Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 20 de julho de 2014

5 mil fiéis recepcionam imagem da Padroeira de Crato em Juazeiro do Norte

Texto e fotos de Patrícia Silva(*)
Entrada triunfal da imagem de Nossa Senhora da Penha, na Praça do Romeiro
No dia 19 de julho aconteceu a peregrinação com a imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira da Diocese de Crato, saindo da Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato- CE, a forania II, em Juazeiro do Norte- CE. O momento celebrativo, que está dentro da programação do centenário da Diocese, contou com a participação de 5 mil fiéis em missa presidida, às 19h, na Basílica Nossa Senhora das Dores, por Dom Fernando Panico e concelebrada por padres da região.
A imagem da padroeira diocesana foi doada no ano 1745 por frades capuchinhos do Convento da Penha, da cidade de Recife, a Missão do Miranda, atual cidade do Crato e sede da diocese e pela primeira vez sai do altar da Catedral para visitar as regiões forâneas.
A peregrinação traz como proposta deixar a diocese cada vez mais próxima do povo, fato que vem animando a fé dos fiéis. Segundo o advogado o Antônio Macêdo, 47, o que está acontecendo é um marco na história da Diocese. Ele considera que a visita da imagem fortalece a fé dos fiéis por deixa- los mais próximos da padroeira diocesana e considera necessário devido favorecer o ardor missionário dos fiéis.
Celebração da missa presidida por Dom Fernando Panico e concelebrada pelos padres da Forania, na peregrinação da imagem de Nossa Senhora da Penha, em Juazeiro do Norte-CE. (Foto: Patrícia Silva)
A Diocese de Crato foi fundada em 20 de outubro de 1914, pelo Papa Bento XV, através da bula papal Catholicae Ecclesiae, e até hoje tem uma grande contribuição para o crescimento espiritual do povo. Para a professora Francisca da Silva, 47, cem anos de história é o suficiente para se avaliar a maturidade da fé, do compromisso que os cristãos católicos da Diocese têm para com o projeto de Deus. “Celebrar 100 anos é para avaliar, dar uma olhada pelo retrovisor da história e observar o que foi positivo, mas também perceber aquilo que precisa melhorar e mudar para que a mensagem do evangelho continue cada vez mais acessível ao povo. A Diocese de Crato está de parabéns pela caminhada tão significativa na evangelização que vem fazendo em nosso meio”, afirmou.
A professora ainda disse que a peregrinação com a imagem de Nossa Senhora da Penha as foranias proporciona que os fiéis sintam, de forma mais intensa, Maria no meio deles. “Para nós que fazemos a forania II, e acolhemos essa imagem hoje em nosso meio, nos faz sentir Maria, que não está apenas no altar, mas Maria que se faz uma com as outras Marias, uma com os outros Josés. É uma experiência de se colocar realmente em peregrinação, romaria. Já que a nossa Diocese tem como projeto viver na pratica do dia-a-dia a experiência de ser romeira e missionária, então temos que colocar Maria no meio do povo, assim como foi a sua prática na época da formação do próprio filho Jesus” disse.
Altar, em frente à Basílica Menor de N.Sra.da Dores,com bispo e padres celebrantes
O vigário Forâneo, Pe. Francisco Luiz dos Santos, disse que todos da forania II estão muito felizes pela visita da padroeira diocesana e acredita que a presença dela faz com que o povo sinta o jubileu, pelo centenário da Diocese, acontecendo em seu meio.
Dom Fernando falou da importância de Maria no projeto de Deus para a salvação do mundo, recordou a importância histórica da imagem de Nossa Senhora da Penha, agradeceu a presença dos romeiros que já estavam neste dia para participarem da celebração dos 80 anos de falecimento do Pe. Cícero, que acontecerá no dia seguinte, e expressou a alegria de estar vivenciando o ano jubilar com muita festa de fé e demonstração de amor a igreja, através do anúncio do evangelho de Cristo. “Maria é a mãe de Deus, é a mãe do Filho encarnado de Deus, Jesus Cristo. Nela resplandece toda a beleza da glória do Pai. Ao longo desses 100 anos de caminhada da Diocese de Crato, Maria significou um baluarte seguro em nossa experiência, de um povo que avança no meio de alegrias e tristezas, de vitórias e derrotas, desafios e conquistas. Ser o povo de Deus significa ser romeiro e peregrino e aqui em Juazeiro, na terra do Pe. Cícero, aprendemos que temos que ser um povo que caminhada, com Jesus a nossa frente”, afirmou.
Representantes de todas as paróquia da Forania II, após receberem as réplicas da imagem de Nossa Senhora da Penha. (Foto: Patrícia Silva)
Ao final da celebração cada uma das quatorze paróquias da Forania II receberam uma réplica da imagem da padroeira diocesana que deverá peregrinar por todas as comunidades paroquias. Dom Fernando também concedeu a indulgência plenária aos fiéis, de acordo com a autorização que recebeu do Vaticano para as comemorações do centenário de criação da Diocese de Crato.
Essa foi a terceira peregrinação com a imagem da padroeira as foranias. Ela já aconteceu na Forania V, em Campos Sales, no dia 14 de junho, e na Forania IV, em Várzea Alegre, no dia 21 de junho. Segundo o secretário geral da Comissão para o Jubileu, Pe. Weslley Barros, a Forania II, como as demais, respondeu muito bem a proposta da Diocese com esta peregrinação e agora a expectativa é de que as programações continuem sendo momentos enriquecedores da fé do povo nesta Diocese centenária.
(*) Patrícia Silva, jornalista e Assessora de Imprensa da Diocese de Crato

