Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 14 de novembro de 2009

Brumas

I
Se este coração apertado
não for reflexo do que a mente sonha

então o sofrimento humano
é uma farsa.

De nada adianta
o verso,
o pensamento

ambos suspensos
atravessados
pela sombra.

II
Se este ventre em chamas
não for refluxo de lembranças antigas

então a angústia humana
é galhofa.

De que serve
o verso,
o pensamento

ambos entreabertos
entrelaçados
pela dúvida.

Redentoras Bobagens

Alguém ganhou uma flor
esqueceu dentro do copo.

Passei por ela muitas vezes
não percebi o presente.

Até que em um estalo
dei-me conta

que aquela flor
não era mais de ninguém

abandonada no copo,
afogada na água suja.

Então agradecido
peguei-a,

levei ao nariz
seus cabelos com bobes

(não havia cheiro)

troquei a água,
passei uma esponja no copo

esqueci a flor sobre o armário
entregue ao seu silêncio.

Não tive surpresa:
a minha mão permanecera

uma mão sem perfume
sem esperança.

Sabores - Por Claude Bloc

Por de sol de hoje (14/11/2009)
.
Saboreio palavras,
mastigo rimas,
abraço versos
onipresentes.
Adivinho o sentimento
das entrelinhas.
Faço-me cúmplice
e fantasio
que a mim foram ditas
todas as palavras de amor
por mim foram cometidas
todas as loucuras...
Revelo-me
em todos os sonhos
no altar deste templo:
poesia da vida.

Texto por Claude Bloc
.

No repouso das horas noturnas.

No repouso das horas noturnas
No gemer do tempo silente
Estão as páginas amarelas de sempre
Desafiando-o sob a luz das tochas rubras

Estão as linhas pousadas nas pautas
Esperando a vigília de teu olhar insistente
Está a batalha do cansaço da vida diária
E a outra batalha noturna com os livros silentes

Está a mente do intelecto vazia
Preenchida gradativamente
Como o grão da ampulheta que cai

Formando o monte insistentemente
Está o tempo como desafio
Está você em luta consigo, permanentemente.

Imagem:Rembrandt. Parable of the Rich Man. 1627. Oil on panel. Gemäldegalerie, Berlin, Germany.

O Riso

Sempre soube,
não é segredo:

"muita luz cega."

Que farei agora
caolho de um
míope de outro?

A minha esperança
é que eu logo

me acostume
com a nova casa -

os móveis antigos
ainda no meio

ocupando espaço
despertando angústia.

Mas é o jeito,
não posso enganar o tempo -

cresceu a corcunda,
a cruz perdeu o peso.

Do alto da montanha
não sinto vontade

nem de arriscar um voo rasante
nem de enforcar o último monge.

Apenas espremo
uma espinha no queixo.

O Elevador Lacerda

Imponente e reconhecido como um dos ícones mais importantes do turismo de Salvador, o famoso Elevador Lacerda é muito mais do que uma ligação entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Trata-se de um verdadeiro cartão-postal com a generosidade de oferecer aos seus visitantes uma maravilhosa vista panorâmica da Baía de Todos os Santos. Ë por isso, que além dos próprios baianos, não há turista que chegue na cidade e não tenha vontade de vê-lo de perto e registrar tudo em muitas fotos.

Foi construído pelo engenheiro Augusto Frederico de Lacerda, sócio do irmão, o comerciante Antônio Francisco de Lacerda, idealizador da Companhia de Transportes Urbanos, utilizando peças de aço importadas da Inglaterra. As obras foram iniciadas em 1869 e, com os dois elevadores hidráulicos funcionando, em 8 de dezembro de 1873 ocorreu a inauguração, com o nome de Elevador Hidráulico da Conceição da Praia, no mesmo dia das comemorações de Nossa Senhora da Conceição da Praia, por sinal. A idéia era que a construção do elevador interligasse também as duas linhas de bonde Calçada/Praça Cayru e Graça/Praça Municipal.


Após a sua inauguração, passou a ser o principal meio de transporte entre as duas partes da cidade: a cidade alta e a cidade baixa.
Na estrutura inicial os passageiros tinham de ser pesados individualmente, e o peso total dos passageiros a serem transportados era calculado, somando-os até atingir o limite máximo de segurança.

Com 191 pés de altura (72 metros), o Elevador Lacerda foi erguido em duas torres. A primeira que sai da rocha e perfura a Ladeira da Montanha, servindo para equilibrar as cabines. Enquanto que a segunda fica mais visível e se articula à primeira torre, descendo até o nível da Cidade Baixa.

Funcionando através de um sistema completamente hidráulico, o monumento foi chamado de Elevador Hidráulico da Conceição, depois de Elevador do Parafuso.

Só em 21 de junho de 1896, por decisão do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB), foi batizado com o nome do seu criador, sendo consagrado Elevador Antônio de Lacerda, e logo depois simplificado.

Estilo "art décor"

Em julho de 1906, o elevador precisou parar para ser submetido às obras de eletrificação. O novo sistema foi inaugurado em janeiro do ano seguinte. No ano de 1930, novas mudanças: as duas cabines originais que transportavam até 23 passageiros, foram substituídas por outras quatro novas com capacidade para 27 pessoas cada uma delas, aumentando assim o conforto para os usuários daquela época. Também nessa época, já na propriedade da Companhia Linha Circular de Carris da Bahia, o Elevador Lacerda ganhou o seu atual estilo "art décor " .

A primeira revisão em toda estrutura arquitetônica do elevador ocorreu no começo dos anos 80. Já os equipamentos elétricos e eletrônicos passaram uma séria revisão em 1997.

Na década de 50, o Elevador passou a fazer parte do patrimônio da Prefeitura Municipal do Salvador e em setembro de 1997, na gestão do atual prefeito, Antônio Imbassahy, ganhou iluminação cênica, valorizando ainda mais sua beleza.

· Em 7 de dezembro de 1996, o Elevador Lacerda foi tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Tramas

I
Meus olhos veem
coisas abstratas

passeando pelas paredes
debruçando-se sobre a cama

somem,
reaparecem

visíveis,
enlouquecedoras

e no exato momento
que me levanto

o raio de luz desloca-se
por debaixo da porta do banheiro

entra no vaso
flutua

II
Um raio de luz
que desce dos céus
em uma tépida tarde

é capaz fingir-se
muitas coisas,

muitas coisas visíveis
abstratas

e nem a descarga
força-lhe o sumidouro

uma vez que ainda flutua
dentro do vaso

apenas o raio
um raio de luz
em tarde de trégua -

aberto,
transparente.

