a doçura de um último olhar.

- Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.

- O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas.

- Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria.

- Está se deteriorando a bondade brasileira. De quinze em quinze minutos, aumenta o desgaste da nossa delicadeza.

- O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.

- A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades.

- Outro dia ouvi um pai dizer, radiante: — "Eu vi pílulas anticoncepcionais na bolsa da minha filha de doze anos!". Estava satisfeito, com o olho rútilo. Veja você que paspalhão!

- Em nosso século, o "grande homem" pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.

- O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.

- Toda mulher bonita leva em si, como uma lesão da alma, o ressentimento. É uma ressentida contra si mesma.

- Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.

- Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que de mim disseram os necrológios, com a generosa abundância de todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito.


As frases polêmicas e cheias de humor de Nelson Rodrigues são publicadas como uma homenagem à passagem de seu aniversário de nascimento (23-08-1912). Elas foram selecionadas e organizadas por Ruy Castro, extraídas do livro "Flor de Obsessão", Cia. das Letras - São Paulo, 1997, págs. diversas.

Nelson Rodrigues - tudo sobre o autor e sua obra em "Biografias".

Eficiência e Eficácia - Por Roberto Jamacaru


Não existe dilema maior para um jovem do que o instante em que ele se depara, de forma quase que repentina, com fim da adolescência e o início da vida adulta e, durante essa intercessão, ter que definir, em regime de urgência, os seus planos para o futuro.

Para muitos, essa passagem, se não bem orientada, poderá, nos momentos subsequentes da vida, provocar efeitos desastrosos, como traumas, seqüelas e descaminhos tutelados pela criminalidade e pela droga.

Mesmo para os preparados e orientados, que buscam ter uma integração social nos limites do esperado para uma sobrevivência digna, ainda assim a realidade do momento exigirá deles algo mais que simples conhecimentos gerais, integridade e competência pessoais. Nessa sua incursão desafiante ao mundo do desconhecido, o individuo precisará, de forma inequívoca, fazer uso das ferramentas abalizadoras conhecidas como eficiência e eficácia, sem as quais é humanamente impossível transpor as barreiras impostas pela conjuntura evolutiva da humanidade.

Por eficiência entende-se ser a ação em que se produz o efeito desejado com o mínimo de tempo, esforço, custo ou desgaste.

Já a eficácia é tudo isso somado à qualidade, à satisfação, ao prazer e ao amor pela incumbência atribuída... Enfim, é a excelência que só um ser de visão pode dar em prol do seu ofício, de si mesmo e das necessidades coletivas.

Nos casos específicos dos concorridos mercados de trabalhos, sejam estes de caráter formal ou não, é desse tipo de pessoa (eficiente e eficaz) que eles precisam, notadamente para o crescimento e sustentabilidade de seus resultados programados.

Dessa forma, no nosso dia-a-dia desafiante, é quase impossível uma sobrevivência ascendente, e proba, munida tão somente de uma boa educação escolar, de um rico currículo de vida, ou de uma ilibada conduta pessoal. Pois, assim como em outras atividades do homem no mundo moderno, a bolsa de emprego, de todos os nichos mundiais, foca e tem como alvo, o recurso humano qualificado, diferenciado pelas ferramentas da eficiência e da eficácia.

Mas, como prover o indivíduo desses instrumentos estratégicos?
Como, e de que forma, prepará-los nesses exatos perfis para que ele concorra, vença e se mantenha em evidência no meio de uma sociedade cada vez mais seletiva?

No nosso despretensioso entendimento, essa possibilidade está sedimentada nas bases preliminares oriundas de uma profícua educação dada pela família aos filhos, na qualidade das doutrinas escolares repassadas aos alunos e no apoio estrutural do estado oferecido aos cidadãos em formação.

Em cima de tudo isso, passando pela infância, adolescência até a fase adulta, faz-se necessário, sobretudo, que o próprio indivíduo seja a parte mais interessada e responsável em relação às expectativas que lhes estão sendo estrategicamente oferecidas.

Só dessa amaneira, de forma eficiente e eficaz, é que vislumbramos a possibilidade da reversão do quadro crescente de excluídos na atual conjuntura mundial.

Quiçá o cidadão, a sociedade e o estado consigam despertar para a importância dessas referências.
Quiçá seja você o primeiro a dar esse importante passo.
Quiçá todos entendam que esse apelo não é apenas um modismo filosófico de vida, ou uma teoria hipócrita e desnecessária criada por um qualquer, mas um meio real e estratégico de superação humana.


Roberto Jamacaru de Aquino

Geleiras do mundo


Perito Moreno, Argentina

20/8/2009
(http://verde.br.msn.com/galeria-de-fotos.aspx?cp-documentid=21288101&page=1)
Geleiras do mundo

AP

Gelo cai do glaciar Perito Moreno, na Patagônia Argentina. Estudos sugerem que a redução das geleiras argentinas e chilenas está duas vezes mais rápida por causa da elevação das temperaturas, a escassez de neve e o desprendimento dos icebergs.

