Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A receita de peixe da Kanchi - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Em dezembro de 1973 um médico da Campanha Nacional Contra a Varíola se casa com uma professora do interior do Estado do Rio de Janeiro. Ele nascera em Araraquara, São Paulo, descendente de Italianos, fora líder estudantil no calor do movimento e depois funcionário do Estado. Chama-se Claudio do Amaral Júnior. Ela, nasceu em Cantagalo na serra de Nova Friburgo, estudou nesta cidade e depois se tornou chefe do escritório regional da Secretaria de Educação do Estado do Rio. Alba Maria Figueira do Amaral largou sua vida profissional para acompanhar o recém casado em aventura na Índia.

Escreveu centenas de cartas para o pai e mãe, irmãos, primos e amigos. Alba se via apenas sendo dona de casa, num país muito diferente, experimentando a vida de casal naquele momento em que tudo é mais frágil e cheio de sonhos e fantasias. Mas o mesmo acontecia ao Claudio, muito inteligente, esperto mesmo, este brasileiro se tornou uma jóia para o governo indiano e para a Organização Mundial da Saúde. A regra do Claudio era a regra com que países garantem sua presença na globalização: eu estava na terra deles e tinha que mostrar interesse pelas coisas deles.
A Alba depois foi entrando na luta contra a varíola, utilizou-se de suas práticas pedagógicas e didáticas e logo era membro ativo da campanha na Índia e depois na Etiópia. Passou por experiências espetaculares, está tudo em mais de uma centena de cartas, conhecendo figuras exponenciais do mundo como Indira Gandhi, Fidel Castro, Madre Teresa de Calcutá, Nancy Rafkin, entre outros que merece uma narrativa completa e que o será.

Em Calcutá onde primeiro moraram e depois em Darjeeling nas montanhas do Himalaia, tiveram uma indiana em sua casa que se tornou uma mãe para os recém-casados. Era a Kanchi, que falava seis línguas, incluindo o tibetano, hindu, bengali e inglês, além do chinês e mais outra. Era uma mulher milenar, trabalhara na casa de Marajás e tinha a profundidade e a extensão da Ásia. Aliás, Kanchi era muito chegada ao Dalai Lama em seu exílio indiano.
Afinal ao que interessa a receita de peixe da Kanchi:

Temperar o filé de peixe com bastante limão e azeite e deixar descansar. Cozinhar o filé em fogo brando com um pouco de manteiga numa panela, sem mexer. De vez em quando sacode a panela um pouco. À parte prepara um molho branco com queijo e um creme de espinafre. Frita batatas em rodelas bem finíssimas quase transparentes (cortadas com gilete). Arruma num pirex o peixe, o molho branco, o creme de espinafre e a batata frita em camadas. Serve com arroz branco e ovos estrelados.

Capelinha do São José - Por Marcos Barreto de Melo


Passei por ti apressado
Sem a atenção merecida
Mas, de longe vi ao lado
O quanto estás envelhecida
Por teu povo desprezada
E pelo tempo esquecida
Vi que estavas mal tratada
E que hoje és pouco visitada

Dos meus tempos de criança
Guardo ainda a lembrança
Do quão fostes majestosa
Imponente e vistosa
Um calçadão em moldura
E as suas portas abertas
Convidavam o cristão
A momentos de oração

Não fiques triste comigo
Por tudo que agora digo
É que o tempo faz mudar
O jeito da gente olhar
Pois, conheço bem teu valor
E seu verdadeiro esplendor
Se pra outros sois pequena
Pra mim, serás sempre grande

Porque jamais vou esquecer
Daquele dia em que a dor
Logo cedo, ao amanhecer
Em mim veio se aninhar
Do dia em que, sem receio
Naquele distante abril
Abrigastes em teu seio
Do meu pai, seu corpo frio



o terror do aedes

Tarde quente,
escada no ombro

e quem passa
em suas carruagens
pensa, deduz, imagina:

"uma mísera criatura,
um ser infeliz."