Mostra Sesc Cariri de Cultura: do mundo ao sertão

Teatros, praças, centros culturais, escolas e até mesmo a casa do próprio espectador são transformados em palcos durante a Mostra SESC Cariri de Cultura. A décima primeira edição do evento acontece até 20 de novembro em 15 cidades do Vale do Cariri, no sul do Ceará, e depois continua em Fortaleza, entre 21 e 26 de novembro. A programação movimenta mais de 600 artistas de 11 países, em espetáculos de teatro, literatura, música e audiovisual, excursões gastronômicas, debates e oficinas. As apresentações devem atrair cerca de 300 mil pessoas à região.

No Vale do Cariri, o público pode acompanhar a programação em espaços culturais, praças e escolas nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Nova Olinda. Durante o evento outros 11 municípios da região recebem apresentações itinerantes, formando o Circuito Patativa do Assaré. Os espetáculos trazem artistas de Portugal, Argentina, Uruguai, Finlândia, França, Colômbia, Cabo Verde, Cuba, Espanha e Alemanha, além de grupos do Brasil.

Na programação, a Mostra SESC Cariri de Cultura apresenta uma variada interação entre o espectador e os artistas. Em várias apresentações, eles descem do palco e transformam o público em parte do espetáculo. Ainda mais ousada, a peça teatral Bineural-Monokultur, dos argentinos Ariel e Christiane, usa como locações as próprias casas dos espectadores. O Grupo Pedras de Teatro, do Rio de Janeiro, convida o público a se sentar à mesa de jantar durante a apresentação do espetáculo Mangiare.

Durante a Mostra ocorre ainda o seminário Arte e Pensamento – A Reinvenção do Nordeste. A conferência acontece entre os dias 16 e 19 em Juazeiro do Norte e promove palestras sobre as produções artísticas e culturais da Região Nordeste na atualidade. Entre os convidados estão Daniel Lins, filósofo e professor associado da Universidade de Paris, e Durval Muniz de Albuquerque Jr., pós-doutor em história pela Universidade de Barcelona.

No encerramento da Mostra na região do Cariri, em 20 de novembro, diversos artistas participam do OverDoze. O evento acontece em Crato, com programação variada durante 12 horas ininterruptas. Com espetáculos de várias linguagens, o OverDoze traz um compacto do que foi apresentado nos dias anteriores. Em Fortaleza, o público se despede da Mostra no dia 26 com uma aula-espetáculo do escritor pernambucano Ariano Suassuna, no CineSESC São Luiz, e com diversas apresentações na Praça do Ferreira, ponto central da cidade.

Acesse AQUI a programação completa.

Fonte: SESC

A Cola do Henrique – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Nesta sexta-feira 13, eu e Magali participamos de um agradável jantar, a convite do nosso amigo e meu ex-colega do velho Colégio Diocesano do Crato, José Henrique Vieira da Cruz, que nos anos sessenta era conhecido em todo o Crato por “Henrique da Pernambucana.” Para nós, seus colegas do Diocesano, ele era simplesmente o “Nêgo Henrique”, cheio de bossa, criador da “Charanga da Pernambucana” que animava o carnaval de rua cratense. Também foi o fundador da “Sociedade Esportiva Buchada”, uma entidade que, como o nome bem sugere, reunia todos aqueles que gostavam de jogar futebol de salão, mas por jogarem com uma bola bem “quadradinha” eram injustamente relegados pelo selecionado do colégio.

Henrique relembrou para nós muitas histórias daquela época que vale a pena contar. Uma delas era sobre uma “cisma” que Monsenhor Montenegro tinha com ele. Diretor do Colégio e nosso professor de Inglês e OSPB, apesar de austero, o monsenhor tinha muito carinho pelos seus alunos. Para ele, “Henry”, como assim o chamava, “pescava” nas provas de suas duas disciplinas. E tinha toda razão.

Naquela época as carteiras escolares eram para dois alunos, o que possibilitava a visualização de tudo aquilo que o colega ao lado escrevia. Henrique sentava-se na mesma carteira com um colega estudante de inglês no IBEU, cujo programa era bem mais avançado. Os dois combinaram que fariam um acordo de permitir que um pudesse “olhar” o que o outro escrevia. Nas provas de inglês Henrique copiava quase tudo que o colega escrevia, com o cuidado de cometer alguns erros de propósito, de modo a tirar uma nota um pouco inferior que à do colega. Após a prova corrigida, eram devolvidas aos alunos com a respectiva nota. Numa delas, Henrique recebeu sua prova sem nota. Foi perguntar ao monsenhor por que sua prova não estava corrigida. “É a mesma prova do seu colega do lado. Na próxima eu quero ver você colar. Vai se sentar sozinho, bem aqui na minha frente.” Disse-lhe o monsenhor, sob protestos do Henrique de que havia uma questão em branco. O desafio foi lançado. Como não havia mais nenhuma prova de inglês, a seguinte seria de OSPB. Na véspera dessa prova, Henrique preparou uma cola num pedaço de papel um tanto quanto espesso, amarrou-o com uma liga presa na parte inferior da calça, de modo que a folha de papel ficasse rente as meias do sapato. Tudo ele programou, visualizando antecipadamente todas as possibilidades. No dia da prova Henrique disse ao colega: “Ele vai me chamar para frente e eu pego o teu livro de OSPB para levar comigo. Então ele vai me mandar deixar o livro na carteira.” Foi dito e feito conforme o programado. “Deixe o livro na carteira Henry. “Está pensando que hoje você vai colar!”– Disse-lhe o monsenhor. Era o que Henrique queria. Sentou-se numa carteira estrategicamente colocada ao lado da mesa do professor. Durante a prova, a cada descuido do monsenhor, Henrique puxava pela liga e copiava alguma coisa. Mas como antecipadamente dedicara um bom tempo para preparar o seu artefato de pesca, muita coisa havia aprendido e ia respondendo sem necessidade de colar.

No dia da entrega das provas o monsenhor exclamou: “Estão vendo! Quando o Henry quer ele estuda!” A classe inteira soltou uma estrondosa gargalhada.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Não Comerei da Alface a Verde Pétala - Vinicius de Moraes

Uma outra (al)face de Vinicius de Moraes...

Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.

(Iludia-se o poeta. Num tempo em que as coisas andaram meio pretas, ele teve que se enquadrar direitinho e andou comendo legumes na água e sal como qualquer outro).
>
Extraído do livro "Para Viver um Grande Amor", Livraria José Olympio Editora S. A.- Rio de Janeiro, 1984, pág. 84.
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Alice não mora mais aqui - por Glória Pinheiro


Bem, meus amigos, este "causo" que afirmo ser verdadeiro não aconteceu na roça e sim na cidade grande. Alguns nomes guardarei sigilo, por uma questão de prudência.
Vamos lá!

Para aliviar o cansaço do trabalho intenso, durante a semana, algum tempo atrás, Vicente costumava jogar futebol aos sábados. Acabava o jogo iam beber cerveja regada a uma conversa agradável. Enquanto isso eu ia ao Iguatemi ou a um salão de beleza. Geralmente Vicente retornava no início da tarde. Quando retornava lá vinham as novidades! Um dia passaram a jogar num campo de futebol de Rivelino; outro dia era um repóter da Globo, sempre a trazer novidades... Um dos amigos, - desde meados dos anos 70 - tinha sido presidente do CNPq, antes já havia presidido uma estatal no Chile, de Allende, um nordestino fanático por futebol, bastante espirituoso. Era daqueles que apreciava uma boa seresta, para isso, gostava de levar Luiz Vieira para cantar em sua casa. A turma era bastante amiga, unida e divertida.
..
Alice, mineira de Belo Horizonte, uma senhora já beirando 70 anos de idade, batalhadora, desde a época da Jovem Guarda, possuía seu salão de beleza à Rua Oscar Freire ao lado da Rua Augusta, maquiadora de algumas cantoras daquela época, mantinha boa amizade com a cantora Vanderléia, até então. Nos últimos quinze anos Alice transferiu seu salão para um sobrado conjugado e recuado numa rua mais simples, nem por isso perdeu a clientela de toda a família de um certo empresário, naquela época, presidente da FIESP. Alice tinha um coração do tamanho do mundo. Treinava muito bem suas funcionárias. Uma vez por ano costumava ir à Portugal, tinha por hábito levar uma ou outra funcionária para que melhorasse de vida naquele país. Uma delas com o casamento recentemente desfeito e muito breve, com a desilusão amorosa, resolvera aproveitar aquela oportunidade, esta era uma de suas melhores funcionárias, embora pouco importasse para Alice, levava mesmo assim e recomendava aos seus familiares, quando voltava para o Brasil a moça já estava empregada.
.
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Por outro lado, Alice tinha verdadeiro pânico de assalto. Certa vez chegou um casal no salão, como a mulher, muito curiosa, fez algumas perguntas sobre o salão, no que se refere aos produtos e equipamentos já foi o suficiente para Alice, com a pulga atrás da orelha, sair na pontinha dos pés, dirigindo-se à casa ao lado. De lá, telefonou alertando que tivessem bastante cuidado que aqueles dois eram assaltantes. Ou seja, livrou sua pele numa boa sem com isso deixar de assustar quem recebeu a mensagem que por sua vez passou o "comunicado" adiante.
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Certo sábado toca a campanhia um homem de camiseta, bermuda, uma pochete preta na cintura, cabeça abaixada procurando algo na pochete. Alice da janelinha da porta observando aquele movimento, pergunta se é um assalto e se o homem estava armado, quando escuta a confirmação. Nisso entra Alice toda esbaforida, correndo e muito agitada anunciando que o assaltante estava armado com um revólver. Querendo proteção e proteger a todos, mas sem saber o que fazer, embora a porta continuasse fechada.

.Naquele instante imaginei que o assaltante já estava na recepção, já havia dominado dona Catarina, a recepcionista sueca, muito amiga de Alice há mais de 40 anos. Quase pulei uma janela que dava para uma escadaria que levava ao porão da casa, no mínimo quebraria uma perna. Instante depois aparece Alice, dizendo: - Ahhhhh é o esposo da G l ó r i a, não reconheci... O susto foi grande e o alívio foi geral.
..
Em 1995 mudamos para os arredores de São Paulo, algum tempo passado, ainda retornei àquele salão aconchegante. Depois retornei, mas Alice estava viúva e resolveu juntar-se aos irmãos que vivem em Belo Horizonte. Desejo a você Alice, tudo o que for de melhor.

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Por: Glória Pinheiro
(Postado também no Sanharol)
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Uma boa escolha - Aprenda a fazer FRICASSÊ

O sábado amanheceu ensolarado aqui em Fortaleza e eu com uma dúvida tremenda, pois não havia pensado em nada para o almoço. Queria preparar algo diferente e que ao mesmo tempo tivesse um sabor marcante. Foi então que me lembrei desta receita que me foi dada de presente por minha amiga Dinorah (de Belo Horizonte). Fazia tempo que não a havia preparado, mas resultado foi tão surpreendente quando a preparei que resolvi publicar aqui no blog para deleite de todos.

À princípio parece ser de preparo complicado, mas é muito fácil de fazer e o que é mais importante, não demanda muito tempo.

1. Fricassé de camarão

• 1 lata de creme de leite
• 1 lata de milho (sem a água)
• Queijo ralado a gosto
• 1 kg de camarão cozido
• Salsa
• Cebolinha
• 300 g de mussarela picada
• Batata palha
• Cebola
• Tomate


1. Deixe o camarão sem casca de molho no limão com sal por um tempo
2. Faça um refogado com a cebola tomate, alho, salsa e cebolinha e cozinhe o camarão
3. Bata no liquidificador o milho com o creme de leite e um pouco de queijo ralado
4. Num pirex, coloque o camarão sem caldo, jogue o creme batido por cima do camarão, um pouco de batata palha, não muito se não fica duro, coloque a mussarela e queijo ralado, leve ao forno até derreter a mussarela
5. Pode colocar champignon, a mussarela tem que ser picada se não fica ruim para cortar.


2. Fricassé de camarão

Ingredientes desta receita:

• 1 kg de camarão de boa qualidade ( tamanho médio)
• sal
• 1 colher de chá de alho picadinho
• suco de limão
• 1 lata de milho verde
• 1 lata de creme de leite
• 1 copo requeijão cremoso
• 1 pacote de queijo ralado

Modo de preparo desta receita:

1. temperar o camarão com sal, alho e limão com antecedência de uns 20 minutos.
2. refogue-o rapidamente e coloque-o num refratário
3. bater no liquidificador o creme de leite, o milho, o requeijão e cobrir o camarão
4. polvilhar com queijo ralado e levar ao forno por uns 20 a 25 minutos ou até gratinar.

