Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 21 de novembro de 2010

Sagitário


22 de novembro - 21 de dezembro
Sagitário tem a função de espalhar e acomodar, adaptando as descobertas feitas em Escorpião a um mundo mais amplo, onde a força aglutinada possa ser posta a serviço de uma inspiração, de um rumo social maior.

De todos os signos do Zodíaco, Sagitário é o que mais deseja alargar a visão, sair do mundo fechado e intenso do Escorpião, para ganhar não mais o bairro nem a cidade, mas outro país, outra cultura. Daí, a enorme necessidade, tão natural nesse signo, de viajar, conhecer países e pessoas completamente diferentes do lugar onde nasceu.

Ele precisa testar as verdades do Escorpião, tem que colocar em prática a propaganda do que acredita, ver se a fé em algo invisível realmente pode levá-lo a alcançar patamares melhores e maiores. Assim, Sagitário quer sempre mais - e melhor. E, de quebra, tudo feito com generosidade e alegria, porque ele não deseja guardar apenas para si suas descobertas, mas precisa reparti-las com a comunidade.

Sua natureza é essencialmente propagadora e otimista, as vezes até sem pé nem cabeça. A força da fé, do espírito (é um signo do elemento Fogo) é tanta que o Sagitário pode esquecer do corpo, a não ser quando se dedica aos esportes, pois é um signo gregário que adora fazer algo em grupo.

Sua inteligência se manifesta em todos os campos da vida e sabe se adaptar às circunstâncias mais inóspitas, sempre mantendo o pensamento firme num amanhã melhor. A tal ponto que acaba dispersando suas energias em projetos mirabolantes que jamais se concretizam, o que depois faz com que Sagitário se torne melancólico porque descobre que o mundo não é aquele lugar de sonho que imaginava.

É um signo justiceiro, que luta pelos fracos e oprimidos, mas também impõe a lei, gosta de fazer justiça com seu exemplo e seu julgamento. Nas competições, estabelecem estratégias brilhantes - um recurso particularmente importante no esporte.

Na saúde, Sagitário rege as coxas e o fêmur, pois as pernas é que fazem caminhar e ganhar os grandes espaços que as mãos (regidas pelo signo oposto, Gêmeos) não alcançam. O fígado é órgão que antigamente se relacionava ao sentido de expansão na vida, um tema do Sagitário por excelência. Por vezes, Sagitário se descuida do corpo, pois o fogo do entusiasmo é maior que tudo - e depois, exauridos pelos excessos de todas as ordens, pois deseja experimentar mais e mais de tudo, o organismo se desequilibra. Dietas apropriadas servem para restaurar o equilíbrio.

Nas profissões, Sagitário se destaca na propaganda, porque é um divulgador nato, na editoração, pelas mesmas razões, mas também no direito - porque detesta a injustiça. Nos esportes, porque a vida ao ar livre entusiasma e faz bem ao seu enorme vigor. Por outro lado, também as profissões relacionadas com a espiritualidade, a educação formal - Sagitário sabe usufruir o melhor lado do bem-estar social da comunidade e se dá bem na transmissão das informações, mas é legalista e tende a reforma, mais do que à revolução.

No amor, o que importa é explorar, conhecer, saciar a curiosidade, mais do que a estabilidade e a rotina. Sagitário foge da rotina, porque almeja o mundo livre do espírito e com isso vai passando pela vida, colecionando grandes amores, sem contudo se fixar em nenhum. Às vezes pode acontecer, caso existam fatores astrológicos na carta mais estabilizantes, mas é raro. Paixões estremecedoras, grande vontade de viver sonhos, forte sensualidade, e uma fidelidade antes de tudo filosófica, mais do que sexual.

Seu elemento é o Fogo, sua pedra é o berilo e o quartzo verde, seu metal é o estanho, sua cor é o azul-real e o azul-arroxeado e o verde-azulado profundo. Astro regente: Júpiter.



Sacudir a poeira - Por Rosa Guerrera



Entre as manias que possuo , uma delas é arquivar frases jocosas mas que quando analisadas encontramos um conteúdo fantástico .Hoje parei para refletir sobre essa frase que infelizmente desconheço o autor : “Por maior que seja o buraco em que você se encontre...pense que por enquanto ainda não há terra por cima ‘///.E é uma grande verdade !

