Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

noite


noite maior do que tudo
e mal cabe na aba do sonho
tão sem tamanho!

entre sombras de telhados
uma igreja no claro
assombração com o som cortante
dos carros que passam
passam passam passam
passar é destino

acima um arco marca
um ponto contra a fragilidade de tudo
tudo atando nossa pele à superfície
áspera das coisas
cadeiras, copos, corpos
tudo em nós escuros
tudo um tanto escuro tudo

os bêbados e seus tropeços
cadê?
os fumantes, os amantes,
de agora e de antes,
cadê?

deslizam em país de mentira
país de argila,
os pés embebidos de escuro
olhos consumidos de susto
na solidão da noite
ilusão de quem foge do sono
perscrutando estrelas
quando não pode vê-las
no poema

D'Arte-Fotos... Pachelly Jamacaru

Quantos Bloc tem nessa foto? (Por Claude Bloc)



Este foi um tempo imemorial. Nas férias, os primos vinham de Fortaleza para a Serra Verde e um dos divertimentos dos finais de semana era fazer "guisados" debaixo dos pés de juá, na beira do açude, ou em alguma casa desabitada. 

Na foto acima, estão alguns primos, irmãos e agregados. Mané Danta aparece ao fundo. Também pode-se ver Cícero eletricista, Dalvaní (irmã de Maria Alzira), Marisa Sobreira, Maria Branca, Maria Preta e a babá dos meus primos.

Nessa época, quando a turma toda se reunia, havia várias atividades e rituais de férias. Passeios a cavalo, banhos de açude, jogos de baralho... Caminhadas por dentro do mato, nas veredas das cabras. por dentro dos riachos secos. Enfim, mil coisas que só criança inventa. 

Um detalhe curioso que pretendo citar, é algo que pode ser observado nesta foto. Nas férias, éramos vorazes comedores de goiabada, bananada, marmelada e figada, além de biscoitos Pilar. Aqueles da lata grande com biscoitos sortidos. Mas a voracidade em relação aos doces tinha uma razão extra : a busca do prêmio que consistia na distribuição das latas por entre a meninada (feita hierarquicamente) - dos mais velhos aos mais novos. Cada lata de doce esvaziada recebia um dono. E a gente passava as férias inteiras comendo nessas latas. Depois do almoço era um "lataral" danado na pia da cozinha. Para nós era a maior graça na hora da refeição. Uma zoada de flandre velho que não acabava enquanto o último não saísse da mesa.


Claude Bloc