O suor ensopa
arranha meus óculos.

Minha virilha assada.
Meus pés dentro do forno da bota.

O inusitado, no entanto,
chama-lhes atenção:
minha altivez no caminhar
meio dono do pedaço.

Não sabem eles
(nem a grana revela)
que loucura me habita:
poeta, bárbaro, bruxo.

O dia todo na labuta
gladiador de mosquitos
com escada, bolsa,
diflubenzurom e seringa

mas a alma (ou outra coisa além mar)
pisa solo, bate asas, sobe caixas
olha ralos, mergulha no vão do bueiro

como se o corpo não houvesse
como se não sangrassem os calos
como se não queimasse o couro cabeludo.

Em suas carruagens elegantes
no estalo de um raio
faz-se um mistério
quando ousam me encarar.

Não entendem mesmo (nem a grana revela)
como pode um sujeito sob tal sol violento

repartir esse riso lírico
no canto dos lábios.

Deus é um pai bondoso,
diria eu.

Amanhã chove.
Uma pérola da MPB : "Nós Dois" - de Cartola

Roberto Silva - por Norma Hauer

O PRÍNCIPE DO SAMBA

Nascido no morro do Cantagalo em Copacabana, no dia 4 de abril de 1920, recebeu o nome de Roberto Napoleão da Silva, mas ficou conhecido no meio musical apenas como ROBERTO SILVA, cognominado o “Príncipe do Samba”.
Aos seis anos de idade o pai mudou-se com a família para o subúrbio de Inhaúma. A mãe o presenteou com uma flauta, que logo foi trocada por um violão. Mas como gostava de cantar, não aprofundou estudos em nenhum dos instrumentos.
Desde cedo começou a cantar músicas de Benedito Lacerda e Pixinguinha e gostava de imitar os cantores da época de ouro do rádio, sofrendo grande influência de Orlando Silva.
Mas. Como todo menino pobre, precisou trabalhar muito cedo (aos 12 anos).
Em 1938, estreou no programa "Canta mocidade", da Rádio Guanabara, onde trabalhou até 1940.
No ano de 1943, após fazer um teste na Rádio Mauá cantando "Risoleta", de Raul Marques e Moacyr Bernardino (sucesso anterior de Luiz Barbosa) e a valsa "Neusa" de Antonio Caldas e Celso Figueiredo (gravação original de Sílvio Caldas), foi contratado e permaneceu na emissora até 1946. Ali participou de vários programas, dentre eles "Trabalhadores cantando”.
A partir daí, gravou nos anos seguintes, obtendo vários sucessos, com: “Raiou o Amor”;”Maria Teresa” (um de seus maiores sucessos; ”Você diz que é Baiana”; “Dupla Razão”; “Rico Ri à toa”;" Notícia”....
Em dois LPs com os nomes de “Descendo o Morro” 1 e 2 regravou vários sucessos de outros cantores, como “Agora é Cinza”;”Juracy”; “Seu Libório;”Ai que Saudades das Amélia”;”Aos Pés da Cr5uz” e outros.
Em rádio trabalhou, além da Mauá, nas Nacional, Mayrink Veiga e Tupi, enquanto que na televisão atuou na Excélcior.
Em 2002 , durante três meses apresentou-se no “show” “ O Samba é Minha Nobreza”, no cinema Odeon e comemorando, 70 anos de carreira, cantouno “Carioca da Gema”, na Lapa.
Anualmente se apresenta na Cinelândia, durante o carnaval, cantando sucessos dos carnavais de sempre.
Completando hoje 90 anos, continua em plena atividade.

Norma

Saudade- Vicente de Carvalho

Belos amores perdidos,
Muito fiz eu com perder-vos;
Deixar-vos, sim: esquecervos
Fora demais, não o fiz.

Tudo se arranca do seio,
— Amor, desejo, esperança...
Só não se arranca a lembrança
De quando se foi feliz.