Festa da Padroeira do Crato - Nossa Sra. da Penha- Por Socorro Moreira

Agosto de 1943.

O Crato vive os primeiros dias de festa da padroeira- levantamento do pau da bandeira. Naquele ano aconteceu uma saudável disputa entre dois grupos políticos: Dr. Gesteira e Prof. Pedro Felício. “Os dois com o fito de ajudar à paróquia da Penha reuniram e engajaram as meninas da sociedade, e criaram os blocos das” Enfermeiras “e das “Margaridas”, respectivamente.
Minha mãe pertencia ao bloco das margaridas. Vestiam-se de camponesas com avental, chapéu de palha, enfeitado com laço de fita e flores do campo. Diz a minha mãe que eram todas belas. No final, as margaridas conquistaram a vitória, arrecadando uma soma maior de dinheiro, para ajudar nas construções paroquiais.
Mas eu imagino, o quanto foi colorida e animada, aquela festa de Agosto!
Em 1963, quem estava começando a brilhar era a minha geração .
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Hoje é o levantamento do pau da bandeira. Agosto/2009.
Moro tão perto da praça, e a vejo de tão longe...!
Acomodo-me, espreguiço-me. O povo da minha idade está recolhido. Amanhã começam as noites de novena, que culminarão, no grande dia- a festa da padroeira, Nossa Senhora da Penha, em primeiro de setembro.
Da minha casa escuto a voz do padre, os cânticos, as rezas.
Desisti do passado, quando ele desistiu de mim. Estou no presente transitório.
Quero um retrato em branco e preto dessa festa sem Altemar Dutra,sem Adilson Ramos , na amplificadora; sem os cavalinhos do parque Maia; sem a roda gigante, a rodar, a rodar ...
- “Sentimental eu sou... Eu sou demais!”
Respingos da fonte luminosa, farfalhar de panos novos, misturas de cheiros: muguet.
Nunca contei o dinheiro do bolso do meu pai. Achava que o seu bolso era mágico... Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. Vou entregar, e já entreguei!
E a gente levava a prenda para casa. Papeis celofanes no lixo da noite, e leite açucarado para dormir sossegados - o gosto de festa na boca.
Amanhã teríamos mais: reza, bingo, leilão, amplificadora musical, e o carrossel do parque Maia...!


Juscelino Kubitschek - Por Joaquim Pinheiro

Texto postado recentemente pela amiga Socorro Moreira fez aflorar da memória episódio com JK e me encorajou contá-lo no Cariricaturas. Em 1975, trabalhava no protocolo da Gerência de Mercado de Capitais do Banco Central em Brasília quando avistei, na fila de atendimento, o Dr. Juscelino, acompanhado por dois assessores. Na sua frente, umas 4 ou 5 pessoas, todas Office boys ou contínuos de instituições financeiras. Deixei meu birô e me dirigi até o ex-presidente, convidei-o a entrar e me ofereci para atendê-lo de imediato. Educadamente, recusou furar a fila, mesmos com os que estavam à sua frente insistindo em lhe ceder a vez.
Enquanto a fila andava, ficamos conversando. Perguntou de onde eu era, há quanto tempo estava em Brasília, e outras perguntas do gênero. Comentou que lembrava do Crato, do aeroporto em cima da Serra do Araripe, do comício de 1955, da beleza do Vale do Cariri, etc. Contei-lhe que meu pai, eleitor de carteirinha da UDN, votou uma única vez no PSD e em JK, exatamente por conta deste comício.
Comentei que Papai há muito procurava um LP que tivesse a música Peixe Vivo, tocada quando o então candidato chegava ao palanque. Juscelino perguntou o nome do papai, o que ele fazia e se ainda morava no Crato. Chegou sua vez, foi atendido (era apenas a entrega de um projeto), se despediu apertando a mão de todos os presentes e se retirou.
Poucos dias depois, recebi um telefonema de uma Sra. Se identificando como secretária do DENASA e me convidando a ir até lá. Como ficava há menos de 100m do meu local de trabalho, fui na mesma manhã. A Secretária me recebeu de forma muito simpática e pediu para aguardar um pouco, pois o “Presidente” queria falar comigo. Menos de 15 minutos depois, entrava na Sala principal da Instituição e recebia um LP autografado por ele e dedicado a meu pai. O disco hoje está comigo. Mando o oferecimento para vocês verem.



Joaquim Pinheiro

2009 Ano Temático da Psicoterapia.

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O sistema Conselhos de Psicologia definiu 2009 como o Ano da Psicoterapia, possibilitando o aprofundamento e a sistematização de um debate que vem acontecendo já há alguns anos.

O tema foi escolhido com o objetivo de discutir e definir parâmetros mínimos para o exercício da Psicoterapia pelos psicólogos, estabelecendo claramente as diferenças entre o que é a prática da Psicologia e o que é de domínio de outros terapeutas, ou seja,qual o campo da Psicoterapia e a quais profissionais ele pertence.

