Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 22 de agosto de 2009

Dia 22 de agosto - Dia do Folclore


A palavra folclore vem do inglês folk lore. Folk quer dizer povo e lore, estudo, conhecimento. Portanto, folclore é o estudo dos costumes e tradições de um povo. Esse termo foi criado pelo arqueólogo inglês William John Thoms (1803-1885), pesquisador da cultura popular européia. Em 22 de agosto de 1846, ele publicou um artigo com o título "Folk-lore", na revista The Athenaeum, propondo a criação do termo.
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Com isso, o dia 22 de agosto tornou-se data de referência do surgimento do termo folclore, que gradativamente foi incorporada a todas as línguas dos povos considerados civilizados.William John Thoms utilizava o termo folk-lore para indicar o conjunto de antiguidades populares. O conceito dirigia-se principalmente aos objetos da arte popular, o artesanato. Mas em seu famoso artigo, Thoms citava também usos, costumes, cerimônias, crenças, romances, refrãos e superstições dos tempos antigos.

.As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
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Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.

Algumas lendas e mitos do folclore brasileiro:

Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas, florestas e os animais. Possui a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre José de Anchieta, em 1560. Na região Nordeste do Brasil, o boitatá é conhecido como fogo que corre.

Boto
A lenda do boto surgiu, provavelmente, na região amazônica. Esta figura folclórica é representada por um homem jovem, bonito e charmoso que seduz mulheres em bailes e festas. Após a conquista, conduz as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes da madrugada, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se num lindo boto.

Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água: a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.

Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.

Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.

Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.

Saci-Pererê
O saci é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Tradição

Para fugir da trivialidade e da informação livresca, trago aqui hoje um texto publicado em 2007, mas que tem tudo a ver com o Crato.

A força do pife
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Por Prof. Cacá Araújo
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Emídio Barbosa da Silva, ou simplesmente Mestre Bidu, tem a força sertaneja que salta à terra ao som do seu pife - CE

O Mestre Bidu nasceu no dia 15 de março de 1926, em Crato, CE, como ele diz “nasceu e se criou aqui”. É desses cabras que carrega em si a determinação de se fazer ouvir, em lamento ou festa, no chão de terra batida ou diante de um oratório, reverenciando o clarão da alma e mergulhando na imensidão da fé.

Filho dos agricultores Mariano Barbosa da Silva e Josefa Maria da Conceição, também fez da agricultura sua fonte de sobrevivência, ofício que desenvolve numa pequena área de terra arrendada no Sítio Chapada dos Calange, próximo ao Barro Branco, onde reside com sua esposa Maria Nonato da Silva e seu filho Raimundo Nonato da Silva.

Pai de vinte e cinco filhos, dos quais apenas três homens e duas mulheres estão vivos, conta que sua mulher teve os vinte e cinco resguardos quebrados, o que a deixou com problemas de saúde. Da banda cabaçal participam seu filho Raimundo como 2º pífano e seu neto Cícero Melo da Silva, de 12 anos de idade, tocando pratos.

Estudou apenas oito meses, quando adolescente, com a professora Izabel, que morava na comunidade, mas lê e escreve com perfeição “tirando renovação” e fazendo outras leituras.

Mestre Bidu, com seus 78 anos de idade, pleno de lucidez e ainda vigoroso em seu desempenho como 1º pifeiro da bandinha, iniciou-se na arte com apenas 15 anos, aprendendo pife com seu Zé Luiz do Baixio do Muquém. Comprou os instrumentos de seu Zé Luiz e montou sua própria banda. “Os instrumentos antigos estão guardados, comprei outros mais novos”, revela. É membro-fundador da Fundação do Folclore Mestre Eloi, compondo o Conselho de Mestres do Saber Popular.

A Banda Cabaçal do Mestre Bidu não é daquelas que costumam “fazer samba”, só toca em renovação, novena, carregamento de bandeira, batizado, e também faz shows quando convidados. É bastante requisitada pela comunidade e já participou de cerca de oito edições do Festival Folclórico do Cariri, em Crato, que era coordenado por Eloi Teles, e, com o seu falecimento, passou à responsabilidade da Fundação do Folclore Mestre Eloi. Também se apresenta na Exposição do Crato e já foi ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, CE.

Componentes da Banda Cabaçal do Mestre Bidu: Mestre Emídio Barbosa da Silva (Bidu) – 1º Pífano; Raimundo Nonato da Silva – 2º Pífano; Edimilson Anicete – Zabumba; Antonio Francisco Martins (Antonio Birro) – Caixa; Cícero Melo da Silva – Caixa.

O Mestre Bidu é um mago do pife e da sabedoria popular. Experiente, vivido, conhecedor da natureza e das artes da banda-de-couro, promove um espetáculo de extrema intensidade, especialmente diante de um oratório, numa renovação, numa novena, numa comunidade de gente simples, mas rica em seu patrimônio cultural milenar.

Fonte: Fundação do Folclore Mestre Eloi - CE

. Mestre Bidu

Fonte de pesquisa: revistaraiz.uol.com.br/portal/index.php?optio...

Lenda do Curupira (A história completa em desenhos) - pouco mais de 9 minutos

http://www.youtube.com/watch?v=r2uvjgbcMtY

Lenda da Iara (desenhos animados) 8:58 minutos

http://www.youtube.com/watch?v=UKXFz5OsNmY

História do Boto - uma versão bem sucinta (vídeo).





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