Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 5 de julho de 2010

URGENTE ! - À especial atenção dos colaboradores e leitores do Cariricaturas !

Por motivos de ordem superior precisamos fazer uma pequena alteração, nas datas da FESTA DO CARIRICATURAS !

Dia 23.07- Almoço literário, no Restaurante "4 Estações "- entrega da quota de livros, devida aos escritores.
Preço por pessoa : 12,00( almoço, sobremesa, suco ou refrigerante)

Dia 24.07- Festa de lançamento do Livro "Cariricaturas em verso e prosa "
Programação:
20 h- cerimonial de lançamento
21 h - performances poéticas
coquetel
música de João Nicodemos
(sorteio de brindes- presente de Elmano Rodrigues Pinheiro)
22 h - Baile ( 4 hs dançantes com Hugo Linard e banda)

Mesas: 40,00 ( 4 ingressos e um exemplar do livro do Cariricaturas)

Ingressos à venda pelos e-mails:
sauska_8@hotmail.com ou cbbloc@uol.com.br
Telefone : 35232867 ou 99444161 (socorro moreira)



OBS:As mesas vendidas e/ou reservadas , permanecem com a mesma numeração.

PRA RECORDAR ...

Do Pecador para o Santo por João Marni

Como é complexa, diversificada e única, a imprevisível personalidade do gênero humano! Na busca da felicidade no horizonte perdido de cada um, há os que se socorrem do próprio isolamento a meditar; há aqueles que pensam consegui-la apenas se fizer fortuna; os altruístas e empáticos parecem tê-la; os caridosos e humildes como São Francisco, tudo indica possuí-la; os que se dedicam ao conhecimento (seja da matéria ou da alma), asseguram que é possível obtê-la. Há quem a veja numa rosa, num dia chuvoso no Nordeste do Brasil, num dia de sol na sombria Londres, na reconciliação do amor ou ao final de mais uma guerra. Mas os dias do hoje escondem este sentimento de tal modo que o sonho de ser feliz, direito de todos, torna-se cada vez mais utópico, razão pela qual se explique em parte o uso indiscriminado de drogas, inclusive, de forma alarmante, entre os muito jovens. Observamos corriqueiramente garotos e garotas de pouca idade para qualquer coisa que não seja dar recado ou brincar de boneca, em festinhas de “som de bate estaca”, desacompanhados de um anjo adulto da família, a tomar porres de variações do álcool, com conseqüências imprevisíveis.


Temos um neto de 15 anos, “BBB” (Breno, Bom e Bonito) e o monitoramos de perto sempre que podemos. Nossas conversas são francas e abertas, para que esse monitoramento não exija nossa presença física ostensivamente, na tentativa de contribuir na organização de um superego razoável e sensato, que nos liberte de tanta preocupação.

Orientá-lo para que não ceda à força do grupo de sua idade em assuntos “perigosos” é uma tarefa do dia a dia, já que eles, nessa fase, imitam instintivamente e querem emoções novas que os levem logo à vida adulta, lugar em que julgam coexistirem irmanadas, liberdade e felicidade. Sobre a ilusão de encontrar alegria e auto-confiaça com ajuda de bebida alcoólica ou de outras drogas ditas mais conflitantes, disse-lhe que é a saída dos fúteis e pouco inteligentes, e que cada indivíduo reage diferentemente a elas, pois todos nós carregamos na mente os animais com os quais nos identificamos:

- Alguns liberam pássaros (ficam cantantes, sinfônicos, até);

- Outros deixam sair cães tipo poodles ou labradores (só diversão)

- Há os que soltam lagartixas e lagartos (palavras vãs, palavrões);

- Há aqueles que se livram de macacos (e haja palhaçada) ou de porcos (quando então perdem o estilo);

- Infelizmente existem os que também nos brindam com cascavéis e pittbuls (e aí é pura dinamite: quando não matam, machucam demais);

Mas se você liberasse apenas pombas brancas, daquelas da Paz de Jesus após tomar vinho com seus amigos apóstolos, então prometo acompanhá-lo em suas “bicadas”! O ideal é não iniciar, pois todos esses bichos podem pertencer a um só indivíduo, que os vai soltando um a um em dias incertos, seguindo ou não a ordem que citei.
Procure, meu neto, a felicidade no coração de quem de fato queira o seu bem.
Com certeza ela lá se encontra se você acreditar. Afinal, nenhum de nós que amamos a você, deseja-lhe a outra face dessa utopia.