Para nortear o debate ao longo de todo este ano, o sistema Conselhos definiu três grandes eixos. A constituição das Psicoterapias como campo interdisciplinar é o primeiro. Dentro dele estão as orientações do debate em torno da Psicoterapia como disciplina científica,com conjunto de métodos e técnicas que definem uma prática, a interdisciplinaridade, a transversalidade, a multiprofissionalidade e as limitações postas para reinvindicação de exclusividade do campo por parte dos psicólogos, detalha o presidente do CFP, Humberto Verona.

Os outros dois eixos norteadores para o Ano Temático Da Psicoterapia são os parâmetros técnicos e éticos mínimos para a formação-na graduação na especialização e para o exercício da Psicoterapia por psicólogos - e as relações com os atores dos demais grupos profissionais que atuam nessa área.

O ano de 2009 ainda nem havia começado quando foi dado o pontapé inicial de um processo de discussão mais organizado sobre essas questões."Sem dúvida, uma questão que precisamos nos ocupar ao tratar do tema Psicoterapia é como se dá a formação,ainda na graduação,de psicólogos para o desempenho dessa habilidade", observa Mônica Lima vice-presidente da associação Brasileira de Ensino de Psicologia."È preciso garantir acesso á reflexão crítica e o treinamento em algumas abordagens téóricos-metodológicas e evitar a monotonia, o empobrecimento centralização em uma só abordagem,dando margem ao processo de escolha dos estudantes.

Sem acesso à diversidade,não há escolha.É preciso também fomentar nos cursos de graduação de Psicologia a superação de qualquer reducionismo em relação à oferta de práticas psicológicas e a presença nos seus currículos, completa.

Fonte: Jornal PSI.

O cuidado com o nosso cliente,a nossa capacitação e atualização fazem parte do nosso eterno exercicio e "sacerdócio"de nossa profissão.

RESTAURAÇÃO NO LOUVRE – REGINA MEDEIROS


POR – EDILMA ROCHA

O atelier de restauração e conservação de um museu é uma área proibida aos visitantes. Todo trabalho é supervisionado por câmeras, fotografias e documentado passo a passo. No laboratório, dependendo do estado das obras adaptam-se medidas que vão desde a remoção de um simples chiclete deixado por um turista até danos como rasgos e apodrecimento das telas.O principal objetivo é prolongar a vida das obras por meio de conservação. Apesar do envelhecimento natural das tintas e materiais, a ação do homem é a maior causa da destruição de obras de arte expostas em lugares públicos. A falta de cultura, aclimatização, limpeza periódica por especialistas são outras causas responsáveis. Os craquelados são as rugas dos quadros não se podendo retirar totalmente a passagem do tempo nem a historia da obra, a não ser quando por descamação seja necessária a reposição de pigmentos .
É neste ambiente de trabalho que se encontra uma brasileira, nordestina, baiana, Regina Medeiros , há trinta e cinco anos trabalhando em restauração de arte no museu do Louvre.Poucos conhecem este nome , a não ser, restauradores e pessoas ligadas ao assunto, que aqui repasso a vocês do Cariricaturas.
Regina Medeiros saiu do Brasil aos vinte e hum anos de Salvador para estudar Belas Artes na Espanha. Pintou bastante e chegou a expor seus trabalhos diversas vezes, mas o seu interesse pelos grandes mestres do passado levou-a a especializar-se em restauração. Estudou em Madri, Lisboa e Bruxelas. Mas em Paris surgiu a grande oportunidade de ocupar uma vaga de mestre em restauração e foi admitida. Passou a conviver com a maior coleção de pinturas do mundo que inclue mais de trinta e três museus nacionais na França. E hoje é mestre no atelier do Louvre e é uma das três mil que trabalham no museu e tem a chave de todas as portas.
É impossível saber a lista completa das obras restauradas por ela. Mas entre muitas, nomes como o do italiano Sandro Botticelli, o alemão Hans Holbein, o espanhol Francisco Goya, o francês Paul Cézanne e o holandês Vincent Van Gogh. Entre as obras restauradas estão algumas tidas como célebres, que ninguém imagina que foram tocadas um dia pelas mãos de uma brasileira.
Em 1986, para a inauguração do museu D´Orsay, ela restaurou impressionistas como Le Balcon de Édouard Manet, e Gare Saint-Lazare de Claude Monet. Regina é também requisitada por colecionadores particulares nos castelos famosos. Restaurou o acervo do inglês George Stubbs da coleção da Duquesa de Windsor nos aposentos privados da família real. Mas nunca tocou em um só quadro de autor brasileiro, pois vive a muitos anos na França. Uma vez restaurou trabalhos internacionais pertencentes a coleção do Conde Francisco Matarazzo.
Uma vez por outra vem ao Brasil visitar a família em Salvador. Pela profissão, optou por não casar e ter filhos. Em 1989 foi condecorada pelo governo francês com a Medaille dês Arts Et Lettres.
E quem sabe um dia, ela volte ao Brasil para nos mostrar a arte da conservação, do conhecimento científico e histórico na habilidade das suas mãos. Ou talvez volte a pintar para nós, Brasileiros. E é com muito orgulho que nós temos mãos nordestinas tocando obras do maior acervo do mundo.