*Para quem não come camarão

3. Fricassé de frango

Ingredientes

1 kg de peitos de frango limpos e inteiros
1/2 xícara (chá) de vinho branco seco
suco de 1/2 limão coado
4 dentes de alho socados
1 colher (sopa) de sal
pimenta branca a gosto
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1 cebola média picadinha ou ralada
1 lata de molho de tomates
1 colher (sopa) de extrato de tomates

Modo de Fazer

Tempere os peitos de frango com o vinho branco, o suco de limão, o alho socado, sal e pimenta a gosto e deixe marinar por 1 hora. Em seguida, refogue o frango na manteiga, adicione a cebola picada e o molho de tomates e deixe cozinhar, respingando um pouco de água se houver necessidade. Deixe esfriar, desfie o frango e reserve o molho para o creme.

Creme

1/2 litro de leite em temperatura ambiente
200 g de creme de leite fresco
3 gemas de ovos grandes peneiradas
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de molho do frango (reservado)
3 claras batidas em neve dura

Modo de Fazer

Bata todos os ingredientes no liquidificador e leve ao fogo em uma panela média, mexendo sempre, até ferver e engrossar. Junte o frango desfiado e reservado, às claras em neve e envolva delicadamente. Empregue na montagem.

Demais Ingredientes

200 g de presunto cozido fatiado e cortado em cubinhos
1 copo de requeijão cremoso em temperatura ambiente
2 xícaras (chá) de batata palha

Montagem do Fricassé:

Em um refratário retangular grande ligeiramente untado com manteiga iniciando com todo o creme de frango reservado, presunto picado, regue todo o requeijão cremoso e finalize com a batata palha. Por último, leve ao forno pré aquecido na temperatura de 200ºC e deixe até que esteja borbulhando.

Sugestão: Sirva com arroz branco e salada verde.

E então, tá esperando o que? Mãos à obra!

Repente

que sábado massa
de alfenim quente

entre os dentes
um suspiro -

meu filho
no playstation

minha mãe na canção nova

meu diabinho resmungando
meu anjinho fazendo a unha

lá fora um sol tomando a calçada
as árvores mostrando as saias

que sábado perfeito
de bila no buraco

sem tremer o queixo
sem arroubos

um sábado encantado
de achar dinheiro

no armazém da esquina

em seguida
ganhar aquela musa

com suas coxas grossas
com suas meias jazz

chupar um picolé de morango
sujar as mãos, lamber os dedos

sonhar sem fim
até o fim dos sonhos

acordar assustado
supondo mijo na cama

mas são sonhos

sonhar sem fim
até o fim dos sonhos

um dia eu entro
no meu coração
faço sala

rejeito beber sozinho
um cafezinho quente

espero a outra metade
uma fábula

tenho quarenta e quatro
como está minha próstata?

ABRIR A CORTINA DO EU - Por Emerson Monteiro


Venha comigo. Vamos juntos erguer a barra do horizonte e vislumbrar algumas imagens resistentes ao esquecimento. Parei, ouvi ruídos e flagrei, circulando sorrateiras nesse espaço que habita a fronteira de mim com a memória, algumas ideias do mundo divisório, transcendental, filhas infinitas do ativo das horas e do ritmo trepidante lá no sótão pegajoso das pausas que pulsam sem parar, limite de coisas e inexistências.
Essas nuvens tradicionais de palavras conhecidas, sentimentos às vezes impetuosos, impacientes poças d’água espalhadas ao longo do caminho, deslizavam ligeiras em propulsão acelerada sob pés indecisos desta sombra que passa numa velocidade selvagem, cativa de atitudes ferinas, a conduzir fragmentos ao final de vários dias, causando reviravoltas no céu, algazarra festiva de andorinhas alegres, inconsequente bando afogueado de colegiais no intervalo das vidas.
Formas de juventude eterna, momentânea. Tudo possibilidades juvenis, sonhos afinados com o vento, feira livre de escorregadias ilusões, lógica perene de turmas de formação e contextos impostos por saltimbancos autoritários, na cena que se abre ao expectador sequioso de nós próprios, riscos, papéis, recordações, arquivos jogados fora, lama fermentada de velhos aniversários e alucinada comemoração.
Com isso, a vontade farejava encontros novos, cruzamento genético de letras e sentido, forçando com bravura o pulmão do parágrafo e gerando blocos consistentes de valores, na alma dos calendários, marcas doridas, atos contidos de luzes, cicatrizes, aventuras, pontos assustados no azul do firmamento, corpos suados de notas musicais e pinceladas agressivas, sonhos absurdos, sementes plantadas em outra dimensão, calada, quieta de querer, dentro das dobras dos corações celerados. Energia que circulava toda a pele do momento, tatuagem de cascas de árvore estóica, vítima do imprevisível carrasco pontiagudo, fagulhado, passado de folhas secas na cascata das eras, tintas e sons assoberbados de dúvida ao impacto da emoção cristalina.
Com passos calculados, cuidadosos, de fera na busca do alimento, ações sincopadas, o espectro arrisca estender mãos no oco do imediato e lota de influência cada aspecto no seguinte do imaginário, e avança clandestino pela greta entre as moléculas da ânsia, corredor vazio diante da sequência dos acontecimentos, película dirigida autor genial, mestre do inesquecível e sábio todo imortal.
De pronto, cresce nos olhos clínicos um tato suficiente a florir de esperança fumegante o desejo, na areia da permissão, ainda que, consigo, traga germes de interdição, todavia, consistente qual meteoro enlavecido na farra vertiginosa da transformação dos impulsos em matéria prima, metamorfose de açúcar em sal, mel em pólen.
Houvesse circunstância favorável, abrir-se-ia a cortina num volteio de brisa, aos acordes do silêncio adormecido na leveza do mistério. Então, luvas crispadas, nervosas, romperiam a vitrine da memória, e poemas e prosas jorrariam em traços e sílabas, silvos e gemidos, inundando a antessala do furor, lívidos atores do espetáculo do alvorecer, e pediriam à orquestra que jugulasse a noite com fanfarras maravilhosas. Entretanto, o pano só se renderia aos metais, largando desenhos conclusivos no ar platinado, sonoro, carrancudo, da presença do senhor e soberano do inevitável tudo Isso.
Por Emerson Monteiro

Pensamento para o Dia 14/11/2009



“Quem é você? O Atma. De onde você veio? Do Atma. Para onde você vai indo? Ao Atma. Quanto tempo você estará aqui? Enquanto estiver envolvido em buscas sensuais. Onde você está? No mundo irreal e mutável. Em que forma? Como aquele que não é o Atma (Anatma). Em que você está interessado? Em tarefas efêmeras. Portanto, o que você deveria fazer daqui por diante? Abandonar tais tarefas efêmeras e esforçar-se em fundir-se ao Atma.”
Sathya Sai Baba

Memórias da ditadura militar na Bahia continuam encobertas, aponta comissão.