Um beijo do seu Vozinho.

A Serra - por José Newton Alves de Sousa



A serra! Mãe geradora do vale.
De suas entranhas, mana a vida.

O flóreo revestimento, que a imprevidência, 
a desídia e a ignorância dilaceram, 
entremostra as manchas de arenito, sangrando ao sol.

Os cortes quase horizontais apontam rumos 
e guiam as almas para encontros sem calendário.

O teor da clorofila, nas roças dos sopés,
assume todos os matizes.
Destaca-se um casarão de múltiplas janelas, numa insólita alvinitência.

Contêm-se as águas nas piscinas azuis.

A geometria monotoniza-se na linha da planura.

A serra, nestes sítios, não tem a inquietude das ascensões fascinantes, 
mas a providente disposição de um receptáculo.

Em seu largo e fundo seio, dormem as águas do céu.

Na piscina de biquini em 5 de julho de 1946. - José do Vale PInheiro Feitosa

Entre 1939 e 1945 (menos que o tempo dos dentes de leite de uma criança) o mundo viveu uma guerra concentrada no tempo e espalhada no espaço como nunca vivera. Neste período foram mobilizados 100 milhões de militares, toda a capacidade científica, industrial e econômica foi empregada na atividade de destruição e morte. Num crescente que já acontecia, mas ali explodiu a morte civil em geral, sendo o paradigma Hiroshima e Nagasaki, morreram mais de 70 milhões de pessoas. Estima-se que quase 4% da população do mundo teve morte direta pela guerra e aconteceu duas mortes civis para cada uma de militar.

Agora vocês imaginem o desejo de libertar-se deste trauma no verão do ano seguinte. Era o verão de 1946, era preciso inventar o consumo de vida, alegria e liberdade para expressar o real sentimento após o pesadelo, especialmente na Europa Ocidental. E um núcleo fundamental foi a moda. Na moda a liberdade se manifestou com todos os estilistas demonstrando o senso geral. Era preciso desnudar o corpo de todos os trastes de destruição e morte.

E não foi num salão especial, numa iluminara como estes grandes eventos fashion. Foi numa piscina popular de Paris, a piscina Molitor, onde o estilista francês Louis Reard, em 5 de julho de 1946, fez a garota de show Micheline Bernardini vestir o seu traje. Na prática um soutien cobrindo os seios e dois triângulos invertidos amarrados por um cordel em baixo (tinha 75 centímetros de pano). Ali nasceu o biquíni.

Não distante da guerra e sob o efeito da guerra fria. Naquele mesmo verão outro estilista Jacques Heim fez um modelo um tanto maior e não tão ousado quanto de Reard e a este denominou “atômico” (e teve sorte do Obama não ter nascido ainda, pois faria com ele o mesmo que faz ao Irã). Então, duas peças estilizadas mesmo foi o de Reard e ele o denominou biquíni por um motivo bem letal. Era uma homenagem ao atol Bikini no Pacífico sobre o qual os EUA fizeram um teste com bomba atômica.

O estilista escolheu Michele Bernardini por que esta era uma dançarina do Casino de Paris e não tinha qualquer problema de aparecer seminua em público. A reação do público foi entusiástica, ele recebeu mais de 50 mil cartas, especialmente do público masculino ávido por reproduzir vida ao invés de morte. Mesmo assim os bons costumes ainda reagiram e as “autoridades” proibiram o biquíni nas praias públicas, mas rapidamente retornaram ao mofo de seus preconceitos, quando quatro após, no verão de 1950 as praias européias se encheram com a moda. E contemplem que naqueles anos a vontade do Europeu de ir à praia era enorme, por muitos anos elas se tornaram apenas zonas militares vigiadas para embarques e desembarques.

Já do lado das jovens Américas aconteceu o contrário. Levou 14 anos para que finalmente o biquíni fosse povoar as praias da região. Apenas nos EUA ele chegou na década de 60 e aí já por força do cinema e da música popular da juventude. Foi aquele período que o cinema passou a ter um novo formato, que juntava bandas de rock como o Beach Boys à vida livre e solta nas areias dançantes, sol e ondas de surf. O Rio de Janeiro não ficou atrás, por aqui começou como uma avalanche o que é hoje esta banalidade.