Roseira cheia de rosas,
Roseira cheia de espinhos,
Que eu deixei pelos caminhos,
Aberta em flor, e parti:

Por me não perder, perdi-te:
Mas mal posso assegurar-me,
— Com te perder e ganhar-me,
Se ganhei, ou se perdi...

Vicente de Carvalho


Vicente Augusto de Carvalho (Santos, 5 de abril de 1866 — Santos, 22 de abril de 1924) foi um advogado, jornalista, político, deputado, magistrado, poeta e contista brasileiro.

Era filho do major Higino José Botelho de Carvalho e dona Augusta Carolina Bueno de Carvalho.

Formou-se em 8 de novembro de 1886, com 20 anos, da Faculdade de Direito de São Paulo no curso de Ciências Jurídicas e Sociais. Foi advogado, juiz e ministro do Tribunal de Apelação do Estado de São Paulo.

Serviu como redator das revistas Idéia e República. Tendo publicado verso, estreou na prosa numa polêmica com o poeta Dias da Rocha.

Em 1885 publicou seu primeiro livro Ardentias. Três anos depois veio Relicário (1888). Quando voltou a Santos, fervia o movimento abolicionista. Após contribuir para várias publicações fundou o Diário da Manhã. Em 1902 publicou o Rosa, rosa de amor.

Foi membro do movimento parnasianista e seu grande tema era o mar, ao ponto de receber a alcunha de Poeta do Mar.

A obra que marcou sua carreira poética, Poemas e Canções, foi primeiro publicada em 1909 com prefácio de seu amigo Euclides da Cunha. Teve dezessete edições.

Casou-se em 1888 com Ermelinda Ferreira de Mesquita, em Santos, com quem teve quinze filhos.

* Os jardins da orla de Santos se devem em parte a Vicente de Carvalho. Em 1921 escreveu, junto a Américo Martins dos Santos e Benedicto Montenegro, uma Carta Aberta ao Presidente da República contra apropriações ilegais das áreas em frente à praia.

* A poetisa santista Maria José Aranha de Rezende (Santos, 02/10/1911 - Santos, 17/06/1999) foi sua sobrinha-neta e pertenceu à Academia Santista de Letras.

* Além de um distrito da cidade do Guarujá e uma estação do metrô na cidade do Rio de Janeiro, ruas em Santos, em São Bernardo do Campo, em Santo André, em Porto Alegre e em Curitiba possuem seu nome.


Wikipédia

Bette Davis




Bette Davis, nome artístico de Ruth Elizabeth Davis, (Lowell, 5 de abril de 1908 — Neuilly-sur-Seine, 6 de outubro de 1989) foi uma atriz norte-americana.

Após alguns anos trabalhando no teatro, Davis mudou-se para Hollywood em 1930, onde interpretou papéis menores em cinco filmes da produtora Universal Studios. Em 1932, por influência do ator veterano George Arliss, seu antigo professor de interpretação, ela foi contratada pela Warner Bros., onde permaneceu até 1950, tornando-se uma das mais populares atrizes da época.

Primeira atriz a receber dez indicações ao Oscar, Davis foi vencedora de duas estatuetas, por Perigosa (1935) e Jezebel (1938). Ao lado do ator John Garfield, fundou e comandou a Hollywood Canteen, que angariava fundos e entretia soldados norte-americanos durante a segunda guerra mundial. Davis foi a primeira mulher a presidir a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

wikipédia

Donga



Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga, (Rio de Janeiro, 5 de abril de 1890 — Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1974) foi um músico, compositor e violonista brasileiro.

Filho de Pedro Joaquim Maria e Amélia Silvana de Araújo, Donga teve oito irmãos. O pai era pedreiro e tocava bombardino nas horas vagas; a mãe era a famosa Tia Amélia do grupo das baianas Cidade Nova e gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas e grandes reuniões de samba.