sábado, 19 de julho de 2014

A crônica do domingo -- por Armando Lopes Rafael (*)

A psicologia coletiva do cratense 
     Uma cidade não se resume a mera aglomeração de indivíduos. Uma cidade, ou melhor, qualquer sociedade, se constitui numa comunidade de comunidades, pois dotada do espírito de coletividade e certa unidade social. É o que se poderia denominar de “psicologia coletiva”.
     O Crato são muitos! poderíamos afirmar, parodiando Carlos Drummond de Andrade.
     E no entanto, existem vínculos coletivos nesta Mui Nobre e Heráldica Cidade de Frei Carlos Maria de Ferrara que unificam; Que obtém alto percentual de consenso; Que se integram ao imaginário popular e à memória coletiva desta urbe.
    Isto posto, poderíamos afirmar que na psicologia coletiva cratense há um lugar de destaque para a ufania, para um bairrismo – às vezes exagerado – por esta cidade aristocraticamente crismada por Princesa do Cariri.
   Tudo que acontece de perda ou prejuízo para esta cidade é culpa “dos políticos”. Fica esta impressão: o habitante de Crato desconhece os limites de um deputado. Este apenas legisla, não tem poder de executar obras. Mas, triste de quem se eleger deputado com votos do Crato, pois o povo atribui ao legislador poderes maiores do que os do  presidente da república.
   Ser cratense é ser religioso e devoto da Virgem Maria! Deu para perceber isso, recentemente, na coroação e inauguração do monumento de Nossa Senhora de Fátima. Uma sensação de orgulho, de vaidade mesmo, percorreu – naqueles dias – todas as camadas sociais desta terra. Já perceberam que o habitante desta cidade finge respeito por quem se autoproclama ateu? Pura falsidade! No íntimo, passa a desconfiar do descrente. E pelas costas do coitado (Ah! a velha falsidade!) quando alguém fala do ímpio, o interlocutor dá a clássica rabissaca seguida da frase: “Fulano? Tenho lá minhas dúvidas. Não deve ser boa bisca”.
   Agora o que o cratense gosta mesmo é das atividades culturais. Está no sangue desta gente. Tem participante de anônimo jogral dos anos 60 que hoje se ufana: “Fui uma das vítimas da ditadura! Uma vez fomos recitar nossas poesias no grêmio do ginásio e agentes do Dops e SNI baixaram na hora. Felizmente fugimos pegando o rumo do Rabo da Gata, até sair no Cafundó e escapamos”...
    Uma verdade: o cratense é super-hospitaleiro. Quando chega, por estas bandas,  gente de fora, o visitante vira logo celebridade. Nos primeiros dias o adventício é lisonjeado de todas as maneiras. Passado algum tempo cai na rotina. Perde o status, a ponto de quando um amigo encontra outro vai avisando: “Evite passar na Siqueira Campos que o “beócio do fulano” está lá, julgando-se o Rei da Cocada Preta. Vôte!”
     Afora isso, o cratense é uma homem cordial, solidário, gosta de um bom papo, de contar a última piada, de frequentar a ExpoCrato... O jornalista Antônio Vicelmo cunhou até esta expressão: Ser cratense é um estado de espírito.
       São muitas as características que plasmaram a psicologia do cratense. Ainda voltaremos ao assunto.
Missa do Divino Pai Eterno, celebrada no Mirandão, em Crato,  para cerca de 50 mil pessoas. O evento foi televisionado para todo o Brasil