Presidente da comissão, Alessandra Prado, mostra documentos de militantes durante ditadura na BA
.
Criada com a missão de recuperar documentos do período da ditadura militar na Bahia, a Comissão Especial Memórias Reveladas está sentindo na carne o que é o jogo de empurra-empurra das Forças Armadas e dos órgãos que estiveram envolvidos na repressão às ações políticas de esquerda. Quatro meses depois de instituída, a comissão não tem ideia de quando terá acesso aos arquivos que ajudarão a reconstituir o período da história do País que vai do golpe de 1964 à abertura política em 1885.

Os ofícios que a comissão encaminhou aos ministérios militares, solicitando o acesso aos registros do período, deram em nada. A Marinha optou pelo silêncio. O Exército e a Aeronáutica alegaram que a solicitação deveria ser feita ao Ministério da Defesa. E o ministro Nelson Jobim sequer respondeu ao documento, que foi encaminhado pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Nelson Pelegrino.

Revanchismo - Não foi diferente na superintendência estadual da Polícia Federal. A direção informou que os documentos foram enviados à sede do órgão, em Brasília. Lá, disseram que todos os documentos da década de 60 e 70 do século passado encontravam-se no Arquivo Nacional da capital federal. Este, por sua vez, informou não ter sido encontrado, no lote que recebeu da PF, nenhum registro relativo à atuação de militantes na Bahia.

É nesse compasso que caminha o trabalho da Comissão Especial Memórias Reveladas na Bahia. Um resultado “frustrante”, como admitiu a coordenadora da comissão, Alessandra Mascarenhas Prado, salientando que o acesso ao acervo em posse de órgãos oficiais é a principal tarefa da comissão.

Alessandra atribui ao “temor de revanchismos e punições” a resistência de setores das Forças Armadas em abrir os arquivos do período da ditadura militar. Uma visão equivocada, no seu entendimento. “O projeto visa a outra coisa. Quer resgatar o respeito da nossa história, e os documentos ainda desconhecidos são parte dessa memória”, assinala a coordenadora.

Não fossem depoimentos gravados, fotos, cartas e desenhos de arquivos particulares de ex-presos políticos baianos e cerca de 30 processos de ex-presidiários que estavam em posse do Conselho Penitenciário do Estado e da Penitenciária Lemos Brito – além de 1.128 folhas digitalizadas de documentos da extinta Polícia Política da Bahia, cedidas pelo Arquivo Nacional do Rio de Janeiro –, o trabalho da comissão poderia ser considerado nulo.

Entre os registros estão o que foi cedido por ex-presos políticos da Penitenciária Lemos Brito, como um desenho feito por Carlos Zanetti do companheiro Magno Burgos, que morreu semana passada, aos 80 anos. Mais velho dos detentos da Galeria F, ocupada por presos políticos, Burgos ultrapassara os 40 anos quando chegou à cadeia. Presos, como José Sérgio Gabrielli, Emiliano José, Jorge Almeida, Carlos Sarno e Paulo Pontes tinham entre 19 e 25 anos.
.
Por Patrícia França
Fonte: Jornal a Tarde
.

Uma lágrima

Uma lágrima de sal
Para as mortes distantes
Para as mortes de entes
Como eu e você, como agora e antes
Chora a parafina na vela, no castiçal
Chora a luz bruxelante, nesse silêncio de umbral
Uma lágrima para os mortos de Unganda,
Uma lágrima para o afegão.
Uma lágrima na tua consciência
É desde já uma revolução.
Uma oração pelos cambojanos,
Uma reza pelos cubanos fuzilados no paredão,
Onde hoje o sol brinca com as cores de sangue
Espichadas, que escorreram pelo chão.
Uma lágrima de sal, pela fome no Butão
Uma oração antes do café da manhã
Antes de qualquer comemoração.
Uma lágrima de sal, para adoçar o teu mar
Para descortinar essas trevas,
Para fazer de conta que você se importa.

Foto: Nuno Ferreira

Meus versos sou eu - Por Claude Bloc

Descobri muito cedo
que eu era poema.
... não apenas uma menina
insistindo em crescer
mas uma mulher
flor desabrochando
para a vida.
Desde então
vivi a poesia.
Os versos?
meus mantras no amanhecer,
meu sol ao anoitecer.
Meus versos
sou eu
sem pudores.

Texto e foto por Claude Bloc
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Você ! Você aí mesmo/a! - Por Claude Bloc


Bem que eu gostaria que alguém me visse no meio destas linhas. Se por acaso alguém entendesse aquela palavrinha ali. Aquela frase acolá. Mas... deixa pra lá.

Você provavelmente já se esqueceu, não é? Há pelo meio do caminho algumas metáforas, algumas palavras fantasiadas. Você certamente nem se lembra mais do que eu disse, e não se preocupou em me estudar, entender este sentimento que me liga a você. Concordo. É difícil de entender. Mas você leu inúmeras vezes o que lhe dediquei. Você aí mesmo. Você que está me lendo neste momento. Era só abrir um pouquinho mais os seus olhos... era só olhar um pouquinho mais para dentro de minha alma...

Você não enxergou além de palavras. Simples palavras, breves parágrafos com uma estória, simplesmente para que alguém me visse no meio dessas linhas...

