Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Aos queridos ex-alunos do São João Bosco

Ana Cecília nos propiciou a leitura de mensagens que vários de nossos queridos ex-alunos se dignaram transmitir através da internet.

Também nós, ao examinarmos nosso passado de educadores, atuando no São João Bosco, muito nos comovemos e, ao mesmo tempo, sentimos robustecer-se em nós a convicção de que bem educar é, basicamente, um ato de amor: amor a Deus, o Supremo Educador, à Pátria, para cujo desenvolvimento trabalhamos na área para a qual nos sentimos vocacionados, e para a Juventude, na qual repousa a esperança de um amanhã melhor.

Cada aluno era, para nós, como se fora um filho, gerado nas fecundas entranhas da mente e do coração.

Nosso educandário era uma grande família, abrigando, com afeto e responsabilidade, a quantos, através de suas queridas famílias, nos confiavam seus filhos, para a formação que ao educandário competia proporcionar.

As mensagens que nos enviaram são preciosa manifestação de bondade, reconhecimento e amor. Valem, também, como atestados de um dever cumprido.

Nossos olhos pousaram, umedecidos, sobre a face desses queridos ex-alunos.

Recordar firma-se, afetiva e efetivamente, no coração. E é este, logicamente, que, lendo as mensagens, lacrimeja, comovido e reconhecido, sobre a face de cada um.

José Newton

Pedi a José Newton para partilhar comigo tudo quanto ele escreveu.

Depois que li as mensagens, procurei uma rede cearense e surpreendi-me a embalar-me cantarolando o hino do Crato, nossa terra amada.

Envio a cada um dos queridos ex-alunos um abraço carinhoso e o desejo de encontrá-los, em nossa cidade, numa próxima visita ao Crato.

Carinhosamente abraço a cada um,

Ruth

12 de Agosto - Dia nacional das Artes

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção



Parecia o Rouxinol, era um encanto como o Sabiá.

Era Luz de um arrebol, um sonho lindo o seu cantar

Maravilhosa cancioneira, cantava com seu coração.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Filha de Amélia e Manoel, e Deus Pai lhe escolheu.

Um Sabiá o seu papel, em Cedro Paraopeba nasceu.

A linda mulher mineira, que cantava como oração

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Seu pai era um marceneiro, bom Manoel Serrador.

Um tocador violeiro, nas Folias de Reis com amor.

Menina bonita e primeira, Caetanópolis imensidão.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Vai perder pai e mãezinha, vai ter sua orfandade.

A lhe cuidar irmã Dindinha, vai sentir toda saudade.

De voz com luz sobranceira. Tão doce e pura paixão.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Vai decolar e vai insurgir, em plenos Anos Sessenta.

Programa na TV Itacolomi, "Clara Nunes Apresenta".

Já no Rio tão brejeira, vários programas de televisão,

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Luanda nos anos setenta, na Angola se apresentou

Toda branca a vestimenta, a todo mundo encantou.

Mostrou o jeito e maneira, mostrou escolha e opção.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Sua inspiração tão rara, em opções tão verdadeiras.

"Clara Clarice Clara". Das religiões afro-brasileiras.

Cantava seu canto de areia, cantava com marcação.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Cantar sua ação tão querida, a força a lhe animar.

Na voz levava a sua vida, com a sua magia e sonhar

Em canto de encanto sereia, mareia esta fascinação.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


O seu sucesso grandioso, foi quando sambas cantou.

Teve efeito tão maravilhoso, e a todo mundo encantou.

Mostra a alma guerreira, com a sua luz de vocação.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


A cantar sempre tão bela, nossa cantora a mais querida.

Com Velha Guarda da Portela, cantou Portela na Avenida.

A sua música derradeira, o povo, a escola e a religião.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Oitenta e três no dois de abril, atingiu a eternidade.

Muito sentido todo o Brasil, manifestou sua santidade.

Foi velada em Madureira, na Portela do seu coração.

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


O tempo vai passando, tá presente na Comunidade.

Suas músicas estão cantando, marcando a atualidade.

É uma presença verdadeira, uma incrível fascinação

Clara Nunes, Clara Guerreira, Clara Divina Canção.


Azuir Filho e Turmas Do Social da Unicamp e de Amigos

De: Rocha Miranda, Rio, RJ, e de Mosqueiro, Belém, PA.


Poesia de Homenagem a Cantora e Extraordinária Mulher Humana, Clara Nunes, que nasceu em 12-08 1943, em Cedro de Paraopeba que mudou para Caetanópolis, Interior de MG. Foi operária e trabalhou na mesma fábrica de tecidos que seu pai, Mestre Violeiro, Manuel Serrador, que tocava em Folias de Reis. Ficou órfã cedo e morou com sua irmã Maria Gonçalves Dindinha. Sua linda voz, simpatia e feminilidade vai lhe tornar uma artista de sucesso, adicionando a sua genialidade de interprete com a qualidade de letras admiráveis. Vai ser recordista de venda e de popularidade. Assumiu a religiosidade da Umbanda e, vai fazer muitas viagens para a África onde se tornou um mito. Prestou grande colaboração a difusão das religiões de matrizes africanas. Faleceu em 22-04-1983, depois de 28 dias em coma com o povo fazendo vigília, foi velada por 50 mil pessoas na Quadra da Portela em Madureira.

Henry Fonda - O astro de Doze homens e um segredo

Henry Jaynes Fonda (Grand Island, 16 de maio de 1905 — Los Angeles, 12 de agosto de 1982) foi um ator de cinema norte-americano. É o patriarca de uma família de atores, entre os quais seus filhos Jane Fonda e Peter Fonda, e sua neta Bridget Fonda.

Fonda estudou Jornalismo na Universidade de Minnesota, mas abandonou o curso no segundo ano. Em 1925, trabalhava em uma empresa em Omaha quando foi convidado para fazer um papel importante em uma produção amadora da Omaha Community Playhouse. Nessa época ele já impressionava com seus 1m86. Se apaixonou pelo palco e seu primeiro papel profissional foi na peça You and Me, de Philip Barry.

Em 1929, já em Manhattan e na University Players Guild, estrelou Devil and the Cheese, ao lado de Margaret Sullavan, que se tornou, dois anos depois, sua primeira esposa. O casamento só durou pouco mais de um ano e ele foi para Hollywood fazer cinema.

Sua estréia no cinema americano foi em 1935, repetindo o papel que fizera no teatro na adaptação de The Farmer Takes a Wife, que no Brasil recebeu o título de Amor singelo. Nessa mesma época se torna amigo de outro ator estreante, James Stewart, amizade que durou até a sua morte. Em 1936, Henry se casou com Frances Seymour Brokwaw, uma americana rica e divorciada com quem teve dois filhos, os também atores Jane Fonda e Peter Fonda. O casamento terminou tragicamente em 1950, com o suicídio de Frances após um colapso nervoso.