(*)Armando Lopes Rafael, historiador.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

URCA realiza I Feira de Cultura e Turismo de Municípios do Cariri na ExpoCrato, em parceria com cidades da Região



A abertura oficial será na noite deste domingo e na segunda-feira, acontece o cortejo da cultura popular, com mais de 600 brincantes de nove cidades da região e interior de Pernambuco

Pela primeira vez municípios do Cariri estarão apresentando suas principais potencialidades em caráter conjunto, por meio da I Feira de Cultura e Turismo de Municípios do Cariri. Serão nove cidades, com os seus principais atrativos na área do turismo, além das riquezas culturais sendo expostas para um público estimado em cerca de 20 mil pessoas, de 13 a 20 de julho, no Ginásio Poliesportivo da Universidade Regional do Cariri (URCA), em Crato.

O evento poderá passar a integrar um calendário permanente durante o período da ExpoCrato e envolver mais municípios da região nos próximos anos. Neste primeiro ano, uma homenagem especial a um dos expositores, na cidade sede da I Feira, com o tema “Abraçando os Municípios, nos 250 anos do Crato”.

No momento em que se debate várias formas de viabilizar e fortalecer o turismo na região, os gestores junto com a Pró-reitoria de Extensão da URCA buscaram debater novas alternativas de divulgação. Segundo a pró-reitora, Sandra Nancy, a ExpoCrato é o maior evento da região e a própria universidade já tem um espaço determinante, levando aos visitantes, todos os anos, a sua produção científica, ações junto à sociedade e também essas riquezas. Conforme ela, a feira nasce com a diversidade e a cara do Cariri, com toda a sua riqueza e peculiaridades. “É uma forma não apenas de fortalecer esses segmentos, mas divulgar”, diz.

As cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Santana do Cariri, Missão Velha, Nova Olinda, Assaré estão entre as que deverão compor o consórcio de turismo a ser criado, e para isso contará com um mapeamento das principais potencialidades dessas localidades. Também foram convidados para participar das feiras os municípios de Várzea Alegre e Exu, no Pernambuco. A pró-reitora justifica a participação dessas cidades por conta de várias ações já desenvolvidas em conjunto.

Como forma de divulgar a gastronomia desenvolvida na região e mais especificamente nessas localidades, será criado espaço regional, com a degustação dos principais pratos com o sabor caririense. A feira terá abertura oficial no dia 13, às 20 horas.

Foto: arquivo/URCA
No dia 14, acontece um grande cortejo saindo da praça da Sé, às 17 horas, em direção ao parque de exposições e a feira. Serão cerca de 60 grupos, com mais de 600 brincantes, representando todas as cidades, com maneiro-pau, reisados, quadrilhas, bandas cabaçais, grupos de coco, escolas de samba, sanfoneiros, repentistas, grupos de xaxados, penitentes, incelências, lapinhas, dentre outras manifestações da cultura. Durante a semana haverá roda de conversas, com representantes dos municípios, à tarde, e à noite, no espaço do Ginásio Poliesportivo, com apresentações regionais.

Fonte: Assessoria de Comunicação da URCA

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Perder, Ganhar, Viver- Carlos Drumond de Andrade

(Após desclassificação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982)

Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria; vi o técnico incansável e teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o último dos traidores da pátria; vi a notícia do suicida do Ceará e dos mortos do coração por motivo do fracasso esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos, pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção controlada do presidente, que se preparava, como torcedor número um do país, para viver o seu grande momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade diante da catástrofe que levará talvez o povo a se desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmulas e símbolos diversos do esperado e exigido título de campeões do mundo pela quarta vez, e já agora destinados à ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza pública e dos faxineiros de edifícios, removendo os destroços da esperança; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas almas…

Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.

