Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Lira Nordestina (2ª Parte)


    Tomei conhecimento de matéria veiculada pela TV Verdes Mares Cariri, no seu noticiário CETV-1ª. edição, de 27.04,pp., encontrável em arquivo no endereço (http://g1.globo.com/videos/ceara/cetv-1dicao/t/edicoes/v/xilogravuristas-reclamam-de-abandono-de-editora-historica-de-juazeiro-do-norte-ce/1922686/de). Lamentavelmente, isto me leva a retomar considerações sobre a falta de vergonha com a qual a Reitoria da Universidade Regional do Cariri vem tratando a Lira Nordestina. Recordo um pouco a razão que sempre me provoca indignação com respeito a este estado de coisas que foi cronicamente perpetrado desde a segunda administração da URCA, até hoje, especialmente.

    Quando ainda nos momentos iniciais da criação da URCA, a comunidade do Cariri começou a discutir o que seria esta tal de Regionalização de sua Universidade, para que ela não fosse, da forma mais medíocre, um colegião de terceiro grau servindo aos interesses de famílias oligárquicas do Crato, nós do Juazeiro do Norte nos posicionamos em seminário coordenado pelo então reitor prof. José Teodoro Soares para dizer-lhes que não estávamos ali, como se propalava, para impor critérios de distribuição de faculdades e muito menos de equipamentos administrativos, de pró-reitorias, ou o que fosse. Daí porque evoluiu, aparentemente bem, a nossa proposta de que faríamos o possível para ter uma biblioteca setorial, uma casa de cultura portuguesa, a Lira Nordestina, o IPESC-Instituto José Marrocos de Pesquisa e Estudos Sócio-Culturais e um museu.

    Não foi fácil criar e manter quase todas estas instituições, atribuir 40 horas de atividades a uns poucos abnegados professores para tocar os empreendimentos, todos bem amadurecidos e necessários ao que gostaríamos de ver em atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão. Depois de longas batalhas contra toda sorte de dificuldades impostas por ranços que até imaginávamos não coubessem na nova Academia, vimos gradativamente que a má vontade, a má fé, o desrespeito – tudo isso foi se avolumando e determinando o gradual encerramento de atividades. Não vamos entrar em detalhes sobre cada um destes frustrados projetos de interesse de Juazeiro do Norte junto a URCA. Por último, estão fechando o IPESC e planejando a extinção da Lira.

    No texto anterior, tornado público pelo Portal de Juazeiro (07.04), em jornal (Gazeta de Notícias, nº 183, 04.2012) e reproduzido em diversos outros blogs, eu havia manifestado a minha repulsa ao ato recente de desligamento de dois xilógrafos, com os quais se poderia enxergar uma responsabilidade da URCA naquela instituição. Sem eles, agora como será? Como é que fica se não tem pessoal para tocar o necessário? Na referida matéria do link mencionado, aí se pode ouvir de sua reitora que, depois de tantos anos, a instituição tem um projeto onde “a revitalização da Lira passa por sua integração com a Academia, com os departamentos e cursos acadêmicos que tematizam a literatura popular....blá,blá,blá”.

    Diz, concluindo que a Lira “não há de ser um espaço privado de meia dúzia de xilógrafos...” E fiquei pensando comigo mesmo, por que será que é admissível que a URCA seja o espaço de meia dúzia de incompetentes que passaram tantos anos para deixar que estes xilógrafos do Juazeiro, não obstante o grande valor de seu trabalho, ficassem aí, usufruindo de um certo pacto de mediocridade, onde uma das partes se apodera do que não lhe pertence e a outra não está nem aí para o que acontece?
Como sobrevive a Lira, daqui por diante, sem poetas, sem xilógrafos, sem cordelistas, sem artistas, sem gráficos? Que mágica é esta, doutora Reitora? Acho, sinceramente, que a Lira é o último combate. Ainda estaremos vigilantes à sua agonia. Quanto ao IPESC, este já estava morto, coitado. Há poucos dias começaram a transferir seus restos mortais para o Crato. O defunto era dos bons e tinha história. Façam bom proveito com sua memória, coisa que não morrerá diante dos assassinatos imundos que perpetraram aos “negócios do Joaseiro”, abeirados na URCA.

Brasil perde a condição de República – por João Cipriano Nascimento Filho (*)

Todos os parâmetros de democracia, bases de república federativa ou equilíbrio de poder, foram destruídos pela atual onda de corrupção vivenciado nos últimos nove anos. A partir do momento em que os indícios apontam para as autoridades federativas e membros de poderes constituídos, causa a total quebra de confiança entre comandados e comandantes.

Mesmo não querendo admitir, os cidadãos brasileiros ocultamente perdem a confiança nos governantes, mesmo aqueles contribuintes membros e admiradores dos governantes e partidos. Essa quebra de confiança se manifesta nas redes sociais, nos bares, nas prosas no campo, nos coletivos, nas filas dos bancos e principalmente nas ruas, nos protestos cívicos. A velha republica corrupta adoeceu, entrou em coma e chegou a UTI das sombras democráticas. Querer ou tentar justificar as roubalheiras do erário, as maracutaias, com pesquisas populistas, com estabilidade econômica ou com discursos da “governabilidade”, da primeira mulher no poder é falsear a verdade, é encobrir a fedentina do poder, mergulhando a Pátria numa era obscura, longe das bases éticas e com sérios comprometimentos das gerações vindouras.

A memória popular das massas miseráveis e famintas até pode ser manipuladas, haja vista, que as pessoas com fome, são como os viciados, aceitam os cabrestos, até as mentiras sociais dos seus senhorias, como sendo a mais plena verdade. Como tem senhorios nesta falsa república da corrupção! Na verdade as memórias dos oprimidos, dos famintos, dos viciados, agem como os escravos, aceitam os chicotes da vida, sempre com a esperança de que um dia será livre e terá a oportunidade de tocar os seus próprios destinos, trabalhando e produzindo os seus sustentos.

Trocando em miúdo, falando a linguagem do povão, as periferias das cidades acordam e dormem com o medo. Os bairros dos ricos parecem mais mini-presídios, do que residências, pois se os pobres sofrem com as causas e efeitos da corrupção, os ricos já há muito tempo no Brasil não vivem em paz. As drogas tomaram conta das comunidades, das praças, das ruas, da roça e com ela, surgiu um verdadeiro exército de jovens com armas de fogo em punho, atiram para todos os lados, matando sem qualquer temor. A vida das pessoas no Brasil está banalizada, de tal forma, que os bandidos, acostumados com a impunidade dos grandes políticos, também ladrões, mas de colarinho branco do erário, e, nas ruas os marginais agem com extrema violência, entrando nas residências e nos comércios para roubar e matar sem qualquer temor.

As bases familiares, religiosas e sociais perderam em importância, para abrir lugar a essa atual sociedade sem escrúpulos, sem ética e com liberdades sem qualquer controle. A nossa “Republica Federativa” cedeu lugar aos “malfeitos” e caminha para o enforcamento da democracia, dos verdadeiros direitos sociais, do equilíbrio da vida humana e pior, cultuando essa nova era e modelo político, mais parecido com um “fascismo corrupto”. “malfeitos” e de governos do povão. Mataram a república da ética e da justiça social. É certo, que enganaram a muitos por muito tempo. É certo que reconstruíram a republica do pão e circo (de Roma e de Cesar), para iludirem as massas populares e famintas.

Porém, é preciso lutar contra os bandidos e covardes da democracia e da Republica. Esses grupinhos que destroem o nosso Brasil, das esperanças e das oportunidades sociais. O caminho traçado pela (Divina Providência) ao planeta terra, ao Brasil não é esse por todos nós vivenciado.

