Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Professora Otonite Cortez nomeada Reitora da URCA pelo governador Cid Gomes

O Gabinete do Governador divulgou no fim da tarde desta segunda-feira (20), os nomes dos novos dirigentes da Cegás e Cagece, que fazem parte da Administração Indireta do Estado, e da Universidade Regional do Cariri (Urca). O ex-prefeito de Fortaleza, Antonio Cambraia, assume a Companhia de Gás do Ceará (Cegás). Já Gotardo Gurgel, deixa a secretaria-executiva da secretaria Especial da Copa 2014 e assume a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). A professora Antonia Otonite de Oliveira Cortez foi escolhida reitora da Universidade Regional do Cariri (Urca).

Ela foi a mais votada na consulta pública e se torna a primeira mulher a assumir a Reitoria de uma universidade pública cearense, passando pela consulta universitária. Como vice-reitor, assume o professor José Patrício Pereira Melo, que também foi o mais votado para o cargo na consulta no meio universitário.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Universidade Regional do Cariri - URCA

Seminário sobre morte realizará palestras abertas ao público na URCA

Na programação do Seminário Olhares sobre a morte, ocorrerá nesta quarta-feira, 22 de junho, às 19h30m , palestra da historiadora Claudia Rodrigues, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UNIRIO, sobre o tema "Temáticas, fontes e metodologias para um olhar sobre a morte na sociedade brasileira de outrora". A palestra, que acontecerá no Salão de Atos da URCA, Campus do Pimenta, em Crato, visa especificamente orientar sobre uma construção de pesquisa e interpretação de fontes em relação ao tema da morte, com bastante utilidade para estudantes, pesquisadores e curiosos em geral.

Na sexta-feira, dia 24/06, às 8h30m acontecerá palestra da professora Maria Elízia Borges, da Universidade Federal de Goiás – UFG, sobre suas experiências de pesquisa em cemitérios.

O Seminário “Olhares sobre a morte” é coordenado pelo professor Titus Riedl, do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri - URCA.

Sou do Crato, sou otimista, oxente! - Por Heládio Teles Duarte

Desenho: Heládio Teles Duarte

Pérola nos Bastidores - Por Zé Nilton

Blogger Zé Nilton Figueiredo nesse comentário se refere ao texto de Armando Rafael  - quando se reporta à fundação da cidade de Juazeiro do Norte
 
Zé NIlton disse...
 
Quando Padre Cícero chegou ao povoado de Juazeiro, em 11 de abril de 1872, para fixar residência, o local era um pequeno aglomerado humano com uma capelinha erigida pelo primeiro capelão, o Pe. Pedro Ribeiro de Carvalho, neto do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, uma escola, cerca de 35 casas (a maioria de taipa) e duas pequenas ruas (Rua Grande e Rua do Brejo). Cinco famílias importantes habitavam o local: Macedo, Gonçalves, Sobreira, Landim e Bezerra de Menezes. O restante da população era formado por escravos e arruaceiros afeitos à bebedeira e à prostituição. Assim diz, Armando a História. O pesquisador Pe. Gomes de Araújo dá esta versão. Interessante observar que o eminente Ralf Della Cava não cita a fonte escrita pela escritora, que ele chama Doutora, em outro seu escrito, sobre a criação de Juazeiro. Acho que isto se deve à asséptica formação histórica dos americanos em torcer o nariz para tudo que se diga ser MEMÓRIA. E o livro da excelente Amália Xavier, chamado " O Pe. Cícero que eu conheci", é pura memória. Lá está escrito, também, o que você escreveu, e que o pesquisador Gomes já havia dito no seu "Povoamento do Cariri". Boa polêmica esta. Não para dessantificar o nosso Pe. Cícero, como querem alguns que ficam nervosos quando se mostra a face histórica dos fenômenos de Juazeiro. Mas, para por as coisas em ordem. A História é mestra...

DO FUNDO DO BAÚ


Ricardo Saraiva, Herbeno Tavares e Edilma Rocha

ONDE MORA A SAUDADE



Coração apertado pela saudade de uma pequena cidade onde vivi coisas simples e maravilhosas... Cine Casino, e o filme favorito...


Um banco na praça Siqueira Campos a espera do primeiro namorado


Na igreja Matriz a promessa de amor até que a morte nos separe...


A ausência do meu avô, da fonte luminosa e sua música clássica...


O Cristo ainda me espera de braços apertos para matar a saudade...

Araguaia : o que as Forças Armadas querem apagar

Araguaia, o massacre que as Forças Armadas querem apagar

A Agência Pública revisita uma das histórias mais obscuras do período militar; veja os relatos de moradores que foram obrigados a prender, matar e decapitar guerrilheiros


Em meio ao debate sobre a emenda que propõe o sigilo eterno de documentos do governo, a Pública revisita uma das histórias mais obscuras do período militar: a repressão à guerrilha do Araguaia (1972-1975).