O Absoluto

De acordo com o livre arbítrio
és o senhor do teu destino.

Mas entre tua liberdade
e o que sucede

paira o escárnio
de outra Grandeza.

Acontecimentos caem
sobre teus ombros

sem que tenhas posto em ação
pernas, braços, sequer pensamentos.

Então te devo precaver
que humanos ligados
à tua mente ou alma
podem elaborar outro
o teu destino.

Faze o seguinte:
vive ciente da loucura
que ora abarca este mundo
em outras situações nos espanta.

Não serás pego de surpresa
tampouco te sentirás pequeno.

Oferece o quinhão de direito
a esta tal Força.

E somente te preocupes
com o dia de amanhã

quando levares uma topada
ou roubarem tuas asas de fogo.

O Reencontro – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Os casais Roberto e Lia, Abreu e Gilda se conheceram na famosa praia Porto das Galinhas. Eram vizinhos de chalés alugados com antecedência para os feriados da Semana Santa. Ao se cumprimentarem com um protocolar bom dia, ocorreu entre os dois uma grande empatia. Ambos tiveram a sensação de já se conhecerem há bastante tempo. Roberto, 68 anos, aposentado do Banco do Brasil e juntamente com Lia, eram alagoanos e residentes nos Aflitos. Abreu e Gilda residiam no bairro Apipucos, bem próximo do Convento dos Irmãos Maristas. Eram servidores públicos aposentados, com todos os filhos casados e espalhados por esse Brasil afora.

A amizade entre os dois casais brotou nesses breves dias em que traçaram uma rotina comum. Banho de sol e mar aos primeiros raios solares, almoçavam juntos e repartiam um animado carteado durante a tarde, estendendo-se até quase meia-noite. Ambos eram exímios jogadores de canastra.

No domingo à noitinha, os dois casais se despediram, retornaram para Recife com promessas de trocarem visitas e planos de retornarem àquela praia nas férias do final de ano.

Algumas semanas depois, Gilda caminhava pela calçada da Praça Treze de Maio, para retirar algum dinheiro na agência da Caixa Econômica da Rua do Hospício. Qual não foi o seu espanto quando encontrou Roberto. Pararam e começaram a conversar animadamente defronte a um banco da praça, no qual estava sentado um senhor já bastante idoso que observava a conversa dos dois.

Gilda estranhou que as pessoas que passavam pela mesma calçada se viravam para ela e começavam a rir. E mais gente passava rindo da cara dela e parava a pouca distância formando um grupo que a observa, e ria dela sem parar. Ficou muito intrigada com aquela atitude das pessoas. Tão logo se despediu do amigo Roberto, indagou de alguns adolescentes que faziam parte desse grupo que dela ria: “Por que vocês estavam rindo tanto da minha conversa com aquele meu amigo?” “Xi, pessoal, a coroa tá pirada! Conversava com um amigo invisível?” Exclamou e em seguida indagou um deles. “É, a senhora estava falando sozinha. E aquele velhinho sentado no banco de frente foi o único que não riu de coisa tão estranha.” Disse-lhe outra adolescente. “Eu não estava falando sozinha. Aquele senhor que está sentado naquele banco ouviu toda nossa conversa. Vamos lá para provar isso.” Respondeu Gilda.

Retornou sozinha e indagou do velho: “O senhor viu se eu estava falando sozinha aqui na sua frente?” E o senhor respondeu: “Não senhora. A senhora estava conversando com um senhor de óculos, bigode, vestido numa camisa azul. Ao se despedir enviou lembranças para Lia, a mulher desse seu amigo”.

Intrigada com o fato, Gilda, tão logo retirou o dinheiro da Caixa, resolveu ir até a casa da amiga Lia para contar o que sucedera e saber se Roberto havia saído naquela tarde. Então entrou no primeiro táxi e rumou para os Aflitos.

Ao chegar no endereço que o casal amigo lhe fornecera, foi surpreendida com a saída de um caixão de defuntos. Chegou a tempo de ver a amiga Lia abraçada por uma mulher ainda jovem. Ao vê-la, Lia, em prantos, disse-lhe: “Eu pensei em lhe avisar da morte do Roberto, mas fiquei tão sem planos... Ainda bem que você veio.” E se abraçaram por algum tempo, dividindo aquela imensa dor.