Edilma Rocha

FHC: mundo sem droga é objetivo difícil de ser alcançado


Sex, 21 Ago, 08h28
(http://br.noticias.yahoo.com/s/21082009/25/manchetes-fhc-mundo-droga-objetivo-dificil.html)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse hoje que "imaginar um mundo sem droga é um objetivo difícil de ser alcançado, é como imaginar um mundo sem sexo". A declaração foi feita na abertura da primeira reunião da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, realizada na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. Trata-se de um desdobramento da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, criada por Fernando Henrique e pelos ex-presidentes da Colômbia, César Gaviria, e do México, Ernesto Zedillo, que em fevereiro apresentou um documento propondo a descriminalização da posse de maconha para consumo pessoal.

"Qualquer pessoa razoavelmente informada e inteligente vai dizer que isso é inconsequente. Fomos propositadamente inconsequentes porque é um passo para que a sociedade possa entender e eventualmente dar outro", discursou ele, acrescentando em seguida: "Descriminalizar não é igual a liberalizar, que implica em legitimar. Mas como se pode descriminalizar e não legitimar? Temos que discutir. Não quisemos botar o carro diante dos bois na nossa comissão. Vocês, que não têm nenhum ex-presidente, podem botar o carro na frente dos bois à vontade, examinado com critério quais são passos que se seguem a uma primeira quebra de tabu."

Para Fernando Henrique, a grande questão é não tratar usuários de drogas como criminosos. "Não estou dizendo que não deve haver combate. Mas a quem? Ao usuário ou ao traficante?" Segundo ele, a atual legislação do País é ambígua ao "abrir certo espaço para o arbítrio da autoridade policial ou membro da Justiça". Fernando Henrique disse que todas as drogas fazem mal à saúde, incluindo o tabaco e o álcool, mas algumas são reguladas e outras são estigmatizadas. Ele lembrou campanhas de prevenção da Aids realizadas em seu governo para dizer que campanhas pelo uso da camisinha também representaram uma "mudança de paradigma". "A nossa luta foi, em vez de sem sexo, com sexo seguro. Agora, a meta realista é reduzir o dano causado pela droga à sociedade e deslocar o foco da repressão para a prevenção."

Para o historiador e membro da Academia Brasileira de Letras José Murilo de Carvalho, um dos 28 participantes da comissão, Fernando Henrique assumiu uma posição "corajosa" que "evidentemente dá credibilidade ao debate". Segundo ele, o simples fato de a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie ter aceito o convite para participar da comissão é um "excelente indicador". "A presença é muito importante e ela mostrou realmente muita abertura." Para José Murilo, no Brasil o "dano talvez seja causado mais pela violência do tráfico do que simplesmente pelo consumo de droga". Ele elogiou a experiência portuguesa de descriminalização. "Isso faz parte de um processo longo de convencimento. O que aconteceu com o cigarro é um negócio incrível. Em dez anos, mudou completamente a cultura." Para José Murilo, o grupo tem uma composição interessante, mas "está faltando jovens".

Pensamento para o Dia 22/08/2009


“O universo inteiro foi criado pela Vontade de Deus. Deus cria o universo e o sustenta. No final, o universo funde-se em Deus, a fonte de sua origem. O universo, que se originou da Vontade Divina, é conhecido como Vishwam. O correto significado de Vishwam é aquele que é auto-expansivo e pleno de bem-aventurança. O universo não é meramente uma manifestação da matéria física; ele é uma manifestação direta de Deus. Ele é a própria encarnação da Personalidade Cósmica, com todos os Seus membros. Deus é a causa primária por trás do universo. O universo é o reflexo de Deus. O universo (Vishwam) e Deus (Vishnu) não são diferentes um do outro. Isso pode ser entendido somente através do discernimento (Viveka).”
Sathya Sai Baba