Em três dias de pesquisa nos 149 volumes do processo judicial que investiga o desaparecimento dos guerrilheiros do Araguaia, a Pública coletou relatos de dezenas de moradores que foram obrigados a prender, enterrar, matar e decapitar guerrilheiros – e sofrem até hoje as consequências do que viveram nesse tempo.

Veja todos os textos sobre esta reportagem na Agência Pública

Em entrevista exclusiva, a juíza titular da 1a Vara da Justiça Federal, Solange Salgado, diz que, passados quase 40 anos, reina o medo de se falar sobre o assunto entre os que participaram do conflito. Mateiros e ex-militares que colaboraram com o Grupo de Trabalho Araguaia - que investiga o caso desde 2009 em cumprimento à sentença judicial promulgada por Solange Salgado em 2003, que obriga a União a entregar os corpos dos desaparecidos às famílias – estão recebendo ameaças.

Por isso, quando esteve na região no ano passado, para recolher e checar informações sobre o paradeiro dos corpos, a juíza optou por preservar o sigilo dos autores dos depoimentos. “Foi uma garantia que o Poder Judiciário deu a essas pessoas. Elas ainda estão muito apavoradas, se sentindo muito acuadas”, disse ela à Pública.

Nossa reportagem esteve em Marabá, no Pará, e conversou com ex-mateiros e ex-soldados que confirmaram a realização das chamadas “Operações Limpeza”, por meio das quais os restos mortais dos guerrilheiros foram desenterrados e transportados a outros locais. Além disso, cinco entrevistados afirmaram ter visto atuando na repressão o ex-diretor do Dops de São Paulo Romeu Tuma, falecido em outubro do ano passado.

Forçados a matar

Eles viviam em povoados de nomes remotos como Palestina do Pará ou Chega Com Jeito, às vezes isolados, no meio da mata, entre os castanhais que ajudavam no sustento das famílias, baseado nas roças de mandioca, milho, arroz, feijão. Pescavam nos igarapés do Araguaia e sabiam se orientar na floresta, seguir o rastro de um veado ou caititu – abatido com tiro de espingarda e carneado ainda quente, com as facas afiadas, para facilitar o transporte da caça até a casa, onde seria assado na brasa ou cozido lentamente no leite de castanha.

Curavam com ervas e rezas as crises de malária, e gostaram quando os rapazes e moças chegaram da cidade grande trazendo remédios e conhecimento para socorrer um parto difícil, curar uma ferida, aliviar dores. Os “paulistas”, quase todos jovens, compravam da farinha e do mel, e pareciam à vontade em suas casas, fumando e palestrando até a lua ir alta no céu.

Para aquela gente abandonada pelo governo, não era difícil simpatizar com o que eles diziam sobre combater desigualdades e lutar pela posse da terra em que viviam, não raro grilada pelos donos das fazendas com ajuda do Incra – que logo abrigaria também os agentes da repressão, disfarçados de engenheiros.

Quando os “doutores” começaram chegar, vários camponeses já eram amigos dos “paulistas”, a quem avisaram sobre a presença de gente estranha perguntando sobre eles. À medida que os guerrilheiros recuavam para o interior da mata, o medo crescia entre os que ali moravam, atordoados pelos helicópteros e teco-tecos sobrevoando a floresta, lançando bombas.

Os “doutores” já não escondiam que eram oficiais militares e se mantinham à paisana, mas cercados de soldados armados, pressionando os moradores a dizer onde estavam os “paulistas” e alertando-os sobre os riscos que corriam se não entregassem os “terroristas” às Forças Armadas.

Foi o início da “guerra”, como os que vivem no Araguaia se referem até hoje à primeira metade da década de 1970. Lavradores, marisqueiros, castanheiros, caçadores, garimpeiros, e até índios suruís seriam envolvidos na operação que mobilizou 6 mil militares e deixou 67 guerrilheiros e um número indeterminado – e bem maior – de camponeses mortos, sem sepultura conhecida ou certidão de óbito.

As marcas da crueldade exercida pelas Forças Armadas brasileiras ficaram em todos os que viveram o conflito como colaboradores, vítimas ou testemunhas, mudando para sempre a vida no sertão do Araguaia.

Prisões em massa

e acordo com testemunhos constantes nos 149 volumes do processo, no início foram perseguidos apenas os que tinham amizade com os guerrilheiros, como o barqueiro Lourival Fontes, encontrado “suicidado” na cela da delegacia de Xambioá, em 21 de maio de 1972.