Quem já não se sentiu sem ânimo, jogado as traças e aos cupins ?

Parece que todo lugar que pisamos escorregamos em alguma coisa que nos leva a um tombo , e mais uma vez nos sentimos feridos....Aí vem a revolta , a chateação, a descrença, a fé abalada, as lamúrias, a covardia em não querer mais caminhar , e aquele gostinho antipático de azedume no próprio ar .

Quem já não pronunciou para si mesmo essas palavras ; “ Eitha que buraco fui cair “.... E quanto mais nos convencemos dessa profundidade mais vamos encontrando pela frente cobras e lagartos que parece querer nos devorar tamanho o nosso pessimismo .

É quando a frase que citei acima nos impulsiona a continuar a jornada , isso porque o abismo que supomos as vezes ser unicamente nosso, não é o fim da caminhada. . Ainda não estamos na cidade dos que partiram nem vestimos por enquanto o manto da interrogação.

Temos muito para ver , carícias a serem ofertadas , braços a nos acolher.. E é nessa certeza que precisamos agarrar outros propósitos de vida, antes que um caminhão de areia caia realmente sobre nossas cabeças .

E assim , tropeçando aqui e acolá , ralando o corpo em urtigas ,quebrando o dedão do pé ou esfolando os joelhos, a gente tem que sair desse estado de espírito e acreditar que apesar dos pesares e dos escorregos , ainda possuimos muitas paisagens a nossa frente.

Afinal ; . ESTAMOS VIVOS !!!

E agora é só sacudir a poeira e continuar ...

rosa guerrera

Por Nicodemos



Os poemas esclarecem veladamente o É das coisas...
torna evidente o que é velado,
mas só é evidente para os videntes...

Normose - Por Matha Medeiros





Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.


05.08.07 - Jornal Zero Hora - Porto Alegre - RS

Minha morena - Por Socorro Moreira

 (Para Bianca)

Quase doze vezes tenho a sua idade
Já começou a chorar pelos bens quebrados
A quebra dos elos
A vida em pedaços
Seus retalhos infantis
Fazem roupas de boneca
Amanhã farão  cortinas
Pra suavisar  a luz direta
Das suas verdades.

Sonha, criança
Chora pelos teus quereres
Luta por eles !

-Vó, me ensina a fazer uma carta ?
Quero escrever pro meu pai.
-Ensino. Ensino a expressar o simples :
Pai, eu te amo !

E por ela, acrescento :

A linha que nos une 
costura uma história interminável
E esse fato aleatório
é uma linha sinuosa,
nos panos dos meus bordados.

Filhos é para sempre
Amor a gente  agarra, conquista, desprende...
Mas o melhor do amor é conservá-lo !

Santa Cecília - E não esqueçam : amanhã é o dia dos músicos!



Santa Cecília é uma santa cristã, padroeira dos músicos pois quando ela estava morrendo, ela cantou a Deus. Não se tem muitas informações sobre a sua vida. É provável que,tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas, sobre a existência, mas sua história só foi registrada no século V, na narrativa Paixão de Santa Cecília.

wikipédia

Quando é Necessário Calar. Liduina Vilar.


Vou vivendo bem o hoje
sabendo que estive entre seus dedos,
entre seus braços...Lembrando dos
beijos pelo hálito, revivendo o enlace
pela lembrança dos corpos em movimento.
Mas consciente que em outros horizontes
reviverei tudo outra vez, pois uma semente
foi lançada ao solo e é só esperar apontar os
primeiros brotos. E viver novamente e intensamente
A "clausura" do AMOR.
Amarei sob um claustro, meditarei sobre este AMOR.
Escutarei o silêncio monástico, e ouvirei palavras sem
som. Porque na calada do sentimento perceberei tudo que
necessitar. Pois existe no silêncio uma profunda sabedoria.
Os Anjos não falam, mas estão por perto numa ronda
incansável e interminável. E o trabalho deles é o mais
silencioso possível.
.

"Antes que o dia acabe..." - Por Socorro Moreira






Enfim termina o dia.

O sol já sumiu.

Minha casa empoeirada pede espanador,

e sorri dos meus espirros.

Noite de arrumar caixinhas

Rasgar anotações anônimas

ou de endereços perdidos.