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Por Claude Bloc

Almir Sater


.Nascido em Mato Grosso do Sul, desde os doze anos já tocava viola. Aos vinte anos mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito, mas desistiu da carreira de advogado, tornando-se um músico, motivado incialmente por escutar no Largo do Machado uma dupla tocando viola caipira . Então dedicou-se ao seu estudo, tendo Tião Carreiro como mestre.
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Retornou à Campo Grande onde formou a dupla Lupe e Lampião com um amigo, adotando Lupe como nome artístico. Em 1979 foi para São Paulo, onde iniciou um trabalho com sua conterrânea Tetê Espíndola, acompanhando também a cantora Diana Pequeno. Gravou seu primeiro disco em 1980, contando com a participação de Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e Paulo Simões. Fez parte da geração Prata da Casa, no início dos anos 80, sendo uma das principais atrações do movimento que juntou os maiores expoentes da música sul-mato-grossense.
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Comitiva Esperança
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Juntamente com o parceiro Paulo Simões, com o maestro e violinista Zé Gomes, o jornalista, crítico e pesquisador Zuza Homem de Mello e do fotógrafo Raimundo Alves Filho, inicou uma comitiva que explorou o Pantanal, realizando registros fotográficos, pesquisando o modo de vida dos pantaneiros enquanto percorriam o Paiaguás, Nhecolândia, Piquiri, São Lourenço e Abobral. Esse projeto resultou em um documentário co-produzido por Almir Sater e Paulo Simões

Carreira na televisão
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Estreou como ator na telenovela Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, pela Rede Manchete em 1990. Em 1991 protagonizou, ao lado de Ingra Liberato a novela A História de Ana Raio e Zé Trovão, de Marcos Caruso, pela mesma emissora.

Paralelamente, Almir estabeleceu duas ricas parceria com Renato Teixeira e Sérgio Reis criando verdadeiras pérolas do cancioneiro regional-popular.

Exímio violeiro, seu estilo caracteriza-se pelo experimentalismo, a utilização de diversas afinações diferentes e o resgate da música regional. Suas influências vão de Al Jarreau e Beatles às músicas mineira, andina e caipira/sertaneja tradicionais. Também toca violão e charango. Os personagens vividos pelo ator possuiam essas características, como pode ser visto em O rei do gado, de Benedito Ruy Barbosa, pela Rede Globo, em 1996, onde seu personagem fazia dupla com o personagem de Sérgio Reis, "Pirilampo & Saracura", tendo gravado, inclusive, músicas na trilha sonora da novela.

Sua última aparição como ator foi na telenovela Bicho do Mato, de Bosco Brasil e Cristianne Fridman, pela Rede Record, em que interpretava a personagem Mariano. Foi um remake da telenovela homônima, de Chico de Assis e Renato Corrêa e Castro exibida pela Rede Globo em 1972.
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Tocando em Frente
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Almir Sater
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz



Wolfgang Amadeus MOZART


“Um músico é alguém que viveu e que pecou, que recorda sentimentos, fraquezas, cujo arrependimento e sensação de nostalgia e remorso transparecem na música que executa e, por isso, consegue arrebatar a assistência, cujos pontos fracos são também os seus.”

Yehudi Menuhin, Violinista e defensor dos direitos do Homem
(n. Nova Iorque 1916 – f. Berlim1999)

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“Não consigo escrever poesia: não sou poeta. Não consigo dispor as palavras com tal arte que elas reflictam as sombras e a luz: não sou pintor... Mas consigo fazer tudo isso com a música...”

Wolfgang Amadeus Mozart
(n. Salzburg 1756; m. Viena 1791)

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1756-1791

O gênio austríaco, Wolfgang Amadeus Mozart, nasceu em Salzsburg em 1756 e foi um fenômeno durante toda sua vida.

Aos três anos já conseguia tirar melodias do cravo, e chorava quando alguém tocava alto demais ou de forma muito discordante.

Aos quatro anos já tocava violino e cravo de forma tão fluente quanto uma criança com o triplo de sua idade e o triplo de tempo de estudos musicais.

Aos cinco anos Mozart já compunha minuetos e outras peças pequenas, porém, todo este poder critativo e musical não era visto por seu pai apenas com alegria, mas também com muito medo e alarme.

O pai de Mozart não tinha a menor idéia de como e o que mais poderia ensinar ao filho, pois este não gastava mais do que 30 minutos para solucionar os problemas mais complexos que o pai lhe oferecia.

Vaidoso, o pai de Mozart estremecia diante de tal genialidade, porém, não deixou de tirar dela tudo o que pode.

"Aproveitou" todo o poder criativo de seu pequeno filho para adquirir uma pequena fortuna. Levava-o para as casas aristocráticas e principescas e fazia-o executar alguns jogos musicais. O que fez com que Mozart passasse a maior parte de sua infância e adolescência viajando.

Mesmo tendo uma vida totalmente movimentada, aos 12 anos Mozart já era um compositor de altíssima qualidade, seus "métodos" de composição, no entanto, eram um tanto quanto diferentes.

Por ter tido uma vida cheia de viagens, Mozart criou uma maneira de compor só sua: primeiro ele criava a música em sua cabeça, até em seus menores detalhes, enquanto fazia outras coisas como jogar bilhar, ensinar piano, etc. Depois, logo que tinha a oportunidade de sentar-se em frente a uma partitura em branco, escrevia a música que trazia em sua cabeça com tal fervor e rapidez que não houve quem não tivesse ficado impressionado com tamanha força criadora.

Escrevia a música como se estivesse apenas copiando uma partitura que já sabia de cor.

Esta infância atribulada, porém, teve uma forte influência sobre sua personalidade. Alegre e encantador, Mozart ficava a vontade logo após ser apresentado a alguém, entretanto, achava muito difícil formar amizades mais duradouras e profundas. Sua infância o tornara um homem superficial em suas relações.

Mozart levou esta maneira leviana de viver até a sua idade adulta, pois mesmo casado e pai de família, mudava-se continuamente (chegou a mudar-se 9 vezes em um ano), era também absolutamente incapaz de controlar sua vida financeira. Foi "ciceroneado" até os 30 anos por seu pai, quando este veio a falecer.

Casado com Constanza, a qual era tão imprudente com relação ao dinheiro quanto o próprio Mozart, passou a viver atolado em dívidas e sob condições de extrema pobreza.

Nos últimos anos de sua vida, apesar de terem sido extremamente ricos no que se refere a criação musical, sofreu muitíssimo com a falta de recursos.

Mozart, a respeito de sua criação musical, sempre se viu como um grande compositor de óperas. Suas criações operísticas como Don Giovanni, Flauta Mágica e outras eram suas obras favoritas.