(*) João Cipriano Nascimento Filho
ciprianoserra@yahoo.com.br
Brasília

sábado, 28 de abril de 2012

O CARIRI TEM SAMBA

O nosso querido e amado Cariri tem artista por tudo que é canto. Como disse certa vez minha querida amiga Izaira Silvino, por onde você anda nessa região esbarra com um artista. Eu diria que, graças a Deus que é mesmo assim. Para todas as tendências de arte, o maior destaque sem dúvida que é a música. Nela estão inseridos diversos ritmos, indo do coco, embolada, forró autêntico, baião, samba, xote, mpb, passando pelo rock, pop-rock, blues, jazz e todas as variações desses ritmos. É um cenário deslumbrante, riquíssimo e de primeira qualidade. Dentre os já citados ritmos, quero aqui dar uma ênfase ao samba, um dos ritmos mais brasileiros e que, durante algum tempo andou meio esquecido pelos nossos músicos. Aqui e acolá, algum artista coloca um samba em seu repertório, mas sem dar maior destaque e importância devida. Agora esse delicioso ritmo está tendo um merecido reconhecimento através de um grupo recém formado aqui no Crato. É o "SAMBA DE MINUTO", formado por jovens artistas e músicos do Cariri, e que vem fazendo a diferença em suas apresentações. O grupo, formado com a maravilhosa voz de Janinha Brito, o delicioso violão de Cidinho, o fino pandeiro de Walesvick Pinho, a batida perfeita da percussão de Rodrigo Moura e o ritimado cavaquinho de Savio Souza, tem animado e muito as noitadas caririenses e nos brinda com deliciosos sambas dos mais respeitados compositores brasileiros. É ouvir e sentir o pulsar do coração chamando para a dança, a festa e a alegria. Samba é o nosso ritmo mais festejado, cultuado e admirado e agora aqui no Cariri o grupo "SAMBA DE MINUTO" está o levando para o nosso prazer.

Se você quer ouvir o "SAMBA DE MINUTO", nesta próxima segunda-feira, dia 30, véspera de feriado, o grupo vai se apresentar no "TERRAÇUS - Bar e Petiscaria", um maravilhoso espaço que fica no triângulo do Grangeiro em Crato. Lá vai rolar o SAMBA DE PÉ (de serra), com o grupo. Começa por volta das 20h, mais cedo para não perturbar tanto a vizinhança, e vai ser cobrado cinco reais por pessoa de couvert artístico. Vai ser uma noitada regada a muito samba, cerveja e feijoada, além da alegria do encontro com pessoas bacanas. Vamos nessa?

Exumados os restos mortais da jovem mártir Benigna Cardoso

     A Diocese de Crato e a Paróquia de Sra. Sant’Ana realizaram neste dia 27 de Abril 2012, a exumação dos restos mortais da jovem Benigna Cardoso, que até então estava sepultada no cemitério São Miguel em Santana do Cariri – CE.
    Com esta exumação foi dado mais um passo referente ao processo de beatificação da jovem Benigna. Agora posteriormente será realizado o translado e o sepultamento na Igreja matriz de Sra. Sant’Ana já marcada para o mês de maio.
    A exumação foi realizada numa cerimônia privada com orações e súplicas. Depois da identificação dos restos mortais de Benigna os mesmos foram lacrados em uma urna que ficou sobre o resguardo da Diocese de Crato – CE, até o dia 26 de maio quando ocorrerá a solenidade oficial de translado e sepultamento na Matriz, em uma grande romaria no município de Santana do Cariri.
 Estiveram presentes na cerimônia os seguintes representantes:
- Monsenhor Vitaliano Mattiolli – Postulador da causa de beatificação e representante da Diocese de Crato.
- Pe. Paulo Lemos Pereira – Pároco de Santana do Cariri.
- Pe. Joaquim Cláudio de Freitas - filho da terra e Pároco da Basílica Menor de Nossa Sra. das Dores em Juazeiro do Norte – CE.
- Ypsilon Rodrigues Félix – representante da comissão Diocesana.
- Terezinha Sisnando e Dulcinéia Sisnando – Irmãs de criação de Benigna.
- Sandra Rodrigues, Marcos Danilo e Geânio Felipe – representantes da comissão paroquial.
Fotos Oficiais da Cerimônia:

Postado por: Ypsilon Félix

Só vendo para crer -- por Pedro Esmeraldo


Estava no meu lazer no Crato Tênis Clube quando de repente apareceu o ex-deputado Ciro Gomes. Fui apresentado ao distinto pelo senhor Boanerges Custódio. Ciro Gomes me abordou: Sua cidade é parecida com a minha! Então eu retruquei: Ultimamente, o Crato tem sofrido das agruras e da perversidade, já que está sendo esvaziada pelas astúcias de um município tenebroso e que, à custa da intriga e da calúnia, quer totalmente desrespeitar o Crato, retirando tudo daqui com a complacência da administração Estadual.

Ele me respondeu: trata-se de questão populacional, pois lá tem 300 mil habitantes e aqui 130 mil.
Respondi: isso eu não acredito, pois se trata de um povo megalomaníaco, traiçoeiro e enganoso, visto que, lá não possui essa quantidade de gente e vive sorrateiramente, com palavras inócuas traçando conversas desconexas, inventando mentiras que não existem. Além do mais, Crato foi o centro propulsor do desenvolvimento nordestino, já que graças a esta cidade trouxe o desenvolvimento equilibrado e firme e que soube equilibrar o progresso com dinamismo e equidade. Agora inventam que tudo que é bom tem que ser colocado naquela URBE, visto que lá o centro da cidade piegas deve ser propagado para psiquismo, com muita sinceridade.

Não esqueça jamais que os outros municípios merecem lugar ao sol e o progresso tem que ser exercido a toda a colônia caririense, acrescenteu eu. Ciro Gomes respondeu: Virão coisas boas para o Crato, não podemos esquecer esta cidade.
Respondi: só vendo pra crer.

Nessa mesma ocasião, aproveitando a presença do deputado Antônio Balmmam, consultei-o sobre o funcionamento do SEBRAE em Crato. Disse-me que ia muito bem e atendendo as anseios da população cratense, dando emprego com tecnologia moderna. Afirmei que havia muito desprezo nesta cidade, pois tudo era transferido para outro município sem a ressonância magnética firme e equilibrada do Crato.

Pois o cratense anda desanimado com a tecnologia governamental, já que as medidas dessas autoridades só cobrem o desejo do povo do outro município e o Crato marche lentamente a ver navio, caindo no arrefecimento. Note que foi do Crato que partiu o primeiro grito de independência; foi o Crato que lutou pela liberdade da província na Confederação do Equador no ano de 1824. Por isso ele merece lugar na região.
Afirmou-me o deputado: veríamos coisas boas quer na educação quer na indústria. Lamentou que sentia dificuldades nas doações dos terrenos para estabelecer esses investimentos em Crato, incluindo
essa implantação de indústria de renome.
Depois, querendo encerrar a conversa, querendo abafar as minhas mágoas disse: Virão para o Crato duas grandes escolas de nível superior, de grande envergadura tecnológica.
Com amargura respondi: Só isto? E o Crato não merece mais? Por que não traz grandes escolas para o Crato que venham contemplar os anseios dessa população? Por que meu Deus, esse desprezo pelo
Crato?
E agora nao querem sequer que a gente grite e reclame. É para ficar de boca fechada, dizendo amém? Não senhor, o cratense não merece isto. Todos partem para a luta, não desprezem o Crato porque também esta cidade merece ser contemplada, pois com a graça de Deus tudo será resolvido com paz e tranquilidade.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

26 de abril -- Dia de Nossa Senhora do Bom Conselho

Havia,  na idade média, numa igreja da cidade de Scutari - Albânia, -- onde o povo venerava com ardor -- uma imagem pintada  de Nossa Senhora do Bom Conselho, (ao lado foto do ícone) a que eram atribuídos  muitos milagres.  A devoção crescia vertiginosamente, até que  no ano de 1467, maometanos turcos invadiram e dominaram a Albânia, culminando em sérias conseqüências aos cristãos. 

A perseguição implacável, colocou a Igreja numa situação dificílima, de forma que muitos cristãos tiveram de abandonar o país e, os que ficaram, tiveram de permanecer na clandestinidade . Foi nessa ocasião,  que dois albaneses de nomes Solavis e Georgi, ao entrarem no santuário,  testemunharam um grande milagre, a princípio, muito intrigante. Uma nuvem divina rodeou a estampa de Nossa Senhora que foi como que retirada da parede e elevou-se ao céu, tomando a direção de Roma,  sobre o Mar Adriático. 