Presença do sobrenatural? Reencontro com o amigo morto que veio avisar da sua partida definitiva? Essas indagações povoavam a cabeça de Gilda e as deixaram várias noites insones. Antes que enlouquecesse, procurou um médico amigo e este lhe recomendou uma consulta com frei Joaquim, um frade português, residente no Recife, que era parapsicólogo.

O parapsicólogo frei Joaquim explicou a Gilda que, ela, a amiga Lia e o velho que estava sentado no banco da praça possuíam uma percepção extra-sensorial e receberam uma comunicação telepática da amiga Lia, quando esta pensou em lhe comunicar a morte do marido. Nós, indivíduos ditos humanos, somente conhecemos dez por cento da nossa capacidade mental. Há nela poderes que para nós são ainda inexploráveis.

Nota: A história é real e os nomes dos casais são fictícios. O parapsicólogo Frei Joaquim esteve em Crato há mais de 20 anos e narrou esse fato no Auditório do Teatro Rachel de Queiroz.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

ORQUIDEAS - por Edilma Rocha

Pequeninas, belas e fortes, despenham em suavidade no colorido exuberante e peculiar...

O charme das orquídeas está na variedade de formas cores e perfumes...

Se todas fossem iguais perderiam o seu encantamento...

Algumas têm o colorido sofisticado em detalhes que parecem
a pele de um tigre, onça ou leopardo...

Algumas são conhecidas por "Chuva de Ouro" pelo pequenino tamanho
e amarelo brilhante...

Destacam-se pelas formas exóticas e combinações de cores
Umas sombrias,mas sem serem menos belas...
Surpreendem pela variedade e são milhares de espécies por todo o planeta
e brotam em prados secos ou úmidos, em relvados, matas temperadas, dunas,
rochas e no subsolo..
Suspensas com elegância no caule longo e frondoso nas árvores
nos troncos das florestas quentes e úmidas...

Desabrocham nas nas matas tropicais exalando
perfume, imensa beleza e suavidade...

Por Geraldo Lemos


Meus Filhos
Duas meninas, duas futuras mulheres chegaram a meu lar, no espaço de, exatamente, 5 (cinco) anos e um dia. Eram os primeiros frutos de meu casamento com Goretti.
Muitos enfeites, muito paparicado, laços e fivelas para cabelos. Enfim, tudo que as pudesse deixar mais lindas.
Eu as via e as admirava como um escultor observa sua obra. A mãe as ostentava, como um troféu. Lindas e amáveis preenchiam todo o lar.
Dois temperamentos diferentes. A mais velha, calada, calma, sempre caseira e organizada temperamento da mãe e meu retrato. Já Mabel, irreverente, fujona de casa, pregando suas peripécias, de dentes afiados, mordia todos os garotos e garotas de nossa rua. Todos a amavam. Na cidade e escola, era conhecida e admirada pelos amigos e colegas. Quantas vezes saiu do Banco, nas horas mais críticas, para procurá-la? Fazia-o de coração e não me arrependo.
Após 6 anos, parei em frente à COELCE, praça da Sé, e gritei para o amigo Darival:
Agora fiz um homem e é lindo!
Nome melhor não existia se não Geraldo José M. Lemos Filho.
Inteligente e estudioso já reinavam na casa. Cresceu, entrou para Faculdade. Em todos os esportes que eu o coloquei se destacou, com várias medalhas e hoje é o nosso atleta, forte, músculos no lugar e muito bonito.
Diga-se de passagem, todos eles se destacaram, nos colégios e faculdades, Direito (Geraldo) - Odontologia (Débora) - Turismo (Mabel). 