Seu instrumento preferido era a viola, que ele tocava admiravelmente em música de câmara com seus amigos, entre os quais, Haydn.

Entre as obras de Mozart estão 41 sinfonias; 27 concertos para piano; cinco concertos para violino; quatro concertos para trompas; um concerto para flauta; um para oboé; um para clarineta; um para fagote; uma sinfonia concertante para violino, viola e orquestra; sinfonia concertante para quatro instrumentos de sopro e orquestra; um concerto para dois pianos; um concerto para três pianos; um concerto para flauta e harpa; concertone para dois violinos; 17 divertimentos, treze serenatas, mais de cem minuetos, gavotas, marchas e outras peças para dança, freqüentemente agrupadas em conjuntos de seis.

A maior parte das sinfonias escritas por Mozart foi composta como música de entretenimento, um contraponto alegre aos divertimentos e serenatas.

Da música vocal composta por Mozart, fazem parte 19 missas (incluindo o Requiem); 4 cantatas; vésperas e uma dezena de obras corais e orquestrais menores; 24 óperas e outras obras para o palco (incluindo, "Idomeneo", "O Rapto do Serralho", "As Bodas de Fígaro", "Cosi Fan Tutte", "Don Giovanni" e "A Flauta Mágica"); 12 árias de concerto, a cantata Exultante, Jubilate e um punhado de peças menores para voz solista e orquestra; 50 canções para voz e piano.

Seus concertos para piano foram escritos, em sua grande maioria, para serem utilizados em suas apresentações. Mozart compôs o primeiro concerto aos 11 anos de idade e o útlimo em 1791, ano de sua morte.

Mozart, um dos maiores gênios da música de todos os tempos, morreu a 5 de dezembro de 1791.

Renato Roschel

Claude Oscar MONET

1840 - 1862

Claude Oscar Monet nasceu em Paris, na França, em 1840. Quando tinha cinco anos a família se mudou para Le Havre, uma cidade portuária na desembocadura do rio Sena. Tanto os pais como os professores o consideravam um menino indisciplinado. Gostava muito de desenhar e na escola fazia caricaturas dos professores. Aos quinze anos já ganhava algum dinheiro com isso: cobrava 10 francos por cada desenho.
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Um dia conheceu o pintor Boudin e os dois se tornaram grandes amigos. Boudin viu seus desenhos e o encorajou a pintar. Com Boudin, Monet aprendeu também a pintar ao ar livre Entusiasmado com a idéia de ser pintor Monet foi para Paris com o propósito de estudar pintura, matriculando-se na Académie Suisse. Em Paris conheceu Pissaro e Coubert, que também estavam começando a pintar. O serviço militar o obrigou a interromper os estudos. Foi enviado para a Argélia , no norte da África, onde permaneceu por quase um ano, até que uma tia conseguiu o seu desligamento. Porém ela exigiu uma condição: que completasse seus estudos.
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oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=pintu...
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Nascido na França, no ano de 1840 tornou-se um grande pintor e um dos mais importantes representantes do impressionismo. Uma de suas obras deu nome ao movimento artístico impressionista, “Impressão: Nascer do Sol”. Começou sua carreira artística marcado por dificuldades financeiras. Porém obteve sucesso na década de 1870. Suas obras tinham como temática principal, paisagens da natureza.
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Usava de formas harmônicas as cores e luzes, com imagens belas e fortes. Usou temas aquáticos também, como nos murais do museu l’orangerie.
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Morreu em 1926, na França, com um belo legado artístico. Críticos consideram Monet um dos mais importantes pintores até hoje.


Em 1866, Monet resolve arriscar e pintar numa grande tela, do tamanho geralmente usado para quadros históricos: 2.55m x2.05.

A ambição do jovem Monet era ainda maior que o tamanho da tela. Como conseguir integrar os personagens na paisagem, com a impressão do ar e da luz que por ali circula aparente na tela?


O pintor encontra uma resposta ao pintar as sombras e a luz, o sol furando a massa verde das plantas, reflexos claros na penumbra. Émile Zola escreveu a respeito do salão onde Monet expusera seu quadro: “O sol bate em cima das saias brancas, que brilham; a sombra doce de uma árvore desenha na aléia uma grande toalha cinza. Nada mais estranho como efeito. É preciso amar imensamente seu tempo para ousar semelhante “tour de force”, tecidos cortados em dois, pela sombra e pelo sol”.

Os rostos são indefinidos, não podem ser chamados de retratos. Camille, a companheira e modelo do pintor, posou para as três figuras à esquerda. Monet transmite com leveza a brancura dos vestidos: ele introduz o branco solidamente na estrutura da composição _ toda em verde e castanho, por conta da árvore que ocupa o centro da tela e do caminho aberto na mata.


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Camile Pissarro


Jacob Camile Pissarro nasceu em 10 de julho de 1830 na ilha de St. Thomas, no Caribe. Seu pai, Abraham Gabriel Pissarro, era um judeu francês de origem portuguesa que possuía uma loja de ferragens no porto de Charlotte-Amalie. Sua mãe, Raquel Manzano, era mulata.Mostrou um talento precoce para o desenho, mas não foi encorajado por seus pais, que haviam planejado para ele a carreira de comerciante. Foi enviado a Paris em 1841 para continuar sua educação. Morou em uma pensão em Passy, cujo proprietário, Savary, incentivou seus desenhos e sugeriu que desenhasse ao ar livre, observando diretamente a natureza – uma prática quase desconhecida naquela época. Pissarro foi chamado de voltaa St. Thomas com 17 anos, para trabalhar no comércio. Em 1850, o pintor dinamarquês Fritz Melbye foi enviado para lá, a negócios, pelo governo. Intrigado com o jovem que aproveitava todas as oportunidades para fazer esboços e desenhar, logo se tornou amigo de Pissarro. Melbye encorajou suas inspirações artísticas, e Pissarro eventualmente decidiu acompanhar seu novo amigo em sua missão na Venezuela. Pissarro retornou a St. Thomas em agosto de 1854, mas em menos de um ano partiu para a França: seu pai havia percebido que o talento do filho não poderia ser abafado. Uma vez em Paris, freqüentou vários cursos, possivelmente até alguns na École des Beaux-Arts. Trabalhou seriamente na pintura acadêmica, mas seus instintos o levaram em direção à paisagem, à natureza, e à observação direta.
Era um grande admirador de Camille Corot, famoso por suas paisagens sutis e elegantes, e quando Pissarro apresentou seu trabalho em uma exposição pela primeira vez, descreveu-se como um “aluno de Corot”. Um encontro de grande importância na vida de Pissarro e que teve profundo efeito na direção que a arte do final do séc. XIX tomaria, aconteceu em 1857. Enquanto freqüentava a Académie Suisse, um ateliê informal, conheceu Claude Monet, então com 17 anos, que viera de uma educação similar e combinado com gostos e temperamentos compartilhados, alimentou uma amizade.O primeiro quadro de Pissarro apresentado no Salão, Paisagem em Montmorency, foi exposto em 1859, mas as pinturas que ele submeteu em 1861 e 1863 foram rejeitadas. Seus trabalhos reaparecem nos Salões de 1865, 1866 e 1868, recebendo comentários favoráveis da imprensa.