Certamente, fizemos tudo para ganhar esta caprichosa Copa do Mundo. Mas será suficiente fazer tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção fosse à Espanha, terra de castelos míticos, apenas para pegar o caneco e trazê-lo na mala, como propriedade exclusiva e inalienável do Brasil, que mérito haveria nisso? Na realidade, nós fomos lá pelo gosto do incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para recolher um objeto roubado. A verdade é que não voltamos de mãos vazias porque não trouxemos a taça. Trouxemos alguma coisa boa e palpável, conquista do espírito de competição. Suplantamos quatro seleções igualmente ambiciosas e perdemos para a quinta. A Itália não tinha obrigação de perder para o nosso gênio futebolístico. Em peleja de igual para igual, a sorte não nos contemplou. Paciência, não vamos transformar em desastre nacional o que foi apenas uma experiência, como tantas outras, da volubilidade das coisas.

Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de Telê Santana e de seus jogadores, reservas e reservas de reservas, como Roberto Dinamite, o viajante não utilizado, e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Telê! Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos.
E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar a trabalhar, que o ano já está na segunda metade?

terça-feira, 8 de julho de 2014

A Força dos Meios de Comunicação - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

No inicio do ano de 1965, um comentarista esportivo de uma emissora de rádio de Salvador, conhecido por Cléo Meireles, torcedor fanático do Bahia e por isso mesmo critico feroz do rival Vitória, foi violentamente surrado, segundo "diz que me diz", por ordem de dirigentes do Vitória. O fato gerou uma crise no futebol baiano, com a proibição de jogos de clubes locais pela Conselho Nacional de Desportes até a apuração dos fatos. Entretanto os clubes baianos estavam autorizados a realizarem partidas amistosas. Mas houve uma unânime omissão de toda crônica esportiva, que nada noticiava sobre os amistosos que os clubes baianos realizavam, nem mesmo sobre o campeonato estadual, quando esse foi reiniciado.

A atitude tomada pela crônica esportiva gerou um esvaziamento das arquibancadas. Mas colocava em risco o emprego de muitos que dependiam do futebol para continuarem no rádio e jornal. Não tardou que uma saída honrosa fosse encontrada. Promoção semanal de jogos com equipes do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, todas às quintas-feiras, seguida de um bingo, cujo premio era um automóvel fusca zero km.  

Naquela época, eu cursava o 2° ano do Curso Científico no Colégio Central da Bahia, distante do Estádio da Fonte Nova pouco mais de um quilômetro e meio, quando muito. Morava com uma tia, que comprava os cartões dos bingos e pedia que eu fosse marcar.  Graças a isso, mesmo tendo que marcar o bingo após as partidas até duas horas da madrugada, pude assistir a jogos do Santos, São Paulo, Vasco da Gama, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Palmeiras, Grêmio, Portuguesa de Desportos, enfim, somente times de ponta. Oportunidade que tive de ver jogar os consagrados campeões Pelé, Belinni, Mauro, Tostão, Piazza, Raul, Jairzinho, Gerson, e tantos outros craques. O jogo que mais me impressionou foi a partida Santos X Cruzeiro. Havia chovido e o campo estava muito molhado. Dava gosto ver a tabelinha de Pelé e Coutinho, sempre municiados pelo jogador de meio campo Mengálvio, alto, magro e muito elegante. O restante dos jogadores dos Santos estavam com as camisas todas encharcadas de lama. Somente Mengálvio estava impecavelmente limpo.

A promoção executada pelos profissionais da imprensa esportiva quase falia os clubes baiano. Mas foi um grande exemplo como os meios de comunicação usam a enorme força de que são possuidores,  força essa que pode ser construtiva, mas muitas vezes destrutiva. A Rede Globo sabe bem como usar essa força, eleger quem ela quer e derrubar num golpe qualquer presidente. O exemplo de Fernando Collor de Melo jamais deverá  ser esquecido.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

domingo, 6 de julho de 2014

Será armação? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Primeiramente houve o tal "Não vai ter copa", campanha de cunho aparentemente fascista, promovida sabe-se lá por quem. Iniciada a Copa, ela somente tem recebido elogios, segundo a própria imprensa nacional e internacional. Até o Secretário Geral da Fifa, Jerôme Volcke, aquele que reclamava dos atrasos nas obras prometendo chute no traseiro dos brasileiros, declarou ser essa "a melhor Copa de todos os tempos".

Com a bola rolando, tenho cá minhas suspeitas, que espero sejam infundadas. A violenta contusão sofrida pelo atleta Neymar, nada mais foi que outra campanha articulada por aqueles cuja miopia política, fazem-no acreditar que a conquista dessa Copa influenciará nas eleições do corrente ano. E principalmente suspeito dos interesses publicitários das empresas patrocinadores do evento.  