Participava das rodas de música na casa da lendária Tia Ciata, ao lado de João da Baiana, Pixinguinha e outros. Grande fã de Mário Cavaquinho, começou a tocar este instrumento de ouvido, aos 14 anos de idade. Pouco depois aprendeu a tocar violão, estudando com o grande Quincas Laranjeiras. Em 1917 consagrou a gravação de Pelo Telefone, considerado o primeiro samba gravado na história.

Organizou com Pixinguinha a Orquestra Típica Donga-Pixinguinha. Em 1919, ao lado de Pixinguinha e outros seis músicos, integrou, como violonista, o grupo Oito Batutas, que excursionou pela Europa em 1922. Em 1940 Donga gravou nove composições (entre sambas, toadas, macumbas e lundus) do disco Native Brazilian Music, organizado por dois maestros: o norte-americano Leopold Stokowski e o brasileiro Villa-Lobos, lançado nos Estados Unidos pela Columbia.

No final dos anos 50 voltou a se apresentar com o grupo Velha Guarda, em shows organizados por Almirante. Enviuvou em 1951, casou-se novamente em 1953 e foi morar no bairro de Aldeia Campista, para onde se retirara como oficial de Justiça aposentado. Doente e quase cego, viveu seus últimos dias na Retiro dos Artistas, falecendo em 1974. Está sepultado no Cemitério São João Batista.
wikipédia

Igreja de São Vicente Férrer , no Crato - Foto de Dihelson Mendonça

Embora atualmente seja paroquiana displicente da Igreja da Sé, durante muitos anos , na infância e adolescência, morei pertinho da Igreja de São Vicente. Assisti às suas festas, suas missas, lá me casei um dia, e batizei todos os meus filhos. Foi sem dúvidas, o Santo que mais aperreei, durante toda a minha vida. Por tantos apegos, e pedidos , que ele hoje receba minha oração de devota, com todos os meus sonhos cor-de-rosa de volta !

Saudades fáceis de matar... A Igreja de São Vicente continua lá, no mesmo lugar... E eu escuto a voz calorosa doPe. Frederico... e eu sinto a sua mão pesada aplicando beliscões , alternados com balas , chuvas de balas , que adoçavam as nossas bocas de crianças.
Gente, que foi criança no meu tempo, hoje é dia de São Vicente !

São Vicente Férrer - O Santo do Dia !



O Santo deste dia São Vicente Ferrer é o grande pregador dominicano que nasceu na Espanha em 1350 e teve como tema central das pregações a Volta de Jesus, o Juízo de Deus e a Unidade da Igreja. O tempo em que viveu a Igreja estava sofrendo com o cisma causado pela forte influência política na Igreja, por isto dois homens eram apontados como Papa, já que o eleito Urbano IV acabou tendo como opositor.

São Vicente Ferrer que era conhecido pregador colocou todas as suas forças em ação a fim de gerar unidades no ceio da Una Igreja de Cristo. Incansável pregou na Espanha, França, Suíça, Itália e outras regiões que puderam conhecer o Evangelho, arrepender-se e prepararem-se para a Segunda Vinda do Cristo que que virá para julgar a TODOS.

Graças a Deus a paz reinou na Igreja , a partir do unidade estabelecida pelo Concílio de Constança, onde São Vicente Ferrer retomou sua posição e defendeu a eleição do novo Papa. São Vicente Ferrer que faleceu em 1419 pregou com sua vida, palavras de fogo e milagres que atraíam multidões, mesmo quando a peste negra atacou a Europa, deixando um terço da população morta, isto devido sua voz não poder abandonar o anúncio da Palavra e sua frase :
"Cultivai o santo temor de Deus e só a ele dai louvor e glória".

Meninar - por Ana Cecília S.Bastos





Antiga notação, ainda agora real em mim.
Desejo do espaço vazio, tela na qual possa ter um lampejo de mim mesma,
sem os tantos papéis que devo assumir.

