Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 3 de julho de 2011

A terapia do sentido - Emerson Monteiro

Viver precisa de sentido, caso contrário a jornada terrena exigirá bem maior disposição e esforços, transformada quase numa desistência permanente. A esta conclusão chegou, como matéria científica, o psiquiatra austríaco Viktor E. Frankl, judeu que fora prisioneiro em três dos tantos campos de concentração nazistas durante a Segunda Grande Guerra.

Esse sentido para viver alimenta o ânimo qual nutriente de extrema necessidade. Isso que deverá vir das aspirações inúmeras. Do gosto de aguardar alguém que se ama. Adorar a Deus com os vigores da alma. Empregar a esperança na realização dos sonhos vários. A viabilização de projetos pessoais. Uma obra social. Concretização das ideias vitalizadoras do desejo de seguir em frente, ainda que perante vultosos desafios. Reencontrar entes queridos. Rever amores inesquecíveis. Criar condições de sentir a presença dessa potencialidade, mesmo enquanto permanecer sob pressões, insalubridades e limitações.

Dr. Frankl experimentou de perto tais restrições de sobrevivência, ele e os outros companheiros de campos, nas atrocidades nazistas. Em seu papel de observador perspicaz, analisava sistematicamente o comportamento manifesto dos milhares de prisioneiros, configurando a tese do sentido qual motivo justo de continuar a vida. Eram temperaturas abaixo de zero, péssimos agasalhos, fome, maus tratos, estados psicológicos deprimentes, expostos às surpresas da patologia gratuita da guerra; e resistiam desde que houvesse uma razão para isto em cada qualquer deles.

Quando alguém sabia das notícias da morte dos familiares que aguardava de novo encontrar, logo perdia as forças. O cientista notava que aquele se entregava ao desânimo. Desistia de sair para trabalhar. Permanecia estirado no alojamento em que dormia. E dentro de pouco tempo sucumbia às misérias das circunstâncias que até ali suportara.

Perante os quadros que estudou, Viktor Frankl reuniu elementos suficientes de avaliação do contexto radical extremo para a existência humana sadia, os quais lhe forneceram meios de criar a Terapia do Sentido, ou Logoterapia, conforme denominou. Logos, termo grego que significa razão, sentido.

O fruto dessas vivências de um psiquiatra em um campo de concentração durante a Segunda Guerra hoje possui ampla divulgação em muitos países do mundo, e forma escola de importante valor no tratamento das dificuldades mentais de grandes contingentes que a ele recorrem.

Há um livro de sua autoria, editado no Brasil com o título de Em busca de sentido, publicação da Editora Vozes, ora na 20ª. Edição, que permite conhecer mais de perto informações a respeito desse importante instrumento de ampla utilidade a quem pretende aprofundar o assunto.

Ainda existem políticos honestos no Brasil – por Armando Lopes Rafael




Dias atrás o escritor e cronista Emerson Monteiro publicou um artigo com o título: “Ainda existem juízes em Berlim”. Pois hoje, fazendo uma analogia ao escrito de Emerson, eu escrevo: Ainda existem políticos honestos no Brasil.
O ex-presidente da República, senador Itamar Franco, era um deles...

E tal era a irradiação da sua honestidade pessoal, que sua família recusou a oferta do Palácio do Planalto de disponibilizar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para trasladar o corpo do ex-presidente da capital paulista, onde morreu, até a cidade de Juiz de Fora, onde está sendo velado. Neste domingo, o corpo de Itamar Franco foi transportado em voo comercial, com as despesas desse transporte pagas por sua família, que também recusou o velório no Palácio do Planalto, em Brasília.

Itamar Franco foi Presidente da República por apenas dois anos, em face do impeachment de Collor de Melo. Mesmo assim deixou duas marcas profundas quando de sua curta passagem como titular do Palácio do Planalto. Primeiro, foi sua coragem de implantar – em 1994 – o Plano Real, o qual acabou com inflação brasileira, que vinha se arrastando desde a Proclamação da República, esta feita através do golpe militar de 15 de novembro de 1889. Segundo, foi o fato de não só no exercício da Presidência da República, mas em todos os cargos que exerceu ao longo de sua vida pública, nunca se envolveu em roubalheiras nem foi acusado de corrupção.

Foi isto que levou a Associação Mineira de Imprensa a inserir na sua nota de pesar pelo falecimento do ex-presidente, a seguinte frase: “Itamar Franco foi um homem público possuidor de uma trajetória honrada, pautada na ética e honestidade, com relevantes serviços prestados ao Brasil, onde destacamos a sua idealização do Plano Real, importante legado para o país. O Brasil e Minas Gerais sentirão a sua falta, mas sempre vamos tê-lo na lembrança como exemplo de homem público ideal”.

Como presidente, Itamar Franco criou o Programa de Combate à Fome, que foi entregue ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e ao bispo dom Mauro Morelli. E fez isso sem demagogia e sem utilizar a medida como troco de moeda eleitoral, como fizeram outros que o sucederam na Presidência da República.
O falecido ex-presidente era, enfim, um homem sério, simples e honesto. Um paradigma nesses tempos tristes e caóticos, assinalados por denúncias diárias de roubalheiras, falta de espírito público e deslavada corrupção.
Descanse em paz, honrado e digno senador Itamar Franco!
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael

A "mulher" manda - José Nilton Mariano Saraiva

Pelos dados abaixo (do censo de 2010), observa-se que a MULHER ta com tudo: nos 27 estados da federação, ela já é maioria em 19 (os homens só mandam lá pras bandas da Região Norte do país). Totalizando, no Brasil tem hoje 3.951.630 mulheres a mais que homens (no Crato, especificamente - atenção marmanjos - temos 63.830 mulheres e 57.632 homens - ou 6.198 mulheres “sobrando”).

