Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Linguajar e Sotaques - Por A. Morais

Enquanto viviamos, parcialmente, isolados do mundo e da civilização, sem jornais, radio, televisão, telefone e outras progresseiras, o sotaque permaneceu o mesmo, naquele modo de dizer as coisas, mansa, suave, arrastada e docemente.
 
Era nquele tempo:


Aquela gostosura de nêga, nêguinho, padim, madinha, prumode, pruvia, purriba, purbaixo, nem mode coisa, avexado, disimpaciente, ingrisia, vigemaria, cadê, quêde, entonce, frivioca, xumbregage, preguntar, percurar, currulepo, nojenteza, pendença, sustança, bulandeira, triscado, desmastriado, desapear, arripunar, grunguzado, sarneia, pauta com o diabo, balseiro, bicho da peste, biroba, indagorinha, dernantonte, comer tampado, caquear, versidade, lambança, patuá, lambuja, piloura, quicé, teréns, sobrosso, miunçaia, munganga, batecum, caçuá, tresvariar, mãe do corpo, manquejar, estrupiado, bunda canastra, encangar grilo, impilicança, cumbuca,piar jegue, xilique, cambão, zonzeiras, barbicacho, cangapé, escruvitiar, ingasopar, caritó, cafuné, mandapolão, bralha, sacramentado, derrengado, cassaco, derna que, entramelado, malassombrado, estrupicio, grumitar, marmota, empazinado, entrambicar, desconchavado, estrupicio, grumitar e mil outros termos que dicionarios não registram. 

E não-é-sem-quê-nem-pra-quê, que lembro nosso velho linguajar.Era o varzealegrense autentico, sem miscigenação estrangeira,  de qualquer especié. Lingua pura de gente pura.
 
Fonte: Blog do Sanharol
Autor: A. Morais
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Não sei, não sei...
- Claude Bloc -



A paisagem me diz tanta coisa
Mas o poema queima a paisagem
Rasga o céu, corta a imagem
E não sei, não sei, nem suponho
Se a poesia é árvore ou fruto
Se o verso é rumo ou prumo
Escrito na folha em branco.

O poema traga a memória
Rabisca na alma
A própria história
E (d)escreve por linhas tortas
As palavras, janelas e portas...

O poema retorna ao giz, ao lápis, à cor
Retoma a arte de ser aprendiz
E em cada elemento um nó
O  pó, a brisa quente
Um rio em sua vertente
Um verso, uma (p)rosa...

Claude Bloc