Antes de partir para a Segunda Guerra Mundial como contramestre de terceira classe, ele fez mais de vinte filmes, alguns grandes êxitos de bilheteria e crítica como Jezebel, Jesse James, Ao rufar dos tambores e As vinhas da ira, com o qual concorreu ao Oscar de melhor ator.

A volta ao cinema e aos palcos foi em grande estilo, no final da década de 40, com o filme Paixão dos fortes, dirigido por John Ford, e o espetáculo Mister Roberts, com o qual ficou por três anos seguidos nos palcos da Filadélfia e de Nova Iorque, que devido ao grande sucesso foi transposto para o cinema, inicialmente tendo como diretor John Ford, porém, houve desentendimentos entre Fonda e Ford, deixando este a produção; contracenaram com Fonda nesta película Jack Lemmon, James Cagney e William Powell.

Nas décadas de 50, 60 e 70 dividiu-se entre os palcos e as telas de cinema, até que no início da década de 70, ao protagonizar o one-man-show Clarence Darrow, em Nova Iorque, desmaiou nos camarins e teve que se internar e colocar um marca-passo no peito.

Ele se casou mais três vezes: em dezembro de 1950, com Susan Levine Blanchard, com quem adotou uma menina; em 1957, com a italiana Adera Franchetti e, em 1965, com a aeromoça Shirlee Mae Adams, sua esposa até a morte do ator em agosto de 1982, vitimado por uma doença crônica no coração.

Fonte :Wikipédia

16 anos sem Clara Nunes


Clara Nunes
12/8/1943 2/4/1983

"Trabalhava numa fábrica quando resolveu participar do concurso A Voz de Ouro ABC, em que foi vencedora na etapa mineira e terceiro lugar na final, em São Paulo, em 1959. A partir de então conseguiu um emprego em uma rádio de Belo Horizonte e se apresentava em casas noturnas da cidade. Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco, com repertório de boleros e sambas-canções. Depois de alguns álbus ainda com gênero indefinido, firmou-se no samba nos anos 70. Em 74, seu LP vendeu cerca de 300 mil cópias, graças ao sucesso do samba "Conto de Areia" (Romildo/ Toninho). Fio um recorde para a época, que rompeu com o tabu de que cantora não vendia discos e estimulou outras gravadoras que investissem em sambistas (mulheres) como Alcione, que gravou seu primeiro LP em 75 e Beth Carvalho, que transferiu-se para uma grande fábrica, a RCA, em 76. Os discos que se seguiram a transformaram em uma das três rainhas do samba dos anos 80, ao lado das outras duas referidas intérpretes. Clara gravou desde sambas-enredos até composições de Caymmi e Chico Buarque. Na segunda metade da década, lançou um disco por ano, todos com grandes vendas e gravações históricas, como as de "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho/ Élcio Soares), "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Morena de Angola" (Chico Buarque). Ficou famosa também por suas canções calcadas em temas do Candomblé, sua religião, e por sua indumentária caracaterística, sempre de branco e com colares e missangas de origem africana. Morreu prematuramente após uma cirurgia malsucedida, causando consternação popular. Outros sucessos: "Você Passa e Eu Acho Graça" (Ataulfo Alves/Carlos Imperial), "Ê Baiana", "Ilu Ayê - Terra da Vida", "Tristeza, Pé no Chão" (Armando Gonçalves Mamâo), "A Deusa dos Orixás", "Macunaíma", "O Mar Serenou" (Candeia), "As Forças da Natureza" (João Nogueira/ Paulo César Pinheiro), "Guerreira", "Feira de Mangaio" (Sivuca/ Glorinha Gadelha), "Portela na Avenida" (Mauro Duarte/ Paulo César Pinheiro), "Nação" (João Bosco/ Aldir Blanc) ."

Labuta

Tente escrever seu poema.
Não se desanime.

Aliás desanime-se.

O poeta não é dono das palavras.
Delas lacaio.

Escreva torto, ávido, manso.
Com os dedos das mãos
ou com o esmalte das nuvens.

Mas escreva.

Ora se atinge o pássaro em pleno voo,
ora sequer acertamos na mosca morta.

Escreva.
O poema lama, o poema sal, o poema sede.


Não se apiede das sombras.

Depois se quiser rasgue.
Triture.
Coma.

O poema escrito é seu.
Quem lê é senhor de outro.

Portanto,
não se enraiveça.

Ou melhor,
enraiveça-se.

Mas escreva.
Escreva.

O poeta é apenas
dono do silêncio -

que tem outro nome,
que mora noutro espaço.

Quebrar-se em mil... Por Claude Bloc


Meus ouvidos captavam sinais de vida pelos vãos da memória. "Você pega o trem azul", lembra da música? Lembrava ou não? Também não sei de onde ouvia o apito: "Estação do Cratooo". Foi quando uma menina encabulada desceu da plataforma e me cumprimentou. “O que você tem feito de você?”, perguntou sem muito interesse pela resposta. Acho que eu estava dormindo, ou sonhando, sei lá.

Minhas lembranças sempre me traziam, nessa época, esses pedaços de tempo costurados num presente lerdo de silêncios. Nostalgia, então, era meu remédio e minha doença. Estava sempre às voltas com esses fragmentos de memória misturados em minha alma, complacentemente. Costumava perder-me nas teias de um passado sedoso e macio e não queria mais aceitar essa vida de tantas dores e desalento. E por muitas e muitas vezes, tentei exilar-me na solidão e na obscuridade. Para não errar mais o caminho, para poder um dia voar e poder voltar a sonhar.

Foi difícil sair desse marasmo, mas agora meus silêncios não são mais vazios, nem precisam de passado para se abastecerem de sorrisos e de alegrias. Normal isso, acredito. Eu aí ansiava pela paz e mais que tudo, queria de volta a vida em minhas mãos, pois que eu já houvera percorrido um longo calvário.

Hoje, vivo remexendo na minha bolsa buscando trecos.O passado não fica guardado lá dentro, mas sei que sempre trago naquela bagunça algumas passagens de ida e de volta. Como disse certa vez a uma amiga querida, “basta ter a passagem de volta". - Tem razão, minha amiga! E depois disso, passei a voltar ao Crato contumazmente. Mas antes, passei por muitas, até chegar ao ponto em que estou.

Há alguns anos, e por muitas vezes, quando ia ao Crato, eu procurava em vão um rosto amigo que me acompanhasse por tantas badalações e brincadeiras, mas não achava. Não sabia mais onde as pessoas estavam e, tal como muita gente que conheço, sentia-me quase uma “estranha no ninho”, quando perambulava por aquelas ruas que ainda guardavam as marcas dos meus passos. Creio que, em parte, a culpa também era minha, pois vivia sob a proteção de escudos, presa numa redoma de inconformações e angústias.