A claridade e a luminosidade que caracterizam os trabalhos impressionistas começou a aparecer nos quadros de Pissarro. Sua confiança em manipular tintas aumentou, fazendo com que mudasse do centro de Paris para a região rural do norte da França, Pontoise, para ficar mais próximo de sua inspiração. Ele possuía dois filhos com sua amante Julie Vellay, mas o casamento levaria, ainda, alguns anos.Em 1869, Pissarro e sua família mudaram-se para Louveciennes, mas em 1870 uma invasão da França pela Alemanha parecia inevitável. Pissarro fugiu da guerra Franco-Prussiana indo para a Bretanha e depois para a Inglaterra, onde encontro Monet e sua amizade floresce. Em 1870, Pissarro e Julie casam-se e voltam para Louveciennes no ano seguinte. Ali, descobre que todos os seus quadros deixados em seu ateliê – cerca de 1.500 – haviam desaparecido. Em vez de ficar desanimado, Pissarro viu aquilo como uma forma de liberação.


A perda de seu trabalho deu-lhe a chance de um novo e vigoroso reinício, apesar de estar com mais de 40 anos.O artista muda-se com sua família para o bairro Hermitage, em Pontoise, e volta às paisagens conhecidas que amava – algo que continuaria a fazer por toda a sua vida. Viajou também para mais longe, Osny e Auvers, onde encontrou Cézanne. Os dois se encontraram pela primeira vez em 1861 e agora calorosamente renovaram sua amizade, restanto poucas dúvidas de que um influenciou o trabalho do outro nessa época. Em 1874, Pissarro era visto como membro mais velho de um grupo de artistas – Monet, Cézanne, Guillaumin, Renoir e Sisley – que esta insatisfeito com a rigidez do Salão. Organizaram uma exposição por sua conta, mas estavam totalmente despreparados. A imprensa e o público derramaram uma corrente de despreso e ridículo. Os quadros eram considerados ultrajantes, não pelo assunto retratado, mas pela técnica utilizada.


Um quadro de Monet, Impressão: Sol Nascente, provocou ofensas muito duras, o termo “Impressionismo” foi cunhado em um artigo riducularizando seu trabalho, a palavra tornou-se popular rapidamente e foi adotada pelos artistas.Outras duas exposições foram realizadas em 1876 e 1877, na galeria de Durand-Ruel, onde apenas aqueles preparados para aceitar o nome infame de Impressionismo foram aceitos. Na terceira exposição havia 18 expositores, dentre ele Sisley, Monet, Degas, Renoir, Berthe Morisot, Cézanne e Pissarro, onde cada um desses possuía uma vigorosa veia de individualismo, mas Pissarro destacou-se como seu líder reconhecido.O trabalho de Pissarro aos poucos ganhava reconhecimento, mas estava longe de lhe dar segurança financeira. Sete filhos nasceram entre 1863 e 1884, mas Pissarro mostrava-se consciente de suas responsabilidades como pai. Cartas desse período revelam a gravidade de seu problemas financeiro e a consciência deles, entretanto seus trabalhos nunca refletiram tristeza e muito menos desespero.

No início da década de 1880, Durand-Ruel estava enfrentando tempos difícies, o que inevitavelmente tinha um efeito ruim sobre os artistas que patrocinava. Mesmo assim, ele começou a organizar uma série de exposições individuais; a de Pissarro aconteceu em maio de 1883. Os negócios passaram a melhorar e um rico mercado foi desenvolvido no exterior, particularmente em Londres e Estados Unidos. Pissarro mudou-se para Eragny-sur-Epte em 1884, e sua casa permaneceu como um patrimônio da família até sua morte.Em 1884, Pissarro foi apresentado a Georges Seurat, que desenvolvia um estilo de pintura conhecido como Pontilhismo ou Divisionismo. Pissarro convenceu-se de que essa técnica acrescentaria maior luminosidade à superfície pintada. Uma mudança radical no estilo de pintura era audacionso para um artista no final dos 50 anos; suas experiências com o Pontilhismo não obtiveram aprovação universal, e finalmente ele chegou a conclusão de que era uma técnica estéril sem a espontaneidade e a proximidade que ele valorizava na arte.A última década do séc. XIX viu uma grande melhoria na sote de Pissarro. Seus antigos patrocinadores aliviados por seu abandono do Neo-impressionismo e da técnica do Pontilhista, renovaram sua fidelidade. Em 1890 duas paisagens foram vendidas por somas bastante substanciais. Mais gratificante era o crescente reconhecimento de Pissarro como mestre do Impressionismo. Em 1890, Theo Van Gogh, irmão de Vincent, organizou uma exposição individual do trabalho de Pissarro, e Durand-Ruel promoveu exposições regulares de 1892 a 1901.

Pissarro fez algumas viagens à Inglaterra à Bélgica e à Holanda durante esses anos e viajou muito pelo norte da França. Desenvolveu interesse pela água-forte e, na realidade, continuou a trabalhar em gravações até o dia anterior à sua morte, Em 1895, desenvolveu uma doença nos olhos, que fez com que sua vista de deteriorasse e forçou a trabalhar em ambientes fechados. Como conseqüência, muito de seus últimos quadros, especialmente paisagens urbanas de Rouen e Paris, foram vistos através de janelas.Pissarro morreu em novembro de 1903, deixando para trás um grande legado de quadros, águas-fortes e litogravuras. Ele próprio um grande pintor, este homem bondoso e gentil teve uma poderosa influência sobre os outros artistas de sua época. Cézanne o descreveu como “humilde e colossal” – um epitáfio adequado.

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