Os peregrinos, impelidos a seguir  sua trajetória,  passaram a  acompanhar a estampa. Com  muita confiança entraram no mar e passaram a caminhar  sobre as ondas a pé enxuto e o atravessaram até chegar às vizinhanças de Roma. Ali, a  estampa rodeada de nuvens foi se afastando até que acabaram  perdendo-a de vista. De acordo com a tradição popular, aos 26 de abril de 1467, esta pintura apareceu em uma das paredes de uma igreja, na cidade de Genazzano, localizada a 50 km de Roma. A devoção a Nossa Senhora do Bom Conselho é, pois,  bastante antiga. 
A pequena e pitoresca cidade de Genazzano é famosa pelo grande número de peregrinações que acontecem no Santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho.

Abaixo uma foto da cidade de Genazzano  

terça-feira, 24 de abril de 2012

Carybé - Emerson Monteiro







Hector Julio Páride Bernabó,
conhecido por Carybé, foi um artista plástico argentino que viveu na Bahia,
marcando presença com trabalhos de desenhista, ilustrador de livros, pintor, escultor,
gravador, nome expressivo da arte baiana do seéulo XX, ligado à elite que assinalou
fase marcante e trouxe fama internacional ao ricopanorama cultural da Boa
Terra.


Conheci  Carybé nos inícios dos anos 70, ao
desenvolver um programa do Banco do Brasil para divulgação do Cheque Ouro junto
 aos artistas e intelectuais. Abri sua
conta no banco e cuidei do acompanhamento desse novo cliente. Sempre que
precisava de resolver algum assunto na agência, ele subia ao terceiro andar,
indo me encontrar na Secretaria da Gerência.


Tipo alto, magro, de tez clara,
olhos acesos, roupas folgadas de características irreverentes, por vezes
manchadas de tinta ou cimento, isto quando produzia o célebre
painel que existe na confluência da Avenida Sete com a Rua Chile, em frente à
Praca Castro Alves. Usava sandálias japonesas ou andava de pés descalços,
alegre, simpático; merecia dos baianos afetivo carinho e continuado respeito;
amigo de Jorge Amado, de quem ilustrou o livro Gabriela, Cravo e Canela; de Floriano Teixeira, Mário Cravo Júnior ,
Dorival Caymmi, doseleto clã no qual fulgurava nos encontros da boemia consagrada
de seu tempo.


Já no Cariri, época do Navegarte,
em Crato, na década de 90, eu visitei exposição do artista, promovida pelo País
atrravés da Fundação Banco do Brasil, com desenhos retratanto os costumes e
pessoas representativos do povo da Bahia, com destaque para as dancas, a música,
a religiosidade, a capoeira, a pesca e as mulatas, fixação constante da obra de
Carybé, nas imagens pitorescas com que perenizou a vida comunitária rica em
cores e movimentos, tema bem próprioao talento dos gênios de seu porte.


Assim, paro e revejo de memória a
produção eclética de Hector Barnabó, Carybé, argentino de nascimento e baiano
de coração, um marco indelével das belas artes no Brasil da segunda metade do séculoque
passou.


24 de abril, dia de São Fidelis de Sigmaringa-- o co-padroeiro de Crato (por Armando Lopes Rafael)

Todo mundo sabe que Nossa Senhora da Penha é a padroeira principal da cidade de Crato. Poucos, no entanto, sabem que Crato também tem um co-padroeiro. Trata-se de São Fidelis de Sigmaringa, que antes de adotar este nome – ao se tornar franciscano – era conhecido advogado com o nome civil de Marcos Rey.

Segundo seu biografo Afonso Souza: “Inteligente e aplicado, Marcos Rey fez com sucesso seus estudos na católica Universidade de Friburgo, na Suíça. De elevada estatura, bela presença, semblante sério e sereno, Marcos era respeitado pelos professores e admirado pelos condiscípulos que, por sua ciência e virtude cognominaram-no de o Filósofo Cristão”. São Fidelis foi escolhido pelo fundador de Crato– frei Carlos Maria de Ferrara– há 272 anos – como co-padroeiro da primitiva capelinha de taipa, coberta de palha, erguida em 1740 no centro da então Missão do Miranda, embrião da atual cidade de Crato.
À esquerda A Mãe do Belo Amor, primeira devoção mariana do sul do Ceará. À direita, São Fidelis de Sigmaringa, co-padroeiro de Crato (Vitral da Capela do Santíssimo da Catedral de Crato)

Ainda segundo o seu biografo: “Como em tudo brilhante, em breve adquiriu fama e clientela. O Dr. Marcos Rey, no entanto, preferia as causas dos pobres às dos ricos, para poder defendê-los gratuitamente. Em suas defesas, jamais utilizou recurso algum que pudesse tisnar a honra da parte contrária”. Entretanto, Marcos Rey decepcionou-se com a advocacia e decidiu a abandoná-la, ingressando na ordem franciscana. Percorreu a Espanha, França, Itália convertendo multidões e passou a ser perseguido pelos radicais protestantes.

Foi à sombra do castelo de Sigmaringa, às margens do Danúbio, na Alemanha, que frei Fidelis encontrou refúgio, quando perseguido. Mas no dia 24 de abril de 1622, após celebrar uma missa, de volta ao castelo caiu nas mãos de soldados protestantes que o assassinaram. Foi beatificado em 1729, e canonizado 17 anos depois. O Vaticano o escolheu como o Protomártir da Sagrada Congregação da Propaganda Fidei.

sábado, 21 de abril de 2012

O simulacro de um julgamento -- por Armando Lopes Rafael

(capítulo do livro -- inédito -- "Pinto Madeira, o Caudilho do Cariri", de Armando Lopes Rafael)
Na foto abaixo, o que resta da antiga Casa do Senado da Câmara da Vila Real do Crato, onde houve o julgamento de Pinto Madeira, a maior farsa de um júri já realizada no Ceará
Recordemos que tanto o agora presidente da Província do Ceará, José Martiniano de Alencar, como o general Labatut deixaram oficialmente registrado que a Comarca de Crato não possuía juízes preparados e imparciais para julgarem os réus. Naquela época, era comum também o fato de os juízes serem ligados aos partidos políticos que disputavam o poder.

Alencar, em 1º de março de 1832, escreveu uma representação ao Ministro dos Negócios do Império, na qual constou esta frase: “Além disso, conviria despachar quanto antes um Ouvidor para a Comarca do Crato, pois não havendo ali um só Juiz letrado, nem haverá quem faça processo aos réus, caso sejam presos”. Já o general Labatut, em ofício escrito ao Ministro da Guerra do Brasil, em 14 de outubro de 1832, escreveu: “Como, pois, poderão ser julgados os réus por juízes inçados da mesma opinião dos partidos que assolam a província? Por isso rogo a V.Excia. se digne de atender ao meu último oficio do Icó, em que, conhecendo cabalmente os males que acabrunham a nova comarca do Crato, eu pedia juízes íntegros, justos e sábios por não haver um só letrado, em toda ela, os de paz e ordinários são mui leigos e pertencem a um e outro partido”.
José Martiniano de Alencar conhecia, pois, com profundidade, o despreparo e a precariedade do aparelhamento jurídico da Comarca do Crato, comandada por pessoas a quem faltava – além do conhecimento jurídico específico – o necessário discernimento e equilíbrio para o exercício do múnus do Juízo.

Pois foi nesse ambiente que, em 26 de novembro de 1834, Pinto Madeira compareceu perante um tribunal popular para ser julgado. Em 14 de abril de 1830, quatro anos e sete meses antes do seu último julgamento, Pinto Madeira tinha enviado ao Ouvidor de Crato um requerimento no qual nominava seus inimigos. No requerimento de 1830, ele relacionou diversas pessoas, pedindo que não as convocassem para testemunhar, na devassa que estava sendo movida contra sua pessoa. Da antiga relação quatro nomes agora participavam do julgamento do caudilho: o tenente-coronel José Vitoriano Maciel, atuando como juiz leigo que presidiu ao júri; Romão José Batista, José Ferreira Castão e Antônio Ferreira de Lima, como integrantes do Conselho de Sentença. Os demais jurados – José Gregório Tavares, Raimundo José Camelo, Manoel Joaquim Carneiro, Raimundo Gonçalves Parente, Manoel Carlos da Silva, Roque de Mendonça Barros, Antônio de Oliveira Carvalho, Raimundo Pedroso Batista e Antônio Luís do Amaral – eram todos inimigos do réu.