Até que um dia, consegui redescobrir e reencontrar a linha azul da Serra do Araripe. E quando falo na Serra falo na gente, nos amigos, na vida. O Crato sempre foi e sempre é o expoente máximo de esperanças e de alegrias que eu possa ter ... e eu o havia perdido durante tanto tempo, por muitos desses acasos que se agregam na gente compulsoriamente, além da nossa vontade.

Imagens de um outro dia, de uma outra vida ou de um outro pensamento, passaram a voar livres diante de mim. Caminhei muito, sem mais tédio, sem mais nada que me incomodasse. Guardei as lembranças num lugar seguro. Vez por outra elas me escapolem, mas ao vê-las, passo a lustrá-las para que não mais escapem. Guardo também, e ainda, aquele velho Hermann Hesse perdido em alguma mochila rota. Lá está um lírio envelhecido pelo tempo com inscrições quase rupestres. Também ouço alguma música ao fundo da noite. Péssima, diga-se de passagem. Mas deixei quietos meus fantasmas, lá mesmo onde estavam. Havia perdido, por um tempo, o mínimo senso de humor. Mas cá estou agora neste novo espaço. Sobrevivente de um marasmo que não mais existe.

Foi por isso e por tudo o mais, que me pus a escrever este texto. Assim como quem exorciza uma fatia de tempo. Sentei-me num daqueles banquinhos para fora da redoma antiga. Meus pensamentos estavam quietos e mornos. Tirei então um papel da velha mochila e meus dedos buscaram uma caneta. Rascunhei despretenciosamente. Precisava de sílabas mais do que de pretensões. Perdi-me, aí, nos prazeres de escrever enquanto mandava aos céus minhas saudades. Poli essa solidão programada, e fui arrancada de meu planejamento por um sorriso confuso e sincero, por aquela animação pueril que só você provoca. E lá fiquei com todos os meus "eus" e todos os "seus".
“Feliz é quem sabe quebrar-se em mil e manter-se único.”

Texto e foto por Claude Bloc

Brasileiros fundaram New York - por Cesar Augusto


Provavelmente. Registros populacionais da prefeitura da cidade de New York comprovam que,
no dia Sep. 12/1654, vinte tres judeus saídos de Pernambuco desembarcaram na cidade, até então conhecida por New Amsterdan. Entre êles, famílias com crianças, o que indica que algunsjá eram nascidos em terras brasileiras. Foram os primeiros imigrantes a se realmente se perpetuarem na cidade - antes, New Amsterdan servia apenas de entreposto comercial e abrigava temporariamente comerciantes e navegadores.
Os brasileiros fundaram também a primeira colônia judaica em solo americano. Para entender porque os judeus fugiram de Recife, melhor voltar para 1630, quando o local foi invadido pelos holandeses. A tolerância flamenga com as práticas religiosas seduziu milhares de judeus a se mudarem de países católicos para lá. Mas com a saída de Mauricio de nassau, governador do chamado Brasil holandês, e o enfraquecimento das defesas holandesas (que já não recebiam tanto apoio financeiro e armamentista de Amsterdan), em 1654 os portuguêses restauraram o poder na região.
Restou a comunidade judaica fugir do Brasil. O grupo que se dirigiu a New Amsterdan, foi preso por espanhóis na Jamaica e só não foi entregue a inquisição católica porque a Holanda interveio. Já em New Amsterdan, o governador francês, Pierre Stuyvesant, os proibiu de manter qualquer tipo de negócio e de práticar cultos judaicos, além de negar-lhes auxílio financeiro. Em 1664, quando o controle foi passado para os ingleses, que rebatizaram o local de New York, o grupo conseguiu liberdade religiosa e civil, construiu a Sinagoga Portuguesa e Espanhola, a primeira do país, e formou a futura elite financeira local.

ENCANTAMENTO VOLUNTÁRIO ESPERANÇOSO



Hoje no mundo inteiro milhares de pessoas estão discutindo a intervenção danosa do homem na natureza, e além disso estão buscando também uma causa que explique as razões para tanta destruição em curso. Por isso, faz-se necessário refletir sobre o processo de criação e intervenção humana desde a sua origem até os dias de hoje. Assim, na minha concepção, quando Deus voluntariamente criou o mundo, Ele ordenou: Haja encantamento! E assim a luz brilhante encantada iluminou a esperança e tudo ficou tão perfeito e belo. O dia se tornou sol. O sol se tornou vida. E a vida se tornou azul, amarela, vermelha e verde. O azul foi morar no céu e no mar. O amarelo se fixou nos minerais. O vermelho se interiorizou nos seres. O verde impregnou os vegetais. E Deus deu um sopro e tudo se misturou criando várias combinações de cores e matizes. E num momento de inspiração profunda Deus ordenou que cada ser olhasse pela primeira vez o mundo criado. A sensibilidade ainda não estava ajustada, então, Deus operou o milagre em cada criatura reproduzindo com maestria, através de um embrião divino (uma partícula-centelha), a Sua Própria semelhança com tamanha beleza de ser e ver que jamais ser algum poderá imaginar de sua grandiosidade.

O momento seguinte foi de perplexidade em cada ser. Tudo era novo e inédito. Tudo era desconhecido e mágico. Tudo era mistério e revelação. Tudo era sensação e emoção. O intelecto ainda estava quase que totalmente inoperante. Em cada ser somente emoção, encantamento, deslumbramento, mistério, magia, alegria e contentamento que não cabia nenhuma definição ou fundamento. Cada passo era um descobrimento. Cada voz era um acontecimento. Cada encontro era uma verdade sem julgamento. O outro era companheiro de descobertas que deviam ser feitas a cada momento. Nada se tinha a comentar. A voz era muda. O olhar era falante. O gesto era aproximação. O sorriso era o único código de comunicação. O toque era alegria e sensação. O ouvir era um dom musical de pura vibração.
Assim, o encantamento era o princípio. Pois, no princípio era o Verbo. E o Verbo era puro encantamento. Durante muito tempo, o homem viveu muito próximo desse momento mágico de toda criação. A ecologia era um processo natural. Mas, com o decorrer das experiências o homem se aventurou e assim foi se afastando lentamente. Ele quis conhecer mais ainda – muito mais! - o imenso universo criado por Deus. Inevitavelmente se afastou ontologicamente desse ponto mágico que é o princípio encantador e criador de tudo – em si mesmo! A sua voz ficou falante. O seu gesto ficou insinuante. O seu olhar ficou mudo e errante. O seu toque ficou condicionado. A sua audição ficou chiada. O homem, então, perdeu a sua referência encantadora e criadora.