O processo revela ainda que, à medida que o número de presos crescia, alguns buracos fundos eram abertos no terreno das bases militares e passaram a servir de prisão. De lá, os camponeses eram retirados para “dançar” sobre latas abertas ou tições de fogo, forçados a beber água com sal ou sabão quando tinham sede, humilhados e espancados em rodas de “taca”(surra). Os que se prontificavam a colaborar, denunciando ou mesmo prendendo os guerrilheiros, recebiam 1.000 cruzeiros por captura. Os mateiros – que sabiam se orientar na floresta, caçar e sobreviver na natureza – também eram usados como guias nas expedições militares, às vezes, inclusive, uniformizados.

Nesses primeiros meses de 1972, as mortes ocorriam quase sempre em combate, ou em decorrência de torturas, a cargo de militares da região, e às vezes repetidas em outros centros de tortura como o PIC (Pelotão de Investigações Criminais) de Brasília, e os DOI-Codis, para onde os guerrilheiros eram enviados para novos interrogatórios.

À medida que as operações militares se sucediam, sem conseguir apanhar os guerrilheiros, os “doutores” aumentaram a pressão sobre os moradores da região para coagi-los a colaborar, realizando prisões em massa – há casos, como o da cidade de Bom Jesus do Araguaia, em que todos foram retirados de suas casas e alojados em casas de palha patrulhadas por policiais e militares. Tiraram assim o sustento das famílias, que ficaram sem os homens adultos, detidos ou enviados para missões na selva.

Os próprios camponeses passaram a ser encarregados de vigiar e punir vizinhos e parentes presos, de enterrar corpos dos mortos sob tortura e de emboscar os “paulistas”, que às vezes os visitavam em busca de mantimentos.

A partir da terceira campanha militar, que começou em outubro de 1973 com o objetivo de localizar e exterminar os guerrilheiros, os mateiros passaram a ser cada vez mais empregados nas patrulhas ou em expedições clandestinas – até mesmo sem a presença de militares, o que é ilegal em qualquer guerra, conforme a Convenção de Genebra.

Diversas operações que resultaram na prisão e morte de guerrilheiros atribuídas pelas Forças Armadas aos GC (grupos de combate) – e aos paraquedistas comandados pelo general Hugo Abreu – envolveram na realidade mateiros retirados da prisão e embarcados em helicópteros, de onde saltavam a mando dos militares, armados de espingarda e facão. Na mochila, levavam um saco plástico grosso para trazer aos “doutores” as cabeças dos homens abatidos na caçada.

Dos 62 guerrilheiros mortos no Araguaia, de acordo com a lista do livro “Habeas Corpus – Que se apresente o corpo”, da Secretaria de Direitos Humanos, 25 teriam sido presos ou mortos com a ajuda dos mateiros (13 presos, 12 mortos).

Mas esse número pode ser ainda maior. Alguns mateiros, que diziam ter presenciado a morte ou enterrado os guerrilheiros, mais tarde confessaram ter participado de suas mortes, incluindo três de quatro casos em que os corpos foram decapitados.

Recentemente também se descobriu que eles participaram das operações limpeza, promovidas pelos militares desde os anos finais da guerrilha, desenterrando corpos e os levando para outros locais para dificultar as buscas.

Parte dos ex-mateiros, soldados, pequenos agricultores e moradores da região do Araguaia reivindica, na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, indenizações pelas torturas, prisões e prejuízos que teriam sofrido na época.

Histórias de terror

Os contornos dessa história vêm de dezenas de depoimentos anexados ao processo 82.0024682-5, aberto em fevereiro de 1982, na 1a Vara da Justiça Federal, por iniciativa dos familiares de 25 guerrilheiros desaparecidos.

Camponeses que testemunharam ou colaboraram com a prisão, morte e enterro dos desaparecidos foram ouvidos por jornalistas, pesquisadores e defensores de direitos humanos e, mais recentemente, por membros do Ministério Público e pela juíza Solange Salgado – a mesma que em 2003 promulgou sentença exigindo da União a localizar e entregar os corpos dos guerilheiros às famílias.

VEJA O VÍDEO COM DEPOIMENTOS DE COLABORADORES DO EXÉRCITO

Em 2009, depois da União esgotar todos os recursos judiciais possíveis contra a sentença, foi constituído o Grupo de Trabalho Tocantins (GTT), chefiado pelo Ministério da Defesa, com a missão de recolher documentos e depoimentos dos envolvidos na guerrilha e empreender buscas e escavações para resgatar os corpos.

São eles as principais fontes de informação do processo, já que os militares recusam-se a entregar seus arquivos secretos – enviando seguidamente os mesmos relatórios incompletos sobre os desaparecidos (há mais de 30 mil páginas de documentos repetidos no processo, conforme a Pública apurou). Eles também se negam a depor; os que o fizeram, optaram por fazê-lo de modo anônimo, diretamente à juíza (leia entrevista com a juíza Solange Salgado).

Além de esclarecer as circunstâncias da prisão e morte de diversos guerrilheiros, os depoimentos mostram que a tortura praticada contra os “terroristas” foi adaptada para destruir o caráter e a dignidade dos que se viram apanhados pelo conflito sem condições de resistir.