Piaf, um hino ao amor - Sessão XV - Por Zélia Moreira


Estava em Fortaleza na época do lançamento do filme:Piaf, Um Hino ao Amor.
Vê filmes na telona, no escurinho do cinema, com pipoca , som stéreo, faz toda a diferença. E se o filme é bom, a combinação é perfeita!
Piaf é um filme denso, intenso, mas a partir de quem o vê pode ter várias leituras.
O pessimista/deprê, incorpora o drama da vida da cantora(que drama!) e sai de lá pior do que entrou... O otimista e admirador da obra musical de Piaf, se embriaga ao som da música, embora sensibilizado com a dor, e saí flutuando e assim fica por muito tempo( a dose musical é forte, e da melhor qualidade).
Acredito que muita gente conheça esse filme, se não , vale a pena conferir!
O filme conta a biografia de Edith Piaf (1915/1963), desde a infância pobre e sofrida até a deprimente e solitária morte. Um retrato realista, fascinante e comovente de uma das grandes vozes da música internacional.
Quero destacar a atuação perfeita da atriz Marion Cotillard, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz em 2008.Ela não interpreta Piaf... Ela "é" Piaf nos 140 minutos do filme.
Um detalhe relevante: todas as músicas foram dubladas a partir da própria voz de Piaf.
O momento mais bonito do filme se faz com a apresentação de "Non, je ne regrette rien".
É lindo!!! Curiosamente a letra descreve muito bem a vida , os sentimentos da personagem.


Non, Je Ne Regrette Rien

Non... rien de rien... Não! Nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Eu não lamento nada...
Ni le bien qu'on ma fait, Nem o bem que me fizeram
Ni le mal - tout ça m'est bien égal! Nem o mal - isso tudo me é igual!

Non... rien de rien... Não, nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Eu não lamento nada...
C'est payé, balayé, oublié, Está pago, varrido, esquecido
Je me fous du passé! Não me importa o passado!

Avec mes souvenirs Com minhas lembranças
J'ai allumé le feu, Acendi o fogo
Mes chagrins, mes plaisirs, Minhas mágoas, meus prazeres
Je n'ai plus besoin d'eux! Não preciso mais deles!

Balayé les amours Varridos os amores
Avec leurs trémolos E todos os seus temores
Balayés pour toujours Varridos para sempre
Je repars à zéro... Recomeço do zero.

Non... rien de rien... Não! Nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Não lamento nada...!
Ni le bien qu'on ma fait, Nem o bem que me fizeram
Ni le mal - tout ça m'est bien égal! Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Non... rien de rien... Não! Nada de nada...
Non... je ne regrette rien Não! Não lamento nada...
Car ma vie, car mes joies, Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Aujourd'hui, ça commence avec toi! Hoje, começam com você!


Signo de Virgem - Por : Stela Siebra Brito

SIGNO DE VIRGEM: PRINCÍPIOS DE PAZ E PUREZA E RESPEITO PELA NATUREZA

A mitologia grega narra que na Idade de Ouro vivia no mundo a virgem ASTRÉIA, filha de Zeus e Têmis. Astréia cultivava e propagava a Paz, a Justiça e a Bondade, mas, com a evolução das raças, os homens se afastavam cada vez mais desses princípios e, já na Idade de Prata, Astréia se abstém do convívio humano, para retirar-se, definitivamente, na Idade de Bronze. Astréia subiu ao céu onde foi transformada na Constelação de Virgem.
Este mito simboliza o Princípio da Pureza, representado por Astréia, e ainda a fertilidade e abundância da Idade de Ouro, que como nos conta Ovídio, em As Metamorfoses, “a própria terra, imune, não tocada pelo ancinho, não ferida pela relha do arado, ofertava espontaneamente todos os seus frutos”.
A chamada simbólica do signo de Virgem propicia, além da busca dos caminhos da Paz e da Pureza Verdadeiras, o respeito pela Natureza Sagrada, através da compreensão da generosidade da Terra, representada pela fertilidade e abundância, típicas da Idade de Ouro.
É a relação espiritual com a Natureza Sagrada que deve ser redescoberta e reconquistada. É importante que se compreenda a dimensão sacra da Natureza e seu significado na vida do homem, para que escalar montanhas não seja apenas um esporte que exige exercícios físicos, mas um exercício de escalada espiritual rumo ao Sagrado.
Este é um dos simbolismos do signo de Virgem: tornar a Natureza novamente plena de significado espiritual, um caminho para a Paz entre os homens e a Natureza, uma relação de amor e harmonia.

*Uma homenagem à virginiana Socorro Moreira

Stela Siebra

O " Cinema Novo"



Cinema Novo


O filme quis dizer: "Eu sou o samba"
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas:
Deus e o Diabo, Vidas Secas, Os Fuzis ,
Os cafajestes,
O Padre e a Moça,
A GrandeFeira,
O Desafio Outras conversas,

Outras
conversas sobre os jeitos do Brasil
A bossa-nova passou na prova
Nos salvou na dimensão da eternidade
Porém, aqui embaixo "a vida"
Mera "metade de nada"
Nem morria nem enfrentava o problema
Pedia soluções e explicações
E foi por isso que as imagens do país desse cinema
Entraram nas palavras das canções
Entraram nas palavras das canções

Primeiro, foram aquelas que explicavam
E a música parava pra pensar
Mas era tão bonito que parasse
Que a gente nem queria reclamar
Depois, foram as imagens que assombravam
E outras palavras já queriam se cantar
De ordem, de desordem, de loucura
De alma à meia-noite e de indústria