Hoje, o sol é uma bola de gás incandescente. O verde são pigmentos de clorofila e símbolo de poder material. O amarelo é mercadoria e riqueza. O azul é um espaço sideral ou hidrogênio combinado com oxigênio. O vermelho é sangue que circula sob pressão da bomba coração. A vida é uma explicação teórica que se originou de uma grande explosão. O homem é um ser político que vive em sociedade e gosta de consumir bens de qualidade e viver em cidades. O animal é um ser inferior que serve para ser comido, adestrado, engaiolado ou morto quando não interessa aos apetites e humores dos seres evoluídos “ditos” humanos. O vegetal é uma tora que vale muito depois de cortada e exportada.

Por isso, o homem sofre. E nesse sofrimento ele se desespera e procura uma solução para uma crise natural-social sem fim. O seu olhar mudo e insensível não consegue falar e nem mais ver a beleza do cosmo e o mistério da vida. A sua voz é teoria pura programada segundo uma lógica chamada “método” que serve de instrumento para aumentar ou reduzir a sua visão racional. Mas, como é uma lógica ela é artificial, ou seja, é verdadeiramente virtual. Nesse contexto, o real é uma virtualidade construída para propósitos aventureiros de um futuro certamente longe do encantamento. Quanto mais avança nessa aventura mais ainda se afasta do paraíso do encantamento de Deus.

É nesse drama e dilema que toda uma civilização moderna vive e sofre. A felicidade se tornou um projeto e como tal precisa de um planejamento e uma programação com metas operacionais bem cumpridas. O amor se tornou uma relação temporal de prazer conveniente e apenas emocional e carnal. O outro se tornou cidadão ou cliente em potencial. A relação com Deus foi reduzida a um niilismo fértil, uma imaginação concreta e um produto a ser comercializado pelo mercado da fé. A vida perdeu praticamente o sentido do encantamento original sagrado. O caminho de retorno ficou reduzido a uma visão histórica de fatos transcendentais. A filosofia perdeu a sua visão clássica transcendental e vestiu uma nova roupa chamada “moderna circunstancial”. A ciência se tornou senhora de si e “sacralizou” o poder da verdade racional.

Nesse sentido, eu um simples mortal porém sensível ao momento mágico de toda criação, venho através desse texto lançar um movimento intitulado MOVIMENTO DE ENCANTAMENTO VOLUNTÁRIO ESPERANÇOSO. Assim, quem quiser participar desse movimento basta aderir aos 7 princípios básicos que são:

primeiro – encante-se consigo mesmo, mas não se desencante com o outro;

segundo – nunca perca a sua fé num poder transcendental em si mesmo, mas também não transforme esse poder num balcão da fé;

terceiro - ore e vigie a si mesmo, mas não se descuide com as raposas vestidas em peles de ovelhas (um olho no santo e o outro na missa);

quarto – desenvolva a força de vontade para superar o desencantamento racional do mundo, mas não jogue fora a sua razão pois ela tem uma função operacional nesse mundo social;

quinto – olhe o outro (humano ou não) como ser criado em encantamento, independente de sua raça, cor, sexo, posição social, ideologia, nacionalidade, credo, mundo, visão, natureza, etc, mas não esqueça de ver o Outro primeiro em si mesmo;

sexto – procure viver em estado de simplicidade voluntária doando aquilo que não mais lhe serve para aqueles que nada tem a perder (os pobres e miseráveis), mas cuidado para não doar aquilo que não lhe pertence (a lei humana é “justa demais” – você pode parar na cadeia!);

sétimo – se coloque em sintonia com a Inteligência Cósmica de Deus transformando qualquer conhecimento em autoconhecimento, mas cuidado para não fazer uma pseudo-conversão, ou seja, uma confusão isto porque o resultado pode ser tão desastroso e cheio de ilusão, motivo para sua internação como doente mental.

Assim, se você quer saber quem Eu sou, olhe para os pássaros e sinta a liberdade do vôo; escute a voz do riacho e perceba a sua mensagem; se aproxime das crianças e perceba a sua alegria; vá para uma montanha e sinta a imensidão do cosmos; aquieta-te e perceba o seu silêncio em paz; toque uma rosa e memorize a sua suavidade; converse consigo mesmo e perceba a tua surpresa no poder do verbo encantado.

Saiba que Eu Sou as asas da liberdade, o murmurar dos rios e riachos, a inocência da vida, o silêncio da verdade e da paz interior, a pureza do toque ontológico sutil, o diálogo profundo da natureza metafísica do ser.

Eu Sou que Sou: o Transcendente em ti mesmo (Meu Filho (a)). Somente Me acharás se tiveres como bússola a orientação do encantamento voluntário, pois EU SOU O CRIADOR EM TI.

EU SOU EM TI O PRÓPRIO SENTIDO ETERNO E TERNO DO AMOR – UMA CENTELHA DIVINA ESPERANDO VOCÊ VOLTAR.

Projeto Água pra que te quero ! - Nívia Uchôa


Nossa ópera-bufa - Everardo Norões



Habituada às novelas das 8, a lumpemintelectualidade desfruta de um novo divertimento: a ópera-bufa. Com uma diferença: enquanto as primeiras – as novelas – criam ficções que mimetizam coisas reais, nossa ópera-bufa é a própria realidade. E em vez de nos fazer rir, nos oprime e constrange. A verdadeira ópera-bufa deveria ser ligeira, espirituosa e satírica, em poucos atos, com personagens burlescos, engraçados. A nossa, é uma ópera-bufa sinistra: desenrola-se num continuum, não são burlescos seus personagens, mas nos burlam com o mais absoluto cinismo. São inúmeros seus atores, escolhidos malgrado nosso desejo. Mas a eles oferecemos o sustento. Porque, na nossa ópera-bufa, apenas nós somos os bufões...
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A ilustração é de Botero

A poesia de Ana Cecília B. de Sousa


Da memória


Do que se desfigura e reconfigura,
entre tanto.
Dos espaços onde perambulamos,
por vezes secretos, por vezes desertos.
Por vezes a pergunta: quem é você que ressoa em meu silêncio?
O rumor de passos fazendo eco,
ocupando terrenos que nem mais existem...

Por vezes não há palavras,
imagens incógnitas reverberam, resquícios do vivido,
imponderável eco.

Do que é inútil medir, se nem mais possa existir,
como se fosse a luz de uma pequenina estrela, há muito desaparecida,
mas que ainda agora nos chega -
nessas vias as lembranças fazem a curva.

A saudade nem sabe disso, e surge encarnada,
como se o passado existisse.
Por vezes, tudo em mim fantasmeia.

Ana Cecília B. de Sousa

João Netto(Zé Modesto) - Por Socorro Moreira

João Netto mímico

" A milenar arte da mímica, entra em cena com muito humor no espetáculo de "Zé Modesto". Ex-aluno da renomada Denise Stoklos e formação na Alemanha, João Netto, o nome verdadeiro do humorista, mostra as cenas de um passageiro de um ônibus, uma cena onde mostra três casais simultaneamente, e uma cena técnica, tudo com muito humor."
-Na mímica ele interpretava o personagem "Carlitos" com muita propriedade.
É como mímico que eu mais aprecio o trabalho do João Neto.