Geraldo Lemos

Por Geraldo Lemos

Hoje, me sinto mais velho.
Ao ligar o meu inseparável rádio, como sempre em uma emissora AM, ouvi a notícia de que é o dia do AVÔ.
Francamente, quando se fala de AVÔ, vem logo à nossa mente a figura de um velhinho cansado, alquebrado pelo peso da idade...
Será que não nos olhamos e nos vemos na pessoa desse ancião?
Só hoje é que descubro o quanto é bom ser avô. Nesta fase de nossa vida, voltamos a ser criança. Nossa idade, nossas experiências de vida, nossos apertos financeiros, as dores nas costas e o medo da violência do mundo são dissipados no sorriso daquela criança que rir, à nossa frente.
É bom ser avô, é bom ficarmos, nós e a vozinha companheira, segurando nas mãos do herdeiro que aprende os primeiros passos.
Certo dia, sei que muitos já o fizeram, surpreendi-me, engatinhando ao lado do meu neto, "pegando pareia", como dizíamos nos tempos de infância.
Neste dia, desejo a todos os avós que nasça em seus corações a mesma esperança que vislumbra nos olhos de nossos netos e que continuemos ao lado deles protegendo-os e transmitindo-lhes as experiências que acumulamos ao decorrer de nossa existência.

Por Geraldo lemos

FEIRA DO CRATO
Hoje é segunda-feira. Estou em plena Rua Senador Pompeu. Muitos carros, pessoas entrando e saindo dos Bancos.
De repente, meus pensamentos retroagem a 40 anos, década de 70.
Feira da rapadura, onde os produtos dos engenhos de cana-de-açúcar eram vendidos. Serviam como alimentos indispensáveis a todos. Substituíam os ofensivos à saúde, produzidos à base ele tóxicos e enlatados de péssima qualidade.
Havia até o "Clube da Rapadura", hoje demolido.
Dirijo-me a Rua João Pessoa. Sinto o cheiro de goma e farinha e o seu pó embaça os meus óculos.
Quanta fartura e alegria.
Nossas lojas. Pernambucana, Casa Abraão, Ernani Silva, Azteca, Thomaz Osternes, Vênus, Singer, Martins, Bar Cairu, Cascatinha, e tantos outros estabelecimentos comerciais atraiam os comerciantes de todo o Cariri e muitos Municípios de Pernambuco.
De repente, noto que estou na Rua Barbara de Alencar.
Bancas de variedades. O cheiro de abacaxi em minhas narinas. O gosto do doce de leite de Joaquim Patrícia adoça o meu paladar. Ouço um grito: "Ei, não deixa essa mulher ele rabo ele rato passar pra Sá, pois meu irmão Expedito o tem". Era a voz de Moacir. Nas barbearias de Mestre Zumba e Zé barbeiro, faziam-se corte de cabelo, a príncipe de Gales. Era preciso muito sabão e pedra ume os cortes da navalha. As mercearias Anor, beija flor e Ferragista estão lotadas clientes. As farmácias Dr. Rolim e José de Figueiredo vendem da "meisinha" a remédios de qualidade.
O bar elo Oiô está cheio e o cabo Morais, com muita moral e seu boné atravessado na cabeça, dirigia-se para lá.
No mercado, o Dr. Dalmir Peixoto examina o gado e porcos mortos.
Como se comia fígado, tripa, bucho e tocinho!
Era a feira do Crato. Uma verdadeira festa. Aproveitava-se para comprar tudo, exibir roupas novas e tomar pinga.
A medida para se comprar uma calça era o pescoço.
Hoje, segunda feira é dia comum, no Crato.
Francamente, sinto saudade daquele tempo bom.

Pensamento para o Dia 05/07/2010


Pensamento para o Dia 05/07/2010
“A capacidade de superar as tendências (Gunas) da Natureza (Prakriti) não é inerente a qualquer um; isso se trata de uma Graça do Senhor. E essa Graça é conquistada pela repetição do Nome de Deus (Japa) e meditação (Dhyana). A verdade deve ser experimentada a fim de que não possa escapar da consciência, e a disciplina necessária para isso também é Japa e Dhyana. Isso deve ser primeiro e claramente entendido: é impossível para alguém controlar as tendências de Prakriti, o poder é possuído apenas por aqueles que têm Prakriti sob contrôle e cujos comandos, Prakriti obedece. Prakriti é a base de tudo no Universo. É a base da Criação e da Existência. Tudo isso é Prakriti: homens ou mulheres, feras ou pássaros, árvores ou plantas; na verdade, tudo o que pode ser visto é inseparável de Prakriti.”
Sathya Sai Baba

Castro Alves


No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.


Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.

Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.

Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.

Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.



Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.


Canção do Boêmio

(RECITATIVO DA MEIA HORA DE CINISMO

COMÉDIA DE COSTUMES ACADÊMICOS)

Música de EMILIO DO LAGO



Que noite fria! Na deserta rua

Tremem de medo os lampiões sombrios.

Densa garoa faz fumar a lua,

Ladram de tédio vinte cães vadios.



Nini formosa! por que assim fugiste?

Embalde o tempo à tua espera conto.

Não vês, não vós?... Meu coração é triste

Como um calouro quando leva ponto.



A passos largos eu percorro a sala

Fumo um cigarro, que filei na escola...

Tudo no quarto de Nini me fala

Embalde fumo... tudo aqui me amola.



Diz-me o relógio cinicando a um canto

"Onde está ela que não veio ainda?"

Diz-me a poltrona "por que tardas tanto?

Quero aquecer-te rapariga linda."



Em vão a luz da crepitante vela

De Hugo clareia uma canção ardente;

Tens um idílio -- em tua fronte bela...

Um ditirambo -- no teu seio quente...



Pego o compêndio... inspiração sublime

P'ra adormecer... inquietações tamanhas...

Violei à noite o domicílio, ó crime!

Onde dormia uma nação... de aranhas...



Morrer de frio quando o peito é brasa...

Quando a paixão no coração se aninha!?...

Vós todos, todos, que dormis em casa,

Dizei se há dor, que se compare à minha!.. .



Nini! o horror deste sofrer pungente

Só teu sorriso neste mundo acalma...

Vem aquecer-me em teu olhar ardente...

Nini! tu és o cache-nez dest'alma.



Deus do Boêmio!... São da mesma raça

As andorinhas e o meu anjo louro...

Fogem de mim se a primavera passa

Se já nos campos não há flores de ouro...



E tu fugiste, pressentindo o inverno.

Mensal inverno do viver boêmio...

Sem te lembrar que por um riso terno

Mesmo eu tomara a primavera a prêmio..



No entanto ainda do Xerez fogoso

Duas garrafas guardo ali... Que minas!

Além de um lado o violão saudoso

Guarda no seio inspirações divinas...



Se tu viesses... de meus lábios tristes

Rompera o canto... Que esperança inglória...

Ela esqueceu o que jurar lhe vistes

Ó Paulicéia, ó Ponte-grande, ó Glória!...



Batem!... que vejo! Ei-la afinal comigo...

Foram-se as trevas... fabricou-se a luz...

Nini! pequei... dá-me exemplar castigo!

Sejam teus braços... do martírio a cruz!...

A FEIJOADA DE HENRIQUE CRUZ





HENRIQUE CRUZ -O REI DA FEIJOADA




A história de como Henrique aprendeu a fazer feijoada - quando era estudante de Engenharia em Recife - já foi contada no Cariricaturas por Carlos Esmeraldo; e teve gente que até pediu a receita.
Sempre com muito humor, Carlos já contou também outras histórias do amigo, principalmente as presepadas no Colégio Diocesano.
Mas isso já faz tempo. O bom agora é que Henrique se tornou um expert em feijoada. E ontem, na casa de sua irmã Flor, que mora aqui em Recife, ele ofereceu uma feijoada, para alguns amigos cratenses. Teve gente que foi convidada e não foi. Não sabe o que perdeu! Não é pra fazer inveja não, mas a feijoada tava demais!
A couve mineira chamou minha atenção,pois só na cozinha japonesa vi tanta arte no cortar dos legumes e verduras; a farofa deliciosa, os temperos da feijoada na medida, o caldinho, a capirinha, a cerveja... e o bate papo. Ah! o bate papo é um dos principais ingredientes de uma feijoada, assim acredito. Aliás, de qualquer encontro de amigos.
Pois é, elejo a amizade e a descontração como um dos segredos da alegria e do sabor da feijoada de Henrique.




Zé Luiz, Heron Abagaro, Joaquim, Flor, Socorro, Stela, Henrique

Volátil- por Ana Cecília S.Bastos

Quero as palavras que se volatizaram,
efêmeras,
enganosas,
vãs.
Mesmo assim as quero.
Vivo por elas,
tecido de areia movediça que se faz caminho,
que se fez cruz e redenção.