Amassar as notas das compras

(elas já não fazem mais sentido)

Noite de refrescos no corpo

De sucos na garganta

De música pra ninar gente grande

Fiz a ronda , e não achei meu canto

A palidez da minha mãe,

lembra uma flor de algodão ...

Mas ela nunca gostou de ruge,

e seu baton já secou.

Entro e saio naquela casa,

sem a presença do meu pai

Procuro assobios, nos cantos do muro,

e encontro trepadeiras,

que empestam de rosas

uma vida crua

Passa o tempo, e eu aqui,

buscando o calor de uma palavra nova.

Li a Crônica de Marcos,


Comi devagar um sapoti...

Vou esperar o show de McCartney

Só pra ouvir "All My Loving"

Lustro

Diz -me, poeta
o que acontece
se a lua vira a noite

e do alto da sua palidez
indiferente à tua agonia
mergulha ao copo de leite
com a fúria das donzelas
...

Pois há três dias
a lua não dorme
não visita os oceanos
nem beira ao teu telhado

sempre do alto da sua palidez
(própria de quem morre toda noite)
vigia teus rabiscos, tua leitura, teu cansaço
feito as sombras das tuas botas atrás do cesto
...

Tua luta é contigo, poeta
o outro é apenas balbúrdia
dentro do teu coração
(ouve os suspiros)

e por mais que tu te envergonhes
da lua insone (pálida e silenciosa)

jamais será ela o teu desespero
nem a lâmpada queimada
nem a réstia de luz
(migalha debaixo da cama)
...

Cabe a ti o teu umbigo
(outro poço da memória)

e não adianta o disfarce:
algodão, pluma, morfina.

O teu sorriso assusta
sobretudo quando olhas
para o alto e não entendes

por que a lua não dorme
(há três dias) e não te pede
nem água, nem café, nem vinho.
....

Talvez, poeta
apenas a lua queira
esclarecer à tua alma
que as estrelas não são cadáveres
(como outrora pensavas)

Vê a lua saciada
(sim, continua pálida
e silenciosa)

mas se tu observares atentamente
brilha dentro do útero dela
uma penca de estrelas.

Libação - Por Elisa Lucinda



É do nascedouro da vida a grandeza.
É da sua natureza a fartura
a ploriferação
os cromossomiais encontros,
os brotos os processos caules,
os processos sementes
os processos troncos,
os processos flores,
são suas mais finas dores

As conseqüências cachos,
as conseqüências leite,
as conseqüências folhas
as conseqüências frutos,
são suas cores mais belas

É da substância do átomo
ser partível produtivo ativo e gerador
Tudo é no seu âmago e início,
patrício da riqueza, solstício da realeza

É da vocação da vida a beleza
e a nós cabe não diminuí-la, não roê-la
com nossos minúsculos gestos ratos
nossos fatos apinhados de pequenezas,
cabe a nós enchê-la,
cheio que é o seu princípio

Todo vazio é grávido desse benevolente risco
todo presente é guarnecido
do estado potencial de futuro

Peço ao ano-novo
aos deuses do calendário
aos orixás das transformações:
nos livrem do infértil da ninharia
nos protejam da vaidade burra
da vaidade "minha" desumana sozinha
Nos livrem da ânsia voraz
daquilo que ao nos aumentar
nos amesquinha.

A vida não tem ensaio
mas tem novas chances

Viva a burilação eterna, a possibilidade:
o esmeril dos dissabores!
Abaixo o estéril arrependimento
a duração inútil dos rancores

Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos:
a vida inédita pela frente
e a virgindade dos dias que virão!

Astúcia de Camponês - Marcos Barreto de Melo

Entre os muitos trabalhadores que habitavam o Sítio São José, nas terras do meu pai, havia um que se destaca por suas habilidades na execução de atividades especiais, tais como levante de alvenaria, reboco, pintura, pequenas construções rurais, alem de fazer cadeiras, mesas, cancelas, etc. Por isso recebera o título de Mestre. Era o nosso mestre Zé Nabuco.
Ele foi protagonista de muitos fatos engraçados e tinha a característica de procurar sempre não discordar do meu pai em suas declarações, mantendo-se sempre firme e alinhado com as declarações do meu pai.
Numa certa ocasião o meu pai mandou chamá-lo para uma conversa na varanda da casa grande, já no final do dia, à boquinha da noite. No decorrer da conversa o meu pai disse para que se preparasse para uma viagem ao sertão de Pernambuco, onde tinha a sua fazenda, no município de Bodocó. Falou assim o meu pai:

Compadre se prepare para viajar comigo nessa madrugada. Vamos ao sertão levar alimento para os moradores e remédio para o gado. A seca esse ano é das grandes e deve estar acabando com tudo por lá.