João Netto humorista

"O personagem Zé Modesto foi criado em 1992, pelo ator e mímico João Neto. No mesmo ano foi protagonista do programa “Fumando Numa Quenga”, na TV Jangadeiro-Fortaleza-Ce. Em 1993 criou o Talk-Show Zé Modesto 10 -1/2 esse programa era uma sátira ao antigo programa do JÔ 11 e meia. "




João Netto fotógrafo

-Excelente !



Zé Modesto
Por: Renata Pantoja
Em: 24/05/02 - Teatro dos Bancários


O ator, mímico e humorista João Netto veio à Brasília apresentar o espetáculo “Minha história é uma piada”, no Teatro dos Bancários, onde brinca com a platéia, conta piadas, faz mímicas e encerra o show com uma bela mensagem de Charles Chapplin.

João Netto que já tem 22 anos de carreira, ficou conhecido no Brasil com o personagem Zé Modesto, da Escolinha do Professor Raimundo, ao lado de Chico Anysio na Rede Globo.

Confira a hilariante entrevista com João Netto ou melhor Zé Modesto, concedida à Renata Pantoja.

BW – De onde vem essa beleza inconfundível de Zé Modesto?

Zé Modesto – A minha beleza eu puxei para o lado de meu pai e tirei a inteligência de minha mãe, ou seja, tirei tudo que eles tinham.. risos... Aí, resultou nesta beleza natural aqui que você está vendo.

BW – Você se inspirou em algum ator para compor o visual, ou na interpretação, como por exemplo Clark Gable, Allain DeLon?

Zé Modesto – Por incrível que pareça eu me inspirei no Zé Modesto, que é meu bisavô, matuto, do interior, aquele bicho bruto, aquele caba que tem sempre na ponta da língua uma resposta para tudo.

Uma vez perguntaram para ele, quando vinha saindo da farmácia: Seu Zé, o senhor está doente? – ele disse: porque?, e a pessoa respondeu: porque o senhor está saindo da farmácia.. – e ele disse: E se eu estivesse saindo do cemitério estaria morto?. (risos)

BW – Quantas vezes você já se apresentou em Brasília?

João Netto – Essa é a terceira vez. Sendo que as duas primeiras vezes eu vim com uma amostra de humor, fazendo apenas 15 minutos de participação e hoje estou vindo fazer meu espetáculo solo, são 22 anos de carreira, eu faço a maior parte do show como Zé Modesto, contando “causo”, piada, besteiras, depois vem a mímica, onde me transformo, passo a ser o ator e no final faço uma sessão só de piadas de bicha.

E gostaria de deixar uma mensagem:

SORRIA !!. Aproveite a hora que você não estiver trabalhando (ou até mesmo no trabalho) e sorria. Nós precisamos ter um momento de descontração, de relaxamento. Fale besteira, esqueça do seu lado racional, que as vezes é cruel e inibe aquele lado criança que todos nós temos, como diria Chapplin: “Sorri, quando a dor te torturar e a saudade atormentar os teus dias tristonhos, vazios...”

Reportagem: Renata Pantoja


HUMORISTA CEARENSE ESTUDA NA FIC

"O curso de Jornalismo está recebendo, neste primeiro semestre, o aluno João Salviano de Souza Neto, ou como gosta de ser chamado, João Neto. Segundo o humorista cearense, muito conhecido através de seu personagem “Zé Modesto”, a escolha pela FIC, entre as outras instituições de ensino superior, “foi pelo fato de encontrar aqui, um corpo docente qualificado, e uma boa infra-estrutura, requisitos estes, essenciais para a formação de bons profissionais”. Já a opção pelo curso, ele afirmou: “foi muito pessoal, pois além de adquirir conhecimento e ser respeitado pelos outros jornalistas, quero quebrar o tabu de que todo humorista é burro”. Sobre seu personagem, João Neto explicou que é uma homenagem ao seu bisavô, que segundo ele, era um “caboclo sertanejo, matuto do sertão”, que morava na cidade de Mauriti (Região do Cariri), no interior do Ceará."


E foi na cidade de Mauriti(Ce), nos anos de 1984 a 1986 , trabalhando na Ag. do Banco do Brasil com Nacélio Oliveira, que convivemos com João Neto. Presente em nossas casas, animou a nossa vida , naquela cidadezinha de interior , com sua alegria, amizade e espirituosidade.
Anos depois (1993) , quando morava em Friburgo, dei de cara com João Neto , num programa de TV : Escolinha do professor Raimundo, e pensei feliz : o danado venceu !

Don Juan de Marco- Sessão XIV - Por Zélia Moreira




"Loucuras por amor"
Acredito que podemos abrir no cariricaturas um fórum com o tema," afinal qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá."
Dou meu pontapé inicial.

Nos anos 90, moravam em Recife meus filhos:Giorgio(35), Samira(32) e Dayan(30).
Frequentemente eu viajava pra cheirar as crias, desatar nós(por obrigação) e ver filmes(por devoção).
A rotina era sempre a mesma. Depois de matar a saudade, combatia os problemas um a um( e não eram poucos). Resolvidas as questões pendentes sentia-me livre para abrir o jornal na página de cinema e assim começar minha maratona de amante.
Numa dessas viagens o lançamento em cartaz era Don Juan de Marco , Cinema Apolo, o mais próximo de casa.
Ir sozinha para Dayan , meu filho, era inapropriado. Centro do Recife? Perigo à vista! Imaginem?
Deixar minguar meu desejo? Nunquinha...Foi o filho saindo pro colégio por uma porta, eu pela outra como quem estava fazendo uma travessura escondida dos pais.
Da rua do Progresso onde eles moravam para a Conde da Boa Vista, onde eu pegaria o ônibus, era um pulo. Sem atropelos eu logo chegaria ao destino. Lerdo engano. Já nos primeiros passos rumo a parada de ônibus, pisei em falso, cai, torci o pé, exatamente o mesmo pé que em época passada tinha sido engessado por um problema semelhante.
Puts!!!!Minha voz interior no entanto falou:Levanta, sacode a poeira e dar a volta por cima...Se voltei pra casa? Que nada..mudei os planos. Peguei um taxi e continuei minha aventura.
Minha intuição dizia, dibla à má sorte, tudo isso é bobagem.
Arrastando o pé cheguei ao cinema.No lugar de mocinhos e/ou bandidos como alardeava meu filho, encontrei senhorinhas de cabeças brancas, num típico programa vespertino, bem família.
A sessão começa...suspendo o pé, sem dar nenhuma importãncia ao inchasso e a dor que pouco a pouco tomava maiores dimensões.
Aguentei firme até o final da exibição (pura loucura de amor), quando então peguei um novo taxi direto para um pronto socorro.
Fiz tudo caladinha, sozinha, sem reclamar.
Medicada e engessada, liguei pros filhos, morrendo de medo da bronca: Venham me buscar...estou no pronto socorro...andando displicentemente(???) pelas ruas do Recife...torci o pé...Mas tudo bem....não se preocupem...
Tudo seria cômico , se não tivesse sido trágico!