E a terra entrou em transe, ê



Entrou em transe ê
No mar de Monte Santo
E a luz do nosso canto
E as vozes do poema
Necessitaram transformar-se tanto
Que o samba quis dizer
O samba quis dizer: "Eu sou cinema"
O samba quis dizer: "Eu sou cinema"

Aí o anjo nasceu
Veio o bandido meteorango Hitler
Terceiro Mundo Sem Essa, Aranha, Fome de Amor
E o filme disse: "Eu quero ser poema"
Ou mais: "Quero ser filme, e filme-filme"
Acossado no limite da garganta do diabo
Voltar à Atlântida e ultrapassar o eclipse
Matar o ovo e ver a Vera Cruz

E o samba agora diz: "Eu sou a luz"
Da lira do delírio, da alforria de Xica
De toda a nudez de Índia
De flor de Macabéia,
de Asa Branca
Meu nome é Stelinha,é Inocência
Meu nome é Orson Antônio Vieira Conselheiro de Pixote
Super Outro

Quero ser velho, de novo eterno
Quero ser novo de novo
Quero ser Ganga Bruta e clara gema
Eu sou o samba, viva o cinema

Viva o Cinema Novo
(Gilberto Gil e Caetano Veloso )



Glauber Rocha

14/03/1939 Vitória da Conquista BA 22/08/1981 Rio de Janeiro RJ

Com o princípio de "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro.

Cantando e Dançando em Nossa Memória

Gene Kelly
23/8/1912, Pittsburgh, EUA.2/2/1996, Los Angeles, EUA.

Quando pensamos em Gene Kelly, logo lembramos do fantástico ator e dançarino do filme "Cantando na Chuva". Mas - como observou um crítico - Gene Kelly foi também o homem que coreografou os passos de "Cantando na Chuva" e também o diretor que inventou e escolheu as melhores tomadas para o filme.Gene Kelly aprendeu a dançar ainda pequeno, estimulado pela mãe que o matriculou num curso de dança junto com seus quatro irmãos.


Durante a crise econômica dos anos 1920, Kelly exerceu diversas atividades, entre as quais bailarino de teatro de variedades. Só 18 anos mais tarde, começou uma carreira na Broadway, em Nova York, ganhando projeção com o papel principal no musical "Pal Joey", em 1940.No ano seguinte, Kelly mudou-se para Hollywood. Seu primeiro sucesso foi o filme "Idílio em Dó-Ré-Mi", de 1942.

Sinfonia de Paris
Gene Kelly e Leslie Caron
Combinando passos de dança com movimentos de câmera, o trabalho de Gene Kelly tornou-se clássico em filmes como "Marujos do Amor" (1945) e "Um Dia em Nova York", de 1949. O filme "Sinfonia de Paris", de 1951, arrebatou seis prêmios Oscar, e deu a Gene Kelly um Oscar especial por sua "versatilidade como ator, cantor, diretor, e dançarino, e especialmente por sua brilhante contribuição à arte da coreografia no cinema".Em 1952 foi lançado "Cantando na Chuva", em que Gene Kelly contracenou com Donald O'Connor e Debbie Reynolds. As seqüências antológicas do filme, marcadas pelo estilo vital e atlético de Kelly, ficaram gravadas na história do cinema.
Marujos do Amor
Gene Kelly e Frank Sinatra

Depois do sucesso de "Cantando na Chuva", Gene Kelly passou dezoito meses na Europa, onde concebeu o filme "Convite à Dança", que dirigiu e coreografou. Em 1960 foi agraciado com a Legião de Honra do Governo Francês. volta aos Estados Unidos, Gene Kelly realizou uma sucessão de filmes bem sucedidos. Atuou como diretor e estendeu sua participação em programas de televisão.Nos anos 1980, entretanto, a carreira cinematográfica de Gene Kelly entrou em declínio. De qualquer modo, cinco anos mais tarde, ele recebeu um prêmio por toda sua obra da Academia Americana do Filme e, em 1994, apareceu em "Isto é Hollywood - parte 3", rememorando os anos de ouro do cinema americano.

A Lenda dos Beijos Perdidos
Gene Kelly e Cyd Charisse

ene Kelly casou-se três vezes. Sua primeira esposa foi Betsy Blair, com quem teve um filho, Kerry. Casou-se pela segunda vez, com Jeanne Coyne, mãe de seus filhos Bridget e Tim. Sua última esposa foi Patrícia Ward, que o acompanhou até a morte. Kelly morreu de derrame, aos 83 anos.

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u453.jhtm

Projeto Água pra que te quero ! - Nívia Uchôa


A arte de Jackson Bantim (Bola)


Pachelly, Edilma e Nívia - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Estou aqui pedindo para que vocês se encontrarem: Pachelly, Edilma e Nívia. Quem sabe tomem um farto café na casa da Socorro Moreira. Durante este café abram um diálogo sobre a imagem. A respeito deste fabuloso sentido que os nordestino tanto mitificam como a "luz dos olhos".