Famílias inteiras foram torturadas – como aconteceu com Oneide, mulher de Antonio Alfredo de Lima, camponês que aderiu à guerrilha, e os filhos do casal. Outro camponês/guerrilheiro, conhecido como Pedro Carretel, foi preso junto com a esposa, Joana Almeida, e exibido a ela vestido de mulher, antes de ser executado. No caso de Luiz Vieira, outro camponês que se juntou aos guerrilheiros morto pelo Exército, a família foi impedida de resgatar o corpo, embora soubesse onde estava. O seu filho, depois de preso, foi obrigado a se alistar no Exército.

O exemplo mais estarrecedor, no entanto, aparece no relatório do GTT de agosto de 2010, envolvendo a prisão e a morte do camponês José Ribeiro Dourado, conhecido como Zé da Madalena, e de seu filho, Deusdete.

Narrado pela esposa de Zé, e mãe de Deusdete, Madalena de Souza Ribeiro, e por seu neto Wecsley, filho de Deusdete, o episódio começa com a prisão do chefe de família, Zé da Madalena, em 1972, quando trabalhava em sua roça na região de Pau Preto. Ali mesmo, conta Madalena, Zé foi colocado em cima de um formigueiro por diversos dias para que confessasse seus laços com os guerrilheiros. Depois, foi levado preso até a base militar de Xambioá. Desesperada, Madalena, como muitas mulheres em sua situação, abandonou a terra e os animais para seguir com os filhos para onde tinham levado o marido.

Ao chegar na base, seu filho, Deusdete, foi preso. Alguns dias depois, desceria ao inferno.

Como confessaria a Wecsley, seu filho mais velho e neto de Zé da Madalena, Deusdete foi obrigado pelos militares “a cortar cipós, molhar na água e chicotear os presos que se encontravam em um buraco, inclusive o seu pai”.

Pouco antes de morrer, minado pela depressão e o alcoolismo, Deusdete também levou o filho à base militar de Xambioá e mostrou o local em que “estariam enterradas cabeças, perto de uma palmeira tucum”.

Tempos depois, já com o marido e o filho morto, Madalena “soube por outros camponeses que saíram da prisão que houve uma tentativa de fuga de Zé da Madalena” e ,quando consegiram prendê-lo novamente, “os maus tratos e as torturas aumentaram, até que um determinado dia foi retirado por militares do buraco, levado para o lugar aonde os presos eram torturados”. “Que do referido buraco, os presos ouviram as pancadas e gritos até que ocorreu o disparo de uma arma e o sr. José nunca mais foi visto”, prossegue o depoimento.

Dona Madalena “soube também pelos camponeses presos o que ocorreu com o seu filho (Deusdete). Que além de forçado a bater nos presos, Deusdete cortou a cabeça de seu pai”.

Esse seria o motivo, diz ela no testemunho, do descontrole emocional do filho, que o teria levado a beber até morrer.

Bicos de papagaio

o caso – extremo – mostra o grau de desestruturação dos camponeses diante da pressão dos militares – à época, “donos” do país e da região –, e da crueldade dos métodos que se viram forçados a compartilhar, no mínimo como testemunhas.

Nesse sentido, é esclarecedor o depoimento de Sinésio Martins, 86 anos, que se tornou colaborador do Exército depois da prisão, gravado em DVD pelo Ministério Público em 2008. (VEJA O VÍDEO).

“Eu estava em Xambioá no meio da rua, quando fui preso por dois soldados. Não tinha motivo. Eu morava fora, na mata, tinha minha terra, gadinho, minha tropa, criação, porco, bode, tinha uma roça de arroz, feijão que era uma maravilha. Passei 18 dias dormindo no chão, pegando chuva, sol, muriçoca, sem o direito de botar ao menos um papelzinho por baixo assim da cabeça”.

Ele conta em, seguida que os soldados chegaram ao curral pedindo que os 44 homens presos formassem uma fila. “Chegou a minha vez e eles perguntaram: ‘Você conhece a Pedra do Almoço?’ ‘Conheço. Por cima de São Geraldo, dentro do igarapé. Quando os barqueiros saíam para buscar castanha, lá ela era lugar de almoçar por causa de uma laje muito boa”, conta com simplicidade o homem que a partir daquela conversa com o “chefe” – que se fazia chamar “doutor César” – seria incumbido de caçar, matar e entregar aos militares as cabeças cortadas de pelo menos dois guerrilheiros que ele conhecia há tempos: Arildo Valadão, 25 anos, e Jaime Petit, 28 anos.

Embora tenha recebido 5 mil cruzeiros por cabeça entregue, ele afirma que não havia promessa de recompensa quando ele e mais dois mateiros foram obrigados a saltar do helicóptero do Exército com uma mochila, uma espingarda e um “saco forte de plástico branco” onde deveriam depositar “os bicos de papagaio” – “para não falar as cabeças dos homens”, elucida seu Sinésio.