Como promotor de justiça, atuou o major Antônio Raimundo dos Santos. Funcionou como advogado de defesa, o padre Manuel dos Santos Brígido, vigário de Exu, município pernambucano vizinho a Crato. O escrivão foi Antônio Duarte Pinheiro. Pesava contra Pinto Madeira a acusação de crime de rebelião contra a ordem constituída. Não foi este, porém, o delito apresentado contra ele, no julgamento de 26 de novembro de 1834. Pediram sua condenação à pena última, “pela morte feita ao bom cidadão Joaquim Pinto Cidade, que desgraçadamente foi preso pelas tropas do malvado, na ocasião em que marchavam contra os habitantes desta vila (de Crato), no dia 27 de dezembro de 1831”. Foi isso o que foi relatado no ofício assinado pelo juiz leigo José Vitoriano Maciel, e enviado ao presidente da Província do Ceará, padre José Martiniano de Alencar, no dia seguinte à condenação do réu.



Ao deixarem o libelo político, optando pela acusação da morte de Joaquim Pinto Cidade, o objetivo dos inimigos de Pinto Madeira era julgá-lo por um crime comum, ficando assim o réu sem justificativa nem escapatória. Na sua defesa, Pinto Madeira não negou que liderava as tropas revoltosas. Afirmou, no entanto, que não conhecia Joaquim Pinto Cidade. Nunca o tinha visto e negou qualquer participação na morte do liberal cratense. Declarou, ainda, que ao chegar ao Sítio Brejão, já o encontrou morto, mas ainda teve tempo de impedir outra morte: a de um companheiro do liberal cratense assassinado antes da sua chegada.

“Das trinta testemunhas de acusação vinte depuseram que sabiam do fato somente por ouvir dizer; três disseram nada saber; duas ouviram os tiros que mataram Pinto Cidade. Duas afirmaram que ele foi morto pela tropa de Pinto Madeira; uma assegurou conhecer o caso, por ser de domínio público. E unicamente uma presenciou e viu o comandante da vanguarda, (Francisco Xavier Matos, vulgo Veneno), e seus soldados atirarem na vítima, depois de aquele ter estado com Pinto Madeira... Testis Unus, Testis nullus” (Uma testemunha, nenhuma testemunha).

“Compareceram somente três testemunhas de defesa. O juiz não permitiu que se transcrevessem por escrito os depoimentos de duas. O da terceira foi totalmente invertido. Ela protestou com energia. Ao sair do tribunal, deram-lhe tão bárbara surra que deitou sangue pela boca! “a visto disso, o réu pediu ao seu advogado que desistisse da inquirição das outras”.

“Ao conselho de sentença o juiz logo apresentou os seguintes quesitos: 1 – Existe crime no fato ou objeto da acusação? 2 – O acusado é criminoso? 3 – em que grau de culpa tem incorrido? As perguntas, capciosas em si, não deixavam margem a evasivas. Era pão-pão, queijo-queijo. O conselho respondeu sim às duas primeiras e capitulou o crime, com circunstâncias agravantes, no art. 192 do Código Criminal, o que correspondia à pena máxima. O presidente do tribunal leu, por conseguinte, a sentença de morte.

Quando terminou a leitura, Pinto Madeira disse calmamente:
– Apelo!
O juiz José Vitoriano replicou-lhe com arrebatamento:
– Não tem apelo nem agravo, senhor coronel, prepare-se para morrer que morre sempre – conforme foi testemunhado pelo Dr. Leandro de Melo Ratisbona – (30)
Pinto Madeira foi levado de volta ao cárcere. Às seis horas da tarde, os sinos da Igreja de Nossa Senhora da Penha começaram a dobrar finados. Perguntou por quem eram aqueles dobres. O comandante da guarda, sargento Manoel José Braga Coelho, respondeu com crueldade:
– São pelo senhor que vai morrer amanhã de manhã.

Pinto Madeira não deu uma única palavra.
(Depoimento da testemunha presencial Amaro Ferreira da Silva, cfe. citação no livro “História Secreta do Brasil”, volume II, Gustavo Barroso, página 153).

Abaixo placa colocada no que resta da Casa do Senado da Câmara da Vila Real do Crato


Notas de “ O simulacro de um julgamento”
(30) FIGUEIREDO FILHO, José de. História do Cariri–Volume III. Edição da Faculdade de Filosofia do Crato, 1966. pag. 41-42

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Faleceu o advogado e bancário aposentado Hélio Teles Pinheiro


Faleceu o bancário aposentado do Banco do Brasil e advogado cratense Hélio Teles Pinheiro, filho Dona Ester e de Gilberto Dummar, saudoso radialista, que se notabilizou como um dos apresentadores do programa Juca e Jeremias, pela Rádio Araripe do Crato.

Hélio cresceu sob as sombras dos oitizeiros do antigo Parque Municipal, hoje Praça Alexandre Arraes, no bairro do Pimenta, em Crato, quando, na adolescência, integrou os movimentos artísticos cratenses e participou dos lendários festivais da canção que ocorreram em Crato na década de 1970.  

Funcionário aposentado do Banco do Brasil e advogado militante, também conhecido, entre os amigos mais próximos, pelo carinhoso apelido de “Manga Rosa”, devido à cor de sua face, - era uma pessoa que amava a vida em toda sua plenitude. Violonista, era um boêmio que alegrava os ambientes que frequentava, como o Restaurante Guanabara (O Neném) e, ultimamente, o Cantinho do Pimenta.

Pessoa amiga e amável, caridosa e prestativa, sempre tinha uma palavra de apoio e de carinho para com os seus interlocutores. Nos últimos anos, passou a frequentar assiduamente o Terço dos Homens, que acontece todas as quintas-feiras na Igreja de Nossa Senhora de Fátima.

O seu exemplo de pessoa íntegra, honrada e ética foi motivador da construção de um enorme leque  de amizades sinceras e perenes. Portanto, sua partida desta dimensão física, deixa uma profunda tristeza e uma imensa saudade em todos aqueles que tiveram o privilégio do seu convívio.

Nonato Luiz - Emerson Monteiro

Nestes próximos dias 20 e 21 de abril, sexta-feira e sábado, no Auditório da Rádio Educadora, em Crato, e no Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, respectivamente, às 20h, dar-se-ão shows comemorativos aos 35 anos de carreira do artista cearense Nonato Luiz, consagrado no mundo inteiro, e que agora vem ao Cariri para reencontrar seu público em noitadas musicais do mais alto nível, como avaliaram noutros lugares os melhores críticos.

Um dos onze filhos de Pedro Luiz, agricultor, violeiro e repentista, Raimundo Nonato de Oliveira nasceu em 1953, no vilarejo de Aroeiras, município de Lavras da Mangabeira, sul do Ceará. Ainda na infância, ganharia um cavaquinho e descobriria a música através do rádio e das apresentações dos tocadores do sertão, músicos que marcariam sua vida, sanfoneiros que animavam as festas do lugar onde vivia. Aos 11 anos mudou-se com a fimília para Fortaleza. Dois anos depois, começaria estudos de violino junto ao Conservatório Alberto Nepomuceno, da Universidade Federal do Ceará, quando se desenvolveu na técnica, sendo, então, convidado pelo maestro Orlando Leite para a Orquestra Sinfônica Henrique Jorge, na qual permaneceria por dois anos. Observou, nesta fase, sua indentificação instrumental com o violão. Aprofundou conhecimentos musicais por meio dos autores clássicos, dentre eles, com destaque, Mozart e Beethoven, distinguindo sua intuição voltada também para as origens populares da nossa música, escutando Valdir Azevedo, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Luiz Gonzaga e outros intérpretes.

- Numa fase mais madura, interessei-me pelo trabalho de Baden Powell, no campo do violão popular, e Andrés Segóvia, na área erudita.

Também foi importante meu convívio com o violonista clássico Darcy Villaverde, amigo e parceiro carioca, com quem percorri grande parte do Brasil, em inesquecível turnê – afirma Nonato Luiz.

No ano de 1977, iniciou o Curso de Licenciatura em Música, também na Universidade Federal cearense, que interrompeu dois anos depois, ao se transferir para o Rio de Janeiro e iniciar carreira profissional como violonista. Das aulas, no entanto, obteve muitas informações sobre teoria musical, harmonia, arranjos e sobre outros instrumentos. Como autodidata, estudou intensamente a obra dos compositores brasileiros.

- Assim os adaptei para o violão e executei, como o faço até hoje, as maravilhosas composições desses mestres. Ao mesmo tempo, recebi deles a influência que dá alicerce às minhas composições – assegura o artista.

Nonato Luiz é ocupante da cadeira n.º 18 da Academia Lavrense de Letras, possui mais de 500 composições musicais e de 30 discos gravados e viaja noutros países a propagar o tesouro musical brasileiro, a demonstrar a qualidade do talento por todos respeitado.

O Cartão-de-Natal do Príncipe Dom Luiz -- 1

 
Todo início de ano é a mesma rotina. Passada a temporada natalina junto os Cartões-de-Natal recebidos e seleciono alguns para guarda-los, por trazerem mensagens construtivas, dotadas do Pulchrum (*) e calcadas em perenes princípios e valores. Este ano mais uma vez  guardei o Cartão-de-Natal recebido do Chefe da Casa Imperial Brasileira, Dom Luiz de Orleans e Bragança.

Interessante como muitos brasileiros ficam espantados com o simples fato de saber que no Brasil ainda existe uma Família Imperial. A imensa maioria do nosso povo é  informado apenas pelos noticiários da televisão, estes, infelizmente, direcionados para mostrar a decadência dos costumes. No Brasil, o mal foi disseminado de tal maneira que – nos dias atuais – os problemas nos agridem até no recinto do nosso lar. Basta assistir a um noticiário da televisão para sentir o estágio da crise: a família está sendo destruída pela imoralidade e corrupção dos  costumes; as drogas campeiam desviando os jovens; assaltos, sequestros... A sensação que temos é que tudo está a ponto de naufragar e que todos seremos vítimas da tormenta.

Mas, como ia dizendo, o Brasil possui uma Família Imperial. Melhor ainda, esta família é tida e reconhecida  como uma das reservas morais da nação. Isto posto, permita-me transcrever a mensagem recebida do Príncipe Dom Luiz, na qual homenageou a memória de sua mãe, Dona Elizabeth da Baviera de Orleans e Bragança, alemã de nascimento falecida em 13 de maio de 2011. A conferir abaixo:
(*)Pulchrum: belo




Armando Lopes Rafael

O Cartão-de-Natal do Príncipe Dom Luiz -- 2

“Na mensagem natalina deste ano de 2011, meu olhar volta-se já saudoso para a figura de minha querida Mãe, a quem Deus Nosso Senhor aprouve chamar a Si, no dia 13 de maio último. Os limites naturais destas breves linhas não comportam quanto afeto filial teria para externar.

Mamãe integrou o limitado número daquelas Princesas a quem o casamento conduziu a terras distantes. Não imaginava ela, por certo, em sua juventude na Baviera, passar a maior parte da vida, que muito longa seria, do outro lado do Atlântico.

Assim ocorreu pelo feliz consórcio com meu Pai, o Príncipe D.Pedro Henrique, numa união que atendeu judiciosamente aos interesses das duas Casas – Orleans e Bragança e Wittelsbach – e aos ditames de coração dos dois jovens Dinastas. Casando-se com o Chefe da Casa Imperial do Brasil, Mamãe passava a ter seu destino indissociavelmente ligado ao deste grande País, tornando-se Mãe dedicada e extremosa de doze príncipes brasileiros.

Chegada do exílio a Família, ao fim da II Guerra Mundial, o primeiro contato de Mamãe com seu “Novo Mundo” foi em Petrópolis, por breve tempo, seguindo de alguns anos no Rio de Janeiro, na placidez de uma casa na Urca. Em 1950 meu Pai estabeleceu-se como fazenderio no Norte do Paraná, então verdadeira terra da promissão que atraía brasileiros de todas as partes. Foi esse certamente o período mais marcante de nossa vida como família, aquele em que a identificação com o Brasil, definida pelo berço, mais se imprimiu em todos nós. Na metade dos anos sessenta, quando a maior parte dos filhos buscava o ensino superior, veio a mudança para Vassouras. Com a morte de meu Pai, em 1981, Mamãe passou a ser a alma do convívio familiar, que se ia dilatando pela chegada de muitos netos.

Na fotografia que escolhi para ilustrar este cartão, reluzem os predicados que tanto a caracterizavam: dignidade, grande distinção, brilho natural, sensibilidade, firmeza de caráter; atributos estes que se manifestavam nas mais variadas situações, desde a simplicidade da vida doméstica ao luzimento de salões do Rio ou de São Paulo. Sempre igual a si mesma, Mamãe deixou por todo o Brasil, em quantos a conheceram, funda impressão de afabilidade e autenticidade como Princesa.

Mas foi a fé, recebida de seus maiores, o dom mais precioso que transmitiu e inculcou em nós, seus filhos. Naturalmente bondosa, era igualmente firme quando estavam em jogo os princípios cristãos que constituem o fundamento da existência e do lar, bem como o cumprimento do dever.

Nas numerosíssimas mensagens recebidas por ocasião de seu falecimento, o pensamento mais presente – e que muito nos consolou – foi o de ter ele coincidido com o aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, como a indicar o beneplácito de Deus Nosso Senhor em sua acolhida.

Recordando a figura afável, dedicada e piedosa de minha querida Mãe, neste Natal deposito confiante aos pés da Sagrada Família, uma prece filial por ela, bem como uma prece particular por toda a Família Imperial, por este Brasil que tão carinhosamente acolheu minha Mãe e por todos os brasileiros, especialmente os que aspiram à restauração das fibras mais autênticas da nacionalidade, nas vias da civilização cristã.

Luiz de Orleans e Bragança

domingo, 15 de abril de 2012

Exemplos que nos foram legados pela História (postado por Armando Lopes Rafael)

O testamento do Almirante Tamandaré
Há 115 anos, no dia 20-03-1897, falecia o Almirante Joaquim Marques Lisboa (13.12.1807--20.03.1897), que ficou mais conhecido na história do Brasil como Almirante Tamandaré. Patrono da Marinha Brasileira, antes de morrer, Tamandaré escreveu o Testamento abaixo:

"Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, metido em um caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda, branca, e sobre ela colocada a âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de Dezembro de 1892, devendo-se colocar no lugar que faz cruz a haste e o cepo um coração imitando o de Jesus, para que assim ornado signifique a âncora-cruz, o emblema da fé, esperança e caridade, que procurei conservar sempre como timbre dos meus sentimentos.

Sobre o caixão não desejo que se coloquem coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie, e só a comenda do cruzeiro que ornava o peito do Senhor D. Pedro II em Uruguaiana, quando compareceu como primeiro dos voluntários da pátria para libertar aquela possessão brasileira do julgo dos paraguaios que a aviltavam com sua pressão; e como tributo de gratidão e benevolência com que sempre me honrou e da lealdade que constantemente a S. M. I ((obs: S.M.I. significa: Sua Majestade Imperial) tributei, desejo que essa comenda relíquia esteja sobre meu corpo até que baixe à sepultura.
Exijo que não se façam anúncios e nem convites para o enterro de meus restos mortais, que desejo sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus o Cristo que hajam obtido o fórum de cidadãos pela Lei de 13 de Maio. Isto prescrevo como prova de consideração a essa classe de cidadãos em reparação a falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão; e reverente homenagem à grande Isabel Redentora, benemérita da pátria e da humanidade, que se imortalizou libertando-os.

Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe, enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes, no jazigo da família Marques Lisboa.
Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir a minha pátria e prestar alguns serviços à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva:
"Aqui jaz o velho marinheiro".
Almirante Joaquim Marques Lisboa

A Carroça de Mamulengos - Emerson Monteiro

Um clã organizado que viaja o Brasil produzindo arte popular através de espetáculos circenses, eis o retrato resumido dessa trupe de artistas formada de irmãos da mesma família para festas de intensa alegria, músicas e cores, mostradas em praça pública, revivendo no palco das ruas e praças do Cariri as boas noites do que oferece silenciosa felicidade, aos olhos brilhantes de crianças atenciosas ao novo que recebem.

O prenúncio desse grupo de artistas remonta 1975, em Brasília, quando seu idealizador, Carlos Gomide, trabalhava de junto do diretor de teatro Humberto Pedrancini, em outro grupo chamado Carroça. Ano seguinte e conheceria o espetáculo Festança no reino da mata verde, do Mamulengo Só Riso, assim reforçando o gosto pelo teatro de bonecos.

Em 1978, Carlos conheceu Antônio Alves Pequeno (Antônio do Babau), mestre brincante paraibano da cidade de Mari, buscando-o em 1979 para desenvolver o aprendizado nos espetáculos dos bonecos. Um ano e meio de convivência seria o suficiente para o discípulo estruturar o conjunto de bonecos da mesma brincadeira e receber permissão do mestre para levar adiante a tradição milenar em viagens pelo País, isto que vem informado no site do grupo na Internet.

Em 1982, ainda no Distrito Federal, se incorporou ao elenco das peças a teatróloga Schirley França, futura esposa de Carlos Gomide, de cuja relação nasceriam os oitos filhos do casal que compõem a base atual da caravana artística que nos visita: Maria, Antonio, Francisco, João, Pedro, Mateus, Luzia e Isabel.

Na melhor qualidade desses espetáculos, em turnê patrocinada dentre outros pela Petrobras, a Carroça de Mamulengos alimenta o encanto da arte espontânea dos terreiros, feiras e festivais, essência natural das manifestações coletivas de cunho popular, o que traduze em termos presentes os primórdios da Grécia mais antiga, naquilo que chamaram ditirambo, fonte arcaica do teatro moderno e do cinema industrial.

Desta maneira, revivem sonhos e vivências comunitárias em ações plenas de música, dança, jogos, diversões, folguedos, confraternização, força pulsante dos universos da beleza inesperada, isso diante da tecnologia artificiosa destes dias massificados da artificialidade vendida aos borbotões nos vídeos distanciados da gente.

Nossos votos de boas vindas e sucesso à Cia. Carroça de Mamulengos nas cidades do Cariri que desfrutam a luminosidade dos instantes mágicos que traz ao povo.

TV Chapada do Araripe está de Cara Nova e prepara programas semanais de Entrevistas e Shows


Novidade no Ar...




A TV Chapada do Araripe ( Antes referenciada como TVCrato ) é uma coleção crescente de vídeos, reportagens, entrevistas e apresentações musicais direcionadas a mostrar a Arte, Cultura e a Informação na região do Cariri Cearense. Estamos trabalhando atualmente no sentido de disponibilizar novos programas semanais, que estrearão em breve. O novo site abriga as produções da WEB-TV Chapada do Araripe exibidos ao longo de vários anos, e pode ser acessado pelo link: www.tvchapadadoararipe.com

Veja as novas vinhetas da TV Chapada do Araripe:

Uma das novas vinhetas do canal:



Vinheta do Programa "DM STUDIO", que está em fase de pré-produção:



Já está em fase de pré-produção o mais novo programa da TV Chapada do Araripe, o "DM STUDIO", apresentado pelo pianista Dihelson Mendonça, o programa será mais que um Talk Show; Trará toda semana um convidado para entrevista, reportagens sobre os assuntos que foram destaque durante a semana no Cariri, no Brasil e no Mundo. Em breve!

Dihelson Mendonça
Administrador do Sistema Chapada do Araripe de Comunicação

www.tvchapadadoararipe.com
www.radiochapadadoararipe.com
www.chapadadoararipe.com ( Portal de notícias do cariri )
www.blogdocrato.com ( o maior acervo do Crato na Internet )
www.filhoseamigosdocrato.com ( Comunidade do Crato no facebook )

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Lembrando Raimundo Bezerra, um gigante da área de saúde em Crato – por Armando Rafael


Está sendo realizado na cidade de Crato, com encerramento previsto para manhã, dia, 14, o XII Congresso das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará. Um evento que merecia ser mais destacado.
A única notícia que li sobre este encontro foi aqui mesmo, no Blog do Crato. Durante o evento foram prestadas homenagens ao deputado Wellington Landim (PSB) e Madre Edeltraut Lerch.
Homenagens justíssimas!

Será que se lembraram do ex-deputado e ex-prefeito Raimundo Bezerra? 
Ele foi o presidente da 9a. Conferência Nacional de Saúde—CONASEMS e presidente do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde do Ceará. Esta mesma instituição que ora se reúne em Crato.
Aliás, do site do CONASEMS, retirei as informações abaixo:

   "Raimundo Bezerra nasceu em Crateús. Menino veio para Crato, palco de sua profícua carreira médica e política. Era formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia. Foi deputado estadual e federal. Neste último mandato, fez parte da Assembleia Nacional Constituinte (1987-1990), sendo considerado como um dos grandes protagonistas da Reforma Sanitária do Brasil.
  
   Sua atuação como relator da saúde na Constituinte foi notória, o que lhe trouxe grande respeito por parte do movimento sanitário brasileiro. Também merece ênfase a atuação marcante que teve na elaboração das leis orgânicas da Saúde, Previdência e Assistência Social. Foi presidente do Comitê Consultivo da 9a. Conferência Nacional de Saúde--CONASEMS.
   
Foi secretário de saúde de Fortaleza entre 1993 e 1994, sendo eleito presidente do CONASEMS em 1993. Foi também vice-presidente do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde do Ceará. Raimundo Bezerra faleceu em 16 de outubro de 1998, aos 62 anos".
   
   Muito da projeção que o Crato possui na área da saúde (privada e pública) deve ao Dr. Raimundo Bezerra. Basta citar três empreendimentos da iniciativa dele: o atual Hospital São Raimundo, o Hemoce-Crato (ainda hoje com movimento superior ao de Juazeiro do Norte) e o Centro de Zoonoses do Cariri, localizado no bairro Palmeiral, em Crato. Se fossemos citar mais exorbitaria o espaço deste blog...
  

segunda-feira, 9 de abril de 2012

IILENE MEYER

IIlene Meyer é uma artista internacionalmente conhecida que recebeu elogios da critica desde os meados dos anos 80. Ela nasceu em Seattle, Washington,
Depois de estudos de pintura e desenho técnico ela fez sua estreia em 1979 na Galeria Mostra Solo em Washington.
Extraordinariamente rica  e expressiva  a pintura  a óleo e as gravuras  mostram as nevoas da criação explorando criaturas fantásticas e paisagens imaginárias com clareza,  penetrante paixão como o Surreal de Picasso ou Dali, como o evocativo de Georgia O´Kleffe. Esta Galeria brilhante introduz sci-fi e visualizações New Age .
A coleção primeira retrospectiva em larga escala do trabalho de Meyer é extraordinária. Invoca os temas de ecologia, conservação, cultura e civilização. As pinturas de Meyer pronunciam toda a existência e  todas as almas que estão interligadas.
Baseada em sua própria imaginação a criatividade sem limites e detalhes preciosos, suas pinturas cobrem uma ampla variedade de sujeitos criados  como o homem, animais, plantas, naturezas mortas e o universo. Toda a técnica, a filosofia abrangente e culturais são fundidos com uma profunda compreensão de temas.
Ela mostra seus súbitos e cores claras e ricas abrangendo uma ampla gama de eventos na terra do passado, presente e futuro, convidando-nos em seu mundo imaginário e ver as mensagens que variam de acordo com o espectador.


Fonte : Biografia da Pintura

Ilene Meyer - para quem gosta de arte

domingo, 8 de abril de 2012

Santa Teresinha da República -- por Ancelmo Góis


    Dia 21, agora, celebram-se os 220 anos da morte de Tiradentes. Mas com o passar dos anos a imagem do herói supremo da nação anda meio crestada. Um tiro certeiro foi disparado pelo grande historiador José Murilo de Carvalho, que, em seu livro “A formação das almas”, no capítulo “Tiradentes: um herói para a República”, mostra como o mito Tiradentes foi construído pela propaganda republicana. A República, que chegou ao poder sem muito apelo popular, teve dificuldade de construir um herói. Tentou sem sucesso Deodoro, Benjamin Constant e Floriano Peixoto. Terminou tendo êxito apelando para Tiradentes.

    Zé Murilo lembra que em torno do personagem histórico de Tiradentes houve e continua a haver intensa batalha historiográfica. “Até hoje se disputa sobre seu verdadeiro papel na Inconfidência, sobre sua personalidade, sobre suas convicções e sobre até sua aparência física.” Como não existia qualquer retrato feito por quem o tivesse conhecido pessoalmente, foi retratado de barbas, uma figura que lembra, como cantou Castro Alves, Jesus.