Prontamente, ele emendou:

É isso mesmo, compadre. O major está indo na hora certa. E se não for logo amanhã, é capaz até de morrer gente de fome para aquelas bandas. Parece até que eu estou vendo o gado a berrar de fome e de sede, na parede do açude grande. Por lá só tem verde agora os pés de juazeiro.
Poucos minutos depois, meu pai ponderou e disse assim para ele:

Mas compadre, pensando bem, até agora não veio aqui ninguém trazendo notícia de que já tem gado morrendo de sede ou gente passando precisão. Além disso, o tempo está mudando e estou vendo a chuva se formando para as bandas do nascente. Ontem mesmo, na madrugada, viu muito relâmpago cortando em procura da serra, para o lado do Exu. E se chove, você já sabe como são as estradas. Só passa mesmo se for no Jipe de Antônio Cajazeiras. Camionete fica no primeiro atoleiro que encontrar. É uma carro muito bom, mas fraco para atoleiro. Além disso, quem diabo é que acha Antônio Cajazeiras sem beber? A essa altura, já bebeu toda a cachaça do Brigadeiro.

Nisso, responde o mestre Zé Nabuco:

Compadre está certo no seu plano. Esse sim, é que o plano bom. Vamos ficar por aqui esperando notícia de lá. Pelo que estou vendo, vai ter muita chuva nesta noite e esse carro do patrão não vai subir nem a ladeira das guaribas, com tanta chuva no lombo.

Marcos Barreto de Melo

Momento Musical

Mais 50 dicas de Português- Colaboração de Francisco Babo

51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto, 'estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos'.

52 - E não esqueça: 'exceção é com ç', mas 'excesso é com dois ss'.

53 - Lembra-se dos 'verbos defectivos'? Lá vai mais um: 'falir'. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis. Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales...Horrível, não?

54 - Todas as expressões adverbiais formadas por 'palavras repetidas dispensam a crase': 'frente a frente', 'cara a cara', 'gota a gota', 'face a face', etc.

55 - Outra vez tome cuidado. Quando for ao supermercado, 'peça duzentos ou trezentos gramas' de presunto, 'e não duzentas ou trezentas'. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. 'Se for a relva, aí sim, é feminino': não pise na grama; a grama está bem crescida.

56 - É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos 'anos atrás...' Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente 'há muito anos...' ou 'muitos anos atrás...' Escolha. Mas não junte o há com atrás.

57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: 'hífen', 'hifens'; 'pólen', 'polens'.

58 - Atenção: 'Ele interveio' na discórdia, 'e não interviu'. Afinal, 'o verbo é intervir, derivado de vir'.

59 - 'Item não leva acento'. Nem seu plural itens.

60 - O certo é 'a libido', feminino. Devo dizer: 'Minha libido' hoje não tá legal.

61 - Todo mundo gosta de dizer 'magérrima', 'magríssima', mas o superlativo de magro é 'macérrimo'.

62 - Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2o grau. E nunca: os alunos melhor preparados...

63 - Essa história de 'mal com l', e 'mau com u', até já cansou: É só decorar: 'Mal' é antônimo de bem, e 'mau' é antônomo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.

64 - Pronuncie 'máximo', como se houvesse dois ss no lugar do x. (mássimo)

65 - Toda vez que disser: 'É meio-dia e meio você estará errando. 'O certo é: meio-dia e meia', ou seja, meio-dia e meia hora.

66 - Não tenho 'nada a ver' com isso, e 'não haver' com isso.

67 - 'Nem um nem outro' leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.

68 - Toda vez que usar o 'verbo gostar' tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.

69 - Lembre-se: 'pára', com acento, é do verbo parar, e 'para', sem acento, é a preposição. Portanto: Ele não pára de repetir para o amigo que tem um carro novo.

