Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Porque Steve Jobs foi Genial - Por: DIhelson Mendonça



Steve Jobs não inventou o computador, decerto. Ele já havia sido inventado décadas antes, nos longínquos anos 40. Mas eram máquinas gigantescas que funcionavam apenas para as grandes corporações. Coube ao gênio singular de Jobs a tarefa de inventar as formas como o mundo moderno passou a funcionar, quando criou o primeiro computador pessoal portátil do mundo.


Poderíamos separar a história contemporânea em duas fases distintas, antes e depois de Steve Jobs ( AJ - DJ ). Jobs foi o cara que criou o primeiro computador estritamente direcionado para o POVO, revolucionando o mundo. O seu legado para a modernidade é incomensurável e acima de qualquer consideração trivial. Trabalhando em uma garagem com poucos sócios na década de 70, Jobs conseguiu quebrar a hegemonia da toda-poderosa IBM quando criou a primeira máquina portátil inteligente que o grande público era capaz de levar para casa, ligar a um TV qualquer e usar. Algo impensável para a época. Com isso ele iniciou uma revolução tecnológica que persiste até os dias de hoje, e mudou para sempre a forma como vemos o mundo.

Steve Jobs praticamente reinventou o computador. Ele fez o que ninguém antes havia feito. E não parou por aí; Seus inúmeros projetos posteriores, como o Imac, o Iphone, o iPod, e agora o iPad continuam mudando drasticamente a tecnologia da informação e com isso, a vida do ser humano no planeta. Porque outros não inventaram essas coisas antes dele ? - Muitos querem desmerecer a obra de Jobs, mas falar depois que algo é inventado, é sempre fácil. Difícil é criar algo novo, ou reinventar-se. Isso fez Steve Jobs durante toda a sua vida, e a sua grande paixão, a Apple.

Jobs não foi apenas um tecnólogo. Foi um verdadeiro artista da Informática. Perfeccionista ao extremo em cada detalhe dos seus projetos, queria sempre unir tecnologia à arte.

Sem ele, talvez alguém em um dado ponto da história poderia até ter criado um computador pessoal, décadas mais tarde, não se sabe, como também da mesma forma, alguém poderia ter inventado a lâmpada elétrica sem Thomas Edison, ou sem Einstein, a Teoria da Relatividade. Mas depois que Steve Jobs fez o que ninguém mais fez antes, qualquer um pode dizer que foi fácil.

Em 1988 eu mesmo participei e assisti com um amigo, da criação de um microprocessador para um computador pessoal que possuía 1Kbyte de memória, coisa grande para a época, mas nem de longe poderíamos comparar aquilo com o que a APPLE havia feito uma década atrás nos Estados Unidos. Portanto, a César o que é de César. Steve Jobs tem o mérito de ter trazido a público o primeiro computador portátil que realmente funcionou.

E se isso em si não for genial, não temos mais qualquer definição que possa caber nesse lugar. Salve grande Steve Jobs! Obrigado por todo o legado da informática que você nos deixou, que sem isso, nem estaríamos aqui agora escrevendo esta mensagem a fim de que milhares de pessoas possam ler, partilhar e interagir no conforto dos seus lares por todo o planeta! Isso não é Fantástico ? Que invenção maior para o mundo moderno poderia ser, além do computador pessoal ???

Por: Dihelson Mendonça

O Samba do Galego Doido

O Brasil tem um código de regras próprio que se foi solidificando com o passar dos anos e que, hoje, é praticamente impossível revogar. O costume do cachimbo terminou por entortar a boca do país. É como se, em pleno Século XXI , ainda folheássemos o Código de Hamurabi para solucionar as querelas do dia a dia. Basta observar os nossos políticos, todos afeitos a obras de fachada, onde possam dependurar o nome em alguma placa comemorativa e, com certeza, levar de quebra alguma comiçãozinha -- que ninguém é de ferro! Todos fogem de obras de saneamento, como o satanás da água benta. Que importância tem uma coisa enterrada, invisível aos olhos comuns da população? Que relevância tem isso, mesmo com todo benefício que traria à saúde da população, se não tem onde sapecar o nome e dar visibilidade ao trabalho realizado? Vade retro Belzebu ! Vamos asfaltar as ruas, mesmo com que o excrementos fluam, livremente, ladeira abaixo! Vamos reconstruir o Canal do Rio Grangeiro , sem qualquer interferência sanitária, para que corte toda a Cidade—residências, Escolas, Mercado Público--- como uma chaga aberta, exalando o mesmo cheiro que rescende da consciência da nossa classe política !