“Quando nós saímos, ele (o militar) foi na porta (do helicóptero) e fez assim ó (faz gesto de cortar a cabeça). Quis dizer que se nós fugíssemos eles cortavam as nossas cabeças”, afirma.

De acordo com o depoimento, seu Sinésio e os companheiros, Raimundo e Iomar Galego, combinaram não levar nada que os identificassem como agentes do Exército, pois se encontrasse os “paulistas”, diriam que também estava fugindo dos militares.

Em menos de três dias, localizaram os guerrilheiros Ari (Arildo), Raul (Antonio Theodoro de Castro) e Josias (Jonas) no meio da mata.

“Nós escutamos mexer as folhas assim, aí a gente se agasalhou, pra frente do mato, parecendo um pau. Nós não pensamos que era gente não, nós pensamos que era anta ou veado, ia arrastando aquilo com aquela força, né? Aí eu botei a espingarda, Iomar botou a espingarda e atirou no Ari, e e eu parei o outro (Raul) com a espingarda na frente e atirei, mas só pegou na mochila, e diz que tinha um prato de malto e o prato foi que recebeu o tiro, aquilo não fura, aí ele tirou a mochila assim e ó (fugiu). E o Josias nós não vimos, estava escondido. E quando ele (Ari) caiu, eu disse: “Despe o homem e tira o bico do papagaio. Porque a ordem era essa”.

Uma semana depois, entregaram a cabeça ao “doutor César”, que os remunerou pelo “trabalho”.

Seu Sinésio carregaria pelo menos mais uma morte nas costas, a de Jaime Petit, assassinado quando estava perdido e doente, morando sozinho em uma choupana de palha.

“O Jaime atirou dois tiros e errou, e não atirou mais porque a bala engasgou na arma; aí a equipe – que dessa vez, além dos mateiros, tinha um sargento no comando e dois índios suruí como rastreadores – atirou muito”.

Mais uma vez, o corpo ficou insepulto na mata. A cabeça cortada foi na mochila de um dos mateiros para ser entregue ao dr. Augusto, que os recompensou com a mesma quantia.

“O Jaime estava muito magro, as pernas cheias de feridas de leishmaniose”, diz seu Sinésio, com desconcertante pesar. “Quando acabou tudo, os índios choravam e diziam: ‘Nunca mais nós vamos vir aqui’”.

*por Marina Amaral, publicado originalmente pela Agência Pública

Carta Capital

Pedras no meu caminho

Pedras no meu caminho
Como não bastassem os espinhos!
Pedras no meu caminho
Pedras dos Egoístas
Que não sabem dividir nem um bom dia
Pedras dos orgulhosos
Que não sabem pedir desculpas nem a eles mesmos
Pedras dos sempre jovens
Que não sabem que vão envelhecer
Pedras das secretarias de saúde
Que perdemos a saúde em busca dela
Pedras da Justiça
Que solta um assassino confesso e prende uma mãe que roubou um pote de margarina
Pedras da Educação
Quando temos uma política e políticos ignorantes
Pedras do descaso
Quando se diz: "não estou nem ai"
Pedras de muitos Pais
Que acham que seus filhos podem tudo e é melhor que os outros
Pedras dos bairros pobres
Haaa, desculpe, la não tem pedras são buracos mesmo
Não posso tirar tantas pedras ao mesmo tempo, a não ser que ...os amigo me ajudem
De um jeito ou de outro retirarei uma a uma do meu caminho.


Jacques Bloc Boris

O fundador de Juazeiro do Norte – por Armando Lopes Rafael

Embora a maioria das pessoas pense que se deve ao Padre Cícero Romão Batista a fundação de Juazeiro do Norte, renomados historiadores afirmam ter sido o brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro o verdadeiro fundador do núcleo primitivo, que deu origem a atual cidade. É o caso de Amália Xavier de Oliveira que defende o brigadeiro Leandro como o fundador da hoje centenária cidade de Juazeiro do Norte.

E isso ocorreu porque, dentre suas várias propriedades rurais o brigadeiro escolheu uma delas para viver seus últimos dias. Era a Fazenda Tabuleiro Grande, (localizada onde hoje se ergue a cidade de Juazeiro do Norte) assim descrita por Amália Xavier de Oliveira:

“... imensa extensão de terra, partindo do município de Crato e espraiando-se em direção à serra de São Pedro, era a Fazenda Tabuleiro Grande, pertencente ao brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e que, portanto fazia parte da gleba de terra do engenho Moquém que seus avós doaram aos seus pais como dote, quando eles se casaram. O ponto mais pitoresco da fazenda era uma ligeira elevação do terreno, próximo ao rio Salgadinho, onde havia três grandes juazeiros, formando um triângulo e sobressaindo, entre os demais, pelo tamanho de sua fronde e pela beleza do verde de sua clorofila. Sob esta fronde acolhedora, procuravam abrigo os viajantes feiristas, que, de Barbalha, Missão Velha e outras imediações se dirigiam a Crato para vender seus produtos e comprar mantimentos para a semana (...)