70 - E tem mais: 'pelo', (sem acento), é preposição (contração da preposição por com o artigo a) e pêlo, com acento, é o cabelo.

71 - E quer mais? 'Pêra', a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma antiga preposição também chamada 'pera'. Já o plural dispensa o acento: 'peras'. Dá pra entender? O jeito é decorar.

72 - Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: 'pôde', terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de 'pode', a forma do presente. Então dizemos: Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença?

73 - 'Pôr só leva acento quando é verbo': "Quero pôr tudo no seu devido lugar". Mas 'se for preposição, não leva acento': Por qualquer coisa, ele se contenta.

74 - Fique atento: nunca diga, nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: 'primeiro de abril', 'primeiro de maio'. Prevalece o ordinal.

75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer quando eu 'vir' Maria, darei o recado a ela. Mas esse é o emprego correto do 'verbo ver' no futuro do subjuntivo. Se eu o vir, quando eu o vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu 'vier', se eu 'vier'.

76 - Só use 'quantia' para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar 'quantidade'. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.

77 - O prefixo 'recém' sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres.

78 - Não esqueça: 'retificar é corrigir', e 'ratificar é comprovar, reafirmar': "Eu ratifico o que disse e retifico meus erros.

79 - Quando disser 'ruim', diga como se a sílaba mais forte fosse - im. Não tem cabimento outra pronúncia.

80 - Fique atento: só empregamos 'São' antes de nomes que começam por consoante: 'São Mateus', 'São João', 'São Tomé', etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos 'Santo: 'Santo Antônio', 'Santo Henrique', etc.

81 - E lembre-se: 'seção, com ç', quer dizer 'parte de um todo, departamento': a seção eleitoral, a seção de esportes. Já 'sessão, com dois ss', significa intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembléia, um acontecimento qualquer: 'A sessão do cinema demorou muito tempo'.

82 - Não confunda: 'senão', (juntinho), quer dizer"caso contrário" e 'se não', (separado), equivale a "se por acaso não". Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?

83 - Tire esta dúvida: quando 'só' é adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Mas 'só' como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.

84 - É comum vermos no rádio e na tv o entrevistado dizer: O que nos falta são 'subzídios'. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se 'ss'. Portanto, escreva 'subsídio' e pronuncie 'subssídio'.

85 - 'Taxar' quer dizer 'tributar', 'fixar preço'. 'Tachar' é 'atribuir defeito', 'acusar.

86 - E nunca diga: 'Eu torço para o Flamengo'. Quem torce de verdade, 'torce pelo Flamengo'.

87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.

88 - 'Um dos que' deixa dúvidas,mas, pela norma culta, devemos pluralizar. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.

89 - 'Veado' se escreve com e, e não com I.

90 - Esse português da gente tem cada uma: 'tem viagem com G e viajem com J' . Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.

91 - O prefixo 'vice' sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.

92 - Geralmente, se usa o 'x depois da sílaba inicial en': enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch: encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.

93 - Não adianta teimar: 'chuchu' se escreve mesmo é com 'ch'.

94 - 'Ciclo vicioso' não existe. O correto é 'círculo vicioso'.

95 - E qual a diferença entre 'achar' e 'encontrar'? Use 'achar' para definir aquilo que se procura, e 'encontrar' para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugira na semana passada.

96 - 'Adentro' é uma palavra só: meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.

97 - Não existe 'adiar para depois'. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.

98 - 'Afim' (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. 'A fim de' (separado) equivale a para: veio logo a fim de me ver bem vestido.

99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o 'verbo aguar' normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.

100 - 'Centigrama' é uma palavra masculina: dois centigramas (releia o item 55).

Pensamentos meus ... - Por Rosa Guerrera




Relendo hoje um velho livro de minha autoria , escrito em 1987 , pensei em arquivar também aqui no blog , alguns pensamentos que ali deixei . .

E curiosamente observei como a vida é realmente um circulo vicioso. No hoje ou no amanhã ,estamos sempre a repetir gestos, falas e sentimentos que aconteceram no passado.................

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“Existe sempre uma espera dentro de cada coração !
E nessa espera uma árvore chamada DEPOIS, composta de várias ramas .
Morremos a cada instante e renascemos a cada momento., enquanto a espera continua ...
Mesmo que o DEPOIS vá adiantando sempre
Mais e mais o seu passo .”