Agora falo do filme...

Dom Juan de Marco (Don Juan DeMarco, EUA, 1995)

“A história do homem que pensava ser o maior amante do mundo... e das pessoas que tentaram curá-lo disso!”

O psiquiatra Jack (Marlon Brando) recebe um chamado no meio da noite, de um amigo seu da polícia, para ajudar a resgatar um suicida. Chegando ao local, ele vê um rapaz vestido como um herói de capa-e-espada e dizendo se chamar Don Juan (Johnny Depp), o maior amante do mundo. Se dizendo um dono de terras espanhol, Jack resgata o jovem e o interna no hospital em que trabalha.
Mesmo a apenas uma semana da aposentadoria, o doutor começa a tratar de Don Juan, para ajudar a passar as ideias suicidas, detonadas por uma dor de amor, onde Juan explica não querer mais viver depois que sua amada Doña Ana (Geraldine Padilhas) o desprezou.
Ouvindo a história do jovem, Jack começa a se contagiar com os detalhes e a ambientação de tudo o que ele lhe conta, redescobrindo o prazer de viver e se questionando: será que Don Juan é mesmo Don Juan de Marco?
Além da atuação de Marlon Brando(no papel do psiquiatra) e John Depp (Don Juan), geniais como sempre,o destaque para o tema musical, Have you ever really loved a woman (Bryan Adams).Maravilhoso!




Pensamento para o Dia 12/08/2009



“A santificação dos cinco sentidos é o caminho para a Verdade. Se os sentidos estão poluídos, quais são os benefícios das práticas espirituais? Quando a água em um tanque está poluída, todas as torneiras terão somente água poluída. Seu coração é o tanque. Quando o coração está poluído, os sentidos estão destinados a estarem sujos. Quando o coração está cheio de pensamentos e sentimentos bons, tudo o que surge dos sentidos - sua fala, sua visão, suas ações - será puro. O segredo da sabedoria espiritual não é conseguido através de estudiosos ou de estudo. A compreensão espiritual só pode vir do domínio dos sentidos.”
Sathya Sai Baba

Os Dez Mandamentos - Por Socorro Moreira

O filme “Os Dez Mandamentos de Cecil B. De Mille (1956) só foi exibido no início dos anos 60, no Cine Moderno do Crato.
A meninada (incluindo-me) marcou presença na sessão das 10h00min. Como era de longa metragem , 3 h de duração , foi dividido em duas partes , com um intervalo de 15 minutos. Perdemos os assentos, mas não prescindimos do lanchinho que trouxéramos de casa. Foi um verdadeiro piquenique, na área externa: frutas e biscoitos!
Naquele dia Cecil B. De Mille, Charlton Heston, se imortalizavam para nós. A história bíblica também passou a ser mais bem conhecida, e os “Mandamentos”, talvez tenham sido internalizados.
Parece que foi ontem, e ainda restam balas pepper, zorro, torrone, e chicletes Adams, nos bolsos do meu vestido de criança.

Thomas Mann - escritor alemão



06/06/1875, Lübeck (Alemanha)
12/08/1955, (Suíça)


Mann é filho de um alemão e uma brasileira

Thomas Mann nasceu em 1875, em Lübeck (Alemanha), filho de um alemão e de uma brasileira. Após a morte de seu pai, em 1891, muda-se para Munique, onde freqüenta a universidade local.

Depois de trabalhar num escritório de seguros, passa a dedicar-se à literatura. Seus primeiros contos foram reunidos em O Pequeno Senhor Friedemann (1898). Em 1901, sai - com enorme impacto - o romance Os Buddenbrooks, baseado na decadência de sua própria família. Em 1912, ele lança a novela Morte em Veneza.

A Montanha Mágica é de 1924; confirmou a reputação de Mann como um dos escritores de maior arrojo filosófico na modernidade. Cinco anos depois, ele receberia o Prêmio Nobel de literatura.

Em 1933, quando Hitler se torna chanceler, o escritor muda-se para a Suíça e passa a editar um jornal de resistência. Depois de escrever uma tetralogia de romances condenando o racismo e o anti-semitismo, muda-se para Nova Jersey (EUA), dando aulas na Universidade de Princeton. Em 1947 sai Doutor Fausto, um dos maiores romances jamais escritos sobre a arte da música. Thomas Mann volta à Suíça em 1952, onde morre em 1955.
Fonte : Uol Educação

Obras
Mann ganhou repercussão internacional, aos 26 anos, com sua primeira obra, Os Buddenbrook (Buddenbrooks), um romance que conta a história de uma família protestante de comerciantes de cereais de Lübeck ao longo de três gerações. Fortemente inspirado na história de sua própria família, o romance foi lido com especial interesse pelos leitores de Lübeck que descobriram ali muitos traços de personalidades conhecidas. A publicação deste livro valeu a Thomas Mann uma reprimenda de um tio, que o acusou de ser um "pássaro que emporcalhou o próprio ninho".

Thomas Mann é também um romancista analítico, que descreve como poucos a tensão entre o carácter nórdico, protestante, frio e ascético (características típicas da sua Lübeck natal) e as personagens mais rústicas, simples, bonacheironas, das regiões católicas, de onde se destaca o senhor "Permaneder", o paradigma do bávaro de Munique, em "Os Buddenbrook". Esta tensão interior tornou-se patente durante a sua estada em Palestrina, Itália, quando visitava o irmão, e onde começou a escrever "Os Buddenbrook". Thomas Mann viveu entre estes dois mundos, tal como o irmão. Por um lado a origem familiar e o ambiente da ética protestante de Lübeck, por outro lado a voz interior e a influência de sua mãe brasileira, que o faziam interessar-se menos pelos negócios e mais pela literatura. A influência da mãe acabou por levar a melhor. Thomas Mann via nos Buddenbrook um exemplo de uma família em decadência,em que os descendentes não saberiam levar avante o negócio que herdaram. Não sabia, no entanto, que, ao publicar "Os Buddenbrook",estava, não só a enterrar definitivamente a linha "comerciante" da sua família mas, também, a afirmar-se como um escritor de renome. Ironicamente, os seus filhos iriam manter esta nova tradição (literária) da família, em especial Klaus e Erika.

No romance A Montanha Mágica ("Der Zauberberg"), publicado pela primeira vez em 1924, Thomas Mann faz um retrato de uma Europa em ebulição, no eclodir da Primeira Guerra Mundial.