"Ordenara-se Sacerdote o Pe. Pedro Ribeiro de Carvalho, neto do brigadeiro, porque filho de sua primogênita, Luiza Bezerra de Menezes e de seu primeiro marido, o Sargento-mor Sebastião de Carvalho de Andrade, natural de Pernambuco. Para que o padre pudesse celebrar diariamente sem lhe ser necessário ir a Crato, Barbalha ou Missão Velha, a família combinou com o novel sacerdote a ereção de uma capelinha, no ponto principal da Fazenda perto da casa já existente".

Em 15 de setembro de 1827 foi lançada a pedra fundamental da capelinha de Nossa Senhora das Dores. Assistiu a essa solenidade o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, aquela época caminhando para os 87 anos de idade. A imagem de Nossa Senhora das Dores, destinada à capelinha, foi adquirida pelo brigadeiro em Portugal e ainda hoje é conservada, em excelente estado, na Casa Paroquial de Juazeiro do Norte.

Deve-se, pois, ao brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro a iniciativa da primeira urbanização da localidade – conhecida inicialmente por Fazenda Tabuleiro Grande, depois chamada de Joaseiro – com a edificação da Casa Grande, de uma capela, além de residências para os escravos e agregados da família.

Quem era esse Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro? Monsenhor Francisco Holanda Montenegro, no seu livro "As Quatro Sergipanas", descreve assim o perfil moral do fundador de Juazeiro do Norte: “... a relevar o nome do mais ilustre dos cratenses, o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, o nume tutelar dos Bezerra de Menezes do Cariri. Ele se tornou grande, primus inter pares, pela retidão de caráter, pela nobreza de sentimentos, pela vida exemplar de que era dotado. Homem de Deus, espírito límpido e transparente, franco, sincero, leal. A par de sua honestidade, corriam parelhas a prudência, o equilíbrio e o bom senso."

Quando o Padre Cícero chegou ao “Joaseiro”, para fixar residência, em 11 de abril de 1872, já como sexto capelão, encontrou um povoado formado em torno da capelinha de Nossa Senhora das Dores. Contava o lugarejo, à época da chegada deste sacerdote, com 35 residências, quase todas de taipa, espalhadas desordenadamente por duas pequenas ruas, conhecidas por Rua do Brejo e Rua Grande. Naquele povoado – à época da chegada do Padre Cícero – residiam cinco famílias, tidas como a elite do vilarejo: Bezerra de Menezes, Sobreira, Landim, Macedo e Gonçalves.

Não padece dúvidas de que o brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, viveu seus últimos dias na Fazenda Juazeiro, antiga Tabuleiro Grande, onde hoje se ergue a cidade de Juazeiro do Norte, por ele fundada, como afirma dona Amália Xavier de Oliveira.

É verdade, porém, que o povoado só veio a ter alguma projeção a partir da ação evangelizadora do Padre Cícero. E o vertiginoso crescimento demográfico da localidade só começou em 1889, motivado pela ocorrência dos fatos protagonizados pela Beata Maria de Araújo, que passaram à história como “O Milagre da Hóstia”. A partir desse episódio, Juazeiro ficaria conhecida nacionalmente. Nos dias atuais, milhares de romeiros visitam Juazeiro do Norte, durante todo o ano. A devoção à Mãe das Dores, como é carinhosamente tratada por seus devotos, foi espalhada por todo o Nordeste brasileiro. Hoje Juazeiro do Norte ganhou lugar entre as 100 maiores cidades brasileiras. E seu progresso vertiginoso é motivo de orgulho não só para os caririenses, mas para todos os brasileiros.

Fontes de referências:
– Amália Xavier de Oliveira. O Padre Cícero que eu conheci: verdadeira história de Juazeiro do Norte. 3 ed. Recife: Editora Massangana, 1981.
– Monsenhor Francisco Holanda Montenegro. As Quatro Sergipanas. Edição da Universidade Federal do Ceará, Coleção Alagadiço Novo. Fortaleza, 1996.

E a malandragem? – por José Roberto Guzzo (*)




O Brasil vem se tornando, nos últimos anos, uma espécie de paraíso mundial da tapeação. O grande responsável por mais essa realização nacional é o governo, ou quem manda no governo, com o desenvolvimento de técnicas cada vez mais avançadas e eficientes para convencer a opinião pública de que coisas que todo mundo está vendo não existem – ou que existem coisas que ninguém consegue ver.

Isso ajuda, e muito, todas as vezes que aparece uma história feia, que o governo quer esconder, ou quando ele decide fabricar uma história bonita, para mostrar méritos que não tem. Quase sempre a plateia acredita na mágica, bate palmas e diz, nas pesquisas de popularidade, que o governo é ótimo – ‘ou, então, não mostra maior interesse no assumo, nem nas fábulas que a propaganda oficial está lhe contando. Não acredita nem desacredita; apenas não liga. O resultado é que o Brasil, hoje em dia, se transformou num dos países onde é mais fácil para o governo passar qualquer tipo de conto do vigário no público em geral.

E a celebre “malandragem brasileira”, onde foi parar? O brasileiro, segundo rezam as nossas lendas, mitos e folclore, gosta de se imaginar no papel do sujeito esperto. (O locutor esportivo Galvão Bueno, homem de reconhecida competência em identificar com exatidão o que o público gosta de ouvir, diz que todo jogador da Seleção Brasileira de Futebol, do goleiro ao ponta-esquerda, é “malandro”, sobretudo quando o Brasil está ganhando; é um dos seus maiores elogios.) Mas, se o brasileiro é tão esperto assim, por que está sempre no papel do otário em todo relacionamento que tem com o governo? Por que o ex-presidente da República, por exemplo, tem certeza de que vão acreditar nele quando diz que o mensalão, um dos casos de corrupção mais bem comprovados da história brasileira, simplesmente não existiu? Deveria acontecer o contrário, justamente: o povão, com todo o seu jogo de cintura. não se deixaria enganar por uma conversa dessas.


A explicação para o fenômeno pode ter sido sugerida trinta anos atrás, talvez, pelo samba Homenagem ao Malandro, de Chico Buarque de Hollanda, O campo itor nos conta, ali, que quis fazer uma homenagem “à nata da malandragem”; foi então à Lapa, mas perdeu a viagem, porque descobriu que “aquela tal malandragem não existe mais”. A triste verdade, diz a canção, é que o malandro, agora, é um pobre coitado que “trabalha, mora lá longe e chacoalha num trem da Central”. Em compensação, esclarece o compositor, “já não é normal o que dá de malandro regular, profissional, malandro com aparam de malandro oficial”. Este aí, sim, conclui o samba: “Nunca se dá mal”. Os malandros trocaram de lugar, então? Deve ser isso.

O fato é que vão e multiplicando em ritmo cada vez mais rápido. E com audácia cada vez maior, as histórias milagrosas para explicar rodo tipo de coisa que não tem explicação. O clima, no fim, acaba ficando cômico, e nas demonstrações mais recente oi da pelo ex-presidente Lula – um dos CaIo na matéria, sem dúvida. Na sua atual carreira palestrante para grandes empresas, que o negócio fechado o faz subir mais um degrau no mundo dos milionários brasileiros, Lula fez referência para a Tetra Pak, multinacional do ramo de embalagens; recebeu, pelas informações disponíveis, 200 000 reais. Não se trata. Deus nos livre, de consultoria” do tipo que de levar o ex-ministro Antonio Palocci à sua segunda ruína; é só palestra. erro? Mas acabou surgindo. nesse caso da Terra Pak. uma questão enjoada: a empresa pediu ao ex-presidente que conseguisse uma redução de imposto para as embalagens de leite, e ele se comprometeu a tratar do assunto “com o companheiro Mantega”.


Estaria certa uma coisa dessas – um ex-presidente receber dinheiro de uma empresa e advogar para que ela pague menos imposto? Perguntado. Lula disse que estava batalhando para “levar leite de qualidade para a casa das pessoas”. Ou seja, ele pede a todos que acreditem no seguinte: seu real interesse não foi receber os 200 000 da Terra Pak,nem atender ao pedido da empresa; o que realmente queria era ajudar o povo a comprar leite. Qual é o problema? Alguém aí vai duvidar?
Palocci, como se sabe, caiu pelo conjunto da obra, mas um dos seus piores momentos foi meter-se numa história de devolução de impostos para uma construtora. Deve haver alguma diferença com o caso da Tetra Pak, claro. Qualquer hora dessas talvez nos digam qual é.
(*) José Roberto Guzzo, é jornalista. Artigo publicado na edição de Veja de 22 de junhode 2011.
Postado por Armando Lopes Rafael

As luzes do Amor - Emerson Monteiro

A força maior do Universo veio mudar este mundo. O Amor nasce no coração das pessoas. Diante de toda incoerência das ações, predomina o sentimento superior de quem descobre a força de amar. Jesus aqui demonstrou o potencial existe de possibilidades no íntimo coração. Quanto tudo parecia inadequado para a descoberta de um plano espiritual, a história se dividia ao meio em face da sua presença inesquecível.