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“Rabisquei a tua foto nos meus sonhos de criança ...
Sem imaginar jamais que um dia seria fotografada pelo teu amor ,
No instante em que fiquei completamente despida
Nos teus braços “.

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“Soltei o leme da minha embarcação
Sem temer a ofensiva do vazio ...
E fui te encontrar a minha espera
Trazendo no rosto o cansaço dos dias
Vividos sem mim” .

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“Trago nos meus olhos uma imágem perdida
E nas costas uma mochila carregada de saudades ..
Mas mesmo assim , ainda sei acreditar no amor”.


rosa guerrera

Encontros - Por Rosa Guerrera



Inúmeros são os encontros existentes na vida de todos nós .
Encontros - esbarros que pouco ou nada significam, encontros sem planos e sem projetos, encontros furtivos de momentos de paixão , encontros inesperados que iluminam por algum tempo uma esperança e aqueles que marcam em traços profundos dentro do coração da gente , instantes eternos de felicidade .
Quantos e quantos encontros já aconteceram na minha vida. Abraços que ficaram , sorrisos que partiram , beijos que não secaram nos meus lábios , imagens apagadas, perfis com moldura de saudades ; tudo em forma de um encontro que aconteceu sem momento e sem hora marcada de existir , de viver e de partir .
Hoje trago no coração todas essas experiências que a vida me ofertou . Talvez por isso amo as rugas do meu rosto, e a neve que já caiu faz tempo nos meus cabelos.Possuo através do tempo muitas historias para contar ,porque a cada vez que abri a porta do meu coração para um novo encontro eu vivi o instante e o momento em que ele aconteceu.
Nunca analisei as várias maneiras que amei, julguei amar ou fui amada .
E essa certeza de não ter deixado lacunas ou pausas para vivenciar esses momentos que marcaram minha existência é o que moldou pra sempre as rimas e os temas das minhas poesias


rosa guerrera

50 dicas de Português - Colaboração de Francisco Babo



1 - "Custas só se usa na linguagem jurídica" para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos dizer: "O filho vive à custa do pai". No singular.

2 - Não existe a expressão "à medida em que". Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.

3 - 'O certo é "a meu ver" e não ao meu ver.

4 - "A princípio" significa inicialmente, "antes de mais nada": Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. "Em princípio" quer dizer "em tese". Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.

5 - "À-toa", (com hífen), é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível". Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa. "À toa", (sem hífen), é uma locução adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Ex: Andava à toa na vida.

6 - Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: "Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe..." Mas podemos dizer: "Caso o veja por aí...".

7 - 'Acerca de' quer dizer 'a respeito de'. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.

8 - Não esqueça: alface é substantivo feminino. A Alface está bem verdinha.

9 - Além pede sempre o hífen: 'além-mar', 'além-fronteiras' etc.

10 - Algures é um advérbio de lugar e quer dizer 'em algum lugar'. Já alhures significa 'em outro lugar'.

11 - Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: 'almoços', 'bolsos', 'estojos', 'esposos', 'sogros', 'polvos' etc.

12 - O certo é 'alto-falante', e não auto-falante.

13 - O certo é 'alugam-se casas', e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica pra não errar.

14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: 'afrouxar', 'encaixe', 'feixe', 'baixa', 'faixa', 'frouxo', 'rouxinol', 'trouxa', 'peixe', etc.

15 - Ancião tem três plurais: 'anciãos', 'anciães', 'anciões'.

16 - Só use ao 'invés de' para significar 'ao contrário de', ou seja, 'com idéia de oposição'. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de. Não tem necessariamente a idéia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).

17 - Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. 'Escreva sempre com o s dobrado'.

18 - 'Não existe preço barato ou preço caro'. Só existe preço alto ou baixo. 'O produto, sim, é que pode ser caro ou barato'. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.

19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever 'bem-vindo', sempre com hífen.

20 - Atenção: 'nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc'. O nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962. O INTER-RS é o atual bicampeão da Taça Liberdadores.

21 - Veja bem: 'uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês', ou seja, 'de 15 em 15 dias'. 'A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses'. Percebeu a diferença?

22 - Hoje, tanto se diz 'boêmia' como 'boemia'. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonacidade no mia.

23 - Cuidado: 'Eu caibo' dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.