Escreveu romances, ensaios e contos. Psicólogo penetrante e estilista consumado,a sua extensa obra abrange desde contos até escritos políticos, passando por novelas e ensaios. Prémio Nobel de Literatura em 1929, Thomas Mann é autor de clássicos da literatura como Morte em Veneza & Tonio Kröger, Confissões do impostor Felix Krull, As cabeças trocadas e José e seus irmãos.

Thomas Mann foi um herdeiro tardio da tradição idealista e romântica alemã e um dos principais autores modernos. Era um clássico em tempos de revolução e conseguia refletir de forma original e particular o espírito de seu tempo (ver TRIGO, 2000). Sua obra apresenta descrições minuciosas e um realismo psicológico e preciso, com análise exata de cada particularidade (ver FLEISCHER, 1964). A obra de Mann é uma expressão estética do esforço de contrapor seus dois valores essenciais: de um lado a sociedade, o senso comum, o valor da vida; do outro a alienação, o individualismo, o escapismo romântico, o jogo estético, que culminam na doença e na morte (ROSENFELD, 1994, pp. 22-23). Sente-se, no entanto, ligado ao segundo valor, sendo ele um artista “alienado, marginal e estetizante” (ROSENFELD, 1994, p. 28).

Quando Thomas Mann tinha quinze anos, o irmão Heinrich tomou conhecimento da sua orientação sexual. Surpreendido, achando esta história algo de divertido mas sem fazer grande ruído sobre o assunto, Heinrich sugere a Thomas Mann que tente tratar o "problema" com uma "cura de sono".

Os diários de Thomas Mann, que foram mantidos em sigilo até 1975, revelam um Thomas Mann em luta interior com os seus desejos homossexuais, que se tinham tornado patentes em várias de suas obras. Mann descreve no seu Diário os seus sentimentos pelo jovem violinista e pintor Paul Ehrenberg, que ele descreve como uma "experiência central do meu coração".

A maioria dos comentadores é da opinião que a homossexualidade de Thomas Mann foi reprimida e que a escrita era para ele uma forma de compensar esse constrangimento. É preciso lembrar que até a primeira metade do século XX, a homossexualidade era vista como um desvio sexual e motivo para tratamento psiquiátrico. Assim, a repressão de seus sentimentos não se devia por uma incapacidade pessoal, antes por um contexto social e histórico homofóbico. Não existia ainda a idéia do "assumir-se", pois a identidade homossexual não era socialmente aceita e implicava exposição a insultos, abjeção pública e perseguição de todo tipo.

Segundo Richard Miskolci, em seu livro "Thomas Mann, o Artista Mestiço" (2003), a questão de uma sexualidade inaceitável para a época é um dos componentes mais importantes nas obras do autor alemão. O homoerotismo emerge como problemática intrínseca ao artista desde suas primeiras histórias (O Pequeno Sr. Friedmann, Os Buddenbrooks, Tonio Krôger) até nas obras mais reconhecidas (A Morte em Veneza, A Montanha Mágica e Doutor Fausto).


Cronologia
6 de Junho de 1875 - Nascimento de Thomas Mann
1900 (com 25 anos) - Publicação do "Buddenbrooks" -TM torna-se famoso
•1911 (com 36 anos) – Durante uma estada no Lido de Veneza concebe Morte em Veneza.

1915 (com 40 anos) - Publicação de ensaio sobre Friedrich, o Grande da Prússia. Mann justifica a entrada da Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Corta relações com o seu irmão Heinrich, do lado da "civilização".
1918 (43 anos) - Publicação de "Considerações de um apolítico" - Mann demonstra aqui estar ainda na sua fase nacionalista conservadora. Mantém a sua defesa da política da Alemanha. Ainda um monarquista.
•1921 (46 anos) – Primeiro ensaio sobre Goethe, intitulado Goethe e Tolstoi, que apresenta e, forma de conferência.

1922 (47 anos) - Famoso discurso de Thomas Mann em Berlim - "Von deutscher Republik" - Defende a República de Weimar. Thomas Mann é um "Vernunftrepublikaner" (Republicano por motivos racionais - e não emocionais). Neste mesmo ano teve lugar um acontecimento apontado por alguns historiadores (como Manfred Görtemaker) que terão levado Thomas Mann a transformar-se politicamente (favoravelmente à democracia): o assassínio do ministro dos negócios
estrangeiros, o judeu Walter Rathenau por elementos da extrema direita próximos de Hitler. •1924 (com 49 anos) – termina A Montanha Mágica

1930 (55 anos) - Novo discurso famoso em Berlim, no Beethoven-Saal - Deutesche Ansprache, ein Appel an die Vernunft" - Um apelo à razão, tentativa de aviso aos alemães perante o perigo do Nazismo.
1933 (58 anos) - Chegada ao poder de Adolf Hitler. Thomas Mann passa a viver no exílio, na Suíça.
1938 (63 anos) - Exílio de Thomas Mann nos Estados Unidos
1 de Setembro de 1939 (64 anos) - Tem início a Segunda Guerra Mundial
1940-1945 Thomas Mann grava para a BBC um programa de rádio regular ("Deutsche Hörer!"), retransmitido pela BBC na Alemanha, apelando aos alemães à razão. Os ouvintes alemães arriscavam a vida ao sintonizar estas emissões de rádio dos ingleses.
1949 (74 anos) - Viagem à Alemanha. Mann discursa em Frankfurt e em Weimar, na comemoração dos 200 anos de Goethe
1950 (75 anos) - Publicação de Dr. Faustus
1952 (77 anos) - Thomas Mann vai viver para a Suíça
12 de Agosto de 1955 (80 anos) - Falecimento de Thomas Mann

Referências bibliográficas

FLEISCHER, M. Introdução à obra de Thomas Mann. Universidade de São Paulo – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, 1964.

ROSENFELD, A. Thomas Mann. São Paulo: Perspectiva: Edusp; Campinas: Editora da Unicamp, 1994.

TRIGO, L. Deus de um mundo decadente. Prefácio. In: MANN, T. Morte em Veneza & Tönio Kroger. 2. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
Fonte :Wikipédia

Cecil B.DeMille -Cineasta Americano


Cecil B. DeMille.Cecil Blount DeMille( Ashfield, Massachusetts, 12 de agosto, 1881- 21 de janeiro, 1959). Foi um cineasta americano, um dos 36 fundadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.