Maria Goretti

Portal dos Santos

Maria Goretti (Corinaldo, 16 de Outubro de 1890 — Nettuno, 6 de Julho de 1902) foi uma jovem católica italiana, declarada santa, com festa comemorada no mesmo dia de sua morte.

Em 1899, sua família mudou-se para Nettuno, onde viviam no mesmo edifício com a família Serenelli.

Aos doze anos de idade Maria Goretti foi atacada pelo vizinho Alessandro Serenelli (1882-1972). No dia 5 de Julho de 1902, Alessandro tentou violentar Maria, ameaçando-a com uma faca, mas a menina ajoelhou-se com medo de que Alessandro fosse para o inferno, e diante das recusas da menina, Serenelli esfaqueou-a 14 vezes. Inspirada em suas mestras Santa Cecília e Santa Inês, aceitou o martírio piedosamente. No dia seguinte, depois de perdoar seu assassino, Maria Goretti faleceu.
Imagem de Santa Maria Goretti que está no altar- mor da Capela de Santa Maria Goretti, em Currais Novos-RN-Brasil

Alessandro Serenelli foi condenado e passou 27 anos na prisão. Arrependido, tornou-se um membro da ordem Terceira dos Capuchinhos, que lhe deram abrigo.

Em 24 de Junho de 1950, o Papa Pio XII canonizou Maria Goretti, em uma cerimônia atendida pela sua mãe Assunta, e seu assassino, Alessandro.

Há várias igrejas, capelas e paróquias dedicadas à santa. Sua devoção se espalhou quase que instantaneamente após a canonização. Na América, a primeira igreja dedicada a ela é a Capela de Santa Maria Goretti, em Currais Novos (Rio Grande do Norte, Brasil), fundada em 1952. A cidade de Passos no sul de Minas Gerais, a homenageou dando-lhe o nome de um bairro.

Lauro Corona


Lauro Corona (Rio de Janeiro, 6 de julho de 1957 — Rio de Janeiro, 20 de julho de 1989) foi um ator brasileiro.
Nascido na classe média carioca, começou a trabalhar aos 16 anos como vendedor na butique da mãe. Um ano depois, partiu para a carreira de modelo e fez os primeiros filmes publicitários: propaganda para a Coca-Cola e o Bob's, e chamou a atenção do diretor Marcos de Sá.

Ao atuar na peça infantil Simbad, o Marujo, no Rio de Janeiro, foi descoberto pelos diretores e atores Ziembinski e Paulo José, que o convidaram para participar do especial de televisão Ciranda, Cirandinha.

A partir daí, participou de diversas telenovelas e filmes, tendo se destacado, inicialmente, em Dancin' Days (1978), de Gilberto Braga, em que era par da personagem de Glória Pires. Foi também presença de destaque em Marina, Baila Comigo, Elas por Elas, Louco Amor, Corpo a Corpo e Direito de Amar.

Estreou no cinema em O Sonho não Acabou, em 1982, e dois anos depois fez Bete Balanço, como par romântico da personagem de Débora Bloch.

Também alcançou algum sucesso como cantor e apresentador do programa Globo de Ouro, nos anos 80. Algumas das músicas são Não vivo sem meu rock, O Céu por um beijo e Tem que provar.

A última telenovela foi Vida Nova, de 1988, no papel de um imigrante português que namorava uma judia brasileira, interpretada por Deborah Evelyn.

Foi uma das primeiras personalidades brasileiras a morrer de complicações decorrentes do vírus da AIDS. O personagem na telenovela Vida Nova teve um final apressado, com uma viagem para Israel, por causa da doença do ator. A última cena mostrava um carro preto partindo numa noite chuvosa, ao som de um poema de Fernando Pessoa, declamado em off pelo próprio ator.

O atestado de óbito do ator apontou como causas da morte complicações como infecção respiratória, septicemia, infecção oportunista, miocardite, insuficiência renal aguda e hemorragia digestiva alta. Em nenhum momento foi citada a palavra AIDS, o que reforçou um comportamento adotado pelo jovem galã de telenovelas da Globo e os familiares nos últimos meses de vida: o de negar veementemente a doença. Lauro Corona não comentava com os amigos que era portador do vírus e nem aceitava a condição - tratava os sintomas das doenças oportunistas com homeopatia.