Estas disparidades são visíveis nas três esferas de Governo. Agora mesmo o Congresso Nacional se vê na premente necessidade de votar a Emenda 29 da Saúde que já bola pelo Planalto , de gaveta em gaveta, há mais de 20 anos. Esta Emenda é simplesmente imprescindível para minorar o terrível caos que é a Saúde brasileira. Ela determina com quanto deve arcar o Governo Federal, os Estados e Municípios com o financiamento do SUS. Criado há mais de duas décadas, com a brilhante perspectiva de dar uma Saúde Universal e Integral a todos os brasileiros, o SUS nunca pode se firmar por conta de sub-financiamento e vive assoberbado de denúncias contínuas em todos os meios de comunicação. Hoje, gastamos menos de R$ 2,00 por habitante / dia para proporcionar à população o que está garantido na Carta Magna. Já pensaram numa loucura dessas? Na hora de resolver o problema, no entanto, cadê o Congresso? Cadê a agilidade que se vê na hora de votar os próprios aumentos de salário ou as emendas de orçamento? Ou tiramos o SUS da inanição ou acabamos, definitivamente, com essa obra de ficção que é a Saúde Pública Brasileira.

Stanislaw Ponte Preta, nos anos 60, criou o “Samba do Crioulo Doido”. Pois bem, no Ceará, atualmente, entoamos o “Samba do Galego Doido”. Basta observar o atual governo para perceber que é pródigo em obras: Estádios construídos para a Copa, Hospitais Regionais, Escola Profissionalizante, Centro de Convenções, CEASA de Barbalha, Centro de Exposições de Sobral e projeto de mudança para o do Crato, apenas para citar alguns. Aparentemente o estado está nadando em dinheiro, acompanhando o boom no ritmo de crescimento brasileiro dos últimos anos. Pois bem, amigos, os professores estaduais estão em greve há mais de sessenta dias, em luta por salários minimamente dignos e até agora o que conseguiram foi serem massacrados pela polícia militar dentro da casa deles próprios : A Assembléia Legislativa. Mas a loucura não pára aí. Os professores estão na rua reivindicando o Piso Salarial que já foi determinado legalmente pelo Supremo Tribunal Federal. O governo do Ceará se nega a pagar. Isso não configura crime de responsabilidade ? Parece que não, meus amigos, porque, pasmem vocês, a Greve foi considerada pela justiça estadual, como ilegal. O juiz determinou multa diária aos que não retornarem ao trabalho e o governador ameaça abrir processo administrativo e demitir os grevistas que já foram esmurrados e esbofeteados dentro da própria casa. Mesmo que sujigados e escoriados sejam obrigados a retornar, que educação teremos? Os mais capacitados mudarão rapidamente de profissão : concursos pululam por todo lado, país afora. Os que precisarem permanecer terão que motivação? Como esperaremos melhorar os terríveis níveis educacionais do estado, tratando professores , como nem marginais podem ser tratados ? O pior é que atingimos um estágio de desenvolvimento no país, nos últimos dez anos, que só poderemos saltar, através do estilingue da educação. O estado sobrevive sem governador, sem deputado, sem prefeito e sem vereador; país nenhum do planeta , no entanto, jamais será nação, sem uma educação de qualidade.

Num dos seus reiterados destemperos, o governador soltou uma frase antológica: “ Professor tem que trabalhar é por amor e não por salário”. Pois já trabalham sim, por amor ! Não fosse isso não estariam alguns enfurnados trezentas horas por mês, em escolas, ganhando um salário que mal lhes cobre a sobrevivência. O problema está justamente do outro lado, do lado dos nossos políticos que , na sua maioria, não conhece essa palavrinha e trabalha sempre por verbas obscuras, por propinas, por comissõezinhas escusas, por falsas promessas. A grande diferença é que os professores , se assim o quiserem e suportarem, serão mestres por toda a vida. Já os políticos não! Precisam sempre de um filtro chamado eleição e quem controla a malha do filtro é a educação que é proporcionada justamente por aqueles que hoje estão sendo maltratados e espancados no meio da rua.