Filmografia
1958 - Corsário sem pátria (The Buccaneer)
1956 - Os dez mandamentos (The Ten Commandments)
1952 - O maior espetáculo da Terra (The Greatest Show on Earth)
1949 - Sansão e Dalila (Samson and Delilah)
1948 - California's golden beginning
1947 - Os inconquistáveis (Unconquered)
1944 - Pelo vale das sombras (The Story of Dr. Wassell)
1942 - Vendaval de paixões (Reap the wild wind)
1940 - Legião de heróis (North West Mounted Police)
1939 - Aliança de aço (Union Pacific)
1938 - Laffite, o corsário (The Buccaneer)
1936 - Jornadas heróicas (The Plainsman)
1935 - As cruzadas ( The Crusades)
1934 - Cleópatra (Cleopatra)
1934 - Mulheres e homens (Four Frightened People)
1933 - A juventude manda (This Day and Age)
1932 - O sinal da cruz ( The Sign of The Cross)
1931 - Amor de índio ( The Squaw Man)
1930 - Madame Satã (Madam Satan)
1929 - Dinamite (Dynamite)
1929 - Verdade que triunfa (The Godless Girl)
1927 - O rei dos reis (The King of Kings)
1926 - O barqueiro do Volga (The Volga Boatman)
1925 - Volta ao passado (Road to Yesterday)
1925 - A cama de ouro (The Golden Bed)
1924 - Pés de ferro (Feet to Clay)
1924 - Triunfo (Triumph)
1923 - Os dez mandamentos (The Ten Commandments)
1923 - A costela de Adão (Adam's Rib)
1922 - A homicida (Manslaugher)
1922 - A noite de sábado (Saturday Night)
1921 - Porta do paraíso (Fool's Paradise)
1921 - As aventuras de Anatólio (The Affairs of Anatol)
1921 - O fruto proibido (Forbidden Fruit)
1920 - Alguma coisa em que pensar (Something to think about)
1920 - Por que trocar de esposa? (Why change your life?)
1919 - Macho e fêmea (Male and Female)
1919 - A renúncia (For better, for worse)
1919 - No alvorecer da verdade (Don't change your husband)
1918 - You can't have everything
1918 - Amor de índio (The Squaw Man)
1918 - A volta triunfante (Till I come back to you)
1918 - Flor do desejo (We can't have everything)
1918 - Amores velhos por novos (Old wives for new)
1918 - Vassalagem (The Whispering Chorus)
1917 - A pedra do diabo (The Devil-Stone)
1917 - A mulher que Deus esqueceu (The Woman God Forgot)
1917 - Refreando tentações (The Little American)
1917 - Perseverança (Romance of The Redwoods)
1917 - Lost and won
1917 - Joana D'Arc (Joan The Woman)
1916 - Sonho e realidade (The Dream Girl)
1916 - Maria Rosa (Maria Rosa)
1916 - Grandeza de ânimo (The Heart of Nora Flynn)
1916 - Meu admirável Alberto (The Trail of the Lonesome Pine)
1915 - Ser ou não ser (The Golden Chance)
1915 - Tentação (Temptation)
1915 - Enganar e perdoar (The Cheat)
1915 - No caminho do dever (Chimmie fadden out west)
1915 - Carmen (Carmen)
1915 - Audaz caprichoso (Kindling)
1915 - Missão de sacrifício (Chimmie Fadden)
1915 - O árabe (The Arab)
1915 - O ganso silvestre (The Wild Goose Chase)
1915 - Presa de amor (The Captive)
1915 - Os destemidos (The Unafraid)
1915 - Pela nossa honra (The Warrens of Virginia)
1915 - After Five
1915 - Sonhos de moça (The Girl of the golden west)
1914 - The Ghost Breaker
1914 - Perseverança (Rose of The Rancho)
1914 - The Man from Home
1914 - A revelação do amado (What's His Name)
1914 - O paladino da vitória (The Virginian)
1914 - Na romântica Nova York (The Call of the North)
1914 - Pisada reveladora (The Man on The Box)
1914 - The Only Son
1914 - The Master Mind
1914 - Brewster's Millions
1914 - Amor de índio (The Squaw Man)


Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Diretor, por "O Maior Espetáculo da Terra" (1952).
Recebeu 2 indicações ao Oscar, na categoria de Melhor Filme, por "O Maior Espetáculo da Terra" (1952) e "Os Dez Mandamentos" (1956). Venceu em 1952.
Ganhou um Oscar honorário em 1950, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como reconhecimento aos seus 37 anos de carreira.
Ganhou o Prêmio Irving G. Thalberg, em 1953, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Diretor, por "O Maior Espetáculo da Terra" (1952).
Ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, por "Aliança de Aço" (1939).

Chegou a sofrer um ataque cardíaco durante as filmagens de Os Dez Mandamentos. Ele ficou alguns dias afastados do set de filmagens, mas logo retornou ao trabalho, contrariando a orientação dos médicos.
O cineasta teve diversos contra-tempos durante as filmagens do clássico os Dez Mandamentos de 1956,ao qual levou 5 anos para conclui-lo,e como tudo que diz respeito às histórias do set de filmagens deste filme são clássicas,eis mais uma contada por um observador muito importante,Charlton Heston,isso mesmo,o Moisés.Durante os preparativos das filmagens de uma cena no salão do palácio de Ramsés,havia um grupo de garotas,as dançarinas do palácio mais precisamente,que conversavam animadamente enquanto o Sr. DeMille(como ele era chamado)dava instruções sobre as cenas que viriam a ser gravadas.Isso o irritou de tal modo que ele pegou o microfone(que ele usava para se comunicar com todo o set devido o seu tamanho)e disse:vocês que não param de conversar enquanto estou dando instruções aqui,porque não dividem com todo o set o que estão cochichando ai!Passaram um outro microfone para uma das garotas que disse: Estavámos conversando sobre a que horas esse careca(De Mille não tinha um fio de cabelo na cabeça) vai dizer `almoço´,porque estamos morrendo de fome aqui.Todo o set caiu na gargalhada e o Sr.DeMille muito austeramente pegou o microfone e disse:`almoço´!Agora vamos continuar.

(Wikipédia)

Programa Cariri Encantado com o multimidiático Dihelson Mendonça


O programa Cariri Encantado desta próxima sexta-feira fará o lançamento radiofônico do CD “A Busca da Perfeição”, de autoria do músico e compositor cratense Dihelson Mendonça, que será entrevistado e falará sobre o processo de produção do disco, bem como de outras atividades que exerce nos campos da comunicação e da arte.

Segundo Dihelson, “O CD A Busca da Perfeição é um CD de idéias, não um CD de músicas convencionais para se escutar no rádio e dançar bolero. Pelo menos não foi essa a intenção do autor. Este é um trabalho, sobretudo, para fazer pensar e questionar. Um trabalho conceitual, em que por sua temática, não busca proselitismo, mas sim a disparidade de conceitos...”

O Programa Cariri Encantado acontece com o apoio do Centro Cultural BNB Cariri e é veiculado todas as sextas-feiras, das 14 às 15 horas, na Rádio Educadora do Cariri, 1020. É apresentado por Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias.