Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Por Geraldo lemos

FEIRA DO CRATO
Hoje é segunda-feira. Estou em plena Rua Senador Pompeu. Muitos carros, pessoas entrando e saindo dos Bancos.
De repente, meus pensamentos retroagem a 40 anos, década de 70.
Feira da rapadura, onde os produtos dos engenhos de cana-de-açúcar eram vendidos. Serviam como alimentos indispensáveis a todos. Substituíam os ofensivos à saúde, produzidos à base ele tóxicos e enlatados de péssima qualidade.
Havia até o "Clube da Rapadura", hoje demolido.
Dirijo-me a Rua João Pessoa. Sinto o cheiro de goma e farinha e o seu pó embaça os meus óculos.
Quanta fartura e alegria.
Nossas lojas. Pernambucana, Casa Abraão, Ernani Silva, Azteca, Thomaz Osternes, Vênus, Singer, Martins, Bar Cairu, Cascatinha, e tantos outros estabelecimentos comerciais atraiam os comerciantes de todo o Cariri e muitos Municípios de Pernambuco.
De repente, noto que estou na Rua Barbara de Alencar.
Bancas de variedades. O cheiro de abacaxi em minhas narinas. O gosto do doce de leite de Joaquim Patrícia adoça o meu paladar. Ouço um grito: "Ei, não deixa essa mulher ele rabo ele rato passar pra Sá, pois meu irmão Expedito o tem". Era a voz de Moacir. Nas barbearias de Mestre Zumba e Zé barbeiro, faziam-se corte de cabelo, a príncipe de Gales. Era preciso muito sabão e pedra ume os cortes da navalha. As mercearias Anor, beija flor e Ferragista estão lotadas clientes. As farmácias Dr. Rolim e José de Figueiredo vendem da "meisinha" a remédios de qualidade.
O bar elo Oiô está cheio e o cabo Morais, com muita moral e seu boné atravessado na cabeça, dirigia-se para lá.
No mercado, o Dr. Dalmir Peixoto examina o gado e porcos mortos.
Como se comia fígado, tripa, bucho e tocinho!
Era a feira do Crato. Uma verdadeira festa. Aproveitava-se para comprar tudo, exibir roupas novas e tomar pinga.
A medida para se comprar uma calça era o pescoço.
Hoje, segunda feira é dia comum, no Crato.
Francamente, sinto saudade daquele tempo bom.

Um comentário:

jair rolim disse...

Eita Geraldo, o melhor do cabo Morais foi um dia que ele cismou de prender Apolonio(aquele que vendia gibi em frente ao cine moderno) em plena praça Siqueira Campos. Ele corria atras de Apolonio e este atravessa o canteiro de flores e gritava cuiddo Morais é proibido pisar na grama. Morais contornava o canteira na perseguiçao a Apolonio. Apolonio repetia a façanha e gritava novamente, cuidado morais se pisaar na grama dou parte de você. Cabo Morais ja cansado e bastante irado dá ordem de prisao para o moleque Apolonio. Este dando-lhe um tremendo cotoco, responde taqui que eu vou. O que Morais, cheio de moral respondeu dando outro cotoco pois taqui que eu lhe levo.
Esta história passou para o folclore do Crato.
Muito boa as sua lembranças. Que voce juntamente com a Socorro continuem nos brindados com estas preciosidades
Abraços
Jair Rolim