J. Flávio Vieira
A casa grande
 - Claude Bloc -


Voltei à casa grande. A pouca luz interior de um fim de tarde dava-me a sensação de nunca ter saído dali.

Ainda na estrada sentia-me livre e com uma alegria inexplicável. Como uma criança que volta pra casa. Mas a casa, minha casa de infância, a cada vez que chego, ela me emociona e sempre que a vejo ali quieta, fica me fazendo perguntas que não sei responder. Aliás, tudo ali me faz sentir uma grande saudade e nenhum remédio poderia curar a falta que muita gente que circulou por essa casa me faz.

Dessa vez, subi os degraus do alpendre, um a um, bem devagar. Ao atingir o batente da porta fechei os olhos. Tateei a porta sentindo-me pequena. Segui de olhos quase fechados caminhando casa adentro. As paredes me diziam coisas que eu ia traduzindo aos poucos, passo a passo. Carinho, lembranças, histórias. Não achei quase nada de outras épocas pelos poucos móveis ali dispostos. As louças de minha mãe devem estar dispersas por aí, sabe-se lá nas mãos de quem. Há muita gente das redondezas que apostou que a casa ficaria abandonada depois da partida de minha mãe e foi entrando, e se apossando das coisas até não ficar quase nada. Só mesmo lembranças por entre a gente.

No canto do quarto de Mamy (minha avó) encontrei um pedaço do que foi meu guarda-roupa, sem mais gavetões, nem puxadores. Nada de envelopes quadrados, postais, letras de músicas, caligrafias de aparo - ouros raros – lá dentro. Há quanto tempo não escrevo uma carta? Perdi até o jeito...

Lembrei-me dos dias e das noites em que mamãe pacientemente tentava espantar meus medos noturnos. E do dia em que, eu esqueci as roupas no suporte da banheira, onde a água, gota a gota deslizava sorrateira empapando tudo, manchando a bela estampa florida que eu adorava, à medida em que a água perdia densidade com o calor do dia. Coisas de menina sonhadora, desligada, simples... Coisas de um tempo que não esqueço.

Na sala da frente, ainda obscura, a luz do quarto se refletia sobre  as duas almofadas cor de vinho. Postei-me lá quase imóvel, de lábios entreabertos, respiração forçada, esperando pelo cheiro da noite nesse lugar de mil silêncios.

Por que não escreveste um livro sobre a casa? Pergunto a mim mesma: essa alma sem asas, em arco, em queda... E não acho resposta. Apenas uma música que se denuncia – uma valsa longa e longínqua nas margens noturnas do açude.

No céu da madrugada chega a poesia, miríades, e, sob as pálpebras, a vontade de ficar ali.

Claude Bloc

A morte e a morte de Steve Jobs - José do Vale Pinheiro Feitosa

A morte de Steve Jobs da Apple no tempo da crise americana é bastante simbólica do ponto de vista histórico. Mas antes uma explicação: nem toda crise leva a mudanças radicais, os EUA já passaram por várias crises antes, fizeram algumas mudanças e tudo continuou até com mais vigor. Mas sigamos no raciocínio.

A morte de Steve Jobs não é apenas física, é a superação de um tempo de abertura nos EUA, da consolidação da indústria de tecnologia na Califórnia, do desejo expansionista de ultrapassar fronteiras. É como disse um usuário da Apple na china: foi a morte de um líder espiritual. Quando falamos em espiritual no caso, falamos em perda de norte, de orientação para navegar.

Basta tomarmos algumas frases emblemática do Steve Job para termos o pulso deste espírito: “É mais divertido ser um pirata do que entrar para a marinha”. Ou, “Nós apostamos em nossa visão, preferimos fazer isso do que fazer produtos do tipo “eu também”. Ou, “O único problema da Microsoft é não ter bom gosto. Eles absolutamente não têm bom gosto. Digo isso de uma forma geral, no sentido de que eles não constroem idéias originais, não colocam sua própria cultura nos produtos”. Ou esta para encerrar e chegar ao espírito deste texto: “O iMac é o computador do ano que vem por 1 299 dólares, não o computador do ano passado por 999 dólares”.