24 - Preste atenção: 'o senador Luiz Estêvão foi cassado'. Mas 'o leão foi caçado' e nunca foi achado. Portanto, 'cassar' (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.

25 - Existem palavras que 'só devem ser empregadas no plural'. Veja: osóculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc.

26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é 'caracteres'. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.

27 - 'Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen'. 'Já cartão-postal exige o tracinho'.

28 - 'Catequese se escreve com s', mas 'catequizar é com z'. Esse português...

29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc.

30 - 'Censo é de recenseamento'; 'senso refere-se a juízo'. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.

31 - 'Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe'. É, portanto, palavra masculina.

32 - 'Cidadão só tem um plural: cidadãos'.

33 - Cincoenta não existe. 'Escreva sempre cinquenta'.

34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. 'O certo é gratuito', da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito, etc.

35 - E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. 'Escreva e diga sempre rubrica'.

36 - 'Ninguém diz eu coloro esse desenho'. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. 'A mesma coisa é o verbo abolir'. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.

37 - 'Outro verbo danado é computar'. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.

38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.

39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso.

40 - 'Coser significa costurar'. 'Cozer significa cozinhar'.

41 - 'O correto é dizer deputado por São Paulo', 'senador por Pernambuco', e não deputado de São Paulo e senador de Pernambuco.

42 - 'Descriminar' é absolver de crime, inocentar. 'Discriminar' é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres.

43 - 'Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia'. Por exemplo: Dia a diaminha saudade vai crescendo. Enquanto que 'dia-a-dia (com hífen) é um substantivo que significa cotidiano' e admite o artigo: O dia-a-diadessa gente rica deve ser um tédio.

44 - 'A pronúncia certa é disenteria', e não desinteria.
45 - A palavra 'dó (pena) é masculina'. Portanto, 'Sentimos muito dó daquela moça'.

46 - 'Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular', sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente.

47 - 'Há duas formas de dizer': é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução.

48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: 'televisão em cores', e não a cores.

49 - Cuidado: 'emergir é vir à tona', vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas 'imergir é o contrário': é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.

50 - A confusão é grande, mas 'se admitem as três grafias': 'enfarte, enfarto e infarto'.

O “eclético” Kevin Costner – José Nilton Mariano Saraiva

Produtor, diretor e muito bom ator de filmes da concorrida Hollywood (quem não lembra de Dança com Lobos, Os Intocáveis, Sem Saída, O Mistério da Libélula, Instinto Secreto, O Guarda Costas, Pacto de Justiça, dentre outros), vencedor de nada menos que sete Oscars ( inclusive de melhor diretor e de melhor filme com o excelente “Dança com Lobos” ), o discreto e pouco badalado americano Kevin Costner mostrou que tem, também, muito talento para a música, ao se apresentar com a sua banda country “Modern West” no SP Onlive Festival, na cidade de Bauru, interior de São Paulo, na madrugada deste domingo (21). A simpatia, a maneira como se comporta no palco, como usa seu instrumento (violão) e a voz firme com que executa cada canção, surpreendeu favoravelmente a todos.
Grande parte do público presente no show era formada por jovens, mas havia também expectadores de cabelos grisalhos, igualmente animados e surpresos. Para os que tiveram o privilégio de o assistirem ao vivo, Kevin Costner cantando foi uma experiência inédita e gratificante.
A pergunta que fica: será que aqui no Brasil alguma personalidade consagrada e famosa (como o é indubitavelmente o Kevin Costner) teria a coragem ou disposição pra se apresentar em cima de um palco e, de quebra, numa cidade interiorana ???
Duvidamos.

O que posso fazer? – por Pedro Esmeraldo

Tinha feito o propósito de não me meter mais neste assunto do fechamento da Escola Maria Amélia Esmeraldo, localizada no sítio São José. Agora, diante das novas circunstâncias – e para não ser omisso – sou obrigado a retornar ao assunto.

Estava à tardinha em minha casa, quando vieram avisar-se de que havia pessoas nocivas à sociedade preparando-se para demolir o prédio da Escolinha Maria Amélia Esmeraldo. Respondi que nada podia fazer, já que as autoridades responsáveis do município nada fizeram para evitar o fechamento daquela Escola. Confirmei que não encontrava apoio dessas autoridades e acreditava que o objetivo agora era o de aferrolhar aquela escola, em detrimento da educação das crianças residentes naquela comunidade. Parecia até pirraça dessas autoridades, com o intuito de querer-me aparvalhar, pensando que me iam me prejudicar ou enxovalhar minha consciência.