A proposta é que abram uma seção especial do Cariricaturas sobre fotos, pinturas, esculturas e arquitetura. Enfim sobre o espaço, as cores e a composição dos objetos no espaço. Algo como nos apresentar as grandes referências estéticas da foto e da pintura por exemplo. Nos mostrar escolas, escolherem imagens e dialogarem com elas.

Sei que assim pedindo passo uma tarefa que não é banal. Mas necessária aos três. Principalmente por incomodá-los com a difícil mudança de rotina. Acrescentando pesquisa, confrontando análises diferentes, emitindo a própria. Todos precisamos de ir muito além do deleite da visão. Precisamos saber como esta funciona na psicologia, na sociologia, na etnologia e até mesmo na política.

Então após o necessário encontro físico, os espero neste virtual.

Achille-Claude Debussy

Debussy nasceu em 22/08/1862 em Saint-Germain-en-Laye, próxima a Paris (França) e falaceu em 25/03/1918, Paris (França)

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u330.jhtm

Debussy criou sua própria linguagem musical: um sistema original de harmonia e de estrutura musicais

Aluna de Chopin, madame Mauté de Fleurville ficou impressionada com o talento de seu aluno Achile-Claude Debussy, de onze anos, e pediu aos pais a permissão para iniciá-lo como músico profissional. No Conservatório de Paris, o garoto ganhou a amizade de professores como Albert Lavignac, que lhe mostrou as partituras de Richard Wagner.

Seis anos depois, ele ingressou como pianista no trio de música de câmara mantido pela milionária russa Nadejda von Meck, e excursionou pelas principais cidades européias.

A viagem apresentou a Debussy novidades como assistir à ópera "Tristão e Isolda" em Viena e visitar casas noturnas russos, onde soava a música dos ciganos.

Ao voltar ao Conservatório; escreveu suas primeiras peças. Ele começou a conquistar a fama como compositor ao vencer o Prêmio de Roma em 1884, aos 22 anos. Ficou conhecido por ter quebrado a tradição do romantismo alemão, desenvolvendo um. As suas composições mais conhecidas são: "Claire de Lune" (1890-1905), "Prélude à l'aprés-midi d'un faune" (1894), e "La Mer" (1905).

Além de ser moda no meio musical europeu no final do século 19, Wagner influenciou fortemente a obra de Debussy, como na cantata "La demoiselle élue" (1888), em "Musique javanese" à Paris (1889) e em "Cinq poèmes de Baudelaire" (1889).

As artes se renovavam para inaugurar o novo século. Neste contexto, Debussy criou sua própria linguagem musical: um sistema original de harmonia e de estrutura musicais inspirados nos pintores impressionistas e nos poetas simbolistas. Sua abordagem teve uma enorme influência na música do século 20.

Em sua obra pianística, Debussy resgatou o rococó. Seu último volume, "Études" (1915), possui variantes de estilo e textura baseados nos exercícios para o piano, com nítida influência do jovem Stravinsky. Em 1902, compôs a sua única ópera, "Pelléas et Mélisande", a que somou novos recursos dramáticos, como a declamação, e a técnica já consagrada de Wagner.

Famoso por seu gosto pelos bons vinhos e restaurantes caros, ele era freqüentador assíduo de circos, teatros populares e cafés-concertos. Criava gatos e era tido como conquistador. Debussy se envolveu seriamente com ao menos três mulheres: Gabrielle Dupont, Rosalie Texier e Emma Bardac.

Abaixo, David Oistrakh toca Claire de Lune ao violino. Gravado em Paris, em 1962, com Frida Bauer ao piano. Será que você ouviu essa música em: Frankie and Johnny The Game Ocean's... ?





Clair de Lune ao violão?

Pode ser que esta homenagem tenha a cara do improviso, mas como diz o próprio executor dessa composição (com cordas em vez de piano), muita gente nem imaginaria ser impossível se fazer um solo de Clair de Lune num violão. O intérprete também deixa claro que é apenas um vídeo demonstrativo. Que teve que ajustar o violão por diversas vezes... Mas ficou muito bonito e agradável ao ouvido... Diferente.

"This is my arrangement for guitar solo of Clair De Lune. I unfortunately effed it up in a couple places but I'll put a better video up soon... this is just a demonstrative video (like the other bedroom ones) for various users. This one is for all the guys who thought clair de lune couldn't be done justice on solo guitar. I'm here to convince them otherwise :)"



Dia 22 de agosto - Dia do Folclore


A palavra folclore vem do inglês folk lore. Folk quer dizer povo e lore, estudo, conhecimento. Portanto, folclore é o estudo dos costumes e tradições de um povo. Esse termo foi criado pelo arqueólogo inglês William John Thoms (1803-1885), pesquisador da cultura popular européia. Em 22 de agosto de 1846, ele publicou um artigo com o título "Folk-lore", na revista The Athenaeum, propondo a criação do termo.
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Com isso, o dia 22 de agosto tornou-se data de referência do surgimento do termo folclore, que gradativamente foi incorporada a todas as línguas dos povos considerados civilizados.William John Thoms utilizava o termo folk-lore para indicar o conjunto de antiguidades populares. O conceito dirigia-se principalmente aos objetos da arte popular, o artesanato. Mas em seu famoso artigo, Thoms citava também usos, costumes, cerimônias, crenças, romances, refrãos e superstições dos tempos antigos.