A questão básica é que ao criar uma cultura numa produção que mudou muita coisa, ele estava na linha da inovação tecnológica de produtos e, portanto, na expansão capitalista do negócio. Enquanto esta expansão acontecia, um mercado mesmo que alavancado à base de crédito barato, as pessoas compravam, Steve Jobs deu certo. O espírito coincidente entre a criatividade técnica e o consumismo movido a uma expansão que desde muito é fictícia.

Por isso os produtos da Apple sempre tiveram muito apelo de consumo, têm enorme capacidade de formar consumidores fieis à suas propostas, afinal existia quem financiasse os consumidores. Mas aí vem outro dado dos produtos desta inovação que fez a festa das grandes corporações multinacionais a montar empresas na Ásia e a retirar empregos da Califórnia. A fórmula, uma área de baixa renda a produzir e uma área de alta renda a consumir, não fechou a conta. A de baixa renda pouco se modificou e a de alta renda quebrou.

Entre todos os apelos da Apple tem um que é fatal num tempo de crise: ao criar a fidelidade, passa a se confrontar com a sua própria proposta inovadora que é certa obsolescência programada. Aí tome um IPhone a cada ano, um IPAD a cada semestre, tome uma rede dedicada e on-line de softwares e a fidelidade termina por criar gargalos quando dinheiro não há para comprar o inovado.

Enfim, a morte de Steve Job é a morte física de um símbolo da América que ganhou a hegemonia a partir dos anos 80. E quem diria que isso aconteceria com os quadros das rebeliões hippies e contra a guerra do Vietnã.


Se lutarmos com amor e paciência chegaremos lá

PEDRO ESMERALDO

Após o tsunami provocado pela tempestade no dia 28 de janeiro de 2011 que acarretou sérios danos materiais e deixou o povo totalmente acabrunhado devido os descasos causados pelas autoridades anteriores, pois já que não tiveram a capacidade de construir um canal a altura do modernismo técnico, visto que sempre nos transtorna com as constantes cheias nas épocas chuvosas. Resolvemos hoje que fazer vista grossa a melhoria do sistema hídrico da cidade, visto que observamos as autoridades do estado alheias aos problemas do Crato. Viemos observar in locu exigindo a recuperação dessas obras com mais tenacidade desse processo que nos deixa totalmente desanimados e sem métodos contemplativos.
Hoje, numa manhã de sol, resolvemos dar uma volta na margem do canal e saímos de lá completamente animados pelo serviço da empresa prestado ao povo do Crato.
Foi uma manhã que nos fez permanecer completamente embriagados com as belezas naturais deste município.
Estamos entusiasmados, já que deslumbramos com as belezas do pé-de-serra do Araripe, que nos deixam totalmente embevecidos e ao mesmo tempo não podemos compreender a fraqueza do povo que nos deixa estarrecidos com um clima desfavorável às obras d’artes da beleza sopedânea. Por isso, com muita vibração, pedimos a Deus que ilumine esse povo a fim de empregar uma engenharia hidráulica com mais eficiência, tentando refazer com obras monumentais com fito de recuperar o descaso político e econômico que faz todo cratense perder o ânimo de crescer para o futuro econômico desse município.
É preciso que haja competência e traga bons técnicos que nos correspondam e deixem para que eles saibam praticar com altos desempenhos os trabalhos técnicos e que todos tenham a faculdade de apreciar esse trabalho que é de muita responsabilidade e pedimos ao mesmo tempo, que todos saibam julgar com dignidade e amor.
Percorremos por muitas vezes as margens do canal desse rio e encontramos faixas solicitando às autoridades que recuperem as pontes metálicas que foram arrastadas pelas águas.
Por isso, pedimos às autoridades municipais que satisfaçam o desejo do povo que há tantos anos é solicitado para facilitar o transporte a pé dos transeuntes.
Devemos mostrar aos inimigos do Crato que esse município não é tão submisso assim, pois querem fazê-lo uma cidade sem brio, considerando-a “terra de ninguém”.
Não queremos andar à toa, sem direção dos ventos, visto que tudo que se adquire com dignidade será transbordado pelas correntes tempestuosas que serão as correntes dos castigos de Deus. Não, isso não se deve deixar correr quando todos trabalham em amor ao próximo, obedecendo e sempre cumprindo o seu dever de cidadão, de homem sério e obediente a Deus.
Avisamos: Crato é livre, é ufanante, por isso todos nós devemos com paciência lutarmos com amor telúrico à terra comum.

Autor: Pedro Esmeraldo