Desde o inicio da Copa, tenho assistido pela televisão a todos os jogos. E sinceramente não vi nenhuma falta violenta cometida contra os jogadores de outras seleções, como os extraordinários Robben da Holanda e Lionel Messi da Argentina, para citar apenas dois exemplos de jogadores fora de série como Neymar. Pois se observarem as reprises dos lances de jogos anteriores, verificarão que os melhores jogadores da Holanda, Alemanha, França  e Argentina, entre outros, não tiveram sobre eles nenhuma falta desleal, como as que foram cometidas contra Neymar, desde as partidas contra a Croácia, México, Camarões, Chile e Colômbia. Observei pelas repetições, que houve um lance no qual um jogador chileno cometeu uma falta quase idêntica àquela do colombiano, só que o chileno foi mais incompetente, atingiu somente a coxa do jogador, enquanto o colombiano seguiu à risca as supostas instruções recebidas sem nenhuma preocupação de deixar o outro sem condições de algum dia voltar a praticar futebol. Nesse aspecto, a mordida do jogador uruguaio no italiano foi menos danosa, pois não causou nenhuma lesão.

Acredito firmemente que o resultado dessa Copa, qualquer que seja ele, não influenciará na eleição de quem quer que seja. Em 1950, numa Copa do Mundo também realizada no Brasil, quando a seleção brasileira foi derrotada na partida final pelo Uruguai, não houve nenhuma influência no resultados das eleições daquele ano.

Deus permita que minhas suposições sejam falsas. Mas até a atuação dos juízes se voltam contra o Brasil. Gostaria que alguém me convencesse do contrário.

Esperamos que todos os brasileiros unidos, formem uma corrente positiva  e possamos comemorar mais um título. Um grande abraço!              

Por Carlos Eduardo Esmeraldo 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Quem Interessa o Golpe? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O histórico de Golpes de Estado no Brasil é extenso e vem desde os tempos do Império, para decretar maioridade de Dom Pedro II antes dele completar 14 anos, no que ficou conhecido como "golpe da maioridade de Dom Pedro II ".

Em seguida houve o golpe militar da Proclamação da República, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca. A mudança do sistema de governo foi realizada sem nenhuma participação do povo que ficou totalmente indiferente aos acontecimentos daquele 15 de novembro de 1899.

Os primeiros anos da República foram de muitas dificuldades, tanto econômicas, quanto administrativas. O país viveu sucessivas crises. O Marechal Deodoro, que assumira o cargo de chefe de governo, tentou solucionar essas crises impondo autoritarismo: dissolveu o Congresso e decretou Estado de Sítio, suspendendo todos os direitos individuais e políticos dos cidadãos. A reação a esse golpe foi intensa em todo o país e a crise se agravou a tal ponto que ao Marechal Deodoro, velho, doente e cansado, somente restou a renúncia em 23 de novembro de 1891. Seu conterrâneo, o também alagoano Marechal Floriano Peixoto, vice-presidente, assumiu o governo.
 
Em 1964, há 50 anos portanto, um governo legitimamente constituído foi deposto através de um golpe militar. Naquela época, temia-se a implantação de uma ditadura comunista, a exemplo da revolução acontecida em Cuba no ano de 1959. Partidos políticos  conservadores há mais de vinte anos na oposição, aliados aos meios de comunicação social, articularam a deposição do presidente João Goulart, pois segundo justificavam, o país  estava na iminência de um golpe de esquerda, às portas de uma ditadura sindicalista de inspiração comunista. Alguns setores conservadores do clero amedrontavam toda a classe média brasileira, com receio de que nos tornássemos vítimas de um regime comunista e ateu, no qual haveria a proibição de cultos religiosos e o fechamento das igrejas. A gestação do golpe foi lenta e contínua, com alguns períodos de calmaria. Mas resultou numa ditadura militar que durou 21 longos anos, camuflada para fins externos, como sendo um regime "democrático" de faz de conta. Mas internamente com censura à  imprensa, muitas prisões e torturas.

O histórico desse golpe teve início há mais de três décadas, nas eleições presidenciais de 1930, que como todas as eleições realizadas anteriormente, foram fraudadas e repletas de vícios. Júlio Prestes, o presidente eleito à "bico de pena", não chegou a tomar posse. Um golpe militar colocou no poder Getúlio Vargas, o candidato derrotado naquela eleição. A denominada "Era Vargas" durou 15 anos, incluído nesse período a "Ditadura do Estado Novo", que vigorou de 1937 até de outubro de 1945, quando Vargas foi deposto. Antes disso, pressentindo que o seu tempo se expirava,  Getúlio Vargas preparou o retorno do país à democracia permitindo a criação de novos partidos políticos, entre os quais: a UDN, o PSD, o PTB, entre outros, inclusive legalizando o Partido Comunista.   