   Kenneth Maxwell, historiador britânico e autor do livraço “A devassa da devassa — A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808”, diz que quando escreveu o livro deixou de lado a mitologia de Tiradentes “bem relatada por José Murilo em seu belo trabalho”. Segundo ele, Tiradentes era de fato um admirador da independência dos EUA, um republicano, nacionalista e também um homem de ação. “Mas não era, na minha opinião, o mais importante conjurado em Minas na época, em comparação com homens abastados, e com experiência internacional, como Cláudio Manuel da Costa e Tomas Antônio Gonzaga, por exemplo.”

    Já mestre Boris Fausto diz que Tiradentes foi, na sua opinião, “um dos poucos heróis de nossa História, sem falar e sem fazer demagogia, e do povo brasileiro. Diz que gosta muito da obra do Zé Murilo, “mas ele tem um viés com relação à República”. Boris reconhece que o culto de Tiradentes surgiu entre os republicanos: “Mas sua imagem, em compensação, foi abafada pela monarquia, porque D. Maria, chamada A Louca, responsável ostensiva pela aplicação da pena de morte ao alferes, era ancestral de nossos imperadores.”

    Convidado a entrar no debate, o pernambucano Evaldo Cabral de Mello se esquivou. “Tiradentes era uma figura simpática, simples, considerado um santo, uma Santa Teresinha, e com santo não se discute.”

Tempo


Não há hoje sem o amanhã
Nem o amanhã sem o ontem
Engana-se, quem pensa que o tempo espera
Cada manhã com seu sorriso
No sombrio das minha tardes, minhas lembranças
No fim de cada noite, descansa a alma cansada

Chega o amanhã, que é hoje
O hoje virou ontem
Engana-se, quem pensa que o tempo espera
Já não sou mais só filho; sou pai e avô
Rugas me voltam ao passado
Do tempo que já passou

Vivo o tempo que me resta
Sou o livro vivo da vida
Deixo exemplos aos que querem aprender
Viva a vida sem se arrepender
Pois nascer é apenas começar a morrer
E morrer é viver eternamente.


                                                             Daniel  Hubert Bloc Boris (Jacques)
                                                                             Artista Plástico

sábado, 7 de abril de 2012

A Lira Nordestina -- por Renato Casimiro


(postado originalmente no Blog: http://www.portaldejuazeiro.com/)

Desde que a Lira Nordestina, a velha gráfica de folhetos de literatura de cordel do poeta José Bernardo da Silva, por último na gerência de suas filhas – Maria de Jesus Silva Diniz à frente, passou ao Governo do Estado do Ceará / Academia Brasileira de Cordel / Universidade Regional do Cariri, não paramos mais de reclamar pelas constantes ameaças à sua destruição. Tem sido assim, especialmente nesta última esfera – a da nossa Universidade, passando por diversos gestores, desde o prof. José Teodoro Soares, até hoje.

Tem sido lamentável a conduta da URCA no tocante à preservação e dinamização daquele patrimônio. A Lira, bem explicado, representa a herança de uma fase histórica de nossa cultura popular, congregando poetas e xilógrafos, que nós não podemos renunciar, jamais. Em torno dela, por exemplo, reúnem-se ainda algumas dezenas de artistas que continuam produzindo e mantendo, a duras penas, a atividade de suas competências.

O capítulo mais recente foi a decisão de romper o contrato (CLT) do xilógrafo Airton Laurindo (ligado à Lira desde 1988 e à URCA, desde 2004). Não recapitulo aqui a via crúcis de seu sofrimento – o que tenho assistido com muito pesar, pois a Lira mudou de endereços várias vezes, perdeu peças preciosas de seu acervo, ficou em muitas situações de vexame por gestores sem compromisso e terminou por dispersar parte de suas atividades, pela falta de uma diretriz que nos dissesse que a URCA, de fato, assumia o seu compromisso de agente cultural.

Anteriormente havia sido rompido o contrato com o xilógrafo Cícero Lourenço (ligado à Lira desde 1988, e à URCA, desde 2005). E era dois apenas, pelos quais, não a URCA, diretamente, mas por uma destas manobras de terceirização, que foram contratados por uma razão social, salvo engano, de nome Auxilio-Agenciamento de Recursos Humanos e Serviços Ltda., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ 04.782.407/0001-79, com sede na Rua Rodrigues Júnior, 287-A, Centro, Fortaleza/CE.
Há poucos dias, o Airton foi comunicado pela Pró Reitora de Administração da URCA, profa. Antônia Cileide de Araújo, que ele deveria assinar o aviso prévio, com o qual, no prazo legal, seria desligado. Uma das alegativas, apresentada pessoalmente ao servidor, por sua Pró Reitora, pasmem, é de que pessoas como ele não contribuem para nada na URCA. Aliás, no mesmo ambiente da Lira funciona o Curso de Artes da URCA, remanejado de Barbalha, e é no espaço da Lira que algumas atividades deste curso se desenvolvem. Pouca vergonha, esta, de uma autoridade universitária testemunhar deste modo. É cruel, até este tratamento pessoal.

Evidentemente, a nova direção da Lira, agora sob nova direção, do prof. Fábio Rodrigues (Pró Reitor de Extensão da URCA, parece ser ineficiente até para que, de mal a pior, a Lira ainda continue a cumprir precariamente o que já foi, uma das glórias da matriz cultural de Juazeiro do Norte e do Cariri. Eu não me iludo: isto não é incompetência. Isto é má fé, é desrespeito. É ignorância que se associa a intenções que não se confessam publicamente e a serviço do que pior ainda se abriga na URCA, por ranços a fatos não superados, oriundos em espíritos prevenidos e medíocres que insistem em não entender a vocação, o compromisso e a responsabilidade social da instituição.

Triste papel, este, o de uma universidade que não consegue resolver com clareza o que lhe serve, ao custo irrisório de um salário mínimo para cada um dos seus dois colaboradores e zeladores exemplares. Fica a indagação: conseguirá a URCA zelar por mais alguma coisa na Região do Cariri, se o preço for maior que o salário mínimo? É traduzir da forma mais barata possível, uma missão que engrandeceria o papel que a instituição assumiu historicamente com o desenvolvimento do Cariri.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Circulando Edição Nº 5 da Cariri Revista


 
Já está circulando a edição nº 5 da Cariri Revista atualmente uma das mais importantes publicações da imprensa cearense. Sempre com bom conteúdo e bonita apresentação gráfica esta revista dia a dia alcança a preferências dos leitores. Neste número entre tantas matérias interessantes destacamos a sobre a artista cratense Telma Saraiva; as nascentes da Chapada do Araripe; as novas romarias do Cariri; a saga do pequi; as chances de títulos do futebol caririense. Mas vale a pena lê tudo.
A revista é grátis, podendo ser retirada nos pontos citados abaixo ou enviada pelo correio, mediante assinatura.
- JUAZEIRO DO NORTE
Aeroporto Regional do Cariri | juazeiro do Norte. Datas e horários, disponível em nosso site.
Restaurante Pasto&Pizza | Rua: Odete Matos de Alencar, 590
Hotel Panorama | Rua: Santo Agostinho, 58
Oca Design | Av. Leão Sampaio, 851
Av. Leão Sampaio, 1036
- CRATO
Pão & Cia | Av. Cel Antônio Luis, 1200
Tênis Cub
- FORTALEZA
Aeroporto Internacional Pinto Matins | Sala VIP Casa Blanca Turismo American Express
Lojas Distrivídeo: Av. Antônio Sales, 2926 - Av. Engenheiro Santana Jr., 155 Lj-05
Restaurante Limone | Rua: Pereira Valente, 1146
Marquinhos Cabeleleiros - Av Dom Luis 1132
SE DESEJA RECEBER EM CASA
ASSINE POR 59 REAIS – ASSINATURA ANUAL. Veja como no site: www.caririrevista.com.br
(Publicado originalmente no Blog:  http://www.portaldejuazeiro.com/)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Maior É Deus - Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro

É, maior é Deus
Pequeno sou eu
O que eu tenho foi Deus quem me deu
O que eu dou é o que eu tenho
Foi Deus quem me deu

Eu nada sou
Mas também não sou nenhum fariseu
Vim aqui pra falar, falou
Porque o cala boca já morreu
Maior é Deus

Mas é o que eu vou lhe mostrar
O que de melhor for meu
Quem quiser me escutar, escutou
Não quero glória, fama ou apogeu
(Maior É Deus)

Um privilégio de poucos - Emerson Monteiro

Falo a propósito do livro, esse instrumento valioso que se mantém na via principal das revoluções da História, logo depois da revolução agrícola. Llivro, o responsável pela propagação das ideias no decorrer dos séculos, reservatório de transformações e passaporte da mais plena das liberdades, o livre pensar.