Os boatos de que estaria com AIDS surgiram em janeiro de 1989, quando o ator pediu afastamento da telenovela Vida Nova, na qual era protagonista, alegando estafa. Voltou dois meses depois, muitos quilos mais magro e com uma visível queda de cabelo. Logo em seguida mudou-se para a casa dos pais, isolando-se até mesmo dos amigos. Quando o estado de saúde piorou, foi internado, mas os pais proibiram o hospital de dar qualquer informação à imprensa sobre o estado de saúde do filho.

Lauro Corona morreu depois de nove dias internado e foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

wikipédia

5 de Julho - por Ernesto


Vários fatos a serem lembrados…

1) Em 5 de Julho de 1811, Simón Bolivar dirigia a primeira revolução vitoriosa pela independência na América Latina. Neste dia a Venezuela rompeu com o domínio da Espanha e se tornou a primeira nação independente de nuestra América!

Um dos maiores vultos da história latino-americana, Bolivar comandou as revoluções que promoveram a independência da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.

Bolívar sonhava com um grande país que ele chamou de “Pátria Grande”, unindo todas as nações da América Latina. O Brasil, único de língua portuguesa, foi também convidado para os primeiros encontros e participou das discussões da chamada Carta da Jamaica, onde o projeto de unificação foi detalhado.

2) Em 5 de Julho de 1922, no Rio de Janeiro, acontecia o levante conhecido como “Os 18 do Forte”. O levante deu origem ao movimento conhecido como “tenentismo”.

3) Em 5 de Julho de 1924, ainda sob a influência do “tenentismo”, acontece o Levante de São Paulo, originando a famosa Coluna Prestes que percorreu todo o país e é, até hoje, mundialmente considerada uma façanha militar inigualável. A Coluna Prestes percorreu mais de 24.000km pelo interior do Brasil, durante dois anos e meio, sem jamais ser batida pelas forças legalistas.A longa marcha foi concluída em fevereiro de 1927, na Bolívia. Mas o movimento é conhecido como “A Coluna Invicta”.

Telma Saraiva - uma das maiores expressões artísticas da nossa terra !


Existem revistas, as quais não possuo , com reportagens sobre Telma Saraiva . Na intenet foram compiladas 39.700 notas sobre o seu trabalho .
Motivo de orgulho para os seus filhos , essa mulher que nasceu , viveu , sonhou , sofreu , e se tornou história. ( Edilma Rocha Saraiva)

" Muito antes de Cindy Sherman, uma das mais respeitadas fotógrafas da segunda metade do século 20, começar a se fotografar em 1977, em Nova York, Telma Saraiva já espalhara sua extensa obra pelas casas do sertão do Cariri, interior do Ceará. Telma era especialista em fotopintura, uma técnica quase extinta hoje, que fazia muito sucesso na década de 40. Em cidades do interior, é comum encontrar esses retratos nas paredes das casas de família.O trabalho de Telma era inusitado e um tanto quanto pop para a época. Ela pintava auto-retratos baseados em filmes e artistas de Hollywood, conhecidos das salas de cinema do Crato (cidade onde nasceu e vive até hoje). Sua obra, até então nunca mostrada, foi descoberta recentemente pelo fotógrafo alemão Titus Riedl e ganhou exposição no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, e na Pinacoteca do Estado, em São Paulo, em 2006. "

Faltam 18 dias para a festa do Cariricaturas !

Ingressos à venda !
preço da mesa : 40,00 ( 4 lugares e um exemplar do livro Cariricaturas em prosa e verso)
na programação ,
-cerimonial de lançamento do livro 
-exposição de fotos pintura de Telma Saraiva
-presença da música de João Nicodemos
-coquetel
-performances poéticas
-4 hs dançantes ao som da banda de Hugo Linard.

Esperamos vocês, colaboradores e amigos leitores , no dia 23 de Julho , a partir das 20 h, no Crato Tênis  Clube ! 

reservas pelo telefone : 35232867 ( socorro moreira)
ou pelos e-mails :
sauska_8@hotmail.com
cblob@uol.com.br

Claude Simon



Claude Simon (Antananarivo, 10 de Outubro de 1913 — Paris, 6 de Julho de 2005) foi um escritor francês.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1985.