Permitir o olhar, a pele porosa,
sinais e sons,
a calma de reconhecer o próprio sentir.

Sem tumulto, no hiato inexistente das transições.
Sem o interdito, o gesto paralisado.

Habitar a casa da poesia.

Um poeta é apenas alguém a se entreter na música das palavras.
A se entre-tecer.
O verbo ‘meninar’, por exemplo, fragmento de canção,
me nina.


Imagem: Igor Souza. Ver http://www.fotolog.com.br/igorsouza/
por Ana Cecília

Orquídeas - por Everardo Norões


Lento
nascimento das orquídeas.
Lento, como o nosso:
antes de nascer,
morremos.

Poeiras na Réstia - O novo livro de Everardo Norões


O poeta Everardo Norões, do blog Retábulo de Jerônimo Bosch, publicou um novo livro, Poeiras na réstia (Rio de Janeiro: 7Letras). Afirma-se no texto de apresentação do livro postado em seu blog: “Alimentando-se da prosa do mundo, os versos de Everardo Norões destacam-se pela forte visualidade e uma exuberância que nos surpreende através das frestas das palavras, dos pequenos detalhes. Sua poesia, livre, não deixa limitar pelo próprio estilo, arriscando-se na exploração de novas cores, novas vozes. Ela sublinha a existência daquilo que é pequeno e imperceptível, resgatando em versos a diferença, aquilo que se perderia no esquecimento, a poeira na réstia de luz. O livro também apresenta os poemas de Everardo traduzidos em espanhol, catalão, inglês, francês, italiano e em quéchua.”
* Ganhei ontem de Everardo, pelas mãos de Dona Almina , um exemplar dessa joia. Tudo que Everardo Norões escreve , eu incluo na minha história !

Irmãozinho - por Isabela Pinheiro




Estava sentada quando minha mãe chegou da maternidade com meu irmão no colo. Como vou aprender a pegar? Tudo vai mudar, os horários vão se complicar, mas meu irmão você sempre será. Juntos vamos viver, vamos combater, pois irmãos para sempre vamos ser.

Um ajuda o outro a subir um morro e eu ajudo você a conseguir me entender.

Um ciúme já bateu em meu peito, mas, e daí? Tenho um irmão agora e ele pode me ajudar a encontrar a luz pro meu coração iluminar. Da toca saiu e tão feliz está vivendo na sua mão sem ilusão. Irmãozinho você é bem pequenininho mais em meu coração ocupa muito espaço, amiga vou ser e felizes juntos vamos viver.

Isabela Pinheiro novembro 2009
Foto de Joaquim Pinheiro : Isabela e Miguel abril 2010

GAROTA DE IRACEMA - POR XICO BIZERRA

Na segunda, lamentávamos que o domingo próximo estivesse muito distante e torcíamos para que ele fosse tão bom quanto fora o anterior. Toda a turma que frequentava a Praia de Iracema concordava que Vinícius cometera um erro de digitação na letra de sua cantiga, trocando Iracema por Ipanema, em louvor àquela Garota.

A de Iracema, essa sim, ‘era a coisa mais linda, mais cheia de graça’ e, tenho certeza, ria e passava a caminho do mar com muito mais elegância que a sua colega, a de Ipanema. Ainda que de longe, ainda que sem chances, era bom olhá-la, admirá-la, ‘babar’.

Até que o filho da Chevrolet – assim o chamávamos por ser o seu pai o maior revendedor GM da região, à época – com ela casou, privando-nos de sua beleza, desensolarando nossas fantasias. Nossa praia de sonhos não mais se encheu de graça. Nublaram-se os domingos.

Xico Bizerra

LUIZ VIEIRA - MENINO PASSARINHO

Um bom sono para aqueles que ainda crêem no amor .
Com vontade de voar!

Boa Páscoa, boa passagem...


Desejo a todos uma boa passagem,
uma nova vida...
Um renascer a cada dia.
Claude