Até parece que essas autoridades faziam isso de propósito, ao fazer vistas grossas sobre o deterioramento que vinha ocorrendo naquele prédio público. Preferiram abandoná-lo, entregando-o ao acaso, ao invés de solucionar os problemas que ali vêm ocorrendo. Não demonstram, como se vê, interesse com o desenvolvimento educativo das crianças daquela localidade do município de Crato.

Reafirmo, categoricamente, que sou uma pessoa imbuída no desejo de servir a causa pública, com honradez e sem esmorecer neste meu trabalho. Permitam-me confirmar que os descendentes do doador do terreno à Prefeitura do Crato, para no local ser construída a Escolinha Maria Amélia Esmeraldo, fato ocorrido no início da década de 1970, dilaceraram aquele prédio, como se aquele terreno ainda fosse deles, num gesto nocivo, destruindo um patrimônio público, num comportamento reprovável. Esta atitude abominável só pode ter como propósito o de readquirir o terreno anteriormente doado. Julgam-se, esses destruidores, com o direito de depredar a referida escola, causando prejuízo aos os habitantes daquela comunidade que querem um estabelecimento de ensino para as crianças pobres ali residentes.

É vergonhoso, é infamante aquele que fez a doação de um bem, querer depois reaver o terreno doado. Qualquer cidadão sensato, que se preocupa com o desenvolvimento da educação rural, fica satisfeito em ver uma escola funcionando. Por isso, a título de sugestão, peço – mais uma vez – a essas autoridades que mandem reconstruir a Escola Maria Amélia Esmeraldo, transformando-a no estabelecimento de ensino de iniciação infantil com todos os requisitos favoráveis ao desenvolvimento da aprendizagem escolar.

Senhores: pensem no povo que sempre lhes deu apoio. Favoreçam o bom desempenho de uma unidade escolar. Retribuam com melhoramentos os impostos pagos pela sociedade. E mais: usem suas autoridades para cobrar aos que destruíram o patrimônio público, obrigando-os a pagarem do seu bolso a reconstrução de uma, deixando-a do jeito de como ela existia tempos atrás...

APOCALIPSE DE DRUMMOND E MEU PAI






APOCALIPSE DE DRUMMOND E MEU PAI


Meu pai morreu no mesmo ano

que o poeta Carlos Drummond de Andrade.


Era fevereiro e o mar rugia nos meus olhos,

mas ele morreu longe do mar.


(Drummond morreu olhando o mar? Umas

duas ou três gaivotas e o vai-e-vem das ondas).


As folhas caíam (não era outono) molhadas

do orvalho da noite, ao vento e ao sol.


Meu pai montava a cavalo e gritava

como um deus para a vida.


Drummond

lembrava o pai a cavalo como se pedisse perdão

do silêncio.


O meu pai e o poeta Drummond morreram

porque era hora.


Tinha uma pedra no meio do caminho.


Sinto uma súbita alegria

ao me lembrar de meu pai

ao lado de Drummond

na eternidade.


A minha boca está seca, qualquer palavra

se quebraria.


O dia,

como a morte,

é uma fatalidade.


As crianças gritam

e não acordam meu pai,

que gostava de crianças dormindo.


Venta

neste momento

e em 1987.


Imagino o poeta sorrindo,

mesmo na morte, imóvel.


O morto é uma estátua

fria

na praia,

em qualquer lugar.


(Não deveriam fazer estátuas para os mortos.)


O poeta Drummond teve uma morte pública,

ônibus passam, a fumaça passa, os jornais anunciam

o feito histórico (o poeta morto como uma estátua).


O meu pai pediu um último cigarro, olhou a vela bruxuleante

(haveria vento no quarto? O vento do eterno

não se move).



O meu pai disse adeus,

e partiu a cavalo

sem se levantar do leito.



A cidade pequena

e os parentes sorriram contemplando o seu morto

particular.


O poeta e meu pai

(anônimos)

sorriem na eternidade

satisfeitos

com a poesia do fim dos tempos.


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