.As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
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Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.

Algumas lendas e mitos do folclore brasileiro:

Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas, florestas e os animais. Possui a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre José de Anchieta, em 1560. Na região Nordeste do Brasil, o boitatá é conhecido como fogo que corre.

Boto
A lenda do boto surgiu, provavelmente, na região amazônica. Esta figura folclórica é representada por um homem jovem, bonito e charmoso que seduz mulheres em bailes e festas. Após a conquista, conduz as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes da madrugada, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se num lindo boto.

Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água: a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.

Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.

Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.

Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.

Saci-Pererê
O saci é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Tradição

Para fugir da trivialidade e da informação livresca, trago aqui hoje um texto publicado em 2007, mas que tem tudo a ver com o Crato.

A força do pife
_______________________

Por Prof. Cacá Araújo
;
Emídio Barbosa da Silva, ou simplesmente Mestre Bidu, tem a força sertaneja que salta à terra ao som do seu pife - CE

O Mestre Bidu nasceu no dia 15 de março de 1926, em Crato, CE, como ele diz “nasceu e se criou aqui”. É desses cabras que carrega em si a determinação de se fazer ouvir, em lamento ou festa, no chão de terra batida ou diante de um oratório, reverenciando o clarão da alma e mergulhando na imensidão da fé.

Filho dos agricultores Mariano Barbosa da Silva e Josefa Maria da Conceição, também fez da agricultura sua fonte de sobrevivência, ofício que desenvolve numa pequena área de terra arrendada no Sítio Chapada dos Calange, próximo ao Barro Branco, onde reside com sua esposa Maria Nonato da Silva e seu filho Raimundo Nonato da Silva.

Pai de vinte e cinco filhos, dos quais apenas três homens e duas mulheres estão vivos, conta que sua mulher teve os vinte e cinco resguardos quebrados, o que a deixou com problemas de saúde. Da banda cabaçal participam seu filho Raimundo como 2º pífano e seu neto Cícero Melo da Silva, de 12 anos de idade, tocando pratos.

Estudou apenas oito meses, quando adolescente, com a professora Izabel, que morava na comunidade, mas lê e escreve com perfeição “tirando renovação” e fazendo outras leituras.

Mestre Bidu, com seus 78 anos de idade, pleno de lucidez e ainda vigoroso em seu desempenho como 1º pifeiro da bandinha, iniciou-se na arte com apenas 15 anos, aprendendo pife com seu Zé Luiz do Baixio do Muquém. Comprou os instrumentos de seu Zé Luiz e montou sua própria banda. “Os instrumentos antigos estão guardados, comprei outros mais novos”, revela. É membro-fundador da Fundação do Folclore Mestre Eloi, compondo o Conselho de Mestres do Saber Popular.

A Banda Cabaçal do Mestre Bidu não é daquelas que costumam “fazer samba”, só toca em renovação, novena, carregamento de bandeira, batizado, e também faz shows quando convidados. É bastante requisitada pela comunidade e já participou de cerca de oito edições do Festival Folclórico do Cariri, em Crato, que era coordenado por Eloi Teles, e, com o seu falecimento, passou à responsabilidade da Fundação do Folclore Mestre Eloi. Também se apresenta na Exposição do Crato e já foi ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, CE.

Componentes da Banda Cabaçal do Mestre Bidu: Mestre Emídio Barbosa da Silva (Bidu) – 1º Pífano; Raimundo Nonato da Silva – 2º Pífano; Edimilson Anicete – Zabumba; Antonio Francisco Martins (Antonio Birro) – Caixa; Cícero Melo da Silva – Caixa.

O Mestre Bidu é um mago do pife e da sabedoria popular. Experiente, vivido, conhecedor da natureza e das artes da banda-de-couro, promove um espetáculo de extrema intensidade, especialmente diante de um oratório, numa renovação, numa novena, numa comunidade de gente simples, mas rica em seu patrimônio cultural milenar.

Fonte: Fundação do Folclore Mestre Eloi - CE

. Mestre Bidu

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Lenda do Curupira (A história completa em desenhos) - pouco mais de 9 minutos

http://www.youtube.com/watch?v=r2uvjgbcMtY

Lenda da Iara (desenhos animados) 8:58 minutos

http://www.youtube.com/watch?v=UKXFz5OsNmY

História do Boto - uma versão bem sucinta (vídeo).





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