Por mais que a Ciência dos homens mergulhasse nos segredos da Natureza, o senso do materialismo ainda predominava, limitando o poder das descobertas. Ainda que a Filosofia quisesse desvendar os tantos aspectos das investigações do pensamento, daria de cara com as fronteiras do desconhecido que não cabe no método científico. No entanto as emoções sinceras, vindas no seguimento do Amor, revelam os aspectos da alma que tais restrições da matéria deixaram de lado.

Assim tem sido há muito tempo. Grandes luminares, porém, quando admitem o caminho da essência, o campo invisível das percepções, abre espaço nas sábias teses para tais conotações da Verdade.

Nisto somado, reunido o conceito das visões do Espírito, resta exercitar o infinito potencial do Amor nas vidas individuais. Desarmar o instinto da destruição pela destruição, do apego pelo apego, e ampliar as chances de praticar os bons relacionamentos no seio da calma interna.

A consciência disto revela o quanto há de crescimento à disposição, no trato com os valores da liberdade sonhada. Bem próximos de todos, prêmios de realizações permanecem ao dispor esta virtude, cabendo tão só estender as mãos e traze-la a si mesmo. São os bons frutos das atitudes para consigo e com os outros. Esperança. Alegria. Paz e convicção, matriz da paz coletiva. Otimismo. Trabalho. Honestidade. Justiça. Em cada passo uma nova luz.

O sofrimento demonstra o quanto distante alguns ainda habitam longe da aceitação da Felicidade. Ninguém ficará à margem deste recurso, alimento da sobrevivência na Terra. Inconscientemente, no entanto, a Humanidade utiliza agressões do desequilíbrio, por vezes eliminando o direito pleno de outros usufruírem das benesses originais do Tempo. Não poucos, a qualquer custo, largam nas estradas rastros dolorosos de pouca, ou nenhuma, habilidade na existência. Esquecem os que virão e agem quais bichos atoleimados.

Níveis absurdos de prejuízos representam o que precisa mudar na percepção das criaturas humanas, os ingênuos aprendizes deste chão de nossa herança coletiva.
Por isso, ajustes pessoais do sentimento de amar significam a suprema realização de um destino melhor aos acontecimentos, nas responsabilidades do futuro.

Programa Cariri Encantado Sonoridades – 22 de junho de 2011

São João: O Nordeste em Festa


No mês de junho, por conta, principalmente, da data dedicada a São João, se celebram vários festejos que, reunidos, representam a maior festa popular do Nordeste Brasileiro.

De origem europeia, mas com forte influência das tradições indígenas e negreiras, as festa juninas reúnem diversificadas manifestações culturais da região, como a música, genericamente rotulada de forró, a culinária, a religiosidade e os folguedos.

Nas vésperas do Dia de São João, ponto culminante de toda essa festança, o programa Cariri Encantado Sonoridades entra na folia e presta uma homenagem ao santo protetor da alegria nordestina, com destaque para as inconfundíveis voz e sanfona de Gonzagão, que, mais do que ninguém, soube traduzir em música a riqueza desta tradição nordestina.

Onde ouvir
Rádio Educadora do Cariri AM 1020 e www.radioeducadoradocariri.com.

Seminário do Departamento de História da URCA aborda o tema da morte

O Curso de História da Universidade Regional do Cariri realizará entre os dias 22 e 25 de junho o Seminário “Olhares sobre a morte”.

O seminário será dirigido aos professores e alunos de graduação e pós-graduação que pretendem abordar, em suas pesquisas e estudos, questões relacionadas à morte e à análise de testamentos como documentos históricos.

O Seminário terá um caráter de troca de experiências, onde professores e alunos terão oportunidade de falar sobre suas pesquisas e projetos. Além disso, haverá momentos bastante práticos, pois o seminário prevê a visitação ‘in loco’ a locais do Cariri relacionados ao culto e à memória da morte.

Serão visitados cemitérios de Crato e Juazeiro do Norte e outras localidades em que a morte está presente, a exemplo do santuário de São Francisco em Juazeiro do Norte, da Casa das Rezadeiras da Madrinha Dodô e da Casa do Padre Cícero com o seu leito de morte.

O seminário enfatizará a observação empírica e pretende apontar para possíveis abordagens e futuros trabalhos acadêmicos.

Uma das ministrantes do Seminário, professora Cláudia Rodrigues, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UNIRIO, atualmente é uma das maiores especialistas em trabalho histórico com testamentos do Brasil, desde a época da colonização até a secularização. Outra ministrante, a professora Maria Elizia Borges, da Universidade Federal de Goiás - UFG, é especialista no estudo de cemitérios no Brasil. Ambas ministrantes têm uma ampla lista de publicações.

A participação é gratuita, mas o número de vagas é limitado.

Haverá certificado de participação.

Os Interessados podem se dirigir diretamente aos professores Juciêldo Alexandre, Cícero Joaquim e Titus Riedl, este através do telefone: 88040131.


Carlos Rafael Dias
Professor e Assessor de Comunicação do Departamento de História - URCA