Em dezembro de 1945 ocorreu o que se denominou como a "primeira eleição realmente democrática do país", tendo sido eleito o General Eurico Gaspar Dutra, cujo governo destacou-se pelo respeito à constituição.

A partir de 1950, com novas eleições presidenciais, quando então Getúlio Vargas foi reconduzido à presidência da república, intensificou-se a reação da UDN, sob a liderança de Carlos Lacerda. Havia acusações de corrupção, principalmente com relação ao empréstimo efetuado pelo Banco do Brasil ao jornalista Samuel Wainer, empréstimo esse autorizado pelo Presidente Vargas, para que seu amigo fundasse o jornal "Última Hora", cuja finalidade era defender o governo das constantes acusações da imprensa conservadora, acusações essas, cujo objetivo principal era a deposição de Getúlio.   

Em sua campanha para derrubar Vargas do poder, Lacerda usava o seu próprio jornal "Tribuna da Imprensa", fazia aparições na televisão, palestras em colégios, em associações de classe, onde quer que fosse possível. Por isso mesmo temia sofrer atentados. Então solicitou segurança ao Ministro da Justiça, na época, o Sr. Tancredo Neves. O Ministro colocou a policia à disposição de Lacerda e sugeriu que ele escolhesse o pessoal de sua confiança. Mas Lacerda preferiu cercar-se de amigos militares. E no inicio de agosto de 1954, ao chegar à sua residência em Copacabana, Lacerda sofreu um atentado à bala que atingiu o seu pé. Um outro tiro ceifou a vida de um de seus amigos, o major da aeronáutica, Rubens Vaz. Comandantes militares das três armas se revoltaram contra o presidente. A crise desencadeada com esse atentado, sob suspeitas de ter sido perpetrado pela guarda pessoal do presidente, levou Getúlio Vargas a optar pelo suicídio em 24 de agosto de 1954.

Em 1955, novas eleições presidenciais foram realizadas, com nova derrota da UDN e vitória de Juscelino Kubtschek do PSD.  Houve um breve período de crise, pois Carlos Lacerda desejava impedir a posse do presidente Juscelino, felizmente sem obter êxito.

A quem interessa um Golpe de Estado como o ocorrido em 1964? Em primeiro lugar aos políticos conservadores, submissos aos interesses das grandes potencias internacionais. Políticos esses  contrários ao combate à pobreza e à redução das desigualdades sociais. "Qualquer política voltada para extinção da pobreza é prontamente combatida pelos que detêm o poder econômico". Conclusão essa a que chegaram os bispos latino-americanos reunidos na III Conferencia Episcopal Latino-americana, realizada em Puebla no México em fevereiro de 1979.

Finalmente, um golpe como o de 1964 interessa diretamente às grandes potências mundiais que desejam para si as riquezas da nossa Amazônia e o nosso lençol petrolífero à águas profundas.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

URCA divulga programação do V Palco Sonoro na Expocrato



A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri - URCA divulga a programação musical que integrará o V Palco Sonoro, promovido pela Instituição. O evento se realizará no período de 14 a 19 de julho de 2014, durante o período da Expocrato. Os artistas foram selecionados através de edital.

Dia 14 (Segunda)
19h00 - Nuverse
20h00 – Baixa Gravidade
21h00 – Don Rasta

Dia 15 (Terça)
19h00 – Elisa Moura
20h00 – Calazans Callou
21h00 – Panticola e Casaca de Couro

Dia 16 (Quarta)
19h00 – Aécio Ramos
20h00 – Soul Musical
21h00 – Os Peleja

Dia 17 (Quinta)
19h00 – Algarobas
20h00 – Geração Ypisilone
21h00 – Blues Cream

Dia 18 (sexta)
19h00 – Os Caba de Gonzaga
20h00 – Forró di Raiz
21h00 – Raphael Belo Xote

Dia 19 (Sábado)
19h00 – Águas em Marte
20h00 – Dudé Casado
21h00 – Tiro Certeiro

Fonte: Pró-Reitoria de Extensão - URCA