Acre: (H) 367.864 (50,20%) – (M) 364.929 (49,80%)
Alagoas: (H) 1.511.947 ( 48,45%) – (M) 1.608.975 (51,55%)
Amazonas: (H) 1.751.328 (50,31%) – (M) 1.729.609 (49,69%)
Amapá: (H) 334.674 (50,05%) – (M) 334.015 (49,95%)
Bahia: (H) 6.880.368 (49,07%) – (M) 7.141.064 (50,93%)
Ceará: (H) 4.118.066 (48,75%) – (M) 4.329.989 (51,25%)
Distrito Federal: (H) 1.225.237 (47,81%) – (M) 1.337.726 (52,19%)
Espírito Santo: (H) 1.729.670 (49,24%) – (M) 1.783.002 (50,76%)
Goiás: (H) 2.981.542 (49,66%) – (M) 3.022.503 (50,34%)
Maranhão: (H) 3.258.860 (49,60%) – (M) 3.310.823 (50,40%)
Minas Gerais: (H) 9.640.695 (49,20%) – (M) 9.954.614 (50,80%)
Mato Grosso Sul: (H) 1.220.175 (49,82%) – (M) 1.229.166 (50,18%)
Mato Grosso: (H) 1.548.894 (51,05%) – (M) 1.485.097 (48,95%)
Para: (H) 3.825.245 (50,41%) – (M) 3.762.833 (49,59%)
Paraíba: (H) 1.824.495 (48,44%) – (M) 1.942.339 (51,56%)
Pernambuco: (H) 4.229.897 (48,09%) – (M) 4.566.135 (51,91%)
Piauí: (H) 1.528.796 (49,02%) – (M) 1.590.219 (50,98%)
Paraná: (H) 5.128.503 (49,13%) – (M) 5.311.098 (50,87%)
Rio: (H) 7.626.920 (47,69%) – (M) 8.366.663 (52,31%)
R.G.Norte: (H) 1.548.731 (48,88%) – (M) 1.619.402 (51,12%)
Roraima: (H) 793.224 (50,83%) – (M) 767.277 (49,17%)
Rondônia: (H) 229.343 (50,83%) – (M) 221.884 (49,17%)
R.G.Sul: (H) 5.205.705 (48,67%) – (M) 5.489.827 (51,33%)
Santa Catarina: (H) 3.101.087 (49,62%) – (M) 3.148.595 (50,38%)
Sergipe: (H) 1.005.049 (48,60%) – (M) 1.062.982 (51,40%)
São Paulo: (H) 20.071.766 (48,66%) – (M) 21.180.394 (51,34%)
Tocantins: 702.451 (50,78%) – (M) 681.002 (49,22%).

TOTALIZANDO NO PAÍS:
Mulheres (M): 97.342.162 (51,0%)
Homens (H): 93.390.532 (49,0%).
Prezado Leitor,

Não deveria, como de praxe, parabenizá-los pela ausência de novos textos meus nos próximos três meses. Estarei ausente desta tela no período referido o que explica tudo e nada mais se poderia acrescentar por explicação.

Não tenho figuras de linguagem suficientemente fortes para expressar o prazer que tive nos últimos dois meses em bombardear diariamente as vossas telas nestes três blogs: Cariricult, Cariricaturas e Sonho Azul. Nem sempre manifesto em comentários o interesse no que escrevo, mas com a certeza que a proximidade que tenho de vocês, mesmo quando não lido, está na lista de presença quase diária nas postagens destes blogs.

Não pedirei desculpas por eventuais tédios, por certas prolixidades, especialmente por dizer coisas que se contrapõem ao que pensa o leitor. Se fosse apenas para resguardar incômodos ao leitor, não haveria motivo para se escrever: apenas se deixasse o papel em branco. O nada do branco não aluía nada. Zera o próprio fluxo das idéias.

Por estes meses quero dizer que tive muito prazer em conversar com algumas pessoas de modo direto, provocativo e outras que reativamente me respondera. E um terceiro grupo com um diálogo próximo dos poemas. No primeiro grupo lembro-me do Armando Rafael e do Zé Nilton Figueiredo. No segundo grupo incluiria o Darlan Reis, o Dihelson Mendonça e o próprio Armando Rafael. No terceiro grupo incluiria o Pachelly Jamacaru, o Zé Flávio, a Socorro Moreira, a Claude Bloc, a Stela Siebra e Lupin.

Na verdade a separação que fiz em grupos é muito mais uma tomada de memória, pois a rigor não existe tal compartimentação, afinal é para pessoas como estas que escolhemos o assunto e fazemos um esforço em desenvolvê-lo. Mas fique claro que estas pessoas nos instruem a falar, mas a fala mesmo é para algumas dezenas de leitores que diariamente lêem os referidos blogs e que não fazem comentários.

Agora fica a aliança no tempo a ser inventado, ali pelo final da primeira quinzena de setembro para novamente entrar na roda. O que não exclui eventuais postagens, em face de grandezas de assuntos, pelo menos para mim, que deseje expressar. Mas não nesta modalidade diária com que vinha nos últimos tempos.

Não sei se para alegria ou tristeza,

Logo estarei de volta.

José do Vale Pinheiro Feitosa