Percentuais dos leitores de livro apresentaram redução no Brasil nos dois últimos anos. Devido aos outros chamamentos, televisão, computador, celular, a margem de quem adota o livro a título de lazer e fruição sofreu queda expressiva, no entanto longe de causar maiores preocupações diante da importância acadêmica desse meio de comunicação, fator essencial entre mestres e alunos.

A satisfação de um bom livro jamais encontrará concorrente naqueles que desfrutam do prazer da leitura em qualquer idioma deste universo. O pensamento dos autores percorre, assim, milênios e multidões, renova tecnologias, alimenta possibilidades inestimáveis no trabalho dos povos, na civilização, abrindo espaço aos valores e bons costumes.

Uma casa sem livros é uma casa sem alma, contam os sábios. O livro caindo n’alma é germe que faz a pala, é chuva que faz o mar, afirmou Castro Alves.

Quiséssemos falar nas maravilhas de um bom livro e passaríamos vários dias longe de chegar ao destino, porquanto a força viva do engenho vital encontra nas páginas dos compêndios a galáxia das grandes descobertas, invenções, todo tempo. Viagem do infinitamente pequeno aos gigantescos momentos da imaginação e dos sonhos. Conhecer as entranhas do conhecimento através das letras e dos conceitos mergulha no milagroso das selvas fantásticas do saber, o que revela o suave deslizar pelas folhas à frente dos olhos.

Tais passageiros de naves milagrosas, continuam a busca da sabedoria nascida já na escola por meio dos livros, e presenciam acontecimentos revitalizadores à medida que seguem o curso, atentos na jornada iluminadora do aprendizado, libertos junto às jóias impressas.

Houve época quando afirmavam, quais realizações pessoais, gerar um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Porém agora, nesta fase dos eletroeletrônicos e do desmatamento incontrolado, talvez os dizeres peçam alguma alteração também quanto a escrever o livro. E queiram considerar naquelas previsões, e ler um livro. E pois um que seja, lido com gosto e desejo sincero, poderá até mudar vidas inteiras na direção da propalada libertação humana.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Não cresça sem poder -- por Pedro Esmeraldo


Encontrei nesta semana um professor muito educado, o historiador Antonio Correia Lima, líder comunitário do futuro bairro do Crato, o atual Distrito de Ponta da Serra. Dizia-me que estava amargurado com pensamento enegrecido devido as medidas austeras do TRE, pois não aceita o plebiscito de criação de novos municípios, visto que, assim dizia ele: considera incapacitados para se tornarem independentes, haja vista que alguns desses distritos não possuem meios suficientes para se comportarem como municípios autônomos, pois que não satisfazem com o desenvolvimento elevado e eficiente, já que permanecerão sempre com pires na mão, vivendo às custas do Governo Federal, isto é, dependem das pequenas verbas que lhe são facilitadas pelo Poder Central.

Nota-se que alguns municípios cearenses não se desenvolvem culturalmente e economicamente, já que os Estados do Nordeste sofrem das terríveis secas periódicas e que sempre avassalam deixando seqüelas que dificilmente poderão ser consertadas.

Tudo isto foi causado pela fanfarronice de alguns parlamentares do Estado que desejam aparecer, mostrando trabalho ineficaz, dizendo que são favoráveis ao engrandecimento de alguns municípios que não levam vantagem alguma em torno do desenvolvimento.
Por isso, aqui quero lembrar aos conterrâneos da Ponta da Serra que não se deixem levar por essas conversas fantasiosas e astuciosas que querem passar gatos por lebres, isto é, querem aparecer como sendo os pais das crianças, comportando-se como pessoas boas, mas que são apenas demagogos que nada fazem em benefício de sua terra.

Ora meus amigos, convém saber que alguns desses distritos são completamente pobres, tanto na economia como na educação. Por essa razão devem permanecer como são: pobres, mas eficientes, todos unidos em defesa de sua comunidade. Aviso que alguns deles (políticos ineficazes) não enxergam um palmo diante do seu nariz e vivem enganando o povo com palavras obscuras, mostrando hipocrisia que leva ao caminho do desengano desses políticos.

Ah! Meu amigo. Seria melhor praticar a união entre todos, trabalhar juntos, unindo com paz e força de vontade desses pequenos distritos que querem crescer sem poder, para permanecerem em seu devido lugar, trabalhando pelo melhoramento de sua cidade mãe.

BOM DIA CARIRICATURAS

terça-feira, 3 de abril de 2012

SEMANA SANTA - Por Edilma Rocha

Sempre que penso na Semana Santa retorno ao meu passado de criança na minha cidade natal, o Crato.
Minha avó falava :
_Menina, você vem comigo para a Igreja pois é tempo de quaresma !
Eu não entendia nada...
Achava que Semana Santa era a Páscoa com o meu sapatinho  de verniz preto recheado de doces e um lindo ovinho de chocolate ao amanhecer do dia do domingo. Para depois se transformar em brincadeiras de esconder os tesouros no jardim.
.
Mas eu tinha que crescer e começar a entender as coisa da Igreja. Era levada pela mão na companhia de um bando de velhotas vestidas de branco, com véus na cabeça e um rosário comprido feito de continhas brancas e azuis. Eram as filhas de Maria, sabia identifica-las porque levavam no pescoço uma fita vermelha com medalha dourada.

Eu tinha que me vestir com respeito e para cobrir  o decote do vestido de alcinhas usava um bolero com mangas compridas e um véu de renda na cabeça, afinal não queria ser expulsa da Igreja. Na minha imaginação a Igreja era bem maior que  na realidade e me causava espanto ver todos os Santos cobertos por um pano roxo. E eu não sabia porque, com naquele aglomerado de pessoas não dava para perguntar nada pois a Procissão do Calvário estava começando.

Todos cantavam e caminhavam pelas ruas da cidade acompanhando a imagem de Jesus que carregava uma cruz pesada. Na cabeça uma coroa de espinhos e o sangue lhe escorria pelo corpo inteiro, eu via quando o vento balançava o manto. Logo atrás a imagem da Virgem Maria também coberta seguia com a multidão.

Finalizava com a celebração da Missa, para depois seguir a longa fila dos beijadores do Santo Morto. Era tudo tão triste que eu voltava para casa com os olhos vermelhos de tanto chorar. Eu naõ gostava de assistir aquilo, mas como dizia minha avó, era nossa obrigação.

A única coisa divertida que vi foi o maluco  que morava ao lado da minha casa que seguia com uma vela acessa na mão e queimava os fiapos de cabelos das mulheres que não usavam o véu.
_Tiiisssss........... e o cheiro de queimado se espalhava no ar...
Eu sorria baixinho e encobria os dentes  com as mãos.

Mas porque tantas coisas tristes, tantas velas, tantas pessoas chorando que se amontoavam para assistir a Cruxificação de Jesus ?
Minha avó dizia que logo logo eu ia fazer o Catecismo e entenderia tudo. Tudinho mesmo! Agora tinha mesmo era que obedecer e ficar calada...

Jesus nasceu no Natal, pequenino no Presépio e nasceu outra vez depois de grande com cabelo e barba. Tinha dois aniversários ? Como isso poderia ser ? Era o menino Deus e depois Jesus Cristo. Que sobrenome esquisito aquele... não poderia ser Coelho da Cruz ? Para resolver de vez com toda aquela história na minha cabeça ?
E Mãezinha dizia :
_ Essa menina pensa demais, é bom leva-la para aprender a reza com Dona Tereza que ensina o Catecismo, pois já não sei mais como responder as suas perguntas.

E com o passar do tempo aprendi a reza e fiz o Catecismo me tornando "Cruzadinha" da Igreja da Sé. Aprendi o verdadeiro sentido da semana Santa com a Sua Páscoa, com os Mistérios da fé. Soube relacionar os fatos de nascer e morrer como uma sequência natural da vida. Saber o verdadeiro sentido da Semana Santa que naquela época era muito mais religioso do hoje, tão Feriadão e tão comercial.

Edilma Rocha